LEWIS, Bernard. A Crise do Islã: Guerra Santa e Terror
Profano. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. (PDF).
Bernard Lewis (Professor da Universidade de Princeton, EUA)
é figura reconhecida pelos seus pares, quando o assunto é o mundo islâmico.
Sendo bastante requisitado, principalmente depois dos ataques terroristas as
Torres Gêmeas, no 11 de setembro de 2001. Lewis defende neste livro que o
moderno terrorismo islâmico não encontra apoio nos ensinos do Alcorão, mas
engana-se quem pensa que o islã é um corpo de crença pacífico por isso. Lewis
algumas vezes reitera que a pena de morte é o ensino islâmico para os muçulmanos
apóstatas. Uma religião que prega a matança daqueles estiveram em suas fileiras
e resolveram não mais crer em seus dogmas, não pode ser uma religião de paz. É
o máximo que a intolerância pode atingir.
Em seu livro, Lewis definirá o que é o islã, falará sobre as
cruzadas contra os muçulmanos, o imperialismo islâmico que varreu o mundo no
medievo, a jihad, explicará a ascensão do terrorismo, sobre como os EUA passou
a ser considerado o “grande satã” e etc.
É um baita livro!
Vou me concentrar nas partes em que ele aborda o lado nada
transigente do islã. Mostrando que o islã é uma religião inerentemente
beligerante, que tem em seus fundamentos uma propensão para a espada, para a
coação.
Mas antes de tudo, reconheçamos um fato:
“A expulsão de minorias religiosas é extremamente rara na
história islâmica – ao contrário da cristandade medieval, na qual expulsões de
judeus e, após a Reconquista, de muçulmanos eram normais e freqüentes. [...]
diferentemente dos judeus e muçulmanos expulsos da Espanha e de outros países
europeus, obrigados a encontrar o refúgio que pudessem em outro lugar, os
judeus e cristãos da Arábia [em 641] foram reassentados em terras destinadas a
eles – os judeus, na Síria e na Palestina e os cristãos, no Iraque.” P. 14.
Reconheçamos outro fato:
“No período que historiadores europeus vêem como um negro
interlúdio entre o declínio da civilização antiga – Grécia e Roma – e o
surgimento da moderna, ou seja, da Europa, o islã era a civilização que liderava
o mundo, marcada por seus grandes e poderosos reinos, pela riqueza e variedade
da indústria e do comércio, por suas ciências e artes engenhosas e criativas.
Muito mais que a cristandade, o islã foi o estágio intermediário entre o antigo
Oriente e o moderno Ocidente, para o qual contribuiu de modo significativo.” P.
17.
Um dos pilares do Ocidente é o Estado ser laico. O islã
contempla uma sociedade laica? Infelizmente, não.
“Se é possível, no mundo islâmico, falar de um clero num
senso sociológico limitado, não há o menor sentido em se falar de uma
laicidade. A própria noção de algo separado, ou mesmo separável, da autoridade
religiosa, expressa na linguagem cristã por termos como laico, temporal ou
secular, é totalmente estranha ao pensamento e à prática do islã. Não foi senão
a partir de tempos relativamente modernos que passaram a existir equivalentes
para esses termos na língua árabe. Foram tomados emprestados do uso de cristãos
de fala árabe, ou recém-inventados.” P.
19.
“Mas em nenhum país cristão da atualidade os líderes
religiosos podem contar com um grau de crença e participação como o que
continua a ser normalmente encontrado em terras muçulmanas. Em poucos países
cristãos, se é que em algum, os princípios e práticas cristãos estão imunes a
comentários críticos ou discussões no nível em que é aceito como normal mesmo
em sociedades muçulmanas ostensivamente seculares e democráticas. Na realidade,
essa imunidade privilegiada tem sido estendida, de facto, a países ocidentais
onde comunidades muçulmanas estão já estabelecidas e onde crenças e práticas
muçulmanas têm garantia de imunidade a críticas num nível que as maiorias
cristãs perderam e as minorias judias nunca tiveram. Mais importante ainda: com
muito poucas exceções, o clero cristão não exerce ou nem ao menos demanda o
tipo de autoridade pública que ainda é normal e aceita na maior parte dos
países muçulmanos.” P. 21.
Que coisa absurda! O islã não pode ser criticado e
ridicularizado, mas o cristianismo sim. A religião de Maomé já tem privilégios
garantidos em muitos recintos acadêmicos. Eu mesmo, quase fui engolido por um
Professor universitário por levantar críticas a essa religião. Se eu fosse um
aluno dele, estaria lascado. Todas as religiões devem ser despidas de quaisquer
privilégios, não importando qual seja. Mas falar mal (ou falar a verdade
mesmo?!) contra o islã e contra as religiões afro-brasileiras pode render a
crucificação de quem se mete a penetrar a blindagem construída em torno delas.
Enquanto isso, os muçulmanos estão cagando pra tolerância em suas terras.
Sobre a Jihad:
“A esmagadora maioria das autoridades mais antigas, citando
as passagens relevantes do Alcorão, os comentários e as tradições do Profeta,
discute jihad em termos militares. Segundo a lei islâmica, está de acordo com
as escrituras fazer guerra contra quatro tipos de inimigos: infiéis, apóstatas,
rebeldes e bandidos. Embora os quatro tipos de guerras sejam legítimos, apenas
os dois primeiros contam como jihad. Portanto, a jihad é uma obrigação
religiosa.
[...]
Durante a maior parte dos 14 séculos de história muçulmana
registrada, a jihad foi mais comumente interpretada como luta armada para
defesa ou aumento do poder muçulmano. Na tradição muçulmana, o mundo é dividido
em duas casas: a Casa do Islã (Dar al-Islam), na qual existem governos
muçulmanos e onde prevalece a lei muçulmana, e a Casa da Guerra (Dar al-Harb),
o resto do mundo, ainda habitado por infiéis e, mais importante, sob governos
infiéis. A presunção é que a obrigação da jihad continuará, interrompida apenas
por tréguas, até que o mundo todo adote a fé muçulmana ou se submeta ao mando
muçulmano. Aqueles que lutam na jihad qualificam-se para recompensas nos dois
mundos, butim nesse, paraíso no próximo.” P.
27.
Essa é a religião de paz, preconizada pela grande mídia.
Lewis, páginas atrás, escreve:
“As centenas de milhares de tradições e ditos atribuídos, com
variados graus de confiabilidade, ao Profeta, e algumas vezes interpretados de
maneiras muito diversas, oferecem ampla gama de orientações, das quais a
interpretação militante e violenta da religião é apenas uma dentre muitas.” P. 15-16.
A primeira citação acima contradiz claramente com os fatos o
segundo enunciado de que “a interpretação militante e violenta da religião é
apenas uma dentre muitas.” O islã é uma religião beligerante.
Só os mal informados ou maus-caracteres dizem que o islã é
uma religião pacífica. O islã é violento desde o berço.
“A jihad é apresentada, às vezes, como o equivalente
muçulmano das cruzadas, e as duas são vistas como mais ou menos equivalentes.
Em um certo sentido, isso é verdadeiro – ambas foram proclamadas e lançadas
como guerras santas da fé verdadeira contra um inimigo infiel. Mas há uma
diferença. As cruzadas são um evento tardio na história cristã e, de certo
modo, marcam um afastamento radical dos valores básicos cristãos, tal como
expressos nos Evangelhos. A cristandade estivera sob ataque desde o século VII,
e havia perdido vastos territórios para o domínio muçulmano; o conceito de uma
guerra santa, mais comumente uma guerra justa, era familiar desde a
Antigüidade. Ainda assim, no longo conflito entre islamismo e cristandade, as
cruzadas foram tardias, limitadas e de relativamente pouca duração. A jihad, ao
contrário, está presente desde o início da história islâmica – nos textos
sagrados, na vida do Profeta e nas condutas de seus companheiros e sucessores
imediatos. Continuou a existir ao longo da história islâmica e mantém seu apelo
até os dias atuais.” P. 29-30.
A religião de “paz” decreta a morte daqueles que a
abandonam. Quantos muçulmanos não ficam caladinhos na sua, com medo de terem suas
vidas ceifadas brutalmente por terem renegado o “grande” profeta? Essa é a
religião “pacífica”, segundo o politicamente correto de muitas, se não, da
maioria das universidades, constituídas por docentes medíocres e hipócritas.
“As regras relativas a uma guerra contra apóstatas são um
tanto diferentes, e sem dúvida mais rigorosas que as para uma guerra contra
infiéis. O apóstata ou renegado, aos olhos muçulmanos, é muito pior do que o
infiel. O infiel não viu a luz, e há sempre a esperança de que, um dia, ele a
veja. No meio tempo, desde que atenda às condições necessárias, pode merecer a
tolerância do Estado muçulmano e ter permissão para continuar a praticar sua
própria religião e até mesmo aplicar suas próprias leis religiosas. O renegado
é alguém que conheceu a fé verdadeira, não importa se por pouco tempo, e a
abandonou. Não existe perdão humano para essa ofensa, e, de acordo com a
esmagadora maioria dos juristas, o renegado deve ser morto, se for homem. Se
for mulher, pode ser suficiente uma punição mais leve, como flagelação e
prisão. A misericórdia divina pode perdoá-lo no outro mundo, se Deus assim
escolher. Nenhum ser humano tem autoridade para tanto. Essa distinção é de
alguma importância atualmente, quando líderes militantes proclamaram uma jihad
dupla – contra estrangeiros infiéis e contra apóstatas domésticos. A maior
parte, se não a totalidade, dos governantes muçulmanos que nós, no Ocidente,
temos o prazer de ver como nossos amigos e aliados é vista por muitos – ou
talvez pela maioria de seu próprio povo – como traidores e, muito pior que
isso, como apóstatas.” P. 31.
Você é católico? Caso abandone o catolicismo, você não
correrá perigo de morte por isso. Você é protestante? Caso abandone o
protestantismo, você não será alvo de uma sentença de morte. No Ocidente, o
máximo que você receberá, por ter rejeitado essa ou aquela vertente cristã,
salvo algumas pequeníssimas exceções, é a pecha de um desviado, excomungado e
nada mais. Essa já não é a realidade daqueles que impugnam a religião de “paz”,
em terras islâmicas. Pobres muçulmanos.
“Nos cânones muçulmanos, a renúncia ao islamismo é uma
apostasia – uma ofensa capital tanto para o que é mal-encaminhado quanto para o
que o desencaminha. Sobre essa questão, a lei é clara e inequívoca. Se um
muçulmano renuncia ao islã, mesmo que seja um novo muçulmano voltando à sua fé
anterior, a penalidade é a morte. Nos tempos modernos, o conceito e a prática
de takfir, reconhecer e denunciar a apostasia, têm sido muito ampliados. Não é
pouco usual em círculos extremistas e fundamentalistas decretar que determinada
política, ação ou mesmo fala de um muçulmano professo equivale a uma apostasia
e pronunciar uma sentença de morte contra o acusado.” P. 36-37.
Todo imperialismo traz grande malefícios para os países subjugados,
acho que ninguém de bom senso nega isso. Mas o imperialismo ocidental deixou
marcas benéficas em alguns países muçulmanos, fazendo com que estes, hoje,
tenham uma melhor estrutura social que os países não dominados.
“Afinal, houve alguns benefícios – infra-estrutura, serviços
públicos, sistemas educacionais, bem como algumas mudanças sociais, notadamente
a abolição da escravidão e a considerável redução, embora não a eliminação, da
poligamia. O contraste pode ser visto muito claramente comparando-se os países
que sofreram sob o jugo imperial, como o Egito e a Argélia, com aqueles que
nunca perderam sua independência, como a Arábia e o Afeganistão.” P. 37.
Lewis em alguns momentos de seu livro reconhece a primazia
intelectual e estrutural do mundo islâmico na era medieval, todavia, isso ficou
para trás. A cultural islâmica como “a mais rica, mais poderosa, mais criativa
e esclarecida região do mundo” (P. 35), ficou para trás. O mundo árabe em
termos intelectuais e científicos é desprezível.
“Na Arábia Saudita, as universidades surgiram mais tarde, e
em pequeno número. Atualmente, para uma população estimada em 21 milhões, há
oito universidades – uma a mais que as sete instituições de ensino superior
criadas pelos palestinos desde a ocupação dos territórios por Israel em 1967.” P. 37.
No país sede da religião alcorânica, a escravidão terminou
tardiamente. Não é essa a religião da paz?
“A escravidão só foi legalmente abolida na Arábia Saudita em
1962, e a subjugação das mulheres permanece em plena vigência.” P. 37.
Eis as raízes filosóficas do sentimento de ódio contra os
Estados Unidos:
“Entre os componentes do sentimento antiamericanista [entre
os arábes] estavam certas influências intelectuais vindas da Europa. Uma dessas
originava-se na Alemanha, onde uma imagem negativa da América fazia parte de
uma escola de pensamento que incluía escritores tão diversos quanto Rainer
Maria Rilke, Oswald Spengler, Ernst Jünger e Martin Heidegger. Para eles, os
Estados Unidos eram o exemplo perfeito de civilização sem cultura; rica e
confortável, materialmente avançada, mas desprovida de alma e artificial;
montada ou, no melhor dos casos, construída, mas não arraigada; mecânica, não
orgânica; tecnologicamente complexa, mas sem a espiritualidade e vitalidade das
culturas enraizadas, humanas, nacionais dos alemães e de outros povos
“autênticos”. A filosofia alemã e a filosofia da educação, em particular,
desfrutaram de popularidade considerável entre intelectuais árabes e de alguns
outros países muçulmanos na década de 1930 e início da década seguinte, e esse
antiamericanismo filosófico era parte da mensagem.” P. 41.
No conflito de décadas entre Israel e os palestinos,
convencido por dois documentários, fico ao lado dos palestinos. Mas tenho que
concordar com o Lewis, com o que ele diz:
“O conflito Israel-Palestina certamente tem atraído muito
mais atenção que qualquer um dos outros, por diversas razões. Primeira, dado
que Israel é uma democracia e uma sociedade aberta, é muito mais fácil noticiar
– e noticiar de forma errada – o que está acontecendo no país. Segunda, os
judeus estão envolvidos, e, em geral, isso pode garantir uma audiência
significativa entre aqueles que, por uma razão ou outra, são a favor deles ou
contra. Um bom exemplo dessa diferença é a Guerra Irã-Iraque, que durou oito
anos, de 1980 a 1988, e causou mortes e destruição muito maiores que todas as
guerras árabe-israelenses juntas, mas recebeu bem menos atenção. É verdade que
nem Iraque nem Irã são uma democracia, e a cobertura jornalística era, portanto,
uma tarefa mais difícil e mais perigosa. Por outro lado, os judeus não estavam
envolvidos, nem como vítimas nem como autores, e as notícias, portanto, eram
menos interessantes.
Uma terceira e, em última instância, a mais importante razão
para a primazia da questão palestina é que ela é, por assim dizer, uma queixa
autorizada – a única que pode ser expressada com liberdade e segurança naqueles
países muçulmanos onde a mídia está totalmente nas mãos do governo ou é
estritamente supervisionada por ele. Na verdade, Israel serve como um útil bode
expiatório para reclamações sobre as privações econômicas e a repressão
política sob as quais vive a maior parte dos povos muçulmanos, e como uma
maneira de desviar o ódio resultante. Esse método é amplamente favorecido pelo
cenário interno israelense, onde qualquer impropriedade da parte do governo, do
exército, dos colonos ou de quem quer que seja é imediatamente revelada e
qualquer falsidade imediatamente denunciada por críticos israelenses, tanto
judeus quanto árabes, na mídia e no Parlamento israelenses. A maior parte dos
oponentes de Israel não sofre nenhum desses impedimentos em sua diplomacia
pública.” P. 50-51.
A relação entre EUA e Israel:
"Durante muito tempo, esse relacionamento [entre EUA e
Israel] foi moldado por duas considerações inteiramente diferentes: uma delas
pode ser chamada ideológica ou sentimental; a outra, estratégica. Os norte
americanos, escolados na Bíblia e em sua própria história, podem prontamente
ver o nascimento do moderno Estado de Israel como um novo Êxodo e um retorno à
Terra Prometida, e acham fácil desenvolver uma empatia por pessoas que parecem
estar repetindo a experiência dos peregrinos fundadores, dos pioneiros e dos
que os sucederam. Os árabes, por certo, não vêem dessa maneira, e muitos
europeus também não." P. 53.
E os interesses norte-americano sobre o petróleo do Oriente
Médio? Lewis responde:
“Desde o colapso da União Soviética, uma nova política
norte-americana surgiu no Oriente Médio, relacionada com diferentes objetivos.
Seu principal propósito é impedir a emergência de uma hegemonia regional – ou
de uma única autoridade regional que possa dominar a área e estabelecer o controle
monopolístico do petróleo do Oriente Médio. Essa tem sido a preocupação básica
subjacente a sucessivas políticas norte-americanas para o Irã, Iraque ou para
qualquer outra situação percebida como uma futura ameaça dentro da região.” P. 53.
Os interesses muitas vezes escusos dos EUA e da Europa:
“Há alguma justiça em uma acusação feita freqüentemente aos
Estados Unidos e, em termos mais gerais, ao Ocidente: os povos do Oriente Médio
reclamam cada vez mais que o Ocidente os julga com base em padrões diferentes e
inferiores aos usados para julgar europeus e norte-americanos, tanto no que se
espera deles quanto no que eles podem esperar em relação a seu bem-estar
econômico e sua liberdade política. Afirmam que porta-vozes ocidentais
repetidamente relevam ou mesmo defendem ações e apoiam governantes que eles próprios
não tolerariam em seus países.
[...]
As mais flagrantes violações de direitos civis, liberdade
política, até mesmo decência humana são ignoradas ou apagadas, e crimes contra
a humanidade, que em um país europeu ou nos Estados Unidos invocariam uma onda
de indignação, são vistos como normais e mesmo aceitáveis. Regimes que praticam
tais violações são não apenas tolerados, mas até mesmo eleitos para a Comissão
de Direitos Humanos das Nações Unidas, cujos membros incluem a Arábia Saudita,
Síria, Sudão e Líbia.
[...]
Tal como muitos vêem no Oriente Médio, a posição básica dos
governos europeus e norte-americano é: ‘Não nos preocupamos com o que vocês
fazem com seus próprios povos em seus países, desde que sejam cooperativos em
atender nossas necessidades e proteger nossos interesses.’” P. 55, 56.
O ressentimento do mundo árabe:
“As pessoas no Oriente Médio estão cada vez mais conscientes
do profundo e crescente hiato entre as oportunidades do mundo livre além de
suas fronteiras e a privação e repressão chocantes dentro delas. A raiva daí
resultante é naturalmente dirigida, primeiro, contra seus governos e, depois,
contra aqueles que, para elas, mantêm esses governantes no poder por razões
egoístas. É certamente significativo que todos os terroristas identificados nos
ataques de 11 de setembro em Nova York e Washington tenham vindo da Arábia
Saudita e do Egito, isto é, de países cujos governantes são considerados amigos
dos Estados Unidos.” P. 61.
O Ocidente corre perigo.
"Na Europa e nos Estados Unidos, devido à relutância dos
Estados em se envolverem em assuntos religiosos, o ensino do islã em escolas e
em outros locais tem sido, de modo geral, totalmente sem supervisão das
autoridades”. P. 65.
Para os mais fanáticos seguidores de Maomé, a influência
ocidental deve ser extirpada de seus países.
"Em termos amplos, os fundamentalistas muçulmanos são
aqueles que sentem que os atuais problemas do mundo muçulmano resultam não de
modernização insuficiente, mas de excessiva modernização, que vêem como uma
traição aos autênticos valores islâmicos. Para eles, a solução é um retorno ao
verdadeiro islã, incluindo a abolição de todas as leis e de outros arranjos sociais
tomados emprestados do Ocidente, com a restauração da Lei Sagrada islâmica, a
shari’a, como a efetiva lei da terra. De sua perspectiva, o conflito básico não
é contra o intruso ocidental, mas contra o traidor ocidentalizador em casa.
Seus inimigos mais perigosos, segundo vêem, são os muçulmanos falsos e
renegados que governam os países do mundo islâmico e que importaram e impuseram
costumes infiéis aos seus povos." P.
67.
O que pode acontecer com um não-muçulmano que “insultar” o
profeta Maomé em terras muçulmanas?
“Os juristas dedicam considerável atenção à definição de
ofensa, às regras de obter evidências e à punição apropriada. Mostram grande
preocupação com que as acusações dessa ofensa não sejam usadas como um
artifício para conseguir alguma vingança particular, e insistem em cuidadoso
escrutínio das provas antes que qualquer veredicto ou sentença sejam
pronunciados. A opinião majoritária é que UMA FLAGELAÇÃO E UMA PENA DE PRISÃO
SÃO PUNIÇÕES SUFICIENTES – A SEVERIDADE DA FLAGELAÇÃO E O TEMPO DE
APRISIONAMENTO DEPENDEM DA GRAVIDADE DA OFENSA. O caso do muçulmano que insulta
o Profeta praticamente não é levado em consideração, e deve ter sido muito
raro. Quando discutido, a opinião comum é de que se trata de um ato equivalente
à apostasia.” P. 69. (Ênfase
acrescentada).
Para os muçulmanos que rechaçam o mensageiro de Alá, a
punição é a morte.
“A apostasia é uma das grandes ofensas na lei muçulmana, e
resulta em pena de morte para homens. Mas a palavra importante nessa declaração
é lei. A jurisprudência islâmica é um sistema de lei e justiça, não de
linchamento e terror. Ela estabelece procedimentos de acordo com os quais uma
pessoa acusada de uma ofensa deve ser levada a julgamento, confrontada com seu
acusador e ter a oportunidade de se defender. Um juiz então dará um veredicto
e, se for considerada culpada, pronunciará a sentença.” P. 69.
Religião de amor? Não, não.
“Os muçulmanos não são instruídos para dar a outra face, nem
se espera que refundam suas espadas para transformá-las em arados e suas lanças
em foices (Isaías 2:4). Essas admoestações certamente não impediram que os
cristãos fizessem uma série de guerras sangrentas de religião dentro da
cristandade e guerras de agressão fora dela.” P. 70.
O suicídio no islã:
“Os livros da lei islâmica são muito claros quanto à questão
do suicídio. É um grande pecado, punido com a danação eterna sob a forma da
repetição sem fim do ato através do qual o suicida se matou. As seguintes
passagens, tiradas das tradições do Profeta, ilustram a questão vividamente:
O Profeta disse: Quem quer que se mate com uma lâmina será
atormentado com aquela lâmina nos fogos do inferno.
O Profeta também disse: Aquele que se enforca enforcará a si
mesmo no inferno, e aquele que se esfaquear esfaqueará a si mesmo no inferno. …
Aquele que se lança de uma montanha e se mata lançará a si mesmo aos fogos do
inferno para todo o sempre. Aquele que toma veneno e se mata levará seu veneno
nas mãos e o beberá no inferno para todo o sempre. … Quem quer que se mate de
alguma maneira será atormentado da mesma maneira no inferno. … Quem quer que se
mate de alguma maneira neste mundo será atormentado do mesmo modo no dia da
ressurreição.” P. 73.
A essa altura, não espanta que muitos muçulmanos neguem os 6
milhões de judeus mortos na segunda grande guerra.
“No que se refere ao Holocausto, não é incomum encontrar três
posições na mídia árabe: nunca aconteceu; foi grandemente exagerado; de
qualquer forma, os judeus mereciam. Ninguém ainda afirmou que a destruição do
World Trade Center nunca aconteceu, embora, com o passar do tempo, isso não
esteja além da capacidade de teóricos com visão conspiratória. O discurso atual
entre muitos dos comentaristas muçulmanos – embora, de forma alguma, de todos –
é argumentar que nem muçulmanos nem árabes poderiam ter feito isso.” P. 74.
É claro que o livro é extremamente mais rico e explicativo
do que mostrei toscamente aqui. De todo modo, as passagens mostradas provam por
A mais B, que o islã está muito longe de ser uma religião que prega o amor e a
paz, como muitos meios midiáticos e a esquerda querem nos fazer crer.