terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Filmes Vistos (3)


De embrulhar o estômago. Um grupo de jovens universitários defensores do meio ambiente e dos indígenas, resolvem protestar contra uma mega empresa que irá destruir uma tribo de índios CANIBAIS. Acabam caindo de avião no território da tribo, que os encara como inimigos. 

Resultado:

O gordinho (os gordinhos sempre se ferram primeiro) do grupo é o primeiro a ser dilacerado e comido. As cenas são fortes. Olhos são arrancados, a língua... Nada sobra. Era eu vendo a cena, e me contorcendo! 

A imagem pode conter: 3 pessoas, texto

O que dizer desse? Simplesmente espetacular! Possui todos os ingredientes de um clássico. Anthony Hopkins está impecável em sua atuação. O filme nos faz pensar e repensar muitas coisas. Deus, Diabo, Realidades Sobrenaturais, Possessão Demoníaca, Fé, Ceticismo, Oração...

Se pessoas podem realmente ficar possessas por espíritos malignos, qual o limite para determinar isso? Como saber se não é apenas um surto psicótico? Nesse filme o “cristo” não tem muito poder contra o “capiroto”, não. São forças opostas, praticamente iguais. Se essa bagaça for assim mesmo, então, tem muita gente “lascada” nas mãos do capeta. 

Filme nota 1000.

Nenhum texto alternativo automático disponível.

Esse é um dos filmes de terror mais polêmicos da história do cinema. Como os sites especializados dizem, é uma película de “terror apelativo”, que rendeu até uma condenação do diretor, na época. Até os animais que aparecem na trama, foram verdadeiramente mortos. Bem grotesco isso. Mas o filme paradoxalmente é uma crítica contundente ao sensacionalismo presente nas mídias televisivas. O que hoje valeria para as mídias internéticas. 

No entanto, a principal critica do filme é direcionada ao etnocentrismo tão presente nas sociedades tecnológicas, que se acham mais civilizadas que as sociedades ditas primitivas. O filme inverte essa perspectiva.

A imagem pode conter: céu, texto, atividades ao ar livre e natureza

Um ótimo filme de terror baseado numa história real ocorrida no ano de 1971. Conta-nos uma das mais assustadoras histórias vivenciada pelo casal Ed e Loraine Warren, a dupla mais conhecida nos EUA em pesquisar e estudar fenômenos paranormais e sobrenaturais. É um filme extremamente bem articulado. Creio que é até mais cativante e assustador que o clássico “O Exorcista”. Para quem o assiste, a pergunta que vêm à mente é:

Será que isso existe? Ou uma explicação naturalista consegue abarcar e desmitificar essas supostas histórias de demônios, espíritos, casas mal assombradas, e etc? 

Acredito que alguns desses fenômenos sejam genuinamente sobrenaturais. Em contrapartida, também acredito que a maioria dessas supostas histórias, não passa de fenômenos naturais e, que, portanto, podem ser bem destrinchadas pela ciência moderna. 

Nenhum texto alternativo automático disponível.

Considerado um clássico do terror (não vi terror nenhum) do cinema mundial, O Bebê de Rosemary, de 1968, é um filme chato, parado, sem graça, sem emoção e empolgação nenhuma. Decepcionante. Mas aí, quando fui ler o qu)e a crítica especializada tem a dizer sobre o filme, todos, sem exceção, aclamaram o filme como uma obra prima do cinema. Vai ver que eu é que não soube "apreciar" esse filme. Só posso me resignar.

Filmes Vistos (2)


Um clássico da década de 1960, considerado um dos melhores filmes de todos os tempos. O filme é bom mesmo. Como diz o título “O Sol é para Todos”, indistintamente – negros, brancos, pobres, ricos... Muita coragem dos produtores em produzir uma película num período tão racista nos EUA, em que um negro é condenado injustamente por todo um condado de brancos, simplesmente pela condição de sua pele. Fica a curiosidade de saber como foi à recepção da sociedade norte-americana da época, diante dessa obra que traz em seu bojo uma crítica a cultura discriminatória e desumana em relação aos afro-americanos.


Estuprada pelo pai desde os 3 anos de idade, vindo daí dois filhos na adolescência (um com Síndrome de Down); humilhada e tratada como um animal pela mãe; e rejeitada pela escola e pelos colegas. Junte-se a isso, o fato de ser obesa, negra, pobre e morando na periferia numa época extremamente racista. 

Incrivelmente ela não pirou! Não entrou em depressão! Com muita paciência e ajuda de boas pessoas que ela conheceu nesse doloroso caminho, pareceu transpor essa estrada de pedras e espinhos. Digo “pareceu”, pois o filme deixa em aberto o futuro dela. Espantosamente assustadora a vida dessa adolescente. É um filme fascinante e chocante ao mesmo tempo.


Um maravilhoso e chocante filme que retrata a difícil situação dos afro-americanos na década de 1980 e início de 1990, na cidade de Los Angeles. Penso que a situação não tenha mudado tanto. 

Julgo que o filme faz uma crítica tanto a sociedade racista norte-americana, como a própria comunidade negra que infelizmente luta contra si mesma em seus guetos. Gangues de negros, matando/trucidando outras gangues de negros. 

A imagem pode conter: 4 pessoas

Procurando uma lista de filmes na NET sobre a temática do racismo, acabei encontrando essas pérolas protagonizadas pelo Sidney Poitier, talvez o mais prestigiado ator negro de todos os tempos. Assistindo o primeiro filme produzido em 1967, vi o quanto foi bom assisti-lo. E para minha surpresa, quase 30 anos depois, em 1996, fizeram a continuação dele.

Interessante que ambos os filmes mal tocam na questão racial. O foco é a importância da educação para a transformação social, tendo o Professor como uma das figuras chaves nesse processo. Uma história muito linda, inspiradora e comovente. Isso sem falar na trilha sonora que sem dúvida é umas das mais emocionantes do cinema. Uma das músicas mais belas já compostas. Ela foi de primordial importância para que esse filme fizesse o sucesso que fez.


A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas sentadas e texto

Mas um ótimo filme que retrata esse passado tão triste calcado na escravidão nas Américas. Neste caso, nos EUA. 

O sistema escravista com toda a sua crueldade e falta de compaixão deve ser lembrando e historiado para que as gerações presente e futura possam saber as merdas que os seus antecessores fizeram.

Já existe na América do Norte, uma política revisionista que pretende atenuar esse passado que maculou com sangue inocente a história dessa nação fundada sobre os direitos universais e inalienáveis de todo ser humano. Mas como os negros não eram considerados humanos... 

Filmes Vistos


Existe algum filme ruim, protagonizado pelo Denzel Washington? Até hoje não vi nenhum. E esse não foge a regra. Essa película conta a história real do pugilista negro Rubin "Hurricane" Carter, que foi preso injustamente por um duplo assassinato contra brancos em um bar, na década de 1960. Por motivos puramente de vingança e discriminação racial ele passou a maior parte de sua vida na cadeia, mas finalmente foi inocentando.

Uma história de garra, determinação, domínio próprio, força, fé, amizade e AMOR... Um exemplo tocante de quem viveu corajosamente num mundo tão hostil e injusto, e que por fim, venceu. 


Na presente película, o velho oeste americano com xerifes, caçadores de recompensa com aqueles famosos cartazes Wanted, damas, tiroteios, perseguições, mortes e muita violência, fazem parte de toda trama. Sem esquecer dos tradicionais campos de algodão, lugar de labuta do negro. E ainda tem os negros traíras que escaparam dos laços da escravidão e acabam tendo a mesma atitude opressora dos capatazes e senhores da casa grande.

Embora esse filme não seja baseado em uma história verídica, como é o habitual dos filmes sobre o racismo, não deixa de ser mais uma obra espetacular tratando sobre esse passado tão triste e vergonhoso para a América. Independente de ser uma ficção, os maus tratos, humilhações, surras, torturas e todo tipo de práticas desumanas foram bem reais em um passado não muito distante. E as consequências nefastas desse período se fazem sentir até hoje.


Filme tocante. Conta à história de um negro assistente de um médico branco na década de 1930, que o ajuda a fazer a primeira cirurgia cardíaca da história. Sem o auxílio precioso desse assistente de “cor”, dificilmente esse médico conseguiria obter o sucesso que teve em sua carreira. 

Filme totalmente baseado em eventos reais, retrata a perseverança e objetivos de um homem de “cor” que mesmo tendo realizado um dos maiores feitos da Medicina, não foi reconhecido pela classe médica racista da Universidade John Hopkins, o maior centro de Medicina dos EUA. Mas a história felizmente tem um final mais justo, quando essa universidade décadas depois o reconhece como um dos mais importantes médicos que a instituição já teve. 


Filmaço! Apesar de ser um pouco longo e ter uns pecadilhos na história, essa obra escancara o quanto o racismo no sul dos EUA (Estado do Mississipi) ainda é muito forte e macabro.

Uma menina negra de 10 anos é estuprada e sofre tentativa de assassinato por dois adultos brancos racistas. Estes são presos, e quando vão a julgamento, o pai da menina (Samuel L. Jackson), sabendo que serão soltos, não se contém e mata-os na frente de todos. Esse pai deve ser solto ou condenado?

O filme é uma crítica ao sistema jurídico norte-americano, que parece favorecer pessoas de pele branca em detrimento das pessoas de pele negra. Pelos menos na parte sulista do país.


“Os negros nunca tiveram nada nessa cidade, a não ser humilhação e desespero”.

E nessa maratona de filmes sobre o racismo, mais uma ótima obra sobre o tema. Duelo de Titãs retrata o racismo e total animosidade em Alexandria, interior do Estado da Virgínia. Brancos não toleram negros nessa pacata cidade. Mas mesmo diante da agitação em que Alexandria se encontra devido a morte de um negro por um comerciante branco, a Secretaria de Educação resolve contratar um técnico negro (Denzel Washington) para treinar o time de futebol americano, menina dos olhos de todos ali. Negros e brancos terão que conviver lado a lado para que o time possa ganhar o campeonato estadual. 

É um filme baseado em eventos que de fato aconteceram na década de 1970, e que felizmente é mais um exemplo de que o racismo pode ser amenizado e quem sabe, até ser superado um dia. Sei que é um pensamento utópico, esse papo de superação, mas como diz o velho clichê: A esperança é a última que morre.

Livros Lidos (18)


Já estava na hora de começar a ler as obras do C. S. Lewis, uma das mentes mais brilhantes do século XX. Um intelecto perspicaz, afiado, agudo e preparado para pensar com profundidade as grandes questões que tanto inquietam a natureza humana.

Comecei pelo seu mais angustiante e doloroso livro. Onde ele relata todo o seu sofrimento em face da perda de sua amada esposa. O Lewis racional, calculista e lógico acaba sendo desnudado por uma avalanche de sentimentos de tristeza, dor e mágoa. Em conversa com o meu amigo, Pedro Mendes, eu lhe disse, que me senti diante de uma versão do século XX do velho e polêmico livro de Jó. 

Lewis se revela uma alma inconformada e inconsolada perante a chegada da morte a uma pessoa que lhe era tão amada e tão querida. Ele resume o amor que nutria por ela, e a importância que Helen teve em sua vida:

“Uma boa esposa traz muitos ‘eus’ dentro de si. O que H. [Helen] foi para mim? Ela foi minha filha e mãe, minha aluna e mestra, minha súdita e soberana. Era uma perfeita combinação: minha confidente, amiga, companheira de bordo. Minha amada, mas, ao mesmo tempo, tudo o que nenhum amigo (e olha que tenho bons amigos) jamais foi para mim. Talvez até mais”. P. 69. 

Em certos momentos, Lewis, se mostra completamente avesso a certas ideias idiotas e banais que algumas pessoas costumam ter:

“É difícil ter paciência com pessoas que dizem: ‘A morte não existe’, ou ‘A morte não importa’. A morte existe e, seja lá o que for, ela importa”. P. 40-41.

Ou, noutros trechos, em que ele, questiona a própria bondade e amor de Deus, parecendo rejeitar tudo em que acreditava e tanto defendia em seus inúmeros escritos e apologias.

“Não que esteja (suponho) correndo o risco de deixar de acreditar em Deus. O perigo real é o de vir a acreditar em coisas horríveis sobre Ele. A conclusão a que tenho horror de chegar é ‘então, apesar de tudo, não existe Deus nenhum’, mas ‘ então, é assim que Deus é realmente. Não se iluda’. P. 34. 

De fato é um pensamento assustador. Algumas páginas à frente, ele retoma esse tema mais uma vez, reiterando que não teme um mundo sem Deus, mas um mundo em que este Ser não seja um Ente Amoroso e Compassivo. 

“Não, meu verdadeiro medo não é do materialismo. Se ele fosse legítimo, nós – ou o que designamos equivocadamente ‘nós’ – poderíamos livrar-nos de uma situação angustiante. Uma overdose de soníferos bastaria para tanto. Tenho mais medo de que sejamos, na verdade, ratos numa ratoeira. Ou, pior ainda, ratos num laboratório”. P. 52-53.

“Mais cedo ou mais tarde, devo encarar a questão de frente. Que razão temos nós, com exceção de nossos próprios desejos desesperados, de acreditar que Deus seja ‘bom’ (de qualquer ângulo por nós estabelecido)? Todas as evidências prima facie não sugeririam exatamente o contrário? O que temos para contrapor a elas?” P. 53. 

Diante de toda experiência da perda que sofreu, Lewis, chega a seguinte conclusão:

“Você nunca tem consciência do quanto de fato acredita em alguma coisa enquanto a verdade ou a falsidade dessa coisa não se torna uma questão de vida ou morte para você. É fácil dizer que você acredita que uma corda seja forte e segura, enquanto a está usando apenas para amarrar uma caixa; mas imagine que deva dependurar-se nessa corda sobre um precipício. Será que não iria primeiro descobrir o quanto na verdade confia nela”. P. 47.

Quem poderá lhe objetar?

A imagem pode conter: texto

Esse trata de um assunto delicado e por vezes muito cruel: o sofrimento humano.

Na verdade, esse livro é um breve comentário do conhecido e polêmico livro bíblico de Jó. Onde este (coitado) é a vítima de uma aposta entre Deus e o capeta. É claro que Deus ganha a aposta. Algo interessante que o autor diz, é:

"COM RARAS exceções, ninguém tem ouvidos para ouvir o grito do pobre. A sociedade e o governo não ouvem o grito do pobre; poucas vezes a igreja ouve o grito do pobre. O pobre resmunga, abre a boca, grita, mas os transeuntes da vida não o ouvem nem o enxergam. Ouvem-se os miados e os latidos dos animais de estimação, mas não se ouve o grito do pobre. Ouvem-se os pregões da bolsa, mas não se ouve o grito do pobre. Ouve-se a sirene das viaturas policiais e das ambulâncias, mas não se ouve o grito do pobre. Ouve-se a novela, mas não se ouve o grito do pobre. Ouve-se a música estridente, mas não se ouve a grito do pobre". P. 53.

Devíamos corar de vergonha diante dessa lastimável verdade.

A imagem pode conter: 1 pessoa

Um dos escritos mais mordazes de Freud contra a religião. O primeiro foi "Totem e Tabu", em 1911. Quando em 1927, salvo engano, ele complementou seus argumentos contra o "sensus divinatis", com a sua obra O Futuro de uma Ilusão".

Interessante que antes de publicar essa obra ele avisou primeiramente o seu amigo pastor, o Oskar Pfister, para que não ficasse chateado com a publicação do livro, que ia contra as convicções religiosas de seu amigo. O Pfister levou numa boa, publicando posteriormente uma refutação, intitulada A Ilusão de um Futuro". 

É uma pena que a tradução de O Futuro de uma Ilusão” não seja do original em alemão. Ela é uma tradução do inglês que foi traduzido da língua alemã. Talvez isso prejudique um pouco a sua relevância em nossa língua. Mas de qualquer forma a leitura está valendo. Eis alguns trechos que tive a paciência de transcrever quando o li em 2009:

“Há incontáveis pessoas civilizadas que se recusam a cometer assassinato ou a praticar incesto, mas que não se negam a satisfazer sua avareza, seus impulsos agressivos ou seus desejos sexuais, e que não hesitam em prejudicar outras pessoas por meio da mentira, da fraude e da calúnia, desde que possam permanecer impunes; isso, indubitavelmente, foi sempre assim através de muitas épocas da civilização”. P.21.

Matou a pau. Quem pode negar essa afirmação?

Sobre a formação da religião:

"[...] Quando o indivíduo em crescimento descobre que está destinado a permanecer uma criança para sempre [visto que durante sua infância foi protegida pela figura materna e paterna], que nunca poderá passar sem proteção contra estranhos poderes superiores, empresta a esses poderes as características pertencentes à figura do pai; cria para si próprio os deuses a quem teme, a quem procura propiciar e a quem, não obstante, confia sua própria proteção". 

"Assim seu anseio por um pai constitui um motivo idêntico à sua necessidade de proteção contra as conseqüências de sua debilidade humana. É a defesa do adulto ao desamparo infantil que empresta sua feições características à reação do adulto ao desamparo que ele tem de reconhecer – reação que é, exatamente, a formação da religião". P. 33. 

Os defeitos dessa teoria se mostram escancarados. E as crianças que que nunca tiveram a proteção materna e paterna?! Aonde elas se encaixam nessa teoria?! Quantas delas não são crentes em deus na vida adulta?! Freud como refutador do teísmo é um ótimo Psicanalista.

Mesmo ele sendo ateu, ele acredita que a Psicanálise pode ser usada tanto contra as verdades da religião,como a favor dela.

"Um clamor desse tipo me seria muito desagradável, por causa de meus muitos colaboradores, alguns dos quais, de modo algum, partilham de minha atitude para com os problemas da religião. A psicanálise, porém, já enfrentou muitas tempestades e terá agora arrostar mais essa. [...] Nada do que eu disse aqui sobre o valor de verdade das religiões precisou do apoio da psicanálise; já foi dito por outros muito antes que a psicanálise surgisse". 

"Se a aplicação do método psicanalítico torna possível encontrar um novo argumento contra as verdades da religião, tant pis para a religião, mas os defensores desta, com o mesmo direito, poderão fazer uso da mesma para dar valor integral à significação emocional das doutrinas religiosas". P.45.

Nenhum texto alternativo automático disponível.

Precioso livro lido em 2010, que traz inúmeras correspondências entre Freud e Pfister. Apesar de nesse ano já está descartado por completo o meu ingresso no curso de Psicologia, ainda me via (e me vejo) interessado em conhecer a história da Psicanálise juntamente com suas interpretações sobre o comportamento humano. Por mais que ela seja muito defeituosa em explicá-los. Assim como todas as escolas e visões da Psicologia moderna. 

Nenhum texto alternativo automático disponível.

Um dos melhores e mais impressionantes livros que li em 2009, quando estava cogitando a possibilidade de fazer Psicologia. De qualquer forma a leitura foi muito válida.

Livraço que mostra a consistente e verdadeira amizade entre Freud (um ateu) e Pfister (um pastor liberal). As ideias antagônicas de ambos vão se desenrolando a cada página do livro. Suas sobreposições também.

O próprio Pfister foi o primeiro a usar as ideais psicanalíticas na Pedagogia. Ele foi um grande divulgador e entusiasta da Psicanálise em outras áreas além da Psicologia.

Documentários Vistos (10)


Uma jovem inglesa de 34 anos, do nada sofre uma hemorragia intracerebral (derrame). Sua vida sofre uma reviravolta. Como sobrevivente, agora ela terá que se adaptar a uma nova forma de viver. Uma existência não só de limitações, mas de novas possibilidades e aprendizado. 

My Beautiful Broken Brain (acho que traduzido fica: Meu Lindo Cérebro Danificado) conta passo a passo à recuperação e luta da Lotje em vencer as limitações que lhes foram impostas pelo derrame. A própria paciente é quem narra sua jornada de reaprendizado, junto à família, amigos, hospital e médicos. Ela mostra paciência, determinação, garra e muito foco em vencer suas deficiências cognitivas. Um lindo documentário.

Nenhum texto alternativo automático disponível.

Fantástico documentário indicado ao Oscar 2015 sobre o trabalho fotográfico do brasileiro, Sebastião Salgado. Desde a década de 1970 ele vem eternizando em suas lentes uma parte de nossa história. Diga-se de passagem, uma história triste e cheia de opressão, repressão, brutalidade e etc. 

Em suas viagens pelo Brasil, América Latina, Europa e África, sua máquina fotográfica registrou as tragédias, guerras, injustiças sociais e pobreza que grassam nesses lugares. Nordeste brasileiro, Nigéria, Mali, Etiópia, Ruanda, Iugoslávia entre outros lugares visitados. O seu diagnóstico sobre o gênero humano, não é nenhuma novidade: 

“Somos um animal feroz. Nós, humanos somos um animal terrível. Seja na Europa, seja na África, na América Latina, em toda parte. Somos de uma violência extrema, de verdade. Nossa história é uma história de guerras. É uma história que não tem fim. Uma história de repressão, uma história... doentia. [...] O mundo inteiro deveria ver essas fotos para constatar quão monstruosa é a espécie humana”. 

Muito verdadeira essas palavras.

Nenhum texto alternativo automático disponível.

Bateu uma nostalgia muito boa em assistir esse vídeo que conta a história de como surgiram os primeiros vídeos games na década de 1970, e sua evolução passando pela Atari, Nintendo, Playstation, Xbox e etc. Os grandes nomes dessa bilionária indústria de entretenimento são entrevistados, e releva-nos com muita paixão e dedicação um pouco desse mundo mágico e alternativo.

“Você olha pro pessoal que constroem um vídeo game; e você vê um compositor de música; você vê um escritor; você vê um artista que faz os esboços; vê o artista técnico; você vê designers de níveis que criaram espaços como arquitetos, são uma espécie de vingadores do talento, se você parar pra pensar”. 

Parece que nem a indústria do cinema é tão complexa quanto a dos games. 


O socialismo (muitos chamariam de comunismo) e suas mazelas sobre toda uma nação é desnudado com toda a sua selvageria e crueldade sem tamanho, sobre os pobres cambojanos. Um sobrevivente do terrível regime ditatorial do Pol Pot, conta com muitos detalhes, suas sombrias e infelizes lembranças da infância, quando colheu os frutos amargos desse nefasto sistema que se instalou no Camboja em 1975. 

Imagens e vídeos da época são um diferencial desse documentário que é narrado pelo sobrevivente cambojano, Rythy Pahn, que expressa os seus sentimentos, palavras, medos e resignação, num tom triste e melancólico, e que faz você sentir e vivenciar o mínimo que seja, o quanto ele e seus patrícios sofreram sob um governo que lhes prometeu felicidade, liberdade, igualdade e justiça, mas só encontraram fome, escravidão e torturas. Também pequenos bonecos de argila, muito bem entalhados, ilustram o Camboja dos anos 1970, e dão um tom especial as palavras do narrador. 

“A revolução é tão pura que não deseja seres humanos”. 

“De repente não há mais indivíduos, mas apenas números. Nosso cabelo é cortado. Relógios, óculos, brinquedos [e] livros são apreendidos. Nossas roupas são tingidas de preto, nossos primeiros nomes alterados. Nós somos o Novo Povo. Pessoas de classe média, intelectuais, capitalistas a serem reeducados ou destruídos. Você tem que abraçar a condição proletária. Aqui está o novo país, chamado Kampuchea Democrática”.

A imagem pode conter: 2 pessoas

A princípio fiquei meio cético em acreditar que ainda estavam vivos alguns cangaceiros do bando de Lampião. Mas esse casal de velhinhos realmente esteve ao lado do grande cangaceiro e de Maria Bonita, aterrorizando o sertão nordestino na década de 1930. É um precioso documentário que nos conta as peripécias e aventuras de ambos, numa época tão distante de nossos dias. 

Outros cangaceiros por incrível que pareça, ainda vivem (pelo menos na época em que as gravações foram feitas até 2010), e são entrevistados no vídeo. Alguns policiais, que naquele período eram conhecidos como “as volantes”, que tinha a finalidade de pegar Lampião, estão vivos e também são entrevistados.

Livros Lidos (17)

Paul Tornier, Médico pela Escola de Medicina da Universidade de Genebra, traz nessa obra a crise existencial que acomete o homem moderno. Seu diagnóstico geral é que homem moderno abandonou suas raízes espirituais, e tal abandono resultou numa sociedade doente, neurótica e desarmônica. Somos como um adolescente rebelde, que se revoltou contra os valores que nos foram passados, e, agora, encontramo-nos sem eira nem beira, apoiando-se um dogmatismo muitas vezes pior que o fanatismo que advém da religião.

Somos uma sociedade cética, desiludida, amargurada e cínica, segundo Tournier. Abandonamos nossa herança espiritual (cristã) para abraçarmos ideologias que prometeram resolver nossos problemas, mas que não passaram de promessas fajutas. 

E qual seria a cura? Voltarmos as nossas raízes espirituais cristãs.


O assunto que esse livro trata mesmo que de forma bastante sucinta, é um dos temas mais espinhosos que os defensores da inerrância/infalibilidade das escrituras se depararam e se deparam diante das críticas dos judeus ortodoxos, dos Teólogos liberais e dos críticos em geral do Novo Testamento. 

O Eduardo de Proença, autor do livro, já em suas primeiras páginas começa enfraquecendo o clichê disseminado nas várias tradições cristãs que enfatizam a torto e a direito e de peito estufado que a “Bíblia é a sua única regra de fé e prática”. De acordo com ele, não é bem assim, mas a interpretação de cada uma dessas instituições (e de cada um de nós) é que se constitui a sua regra de fé e prática. 

Penso que há muita verdade nisso. Pois se assim não fosse, não existiriam tantas igrejas com interpretações tão díspares sobre o mesmo texto. E todas alegando um fiel comprometimento na exegese (interpretação) do mesmo. É uma igreja dizendo que a outra está errada e usando o mesmo livro para provar o pecado da outra. Chega a ser hilária essa situação.

No entanto, não advogo um relativismo interpretativo, dando o mesmo crédito a toda e qualquer interpretação. As ideias pós-modernas que pululam em certos setores da Academia são extremamente incoerentes e nocivas. Acredito que existem interpretações sóbrias e mais cuidadosas que chegam mais próximas da mensagem que o escritor sacro intentou comunicar. Ciente, é claro, de que não é nada fácil decifrar o seu real significado. 

Voltando a problemática que já está no título do livro, para Proença, os autores do Novo Testamento tiveram uma liberdade hermenêutica para lidar com os textos do Antigo Testamento, que nós não temos. Bom, como faz alguns anos que li esse livro, pelo que me lembro é isso que ele quis dizer. Eu mesmo tenho muita dificuldade em aceitar a interpretação do Evangelho de Mateus concernentes as vários episódios da vida de Jesus, que ele vincula a certos trechos do Antigo Testamento. Acho ele bem arbitrário.

Essa tal “liberdade” hermenêutica de Mateus e outros escritores do Novo Testamento é vista por muitos, como citações e interpretações distorcidas que eles fizeram das escrituras hebraicas para tentar provar uma messianidade que nunca existiu no personagem histórico conhecido como Jesus de Nazaré. 

De fato quando me deparo com certos textos nos evangelhos e suas supostas citações do Antigo Testamento, fica difícil ver alguma honestidade na pena dos evangelistas. Mas explicações têm sido propostas. Algumas interessantes, outras são evasivas desonestas, e por aí vai.


THEOlogando: Revista Teológica – Ano IV – número 4 - Fonte Editorial, 2010.

Apesar desse livro ter sido escrito por autores eminentemente cristãos, preocupados com o aspecto teológico da discussão desse tema tão espinhoso e doloroso, todos os onze textos escritos, se pautam pelo equilíbrio e sensatez. Os escritores fogem de ambos os extremos que existem sobre essa calorosa questão do aborto.

Nesses extremos, de um lado, vemos os fundamentalistas que querem suas convicções religiosas como leis sancionadas pelo Estado, proibindo toda e qualquer forma de aborto nos hospitais e clínicas médicas.

Na outra ponta da discussão, temos os que se auto intitulam do movimento “pró-escolha”, estes, algumas vezes, parecem sugerir a total liberdade para que a mulher faça a escolha de interromper a gravidez, pelos motivos mais banais. Como por exemplo, a mãe abortar o feto, porque descobriu que o sexo da criança não corresponde as suas expectativas. 

Posiciono-me a favor de que em alguns casos, o aborto é uma opção viável, e não se caracteriza como assassinato, como querem os do movimento “pró-vida”. Não acredito que um amontoado de células, mesmo com toda a potencialidade de se tornar um ser humano completo, tenha os mesmos valores intrínsecos que um ser humano já nascido e que se relaciona com outras pessoas possui. 

Há defeitos e furos filosóficos nessa forma de pensar? Talvez. Não duvido. E possivelmente eu não saberia responder satisfatoriamente as objeções que fossem lançadas contra essa visão. Porém, o mesmo é verdadeiro para a opção contrária que tantos os fundamentalistas defendem. É um assunto por demais enviesado, e que não se resolve na base do “eu estou certo, e sou do bem. E os outros estão errados, e são cúmplices dos assassinatos de bebês”.

Um trecho curioso que selecionei, escrito por Madonna Kolbenschlag (Universidade de Notre Dame, EUA):

“A postura da igreja [católica] sobre o aborto é um ‘ensinamento moral’; não se trata de uma doutrina de fé. A igreja ocasionalmente mudou seus ensinamentos morais, como, por exemplo, ao condenar a escravidão após tê-la aceito por séculos. Seu ensinamento acerca do aborto e controle de natalidade não é, em hipótese alguma, célebre por sua coerência”. P. 11-12.

Não me admira nada, se dentro de poucos anos essa instituição não reprovar mais o aborto nas primeiras semanas de gestação. Não espero coerência do catolicismo. Se bem que será um avanço, ela mudar o seu posicionamento sobre esse tema. Até mesmo as incoerentes igrejas evangélicas têm uma visão mais aberta e menos severa sobre o aborto. 



Quando trabalhava em um colégio perto do Shopping Midway (Natal-RN), em 2006, costumava ir a livraria Siciliano e ficar lendo os livros de lá, sentado nas poltronas numa boa, até voltar ao trabalho. Era um capítulo por dia. Assim, eu não precisava pagar os livros para ler.

Essa obra contando a trajetória do seriado Chaves no Brasil foi o primeiro livro. Foi escrito em 2004, por três jornalistas em comemoração aos 20 anos ininterruptos do programa no Brasil. O seriado começou a ser passado em 1984, e nesse ano de 2016, já faz 30 anos que essa série é veiculada em nosso país.

Uma história curiosa que os escritores contam é que na época em que a Ana Maria Braga estava para sair da Record para ir trabalhar na Globo, os diretores do SBT ficaram muito preocupados com a audiência que ela teria na nova emissora, visto que se na Record, ela já estava com um considerável ibope, imagine na rede Globo. 

Em reunião com o Silvio Santos, este lhes disse que colocassem o Chaves pra passar na hora do programa dela na Globo. Eles ficaram bastante incrédulos com essa ordem do Silvio. Porém, o resultado foram vários e vários dias, com o Chaves dando de lavada na audiência e lascando o recém programa da Ana Maria. A Globo teve que passar o “Mais Você” para o horário da manhã.


FERREIRA, Dario Fortes; LAUAND, Jean; SILVA, Marcio Fernandes. Opus Dei: Os Bastidores. Campinas, SP: Verus, 2005.

Livro terminado sobre o “Opus Dei", perigosa seita católica, porém, insignificante quanto ao número de adeptos no Brasil e no resto do mundo. Mesmo assim, já fez e faz uma verdadeira lavagem cerebral sobre as pessoas que dela fazem parte. Não há amor, solidariedade, compaixão. A não ser, é claro, que isso objetive o crescimento da instituição. 

Nas primeiras páginas, já ficamos ficamos de ficar de cabelo em pé, com as práticas de “piedade” impostas por essa organização católica aos seus membros:

“[...] O diretor falou-me sobre o cilício, um cordão com pontas de ferro usado por debaixo da roupa, sobre uma das coxas, durante algumas horas por dia, como mortificação corporal obrigatória para os numerários. Falou-me sobre as disciplinas, uma espécie de chicote de cordas com que os numerários praticam mortificação corporal, em geral uma vez por semana. Ganhei o meu kit de autoflagelação”. P. 24.

A capacidade de persuasão e coerção psicológica dessas seitas é de invejar qualquer partido político. O interessante é que inúmeras pessoas de nível superior caem nas malhas dessa instituição destruidora. E o que igreja católica faz para conter os abusos do Opus Dei? Nada! 

Os autores do livro tentam isentá-la. O que vejo como algo contraproducente. Se livraram das amarras dessa subcultura católica, mas teimam em inocentar o catolicismo. Vai entender uma coisa dessas. 

O problema do Opus Dei e da igreja Católica que o apóia, é colocar a instituição acima das pessoas. Estas são peças descartáveis diante da entidade. As pessoas são meios para se chegar a um fim, e não o contrário. Não são tratadas como um fim em si mesmas. 

“Um rapaz paraplégico, ou que tenha alguma outra limitação física séria, não poderá ingressar na Obra como numerário [membro], jamais será objeto prioritário da Obra e menos ainda freqüentará por muito tempo um centro de numerários. A prelazia [líderes] não ‘perde tempo’ com ele. Se porventura a Obra admitir que um paraplégico freqüente um centro com regularidade, será para‘plantar’ uma exceção (quem disse que há discriminação na prelazia?), ou porque ele é útil de algum modo; caso seus pais sejam ricos...”. P. 140.

Para se atingir um fim, qualquer meio é necessário! Até usar pessoas com problemas físicos para sensibilizar os de fora, e assim, ganhar novos adeptos. As armas do Opus Dei é pressão psicológica, ideológica e espiritual. Lá dentro você não pensa; os líderes pensam por você. 

Com muito pesar e tristeza, essas são as palavras fortes e sem rodeios dos autores do livro, que já foram um dia membros do Opus Dei:

“Não podemos fingir. A Obra produz o mal. A Obra produz danos psíquicos em seus membros, promove o fanatismo, separa os filhos de suas famílias, desrespeita a intimidade das pessoas, escraviza as consciências, induz à intolerância, infantiliza seus membros, instrumentaliza-os para obter dinheiro [...], engana a mente”. P. 134.

“Sejamos claros: a Obra estupra. Estupra a intimidade das pessoas, estupra a confiança que muitos de nós depositamos nela um dia e que muitos depositam nela hoje. Ela parece inofensiva, mas não é”. P. 135.