Chamá-lo de traficante, ou narcotraficante, é um eufemismo diante do
que ele fez na Colômbia nos anos 1970-1990, deixando o seu rastro implacável de
destruição e de admiração e devoção na cabeça de muitos pobres a quem ele
ajudou dando moradias e um pouco de dignidade, em troca de sua fidelidade.
Pablo Escobar foi um mega NARCOTERRORISTA, que o mundo já mais viu desde sua
morte em 2 de dezembro de 1993. O cara é um ídolo para os habitantes do bairro
que ele construiu. As pessoas rezam a ele. Na sua morte, muitos na Colômbia
choraram a sua partida, porque lhes viam como um homem bom e generoso,
preocupado com os mais necessitados, coisa que o estado não era. Escobar
continua sendo um paradigma complexo e que deixa estupefato quem quer conhecer
a sua história.
“Durante
vários anos, principalmente na década de 1970, Pablo Escobar Gaviria passou
despercebido no nariz das autoridades. Nunca levantou suspeitas sobre o império
criminoso e multimilionário que crescia vertiginosamente. Durante esse período,
não ostentava fortuna, nem deixava ver o verdadeiro alcance de sua atividade
delituosa. Cercou-se de muito poucas pessoas que não conheciam a magnitude de
suas atividades, nem a perversidade de seu gênio enigmático. Com sigilo e
inteligência de sobra, foi tecendo toda sua estrutura do empório do
narcotráfico mais sólido e temerário do século XX.”
Pablo Escobar: Anjo ou Demônio? é um documentário de 2007 que traz o
depoimento de muitas pessoas que fizeram parte dos conturbados anos em que
Escobar aterrorizou a Colômbia. Aqui vão algumas impressões de quem o conheceu.
Alfonso Valdivieso, ex Fiscal General:
“Bom, uma pessoa que teve uma habilidade
especial para o mal, uma predisposição para a perversidade.”
José Joaquim Caicedo, Advogado:
“Era um homem muito frio, com uma inteligência
incrível. Um homem que sempre estava dois ou três anos na frente dos outros. Em
1988 quando o conheci, ele já falava do que ia acontecer em 1991 ou em 1992. Ou
seja, projeções políticas. Ele me falava muito sobre política. E, de fato,
muitas das projeções de Pablo Escobar viraram realidade. Um homem que se
projetava para frente, para o futuro. Um homem muito frio. Com certeza a maior
mente criminosa do século XX.”
Cesar Gaviria, ex Presidente da Colômbia:
“Uma
mente muito complexa. Um homem com uma capacidade enorme de manipular a opinião
pública.”
Enrique Parejo, ex Ministro da Justiça:
“Eu diria
que Pablo Escobar era um monstro.”
Pablo Escobar foi:
“O mais
fiel dos amigos e o mais desapiedado dos inimigos. Nunca aceitou a traição e
foi implacável e cruel com seus detratores. Seu único foi fumar maconha. Nunca cheirou
a cocaína que traficava. E sua família era absolutamente intocável.”
Pablo Escobar redefiniu a estrutura político-social da Colômbia.
“Para alguns
setores da impressa do país, Pablo transformou a linguagem, a cultura, a
fisionomia, a economia e até a justiça. A Colômbia era o país do café e das
esmeraldas, e se converteu num piscar de olhos, no país da cocaína. As forças
armadas foram infiltradas, corroídas e dizimadas com seu poderio e brutalidade.
Por sua conta, mudou-se o sistema judicial e foi modificada a política
penitenciária e até os desenhos das prisões. O Capo havia conseguido tudo o que
havia proposto. Não apenas havia desenhado o negócio da cocaína, como também
havia redesenhado o país para que se adequasse ao seu negócio.”
E terminando, aqui vão as palavras de Alfonso Valdivieso, ex Fiscal
General:
“O que
aconteceu com nós colombianos é uma lição que a humanidade deve aprender. Não deve
apenas ficar registrada na História, mas não deve se repetir.”
Documentário riquíssimo em informações.