Eu só digo uma coisa: tem que ter estômago pra assistir essa bagaça até
o fim. A primeira vez que assisti esse documentário, foi em 2001, na casa de um
amigo. Alugamos super empolgados à fita VHS, numa locadora do bairro. Passei
semanas pensando nos corpos esquartejados, mortes, vísceras, corpos abertos e
putrefatos, nos necrotérios que aparecem nesse vídeo. Há rituais satânicos,
mortes e torturas de animais, orgãos expostos, acidentes de carros,
assassinatos...
Esse documentário
foi proibido em vários países, devido às imagens fortes e reais (algumas não
são reais, e são explicadas o porquê no making off) que ele apresenta das
várias formas que a MORTE vem INEVITAVELMENTE nos encontrar. Não adianta: um
dia ela vem ao nosso encontro. Podemos até prolongar nossas vidas de uma
maneira ou de outra, mas o último dia está a galope vindo em nossa direção.
Tamu tudo lascado. E eu tenho muito, mas muito medo, desse dia chegar.
Espero que demore várias décadas. Pense num cabra medroso!
Alguns pensadores tentam amenizar a certeza do fim, o Filósofo grego Epicuro (341-270 a.c.) é um exemplo, mas suas palavras pouco consolam:
Alguns pensadores tentam amenizar a certeza do fim, o Filósofo grego Epicuro (341-270 a.c.) é um exemplo, mas suas palavras pouco consolam:
“Familiariza-te com a ideia de que a morte nada é para nós, pois
todo bem e todo mal residem na sensação: ora, a morte é a privação completa
desta. [...] Assim, o mal que nos faz mais temer (a morte) nada é para
nós, pois enquanto existimos a morte não está, e quando a morte está não
existimos mais. Portanto, a morte não tem ligação com os vivos nem com os
mortos, pois nada é para os primeiros e os últimos não existem mais”. P. 41. - LECOMPTE, Denis. Do ateísmo ao retorno da religião. São Paulo: Loyola, 2000. P. 41.
Uma das cenas mais grotescas é quando uma seita
satânica da Califórnia, em um ritual, esquarteja o corpo de um defunto, e todos
os membros presentes começam a comer e se “deliciar” com os órgãos, tripas e
sangue de seu corpo. E para completar, ainda tiram a roupa e fazem um bacanal
em meio às vísceras do cadáver. Como não julgar negativamente tal culto? O pior
é que existem acadêmicos (pessoas que deveriam ser as mais esclarecidas e
sábias) que até aprovam práticas assim. Ou pedem para não sermos
“etnocêntricos”. Não, não estou exagerando – essas criaturas possuem existência
concreta.
O documentário é apresentando por um médico
legista, que mostra as várias faces pelos quais a morte vem ao encontro de
humanos e animais. Desde mortes naturais, a óbitos numa sala de cirurgia, os
rostos do derradeiro dia de cada um de nós são absurdamente apresentados, sem
pudor ou restrição.
Hoje em dia é a
coisa mais fácil e acanalhada do mundo nos depararmos nas redes sociais (Facebook
e Whatsapp) com vídeos de pessoas mortas, esquartejadas e etc. Até nos
acostumamos a vê-las, sem nos importamos tanto. No entanto, clássico é
clássico. Faces da Morte foi pioneiro em mostrar o lado negro da existência
(ele é da década de 1970). Por isso, que é válido e oportuno assisti-lo, para
lembrarmos e refletirmos sobre a brevidade de nossas vidas.
Link do vídeo para
ver online: