Para quem coloca o cérebro para funcionar o
mínimo que seja, o islã não sobrevive ao menor dos escrutínios. O resultado nós
vemos aí: muitos apóstatas. Estes acabam sofrendo as horrendas consequências da
perseguição que se abate sobre eles, pois a própria doutrina islâmica tem
ensinos concernentes a combater com a força bruta os renegados da religião. Os
cristãos são um povo bem conhecido em ser vítimas dessas criminosas chacinas
feitas, incentivadas por Maomé e seu livro sagrado. Saltam aos olhos todas as
semanas, notícias de cristãos mortos, perseguidos e brutalizados, nos países de
maioria muçulmana. Mas não é só eles que sofrem as agruras da apostasia. Os
ateus são um grupo crescente nos países muçulmanos. Eles são considerados
inimigos da religião e do estado. Agitaram um vespeiro. Portanto, devem ser
combatidos também. A despeito da intolerância, eles estão crescendo. E isto é
muito bom.
Daniel Pipes, especialista em Oriente Médio
e Ph.D em História em Harvard, traz informações que mostram o quanto o ateísmo
tem crescido entre os muçulmanos.
“[...] declarar-se
abertamente ateu [num país muçulmano] convida a punições que vão do ostracismo
ao espancamento, ao despedimento, à prisão e ao assassinato. As famílias veem
os ateus como manchas em sua honra. Os empregadores os consideram indignos de confiança.
As comunidades os veem como traidores. Os governos os veem como ameaças à
segurança nacional. Para que isso não pareça absurdo, as autoridades percebem
que o que começa com decisões individuais se transforma em pequenos grupos,
ganha força e pode culminar na tomada do poder. Na reação mais extrema, o Reino
da Arábia Saudita promulgou regulamentos antiterroristas em 7 de março de 2014,
que proíbe ‘Chamar o pensamento ateísta de qualquer forma, ou questionar os
fundamentos da religião islâmica em que este país se baseia.’ Em outras
palavras, o livre-pensamento equivale a terrorismo.
De fato, muitos
países de maioria muçulmana punem formalmente a apostasia com execução,
incluindo Mauritânia, Líbia, Somália, Iêmen, Arábia Saudita, Catar, Emirados
Árabes Unidos, Irã, Afeganistão, Malásia e Brunei. As execuções formais tendem
a ser raras, mas a ameaça paira sobre os apóstatas. [...] A violência vigilante
também ocorre no Paquistão, pregadores convocaram turbas para incendiar as
casas dos apóstatas.
[...]
Momen, um egípcio
acrescenta: ‘Meu palpite é que toda família egípcia contém um ateu, ou pelo
menos alguém com idéias críticas sobre o Islã.’ A professora Amna Nusayr, da
Universidade al-Azhar, afirma que 4 milhões de egípcios deixaram o Islã. Todd
Nettleton descobriu que, segundo algumas estimativas, ‘70 por cento do povo do
Irã rejeitou o Islã’.”
Khaled Diab, jornalista ex-muçulmano e ateu,
traz estas informações:
“Em países onde o
ateísmo é proibido - é punível com a morte em países como o Irã e a Arábia
Saudita - muitos devem manter seu ceticismo em segredo não apenas da família,
mas também da sociedade. Na Arábia Saudita, uma das teocracias mais repressivas
do mundo, os culpados de ateísmo ou ‘apostasia’ podem ser açoitados
impiedosamente ou receber a pena de morte. Por exemplo, em 2017, um homem,
nomeado na mídia como Ahmad Al-Shamri, que supostamente renunciou ao Islã e a
Maomé nas redes sociais, foi condenado à morte."
"Embora o
Egito seja mais aberto e tolerante do que a Arábia Saudita, também não é um
paraíso para os ateus. [...] Por um lado, a constituição, pelo menos
retoricamente, garante absoluta liberdade de crença e não há leis que proíbam
explicitamente o ateísmo ou apostasia. Isso permite que alguns ateus expressem
abertamente sua rejeição à religião, sem qualquer dano infligido à sua pessoa
ou liberdade. Por outro lado, o Egito tem leis de blasfêmia draconianas que são
exploradas por alguns elementos do estado e advogados islâmicos vigilantes em
cruzada para reprimir e perseguir de forma seletiva e aleatória alguns céticos
e ateus.”
Francesca Paci, jornalista com trabalhos
focados no Islã e Oriente Médio, em sua matéria, diz o seguinte:
“De acordo com uma
recente pesquisa do Barômetro Árabe em 10 países diferentes no norte da África
e no Oriente Médio, os árabes, um quinto do mais de um bilhão e meio de
muçulmanos mundo, estão cada vez mais inclinados a questionar o próprio credo.
[...] um jovem em cada cinco não reconhece a dimensão confessional como fulcro
da própria identidade.
[...]
Riad [capital da
Arábia Saudita] julga o ateísmo equivalente ao terrorismo, enquanto o Egito de
Al Sisi, em parceria com a Universidade de Ahzar e a Igreja ortodoxa, jurou
lutar contra ‘uma moda’ que um jornal local de alguns anos atrás estimava já
ter infectado 3 milhões de jovens.”
A jornalista Natalia Román traz a seguinte
notícia:
“A Tunísia, onde em
2011 teve início a ‘Primavera Árabe’, tornou-se, seis anos depois, o primeiro
país do mundo árabe muçulmano a autorizar uma associação que defende um dos
maiores tabus do islã: o ateísmo.
Formada por mais de
400 membros que se declaram ‘agnósticos e ateus’, a associação, chamada de ‘Livres
Pensadores’, tem como objetivo principal ‘garantir os direitos daqueles que não
se sentem religiosos’.
‘Promovemos nossa
visão da sociedade, questionamos a hegemonia da religião e mostramos que, além
de muçulmanos, judeus, cristãos e bahais, também há quem não é religioso’,
disse à Agência Efe Munir Baatour, advogado e membro da associação.
[...]
Sob essas
premissas, e diante de um Parlamento dominado pelo partido islamita moderado
Ennahda, pilar da coalizão que governa o país, e um movimento jihadista
estabelecido (a Tunísia é a quarta nação do mundo em número de combatentes
radicais), a associação admite que sua tarefa é titânica e perigosa.”
Matéria da BBC:
“Ser ateu no
Paquistão pode ser fatal. Mas, a portas fechadas, os descrentes estão se
juntando para apoiar uns aos outros. Como eles sobrevivem em uma nação onde a
blasfêmia carrega uma sentença de morte? [...] Em junho deste ano, [...]
Taimoor Raza foi condenado à morte por uma publicação no Facebook. [...]Para
Omar [ateu], o governo está em guerra com os blogueiros ateus. ‘Um amigo meu
costuma escrever contra o fundamentalismo religioso. Nós administrávamos o
grupo (online) juntos. Eu fiquei sabendo que ele foi brutalmente torturado. Uma
vez que você é sequestrado, há uma grande chance de seu corpo voltar em uma
mala’, diz.
[...]
‘Querido diário.
Algumas pessoas chamaram de prisão, mas foi um sequestro. Fui mantido em
cárcere durante 28 dias. Eles não se identificaram, mas tenho certeza que eram
militares. Foram oito dias de tortura e 20 dias para me recuperar. O meu corpo
inteiro ficou preto. Eles me fizeram assinar uma declaração dizendo que me
arrependi do que eu fiz e que não me envolveria blogs políticos ou religiosos.
E que minha família poderia se tornar um alvo, caso eu falasse com a imprensa’,
escreve Hamza, blogueiro e fundador de um fórum online sobre ateísmo.
"A Justiça no Egito condenou o estudante Karim Ashraf Mohammed Al-Banna, de 21 anos, a três anos de prisão por 'insultar o Islã', depois que ele usou o Facebook para declarar que é ateu. O jovem já tinha sido criticado por suas visões ateístas. Durante o julgamento, seu próprio pai testemunhou contra ele."
Ativistas proeminentes que deixaram o Islã
e hoje são ateus ou agnósticos, são a Ayaan Hirsi Ali, Wafa Sultan e Ibn
Warraq.
Que apareçam mais.
Não sou ateu, mas qualquer cosmovisão é melhor que a religião islâmica, visto que esta promove a violência desde sempre.
É muito bom viver em uma sociedade, onde podemos expressar as nossas convicções religiosas, ateísticas, filosóficas, sem ter medo de ser preso, ou até ser morto por isso. Lutemos pela liberdade de expressão. E é sempre bom atentar, que essa liberdade é você ter o direito de ofender as opiniões alheias e ser ofendido também. Se a liberdade de expressão não abarcar isso, ela não passa de conversinha furada.