segunda-feira, 12 de abril de 2021

Os Cientistas e a Busca Por Vida Extraterrestre

O assunto envolvendo Objeto Voador Não Identificado (OVNI) e vidas inteligentes fora do planeta Terra, ainda está envolto em muitas polêmicas, mentiras, charlatanice, piadas, zombarias e risos, devido a uma certa parcela de sensacionalismo vindo de muitos de seus pesquisadores, os Ufólogos, que são criativos em inventar narrativas inverossímeis e inverificáveis, que fazem muita gente não levar a sério a hipótese de vida inteligente extraterrestre.

Mas na contramão de todo o ceticismo, incredulidade e desconfiança, cientistas e divulgadores científicos estão abertos a essa possibilidade, contrariando a visão, ou mito, de que só os entusiastas da Ufologia, dão crédito aos homens verdes do espaço, OVNIs e civilizações avançadas.

Salvador Nogueira, colunista da revista Scientific American Brasil e assessor de comunicação da Sociedade Brasileira de Física, escreveu:

"Aos que preferem acreditar que tudo não passa de imaginação [UFOs], um fato notável é que muitos países tenham dedicado tantos esforços a investigar o fenômeno. Convenhamos que é no mínimo estranho gastar dinheiro para estudar uma coisa que supostamente não existe. Os franceses, por exemplo, deixaram o assunto sob encargo da CNES, a agência espacial francesa. Uma investigação em andamento, iniciada em 1977, já registrou cerca de 6 mil casos, dos quais 14% seguem sem explicação. Embora oficialmente os relatórios não defendam que os OVNIs são alienígenas, os líderes do estudo já vieram a público dizer que essas aparições eram máquinas voadoras físicas além do nosso conhecimento, e que a melhor explicação para os casos mais enigmáticos era a hipótese extraterrestre." P. 221.

Apesar do trecho acima, Nogueira é acertadamente cauteloso, quando diz que:

"[...] é aí que está o problema dos OVNIs – e mais ainda dos casos de abdução,em que pessoas alegam ter sido sequestradas, contatadas e estudadas por alienígenas. Há testemunhos aos montes (de pessoas com e sem diagnóstico de problemas psiquiátricos), mas faltam provas materiais conclusivas. Ninguém até hoje conseguiu levar um pedaço de espaçonave para análise em laboratório, o que facilmente demonstraria sua origem extraterrestre, e vídeos e fotos se tornam cada vez menos relevantes. Se antes eles eram fáceis de falsificar, agora você pode até baixar softwares em seu celular que fazem isso de forma automática. Sem evidências palpáveis, o fenômeno escapa do alcance da ciência. Não há como teorizar a respeito, nem prever novas ocorrências. Talvez por isso, a maioria dos cientistas prefira manter uma distância saudável do tema, embora poucos corajosos, como o astrobiólogo David Grinspoon e o físico Michio Kaku, admitam que há um percentual de casos inexplicados que dá margem à especulação de que se trata de visitantes alienígenas." P. 221.

NOGUEIRA, Salvador. Extraterrestres: onde eles estão e como a ciência vai encontrá-los. São Paulo: Abril, 2014. (PDF).

Stephen J. Spignesi, formado em Astronomia na Universidade de Princeton, tem algo importante a dizer sobre as pessoas que alegam ter tido experiências com alienígenas.

“Será que as pessoas que afirmam ter sido abduzidas por alienígenas estão apenas em busca de publicidade? Será que elas contam suas histórias loucas só para chamar a atenção? Será tudo o que alegam ter acontecido com elas uma mera invenção?” P. 15.

“A maioria das pessoas que oferecem relatos de experiências de abdução é discreta, gente reservada que foge da atenção da mídia e que não quer ficar em evidência. Elas muitas vezes sentem-se constrangidas em contar suas histórias, e muitas tentam distanciar-se de toda essa subcultura de OVNIs/abduzidos. Se tivessem inventado as histórias a fim de chamar a atenção e lucrar com o fato, você não acha que elas seriam receptivas a todo e qualquer tipo de atenção e que encorajariam o interesse em suas histórias?” P. 16.

SPIGNESI, Stephen J. Os 100 Maiores Mistérios do Mundo. São Paulo: Difel, 2004. (PDF).

O já citado Nogueira, concorda.

"Por outro lado, pessoas que dizem ter visto artefatos voadores me parecem críveis, pelo menos em alguns casos bem documentados. Se eles têm origem alienígena, ninguém sabe. Mas, como não se pode descartar a existência de outras civilizações no Universo, bem como a viabilidade de voos interestelares, é uma hipótese que não pode ser afastada por completo.” P. 239.

Michael Shermer, Ph.D em História da Ciência na Claremont Graduate University, e Mestre em Psicologia Experimental na Universidade Estadual da Califórnia, participou de um programa de TV com pessoas que tinham sido supostamente abduzidas. Eis, a impressão que teve delas:

“Descobri que não eram nem loucos nem ignorantes, como alguns poderiam esperar. Eram pessoas saudáveis mentalmente, racionais, inteligentes, que tinham em comum uma experiência irracional. Estavam convencidos da realidade da experiência – nenhuma explicação racional que eu pudesse oferecer, de alucinação a sonhos lúcidos ou falsas memórias, conseguiu convencê-los. Um homem ficou com lágrimas nos olhos ao me contar como a abdução havia sido traumática para ele. Outra mulher explicou que a experiência lhe custara um casamento feliz com um rico produtor de televisão. Pensei: ‘O que há de errado aqui? Não há a menor evidência de que qualquer dessas afirmações seja verdadeira, mas essas pessoas são normais, racionais e sua vida foi profundamente afetada por essas experiências’.” P. 169.

Mesmo com um cauteloso ceticismo diante daqueles que afirmam ter tido contato com extraterrestres, Shermer diz que:

“[...] há uma possibilidade real de que existam extraterrestres em algum lugar do cosmo (a sua chegada aqui na Terra já é uma outra história).” P. 170.

SHERMER, Michael. Por Que as Pessoas Acreditam em Coisas Estranhas. 1. Ed. Rev. e Ampl. São Paulo: JSN Editora, 2011. (PDF).

Governos já faz algum tempo, liberaram seus arquivos secretos, e finalmente reconheceram o fenômeno UFO. Um exemplo é o governo da Grã-Bretanha que liberou sua documentação secreta sobre a investigação de OVNIs no céu brasileiro. No mínimo, intrigante! O documentário que relata isso, pode ser visto aqui:

Também há casos de acobertamento. O documentário OVNI: A Maior História Já Negada denuncia a política de acobertamento da Força Aérea dos EUA, sobre a existência de OVNIs. O governo representado pelo Pentágono e CIA, desde a década de 1940 tem trabalhado arduamente para desacreditar todo e qualquer relato sobre os avistamentos de discos voadores. Cientistas têm sido pagos e contratados para ridicularizarem o fenômeno UFO.

Mesmo que a busca e o interesse por vidas inteligentes ainda seja marginal no campo acadêmico, é cada vez mais comum, cientistas do alto escalão estarem receptivos e crentes na existência de vida inteligente fora da Terra. Obviamente, não creem em qualquer suposta prova, evidência ou relato. Continuam bastante céticos, mas se despojaram dos preconceitos que envolvem o tema.

No documentário Mistérios do Espaço: Alienígenas, da NatGeo, infelizmente, retirado do YouTube, Seti Shostak (Ph.D em Astrofísica pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia) admite:

“A menos que haja algo de muito miraculoso no nosso sistema solar e no nosso planeta, a vida deve ser algo muito corriqueiro, ou seja, deve haver vida em um grande número de planetas, e alguns deles devem ter dado origem à vida inteligente”.

No documentário Contato Alienígena: Espaço Sideral, Stephen Hawking, que dispensa apresentações, disse:

"Os humanos devem tomar muito cuidado em relação a responder quaisquer sinais de civilizações alienígenas."

Elisa Quintana, Ph.D em Física pela Universidade de Michigan, revela que:

"Se isso [qualquer forma de vida] for encontrado, não só irá nos levar a uma compreensão do universo de uma forma completamente nova como nos fará rever nosso papel no cosmo. Deixaremos de ser os únicos seres vivos do universo."

Michio Kaku (Ph.D em Física na Universidade de Berkeley) é um entusiasta.

“Em breve teremos o telescópio [Webb] em órbita e teremos milhares de planetas para observar”, disse Kaku. “É por isso que acho que as hipóteses de entrarmos em contacto com uma civilização alienígena são bastantes altas.”

“Há alguns colegas meus que acreditam que devemos entrar em contacto com eles. Acho que é uma ideia terrível”. [...] Agora, pessoalmente, acho que os alienígenas lá fora seriam amigáveis, mas não podemos apostar nisso. Portanto, acho que faremos contacto, mas devemos fazê-lo com muito cuidado”.

Avi Loeb, ex-professor de Astrofísica na Universidade de Harvard, é outro entusiasta da vida extraterrestre:

“Eu não vejo a busca por assinaturas tecnológicas como algo diferente da busca pela natureza da matéria escura. Nós investimos centenas de milhões de dólares na busca por partículas massivas que interagem mais fracamente, um dos principais candidatos a matéria escura. E, até o momento, essas buscas falharam. Isso não significa que foram um desperdício: faz parte do processo científico.”

Quando revolvi citar todo esse pessoal acima, não tinha conhecimento que a BBC publicou uma matéria intitulada Por que cientistas de renome cada vez mais defendem a busca por vida extraterrestre.

Quem aparece na matéria é Andrew Siemion, Ph.D em Astrofísica pela Universidade da Califórnia, dizendo:

"Agora estamos prontos para fazer a pesquisa mais completa de todo o céu (em busca de inteligência extraterrestre) que nunca foi feita antes".

Anthony Beasley, Ph.D em Astrofísica pela Universidade de Sydney, mostra sua empolgação:

"Quando os seres humanos olham para o céu noturno, eles se perguntam 'há alguém lá fora?' Agora temos a capacidade de responder a essa pergunta e talvez fazer uma descoberta que seria considerada a mais profunda descoberta científica na história da humanidade".