“Você tem que sair do negócio antes que o negócio canse de você.
E para muitas pessoas já vi o negócio se cansar delas antes mesmo delas estarem
prontas, e isso é devastador.” – Lisa
Ann, ex-atriz pornô.
Da década de 1970 pra cá, a indústria dos filmes
pornográficos inundou o mercado, com todos os tipos de filmes, temas, variedades
sexuais e fetiches. É até difícil pensar em algo que eles já não tenham feito. De
filmes comuns, com penetração pênis-vagina, pênis-anus, a filmes
verdadeiramente bizarros e nojentos. Não obstante, o foco de todos eles serem o
sexo, a multiplicidade de práticas é gigante. Tudo para entreter os tarados de
plantão.
Assim como no futebol, a carreira de atriz de filmes adultos
não tem muita longevidade. A idade chega, o corpo com o passar dos anos, não é
mais o mesmo. Como diz a citação acima, o negócio se cansa de certas atrizes,
quando elas menos esperam. Para que o negócio, ou seja, os cafetões
empresariais das produtoras de películas adultas, não descartem logo os pedaços
de carne femininos contratados, muitas atrizes se poupam, pelo menos a princípio
de fazerem sexo anal e/ou dupla penetração. As atrizes da velha guarda
entrevistadas nesse documentário, se pouparam assim, para que tivessem uma vida
longa nos sets de filmagens.
As atrizes que aparecem, vão desde os anos 1970, até anos
recentes. Fizeram a festa de muitos marmanjos, punheteiros de plantão, que
compravam ou alugavam as fitas VHS, para se matarem vendo as performances
dessas lindas e apetitosas mulheres. Algumas
lamentam que o mundo pornô tenha mudado tanto. Na verdade, veem uma decadência sem
precedentes no mercado, devido à internet, que joga tudo de graça para os usuários.
Foi-se o tempo em que as atrizes eram bem remuneradas pelo árduo trabalho
sexual.
Elas se arrependem de algo? Claro que sim. Mas nada fora do
normal. Na mesma proporção que qualquer pessoa. Erraram, acertaram, fizeram
merda, ganharam muito dinheiro, gastaram além do que podiam, umas foram mais
sensatas, outras mais deslumbradas... Pode até existir pesquisas científicas que
evidenciem que esse trabalho de exposição sexual traz problemas psicológicos
sérios a quem se arrisca a trabalhar na área, mas pelo menos no documentário
aqui, parece que todas as atrizes estão dentro do padrão de saúde psicológica. São
felizes e infelizes do mesmo jeito que nós, seres humanos “normais”.
O objetivo não é julgá-las, mas ouvir suas histórias. Os
puritanos por mais que odeiem esse ramo, têm que conviver com a realidade de
que os filmes pornográficos são os mais vistos e apreciados.
A contradição da indústria que é tão liberal e despudorada é
que inúmeras vezes as atrizes tocaram na questão das filmagens inter-raciais, que
muitas delas não fizeram. Ainda é tabu gravar cenas com pessoas negras. O racismo
está presente até onde (em tese) ele não deveria estar. Uma atriz diz que não
grava com negros - aí quando uma mulher dessa sofre preconceito e discriminação
da sociedade, acha ruim e injusto. Vai entender o ser humano.
Depois que o Pornô Acaba 2 é um ótimo documentário.
Link para o resumo do primeiro: