A Arábia Saudita, país do profeta Maomé,
foi a maior patrocinadora financeira e ideológica do terrorismo mundial das
últimas décadas. Isso é um fato bem estabelecido por inúmeras fontes. O
problema é que ela não é punida por financiar esses terroristas, devido ao seu
grande poder financeiro vindo dos seus valiosos barris de petróleo. Os EUA é o
grande aliado dela, não ousando mexer em sua política fundamentalista e de violações
dos direitos humanos. Outros países de grande envergadura mundial, como a China
e Rússia, sonham em fazer grandes negócios com ela. Assim, esse país goza de
grandes privilégios na geopolítica mundial, sendo deixado quieto em seu canto,
enquanto patrocina grupos terroristas e oprime violentamente seus cidadãos,
impondo a retrograda sharia, lei islâmica, que impede quaisquer críticas a religião
oficial do estado saudita, através de prisões, torturas, decepamentos e penas
de morte.
Reza Aslam (Ph.D em Sociologia pela
Universidade da Califórnia, Santa Barbara) fala sobre a Arábia Saudita e a
relação dos EUA com ela:
O wahabismo, essa
vertente ultraortodoxa, puritana e pseudorreformista do islamismo sunita,
começou na Arábia Saudita, na metade do século XVIII, fundada pelo clérigo
Mohamed Ibn Abdul Wahab. É uma religião que prega a volta ao culto monoteísta
puro do islã e que chama todos os outros religiosos, islâmicos ou não, de
apóstatas. Os sauditas gastaram US$ 100 bilhões nos últimos anos para espalhar
essa vertente do islamismo pelo resto do mundo, construindo escolas e mesquitas
wahabistas. Não há um canto do mundo em que haja muçulmanos que não tenham sido
inundados por dinheiro saudita e por propaganda religiosa saudita. Eles criaram
um vírus que se espalhou por todo o mundo muçulmano. Quando você tem um vírus,
você precisa erradicar a fonte. Bem, o mundo sabe qual a fonte desse vírus. São
os melhores amigos dos Estados Unidos. É absurdo que um país que patrocinou a
ascensão de uma ideologia responsável pela morte de centenas de milhares de
pessoas não seja responsabilizado por ela. Ao contrário, continua sendo
prestigiado. Quando o rei Abdullah, monarca da Arábia Saudita, morreu na semana
passada, o presidente Barack Obama, o secretário de Estado John Kerry e uma
dúzia de integrantes do alto escalão do governo americano foram à Arábia
Saudita para homenageá-lo. Sem levar em consideração que Abdullah comanda um
país que decapita 80 pessoas por ano, condena a 1.000 chibatadas quem manifesta
suas opiniões, impede as mulheres de dirigir e de votar e patrocina o
terrorismo global. Isso não é estranho?
Se a Arábia Saudita não fosse o maior produtor de petróleo do mundo, seria
tratada como a Coreia do Norte, com asco, rejeição e sanções internacionais.”
"O governo
americano foi advertido de que a Arábia Saudita está fazendo vista grossa para
a arrecadação de dinheiro feita no país e que financia a organização Al-Qaeda,
liderada pelo militante saudita Osama Bin Laden."
O experiente Jornalista de guerra Patrick
Cockburn tem muito a dizer sobre esse tema.
“A Arábia Saudita,
a Turquia e os Emirados Árabes estavam muito determinados a derrubar Assad e,
em essência, provocar uma guerra por procuração entre sunitas e xiitas. O que
fizeram? Destinaram centenas de milhões de dólares e dezenas de toneladas de
armas a qualquer um disposto a lutar contra Assad. Porém, as pessoas que
estavam sendo abastecidas eram da Al-Nusra e Al-Qaeda e extremistas da jihad
vindos de outras partes do mundo.” P. 32.
“Como argumentado
anteriormente, os patrocinadores do ISIS e de outros movimentos jihadistas no
Iraque e na Síria haviam sido a Arábia Saudita, as monarquias do Golfo Pérsico
e a Turquia. Isso não significa que os jihadistas não tivessem fortes raízes
locais, mas sua ascensão foi crucialmente apoiada por poderes sunitas externos.
A ajuda saudita e do Qatar foi principalmente financeira, em geral por meio de
doações privadas. [...] Num discurso em Londres, em julho de 2014, ele [Richard
Dearlove, ex-chefe da agência de inteligência britânica MI6] disse que a
política saudita diante dos jihadistas tem dois motivos contraditórios: medo de
que operem na própria Arábia Saudita e desejo de usá-los contra os poderes
xiitas no exterior. Ele disse que os sauditas são ‘profundamente atraídos por
qualquer militância que possa efetivamente desafiar o xiitismo’.” P.
64-65.
“Quase todos os
elementos significativos no plano de explodir aviões nas Torres Gêmeas e em
outras edificações icônicas para os Estados Unidos conduziam à Arábia Saudita.
Bin Laden era membro da elite saudita e seu pai fora um aliado próximo da
família real saudita. Citando um relatório da cia de 2002, o documento oficial
sobre o 11 de Setembro conta que a Al-Qaeda dependia, para seu financiamento de
“diversos doadores e captadores de recursos, em especial nos países do Golfo e
particularmente na Arábia Saudita”. Os investigadores encarregados do relatório
tiveram sua ação repetidamente limitada, quando buscaram informações na Arábia
Saudita. Entretanto, o presidente George W. Bush aparentemente nunca sequer
considerou apontar os sauditas como responsáveis pelo ocorrido. A saída de
líderes sauditas, inclusive parentes de Bin Laden, dos Estados Unidos foi
facilitada pelo governo norte-americano nos dias que se sucederam ao 11 de
Setembro. Ainda mais significativo: em nome da ‘segurança nacional’, 28 páginas
do relatório da comissão encarregada de investigar os acontecimentos, dedicadas
às relações entre os terroristas e a Arábia Saudita, foram suprimidas e nunca publicadas,
apesar das promessas do presidente Obama em sentido contrário.
Em 2009, oito anos
após o 11 de Setembro, um despacho da secretária de Estado norte-americana,
Hillary Clinton, revelado pelo Wikileaks, queixava-se de que doadores sauditas
constituíam a fonte mais significativo no financiamento de grupos de terror
sunitas em todo o mundo.” P. 82-83.
“A ‘Guerra ao
Terror’ fracassou porque não visou o movimento jihadista como um todo e, acima
de tudo, não focou na Arábia Saudita e Paquistão, os dois países que
impulsionaram o jihadismo como um credo e um movimento. Os Estados Unidos não o
fizeram porque esses países eram importantes aliados, que não deveriam ser
ofendidos. A Arábia Saudita era um mercado enorme para as armas
norte-americanas e cultivou, até o ponto de comprar, membros influentes do
establishment político norte-americano.” P. 84.
“As crenças do
wahabismo, a versão puritana e literal do Islã, reconhecida exclusivamente pelo
sistema educacional e jurídico saudita, não são muito distintas das da Al-Qaeda
ou de outros grupos jihadistas salafistas que atuam no Oriente Médio. O
wahabismo rejeita completamente outros tipos de oração islâmica, assim como
crenças não muçulmanas [...].
Não há dúvida de
que a propaganda wahabista, fartamente financiada, contribuiu para o
aprofundamento e a violência crescente da luta entre sunitas e xiitas. Um
estudo de 2013, publicado pelo diretório geral para políticas externas do
Parlamento Europeu e intitulado ‘O envolvimento do salafismo/wahabismo no apoio
e suprimento de armas para grupos rebeldes em todo o mundo’, começa afirmando:
“A Arábia Saudita tem sido uma grande fonte de financiamento de organizações
terroristas e rebeldes desde os anos 1980”. Acrescenta que o país ofereceu 10
bilhões de dólares para promover a agenda wahabista e prevê que ‘o número de
lutadores jihadistas doutrinados’ irá crescer.” P. 117-118.
“A resposta dos
Estados Unidos aos ataques de 11 de Setembro, em 2001, visou alvos errados:
Afeganistão e Iraque foram identificados como os Estados hostis a serem
derrubados. Enquanto isso, os dois países mais envolvidos com a Al-Qaeda e que
favoreciam a ideologia por trás dos ataques – Arábia Saudita e Paquistão –
continuavam quase ignorados e autorizados a agir livremente.
Ambos eram aliados
antigos dos Estados Unidos e continuaram a ser – independentemente do 11 de
Setembro. Agora, a Arábia Saudita pode estar retirando seu patrocínio aos
combatentes da guerra santa na Síria e em outras partes do mundo, por medo de
um efeito bumerangue dentro do próprio reino. O primeiro-ministro - Choque e
Guerra - paquistanês, Nawaz Sharif, pode insistir que está fazendo de tudo para
livrar os serviços de segurança de sua nação de elementos extremistas, mas até
que os norte-americanos e seus aliados no Ocidente reconheçam que esses Estados
são fundamentais na promoção do extremismo islâmico, pouco progresso real será
feito na batalha para isolar os jihadistas.” P. 152-153.
COCKBURN, Patrick. A
Origem do Estado Islâmico: O Fracasso da Guerra ao Terror e a Ascensão
Jihadista. São Paulo: Autonomia Literária, 2015.
"Patrocinou o terror durante anos e apoiou terroristas, o país não se desculpou por isso. [...] Em 2008, um ex-criminoso e ex-agente da Al-Qaeda chamado Ali Ahmad Ali Hamad revelou algo terrível, ele disse que o Alto Comissariado Saudita para ajuda na Bósnia o contratou e outros membros da Al-Qaeda. A Arábia Saudita também alimentou o terror por meio de instituições de caridade desde o início dos anos 90 até o primeiro semestre de 2006, uma instituição de caridade com sede na Arábia Saudita chamada Liga Mundial Muçulmana estava apoiando organizações terroristas. Documentos posteriormente revelaram que a instituição de caridade era administrada em grande parte por membros da família real saudita. Os Estados Unidos agora o classificaram como uma entidade terrorista. Em 2003, um alto funcionário do tesouro dos EUA declarou a Arábia Saudita o "epicentro" do financiamento da Al-Qaeda. Riade [capital da Arábia] também apoiou o Talibã. Em 1998, o ex-chefe da inteligência saudita, Turki al Faisal, enviou um homem para entregar um cheque de um bilhão de riais a um alto funcionário do Taleban."
Bouzid Izerrougene, Ph.D em Economia na Universidade de Pari XIII, explana a hipocrisia dos príncipes sauditas:
“A Irmandade Muçulmana e os países árabes do Golfo financiaram
grupos terroristas d’Al-Qaeda e outros grupos salafistas para instalar na
Síria, até então regime laico, um Estado nos cânones do fundamentalismo
corânico. A identificação dos circuitos de financiamento é muito complexa, mas
sabe-se que muito dinheiro sai dos cofres dos dignitários do Golfo para chegar
aos jihadistas. Os endinheirados príncipes árabes, cuja riqueza privada se
confunde com o erário, saiam de seus países e viajam para o exterior onde se
divertem fazendo tudo que é pecado e proibido em seus países. Hipocritamente,
para se redimir, compram indulgências transferindo fundos a ONGs e fundações
ligadas a organizações terroristas em geral.” P. 29.
IZERROUGENE, Bouzid. O Extremismo Islâmico – Sua Pujança e Suas Debilidades. In:
MALALA, São Paulo v. 5, n. 7, abr. 2017.
O documentário A Terceira Jihad: Visão do Islã Radical Para a América diz:
“O maior financiamento do terrorismo é, definitivamente, o petróleo. A Arábia Saudita lucra centenas de bilhões de dólares anualmente em receitas de petróleo, e no ano de 2006, por exemplo, eles lucraram mais de US$ 150 bi. Agora, como esse dinheiro está sendo usado? O dinheiro está sendo usado para uma variedade de propósitos, uma das quais é para disseminar sua visão peculiar do islã. [...] os sauditas, provavelmente nos últimos anos, passaram a gastar centenas de bilhões de dólares para criar madraças no Paquistão. Ele também é usado para financiar e armar os movimentos terroristas. Não é coincidência que 15 dos 19 sequestradores [no ataque as torres] eram de origem saudita.”
“[...] a secretária
de Estado americana, Hillary Clinton, diz que a Arábia Saudita é a origem da maior
parte do dinheiro que financia grupos terroristas no Oriente Médio e no
Paquistão.”
“‘[...] a Arábia
Saudita continua a ser um financiador importante de grupos militantes islâmicos
como a Al Qaeda, o Taleban, o LeT [o grupo Lashkar-e-Taiba, sediado no Paquistão]
e outros grupos terroristas’, afirma [Hillary Clinton].”
“‘Os doadores na
Arábia Saudita constituem a fonte mais significativa de fundos para grupos
terroristas a nível mundial’, revela [Hillary Clinton].”