sábado, 3 de setembro de 2016

Faces da Morte


Eu só digo uma coisa: tem que ter estômago pra assistir essa bagaça até o fim. A primeira vez que assisti esse documentário, foi em 2001, na casa de um amigo. Alugamos super empolgados à fita VHS, numa locadora do bairro. Passei semanas pensando nos corpos esquartejados, mortes, vísceras, corpos abertos e putrefatos, nos necrotérios que aparecem nesse vídeo. Há rituais satânicos, mortes e torturas de animais, orgãos expostos, acidentes de carros, assassinatos...

Esse documentário foi proibido em vários países, devido às imagens fortes e reais (algumas não são reais, e são explicadas o porquê no making off) que ele apresenta das várias formas que a MORTE vem INEVITAVELMENTE nos encontrar. Não adianta: um dia ela vem ao nosso encontro. Podemos até prolongar nossas vidas de uma maneira ou de outra, mas o último dia está a galope vindo em nossa direção. Tamu tudo lascado. E eu tenho muito, mas muito medo, desse dia chegar. Espero que demore várias décadas. Pense num cabra medroso! 

Alguns pensadores tentam amenizar a certeza do fim, o Filósofo grego Epicuro (341-270 a.c.) é um exemplo, mas suas palavras pouco consolam:

“Familiariza-te com a ideia de que a morte nada é para nós, pois todo bem e todo mal residem na sensação: ora, a morte é a privação completa desta. [...] Assim, o mal que nos faz mais temer (a morte) nada é para nós, pois enquanto existimos a morte não está, e quando a morte está não existimos mais. Portanto, a morte não tem ligação com os vivos nem com os mortos, pois nada é para os primeiros e os últimos não existem mais”. P. 41. - LECOMPTE, Denis. Do ateísmo ao retorno da religião. São Paulo: Loyola, 2000. P. 41.

Uma das cenas mais grotescas é quando uma seita satânica da Califórnia, em um ritual, esquarteja o corpo de um defunto, e todos os membros presentes começam a comer e se “deliciar” com os órgãos, tripas e sangue de seu corpo. E para completar, ainda tiram a roupa e fazem um bacanal em meio às vísceras do cadáver. Como não julgar negativamente tal culto? O pior é que existem acadêmicos (pessoas que deveriam ser as mais esclarecidas e sábias) que até aprovam práticas assim. Ou pedem para não sermos “etnocêntricos”. Não, não estou exagerando – essas criaturas possuem existência concreta.

O documentário é apresentando por um médico legista, que mostra as várias faces pelos quais a morte vem ao encontro de humanos e animais. Desde mortes naturais, a óbitos numa sala de cirurgia, os rostos do derradeiro dia de cada um de nós são absurdamente apresentados, sem pudor ou restrição.   

Hoje em dia é a coisa mais fácil e acanalhada do mundo nos depararmos nas redes sociais (Facebook e Whatsapp) com vídeos de pessoas mortas, esquartejadas e etc. Até nos acostumamos a vê-las, sem nos importamos tanto. No entanto, clássico é clássico. Faces da Morte foi pioneiro em mostrar o lado negro da existência (ele é da década de 1970). Por isso, que é válido e oportuno assisti-lo, para lembrarmos e refletirmos sobre a brevidade de nossas vidas. 

Link do vídeo para ver online: