sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Ciência e religião podem caminhar juntas?

Quando aluno no curso de História, tive um Professor religioso às avessas. Um ateu fundamentalista, inveterado e chato. A disciplina que ele iria lecionar nada tinha a ver com religião ou coisa parecida. Mas logo de cara, na primeira aula, ele quis mostrar para o que veio. O seu objetivo era incutir o ceticismo ateu na mente dos discentes, lançando dúvidas contra a fé religiosa.

Pois bem, o tiro saiu pela culatra, na segunda aula, entreguei a todos os alunos e ao Professor, um pequeno e simples, alias, muito simples texto, que confrontava as suas ideias, expostas em seu primeiro encontro conosco. Na verdade, eu mais citei autores do que escrevi. No entanto, foi o suficiente para refutar com muita facilidade o que ele esbravejou com ares de vitória. 

Não que eu não seja um crítico da religiosidade alheia, visto que no meu modo de ver o mundo, as pessoas acreditam num monte de besteiras e coisas tolas (inclusive eu, talvez). Mas devo reconhecer que o sentimento religioso e moral é inato ao ser humano, onde quer que ele habite. Parece que o reformador João Calvino tinha razão quando escreveu em sua A Instituição da Religião Cristã:

"[...] desde o começo do mundo, nenhuma cidade, nenhuma casa existiria que pudesse carecer de religião. Nisso há uma tácita confissão; está inscrito no coração de todos um sentimento de divindade”. P. 43. [1]

O texto:

É possível ser religioso, acreditar em Deus, e mesmo assim, ainda ser um verdadeiro cientista; um verdadeiro intelectual? Muitos ateus dirão que é impossível ser religioso e um verdadeiro acadêmico ao mesmo tempo. Mas será que isso procede? O verdadeiro intelectual precisaria se despojar dos seus “mitos” religiosos para só assim enveredar pelos caminhos do academicismo? Pois bem, vejamos o que alguns cientistas e filósofos com as mais altas credenciais acadêmicas dizem sobre assunto.

James Tour, Cientista Infinitesimal, Professor do Departamento de Química e do Centro de Ciência e Tecnologia em Escala Infinitesimal da Universidade Rice. Doutor em Química Orgânica pela Universidade Purdue e Pós-Doutorado na Universidade Stanford e na Universidade de Wisconsin.

“Fico extasiado com Deus em virtude do que ele tem feito por meio de sua criação. Somente um principiante que nada sabe sobre ciência diria que a ciência prejudica a fé. Se você realmente estudar a ciência, ela o levará para mais perto de Deus.” P. 153. [2]

Antony Flew, Ph.D em Filosofia, foi considerado por muitos, o maior Filósofo ateu da história. Ensinou nas Universidades de Oxford, Aberdeeny, Keele e de York.

“A ciência, como ciência, não pode fornecer um argu­mento a favor da existência de Deus. Mas as três pe­ças de evidência que analisamos neste livro — as leis da natureza, a vida com sua organização teleológica e a exis­tência do universo — só podem ser explicadas à luz de uma Inteligência que explica tanto sua própria existên­cia, como a existência do mundo. A descoberta do Divino não vem através de experimentos e equações, mas por uma compreensão das estruturas que eles revelam e mapeiam.

Agora, tudo isso pode parecer abstrato e impessoal. Alguém pode perguntar como eu, como pessoa, reajo a essa descoberta de uma suprema Realidade que é um Espírito onipresente e onisciente. Volto a dizer que mi­nha jornada para a descoberta do Divino tem sido, até aqui, uma peregrinação da razão. Segui o argumento até onde ele me levou, e ele me levou a aceitar a existência de um Ser auto-existente, imutável, imaterial, onipoten­te e onisciente.” P. 135. [3]

Marcos Eberlin, é Presidente da Sociedade Internacional de Espectrometria de Massas e membro da Academia Brasileira de Ciências, Professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico e autor de mais de 300 artigos científicos com mais de três mil citações. Realizou Pós-Doutorado na Purdue University, Estados Unidos, e orientou diversos Mestres, Doutores e Pós-Doutores.

“Como químico, estudo a arquitetura da matéria, como foram formados os átomos, as moléculas, quais são as leis que regem o mundo atômico e molecular e suas transformações. Percebo, então, em uma dimensão atômica e molecular, como Deus é realmente um Ser de suprema inteligência e elegância, o Arquiteto, o Artista sem-par. Nessa dimensão, percebo uma riqueza extraordinária de detalhes, uma arquitetura constituída das mais diferentes formas geométricas, lindas, harmônicas, periódicas, perfeitas. Como a água, com sua estrutura angular simples, mas única, que rege suas propriedades também únicas, impressionantes, e que forma lindos cristais de gelo, de um design sem igual.” [4]

Patrick Glynn, ex-ateu, estudou Literatura, Filosofia e História em Harvard e Cambridge, chegando ao título de Ph.D.

“Hoje, os dados concretos apontam fortemente na direção da hipótese de Deus [...] Os querem opor-se a ela não tem nenhuma teoria testável para apresentar, somente especulações sobre universos não vistos tecidas por uma fértil imaginação científica [...] Ironicamente, a imagem do universo legada a nós pela ciência mais avançada do século XX está, mais próxima em seu espírito da visão apresentada pelo livro de Gênesis do que qualquer coisa oferecida pela ciência desde Copérnico.” P. 106. [5]  

Owen Gingering, Astrônomo da Universidade de Harvard.

“O universo foi criado com intenção e propósito, e que tal crença não interfere no empreendimento científico.” P. 59. [6]

Alister McGrath, Ph.D em Biofísica Molecular e Ph.D em Teologia Histórica na Universidade de Oxford. Joanna McGrath, estudou Psicologia Experimental na Universidade de Oxford com especialização em Neuropsicologia Clinica. É Professora de Psicologia da Religião na Universidade de Londres.

"A maior parte dos cientistas descrentes que conheço são ateus por motivos outros que não sua ciência: eles trazem essas suposições para sua ciência, em vez de embasá-las em sua ciência." P. 61. [7]

Agora vejamos o que alguns Filósofos ateus ou agnósticos têm a dizer:

André Comte-Sponvile, Ateu e Professor de Filosofia na Universidade da França.

“Muitos dos nossos maiores intelectuais são ateus, inclusive nos Estados Unidos, muitos são crentes, inclusive na Europa. Isso confirma que nenhum saber – hoje tanto quanto ontem – pode decidir quem tem razão.

“Das três ‘provas’ clássicas da existência de Deus [prova ontológica, cosmológica, físico-teológica], [a prova cosmológica]” é a única que me parece forte, a única que, às vezes, me faz hesitar ou vacilar.” P. 73; 81-83. [8]

Bradley Monton, é Professor de Filosofia da Universidade do Colorado, em Boulder. Trabalhando na área da Filosofia da Ciência, Epistemologia Probabilística, Filosofia do Tempo e Filosofia da Religião.

“Defendo que é legítimo ver o design inteligente como ciência, que há alguns argumentos plausíveis para a existência de um criador cósmico, e que o design inteligente deveria ser ensinado nas aulas de ciência das escolas públicas.” [9]

Por essas citações, podemos chegar a conclusão de que a crença religiosa não é um obstáculo para o aspirante a acadêmico. O que acontece, é que nas Universidades sempre houve e sempre haverá acadêmicos crentes e não-crentes. Se existem Ph.Ds e Pós-Doutorados ateus e agnósticos, também existem pessoas do mesmo calibre intelectual que afirmam crer na existência de alguma divindade.

Poderíamos citar os filósofos, Richard Swiburne, da Universidade de Oxford; Alvin Plantinga, da Universidade de Notre Dame; os físicos, John Polkighorne, da Universidade de Cambridge; Frank Tipler, do MIT – todos acadêmicos religiosos! Entre os historiadores, temos John Woodbrige, Ph.D pela Universidade de Toulose, na França; Edwin Yamauchi, da Universidade de Princeton. Entre os cientistas brasileiros, podemos citar a Márcia de Oliveira, Ph.D em Microbiologia pela USP, Cláudia Aparecida Alves, Ph.D em Biotecnologia Estrutural pela USP. E o que dizer do grande educador Paulo Freire?! Portanto, é TOLICE a ideia de que a crença em Deus tem de ser abandonada para se fazer boa ciência. As pessoas que afirmam tal bobagem desconhecem os fatos.

É sabido que foi exatamente a crença em Deus que impulsionou o avanço da ciência. A ciência moderna nasce dentro de um contexto teológico. Galileu, Kepler, Newton, e tantos outros eram teístas convictos. Era exatamente a crença em Deus que tornava o mundo inteligível e pronto para ser estudado e analisado. Alister McGrath, diz que 

“[...] a ideia da criação do mundo por Deus oferece motivação fundamental para a pesquisa científica [...] a crença religiosa tem tanto incentivado como encorajado o surgimento das ciências naturais”. P. 71-72, 73. [10]

Diante do que já foi exposto. Será um suicídio intelectual mesmo acreditar em Deus? Por quê? Por quê hoje nós já sabemos que tudo é uma construção social, inclusive a crença em Deus, diriam muitos sociólogos! Mas será mesmo? Será que tudo é um construto social? Na verdade, o que muitos filósofos acertadamente afirmam, é que essa tese de que tudo é um construto, está mais para um postulado metafisico e dogmático que não pode ser provado. Pois se essa tese for “verdade”, a própria afirmação (tudo é um construto social) também é fruto de uma construção social condicionada ao meio em que foi formulada! Não é uma afirmação objetivamas construída socialmente. E, portanto, não tem mais valor do que a afirmação dos “religiosos atrasados”, de que Deus existe!

Referências

1 - CALVINO, João. A Instituição da Religião Cristã. Tomo I, livros, I e II. São Paulo: UNESP, 2008.

2 - STROBEL, Lee. Em Defesa da Fé. São Paulo: Vida, 2002. 

3 - FLEW, Antony. VARGUESE, Roy Abrahan. Deus existe: As Provas Incontestáveis de um Filósofo que não Acreditava em Nada. São Paulo: Ediouro, 2008.


5 - STROBEL, Lee. Em Defesa da Fé. São Paulo: Vida, 2002. 

6 – MCGRATH, Alister. MCGRATH, Joanna. O Delírio de Dawkins. São Paulo: Mundo cristão, 2007. 

7 - MCGRATH, Alister. MCGRATH, Joanna. O Delírio de Dawkins. São Paulo: Mundo cristão, 2007. 

8 - COMTE-SPONVILE, André. O Espírito do Ateísmo. São Paulo: Martins Fontes, 2007.


10 - MCGRATH, Alister. Fundamentos do Diálogo Entre Ciência e Religião. São Paulo: Loyola, 2005.

Minha Máxima Culpa: Silêncio na Casa de Deus


NOJO! Essa é a palavra que descreve minha visão em relação à igreja católica. Com farta documentação e depoimentos dos mais variados possíveis, esse documentário revela o quanto essa instituição encobre os casos de abusos sexuais de seus padres, bispos e cardeais.

A CARA DE PAU do papa João Paulo II e do papa Bento XVI, também é desnudada. Estes não fizeram PORRA nenhuma para criminalizar esses padres. O Vaticano é PODRE. As pessoas é que não querem enxergar a verdade. Preferem comer a bolachinha de goma (hóstia) distribuída por esses padres toda semana. O ex-sacerdote Richard Sipe dispara:

“O sistema do clero católico [...] SELECIONA, CULTIVA, PROTEGE, DEFENDE e PRODUZ ABUSADORES SEXUAIS”. (Ênfase acrescentada).
Richard Sipe que estudou durante 25 anos o celibato no sacerdócio, chega a seguinte conclusão:

“Eu era um monge, um monge muito piedoso. [...] O sexo e o celibato se tornaram cruciais na minha pesquisa e entendimento. Meu objetivo era que isso ajudasse na formação dos padres. Senti que poderia fazer uma contribuição sendo honesto a esse respeito. Os dados mostraram que num certo momento não mais de 50% dos padres católicos romanos americanos eram praticantes do celibato. Havia vários níveis de experimentação com relacionamentos, envolvimentos, e até envolvimento criminal com crianças. E quanto mais fundo eu ia, mais e mais desencorajado eu ficava. Eles sabem que o celibato não é praticado. Por eles, me refiro às autoridades do Vaticano, os bispos, os superiores religiosos. E quanto mais alto o cargo, mais eles sabem. Você pode não manter seu celibato, mas contanto que permaneça em segredo, tudo bem”.

Ele continua:

“As crianças poderiam chegar aos seus pais e dizer: ‘O padre fez isso comigo’. [Os pais retrucavam]: ‘Não diga isso. Você não pode dizer isso de um padre’. Isso permite que os padres se expressem sexualmente. Alguns de vez em quando, outros de maneiras horrendas. [...] Isso vem de uma ampla aceitação social de que o padre é perfeito, o papa é perfeito. O que gera esse tipo de perversão e poder que pode se manifestar dessa maneira”.


Marx na Íntegra


Gostei da exposição do pensamento marxista feita pelo Antônio Carlos Mazzeo (Doutor em História Econômica pela USP, Professor de Ciências Sociais na UNESP). Ele tenta clarificar e explicar os conceitos e ideias de Marx, tais como Mais Valia, Trabalho, Capitalismo, Socialismo, Comunismo, Educação e etc.

Marx foi sem dúvida um dos pensadores mais estudados e analisados no século XX, e parece que continuará assim no presente século. Falar desse pensador suscita paixões das mais diversas - negativas e positivas. Geralmente, qualquer postagem sobre o seu pensamento nas redes sociais, é garantia de xingamentos, palavrões e brigas. É difícil alguém se conter. Uns, o defendendo com unhas e dentes, e outros querendo ver o capeta a ver o Marx.

Não obstante, remetendo-me ao que o Mazzeo expõe, ele diz logo no início que para o Marx:

“Todas as ‘verdades’ [...], elas são históricas. Valem pro momento. Elas não valem nem pro passado e nem pro futuro. Você explica a realidade, a partir dela mesma”.

A falácia lógica é patente aí. Pois ele pensava que essa ideia é válida em qualquer circunstância. É aquela velha argumentação filosófica que eu e os meus amigos estamos cansados de usar: Se todas as verdades são contingenciais, essa declaração do Marx, também o é. Logo, ela não tem mais valor epistemológico que qualquer outra declaração que diga o contrário.

E tem mais: ele pretendeu interpretar os intricados processos históricos, econômicos e sociais através de uma teoria que pretende ser válida para o passado, presente e futuro. Criou uma narrativa de caráter universal. Para a infelicidade dele, os pós-modernos vão decretar a queda, o desaparecimento, o esmorecer das grandes narrativas. Nisso está incluído o marxismo, o freudismo e outros sistemas de pensamento. É a “condição pós-moderna” preconizada pelo Lyotard.

A História da Maconha


A imparcialidade desse documentário sobre a legalização ou não da maconha é absurdamente admirável. Os posicionamentos opostos dessa delicada questão são expostos, e quem se beneficia é o telespectador que ainda é brindado com muitas curiosidades históricas sobre a cannabis, como por exemplo, o fato de George Washington e Thomas Jefferson, terem plantando a cannabis em suas fazendas.
“Os fundadores [dos EUA], escreveram a declaração de Independência em papel de cânhamo [fibras da cannabis]”.
Outra curiosidade, é que a Jamaica, que muitos pensam ser o paraíso da maconha, e acharem que nesse país ela é totalmente liberada, estão redondamente enganados. Nesse país, as leis contra o uso da maconha são ainda mais severas que nos EUA. É graças à influência (diga-se pressão) norte-americana que o governo jamaicano, ainda não descriminalizou e muito menos legalizou o uso dessa droga. Embora o número de usuários seja muito alto.
Nas universidades dos EUA, a cada 3 estudantes, 1 fuma baseado. É uma geração que cresceu num ambiente mais favorável ao uso da erva. Uma prática corriqueira no modo de vida estadunidense. E, é claro, que o vídeo não deixa de mencionar o movimento Hippie na década 1960, que contribuiu e muito para uma maior aceitação da maconha em solo americano.
E diante dos argumentos expostos contra e a favor, acredito que a legalização seja o melhor caminho. A política norte-americana de guerra à maconha não têm surtido nenhum efeito. Segundo o vídeo, mais de 700 bilhões de dólares foram gastos até 2010 (ano de produção do documentário), para combater a maconha (e as outras drogas), e o efeito dessa política foi nulo.
A cada 37 segundos, uma pessoa é presa nos Estados Unidos por porte de maconha. O que gera processos caríssimos nos tribunais que o contribuinte necessariamente terá que pagar. A política de descriminalização da maconha em Portugal melhorou bastante a situação do país referente a essa questão. Na Holanda, o caminho é o mesmo.
Enfim, na ausência de argumentos convincentes contra a legalização, fico no momento com a visão de que deve ser legalizada a cannabis. Creio que no Brasil, se deveria fazer essa experiência também, embora aqui as coisas são sempre bem mais complicadas devido a corrupção e desorganização que paira sobre nosso governo.


Ao Sul da Fronteira


Um documentário escrachadamente ideológico em favor dos governos de esquerda que se instalaram aqui na América do Sul. O premiado e conhecido produtor de filmes, Oliver Stone, não tem nenhum receio em mostrar sob um víeis altamente positivo, os governos socialistas de Hugo Chávez, Evo Morales, Lula, Fernando Lugo, entre outros Presidentes sulistas não conformados com a política externa norte-americana, e com o modo de operar do FMI, Alca e Banco Mundial.

O socialismo com os seus ícones latinos, nas pessoas de Fidel Castro e Che Guevara é exaltado/idolatrado, e colocado como uma legítima e promissora forma de política alternativa ao neoliberalismo do Atlântico Norte. Com inúmeros vídeos dos jornais estadunidenses mostrados, um dos objetivos do Stone é denunciar o quanto a mídia é manipuladora e desavergonhadamente mentirosa, distorcendo os fatos, para que estes, se amoldem a política “imperialista” e “colonizadora” vinda do norte da América.

A maioria dos presidentes latinos (ou ex-presidentes, visto que o documentário foi lançado em 2009) são entrevistados, e todos sem exceção, tecem muitas críticas ao governo dos EUA. Dentre esses Presidentes, o Stone passa um bom tempo do documentário com o Hugo Chávez, Presidente da Venezuela, contando a sua biografia e de como ele chegou ao poder na segunda metade da década de 1990.

Esse é um tipo de documentário que provoca as mais raivosas emoções de ambos os lados da política e de seus aderentes de fora. Muitas coisas me provocam indignação, mas julgo que a ideologia desse vídeo não está presente em minha lista. Na lista de alguns amigos meus, eu sei que está. Eles têm ódio de qualquer coisa que a esquerda defenda. O que para a esquerda é um DIREITO, para a direita, é um capricho e falta do que fazer. 

O que sei, é que os EUA não é um anjinho abnegado que quer a igualdade social de todos os países. Por outro lado, não exalto algumas figuras políticas da esquerda, e nem vejo como uma solução para os problemas da América Latina. A realidade desse lado da América é que a corrupção grassa por todos os lados. Isso atrasa o desenvolvimento da região. Não basta colocar toda a culpa nos Estados Unidos e Europa. Mas é fato que os EUA, quando lhe convém, contribui, para que a corrupção continue na América Latina, e assim, continue subserviente do Atlântico Norte. 

De qualquer maneira, não me posiciono 100% (ou quase isso), a favor de um lado em detrimento do outro. Vejo fanatismo em ambos (direita e esquerda). Quando vejo certas páginas e opiniões no Facebook e certos sites na web, sinto que é melhor ficar de fora dessa briga. Os exageros são bem evidentes, com troca de farpas, calúnias, mentiras e difamações. Está bem difícil encontrar alguma voz que se paute pelo equilíbrio e sensatez nessas ideologias tão antagônicas. 

A Guerra da Erva



Apesar dos EUA terem uma política de guerra falida contra a maconha e outras drogas, na cidade de Oakland, Califórnia, existe uma pequena loja que tem o “aval” do governo estadual para vender a cannabis, para uso medicinal. De acordo com Steve, diretor executivo da Harborside Heath Center: 

“A Califórnia legalizou o uso medicinal da cannabis em 1996. [...] A lei estadual permite aos pacientes com uma recomendação médica, comprar e possuir a cannabis. Nós temos mais de 94 mil pacientes registrados, o que faz de nós o maior vendedor legal de cannabis de todo o planeta”.


No entanto, as leis estadunidenses sofrem um tipo de bipolaridade, visto que as leis estaduais podem entrar em conflito com as leis federais. Estas proíbem em qualquer instância a venda da cannabis. Steve, um dos donos desse pequeno comércio de maconha, diz:

“Por vender a quantidade de Cannabis que eu vendo, posso pegar até três penas de morte federais”.

Ele continua:

“O Harborside é muito escrupuloso para obedecer todas as leis estaduais e regulações. Apesar disso, ainda estamos violando a lei federal”. 

Segundo, Thom Mrozek, do Departamento de Justiça:

“A lei da Califórnia diz que há uma razão médica pela qual as pessoas usam maconha. A lei federal diz que a maconha é ilegal sempre, para todos os usos. Esse é o conflito. A lei federal, como qualquer estudante de direito do 1º ano sabe, é superior à lei estadual. Qualquer um que possua uma loja de maconha na Califórnia, está sujeito a uma batida federal a qualquer momento”.

Os EUA já é conhecido por ter umas leis bem estranhas, contraditórias e estapafúrdias. 


Link do vídeo:

O Mundo Segundo a Monsanto


Documentário investigativo que traz à tona as sujeiras, mentiras, desonestidades e maldades de uma gigante multinacional norte-americana que não mede esforços para tentar dominar 100% do mercado mundial dos alimentos. E o pior que ela tem conseguido. À custa de muitas mortes e doenças provocadas pelos seus produtos; difamação de cientistas que tem provado a periculosidade de seus produtos químicos e transgênicos; a desapropriação de pequenos agricultores; e a contaminação do solo de inúmeras comunidades residenciais.


O governo norte-americano (e de outros países também) é omisso perante os descalabros dessa empresa. Infelizmente o capital financeiro determina a política estatal e a ciência. Quando o Estado não coloca um freio nessas megas empresas, o resultado é o prejuízo para a sociedade que nada pode fazer. O Estado é comprado. Regula de maneira ineficiente o que essa empresa fez e faz. O Estado precisa intervir mais. Contudo, os recursos financeiros que estas empresas possuem fala mais alto que o bem-estar da sociedade em geral. O Estado acaba se tornando uma mera peça de xadrez. Os governos são corruptos. Tem muita culpa nisso tudo. Falta regulação e integridade por parte do Estado para frear as sandices dessas multinacionais. O vídeo diz:


“Pelas leis americanas, a maioria das vezes, é muito raro que os executivos dessas empresas sejam responsabilizados criminalmente. Para isso, temos o sistema civil, os tribunais civis, onde os fazemos pagar. Mas a verdade que as compensações que as empresas pagam décadas depois são uma fração de seus lucros. Por isso vale a pena manter esses problemas em segredo, e nos perguntamos o que estarão escondendo nesse exato momento. Devo dizer, não podemos jamais confiar em uma empresa como a Monsanto, para falar a verdade sobre a poluição ou sobre produtos. Não podemos confiar neles”.


É sem dúvida um dos documentários mais terríveis que já assisti. Essas porcarias de sementes e produtos transgênicos dessa empresa, já estão bem estabelecidos no Brasil também. Os alimentos naturais e saudáveis estão completamente ameaçados. O futuro é sombrio. Como bem disse o meu amigo Roberto Rosemberg, formando em Sociologia pela UFRN:


"Uma Companhia gigante que engole empresas menores, passando por cima de tudo e ainda com argumentos de que a intenção é a defesa de uma agricultura sustentável, além disso, proteger os recursos e promover um melhor padrão de vida. Pergunta básica - de quem e para quem? A briga pelo lucro esta acima de tudo, a Monsanto está por aqui desde a década de 1960 e em vários países, praticando atos por demais 'generosos' com a conivência do poder político que parece estar sempre de joelho para o poder do $$$$$. Dane-se a vida!"

Não há desprendimento e generosidade nas práticas comercias dessa empresa. Acredito que são poucas as multinacionais que tenham uma política que dignifique a vida humana. Uma política além do $$$$. 

Parabéns a jornalista, Marie-Monique Robin, pela coragem, disposição e boa vontade em provar concretamente os crimes contra humanidade que essa multinacional tem feito durante décadas. As vítimas, desde pessoas comuns, políticos, cientistas e pequenos agricultores foram ouvidas.