Toda a
população da Síria tem sofrido terrivelmente desde 2011, com a guerra civil em
seu país. Não somente os cristãos, mas os muçulmanos que não querem nada com os
grupos jihadistas instalados no país, também têm sido duramente perseguidos e
mortos.
Este episódio
de Faces da Perseguição, traz o relato do que uma igreja na Síria tem feito e
sofrido naquele país.
“Eu sempre penso nos jihadistas que chegam do mundo todo,
para propagar ódio e escuridão no nosso país. Eles estão prontos para morrer
por isso. A maioria dos sírios, possivelmente todos, não concordam com a
presença dos extremistas. Eles não são parte da nossa cultura e nunca foram, especialmente
entre os cristãos. Os jihadistas não matam só cristãos, mas também outros
muçulmanos, pois eles querem que todos sejam como eles. Quem não é, é tido como
infiel e deve morrer. Por isso, nós os rejeitamos no nosso país.” –
Pastor Edward.
Como é praxe,
jihadistas atacam os cristãos e lhes dão esta horrenda e já conhecida opção: ou
se convertem a causa jihadista negando o cristianismo ou serão mortos. O pastor
Edward conta a história de dois cristãos que se defrontaram com esta assombrosa
situação, e não negaram a sua fé. Para ele, mesmo que tenha sido muito triste e
absurda a morte desses dois, ela fortaleceu a fé dos cristãos, para que eles não
abram mão do cristianismo.
O Estado
Islâmico (ISIS) já domina considerável parte do território. Outras facções
jihadistas lutam contra a população e contra o ISIS, visto que querem ter a proeminência
no poder.
A Síria é um verdadeiro vespeiro. O seu presidente é um déspota. No entanto, os grupos que o querem tirar, não irão melhorar o país. Várias nações do Oriente e do Ocidente têm distintos e antagônicos objetivos para esse país, o que só faz atrasar quaisquer desenvolvimentos viáveis. Portanto, é difícil ver alguma solução a curto e médio prazo. Neste ínterim, a população sofre e morre.
A Lista
Mundial da Perseguição tem este triste e apavorante diagnóstico:
“A contínua guerra civil na Síria tornou o país um terreno
fértil para a perseguição aos cristãos. A agitação, que estava começando a
diminuir, foi exacerbada pela crise econômica causada pela COVID-19. Muitos
cristãos ainda estão deslocados internamente ou são refugiados em outros países
como resultado de uma década de guerra e do crescente extremismo islâmico. No
Norte da Síria, a invasão das forças turcas no final de 2019 causou maior instabilidade
e parece ter sido usada por alguns extremistas islâmicos como disfarce para
atacar os cristãos. Em áreas controladas por grupos extremistas islâmicos, as
expressões públicas do cristianismo são proibidas e a maioria das igrejas foi
fechada ou destruída. Em áreas controladas pelo governo essa ameaça é menor –
mas ainda há sequestros de jovens cristãos por dissidentes islâmicos, incluindo
militantes do Estado Islâmico ainda ativos.” P. 32.
Apesar dos pesares, a igreja do pastor Edward tem um hospital onde atende várias pessoas, ajudando-as a enfrentarem o calamitoso momento de guerra, mortes e mutilações. Desta forma, a sociedade civil vai notando o quanto os cristãos são importantes, prestativos, pacíficos e determinados a reconstruir a nação, para o bem não somente deles próprios, mas de todos, inclusive dos muçulmanos.