Nesse livro em forma de debate, que acabo de ler pela segunda vez, temos de um lado, o consagrado e premiado Jornalista, Christopher Hitchens, respondendo negativamente a pergunta do debate; e do lado oposto, respondendo positivamente, temos o Douglas Wilson, Mestre em Filosofia pela Universidade de Idaho.
Quem ganha o debate (se é que existe um ganhador)? Bom, talvez fosse mais adequado dizer que um saiu-se melhor que o outro nas premissas adotadas. Nesse caso, o que respondeu positivamente a pergunta alvo do diálogo, mostrou argumentos mais plausíveis. No entanto, pouco se falou de fato se “o cristianismo é bom para o mundo”. O que o Wilson demostrou magistralmente é que as premissas usadas pelo Hitchens falharam gravemente em estabelecer um mínimo padrão moral para classificar/adjetivar todo e qualquer ato humano como errado ou certo. Douglas com sua agudez filosófica dispara:
“Diante de seu ateísmo, que explicação você pode dar que nos obrigue a respeitar o indivíduo? Como o seu individualismo flui das premissas do ateísmo? Por que alguém do mundo externo deveria respeitar os detalhes de sua vida e de seu pensamento mais do que respeita o movimento interno de qualquer outra reação química? Nossos pensamentos não passam disso, certo? Ou, se existe uma diferença, poderia você, a partir das premissas de seu ateísmo, fazer essa distinção?” Pág. 29.
A resposta não veio em nenhum momento do diálogo. O Hitchens carece de um padrão objetivo para dizer se algo é bom ou ruim, inclusive o Cristianismo, que ele tanto abomina. A consequência lógica de suas premissas é a anarquia, a subjetividade de cada um em estabelecer a sua própria moral.