terça-feira, 24 de julho de 2018

Pablo Escobar: Anjo ou Demônio?



Chamá-lo de traficante, ou narcotraficante, é um eufemismo diante do que ele fez na Colômbia nos anos 1970-1990, deixando o seu rastro implacável de destruição e de admiração e devoção na cabeça de muitos pobres a quem ele ajudou dando moradias e um pouco de dignidade, em troca de sua fidelidade. Pablo Escobar foi um mega NARCOTERRORISTA, que o mundo já mais viu desde sua morte em 2 de dezembro de 1993. O cara é um ídolo para os habitantes do bairro que ele construiu. As pessoas rezam a ele. Na sua morte, muitos na Colômbia choraram a sua partida, porque lhes viam como um homem bom e generoso, preocupado com os mais necessitados, coisa que o estado não era. Escobar continua sendo um paradigma complexo e que deixa estupefato quem quer conhecer a sua história.

“Durante vários anos, principalmente na década de 1970, Pablo Escobar Gaviria passou despercebido no nariz das autoridades. Nunca levantou suspeitas sobre o império criminoso e multimilionário que crescia vertiginosamente. Durante esse período, não ostentava fortuna, nem deixava ver o verdadeiro alcance de sua atividade delituosa. Cercou-se de muito poucas pessoas que não conheciam a magnitude de suas atividades, nem a perversidade de seu gênio enigmático. Com sigilo e inteligência de sobra, foi tecendo toda sua estrutura do empório do narcotráfico mais sólido e temerário do século XX.”

Pablo Escobar: Anjo ou Demônio? é um documentário de 2007 que traz o depoimento de muitas pessoas que fizeram parte dos conturbados anos em que Escobar aterrorizou a Colômbia. Aqui vão algumas impressões de quem o conheceu.

Alfonso Valdivieso, ex Fiscal General:

“Bom, uma pessoa que teve uma habilidade especial para o mal, uma predisposição para a perversidade.”

José Joaquim Caicedo, Advogado:

“Era um homem muito frio, com uma inteligência incrível. Um homem que sempre estava dois ou três anos na frente dos outros. Em 1988 quando o conheci, ele já falava do que ia acontecer em 1991 ou em 1992. Ou seja, projeções políticas. Ele me falava muito sobre política. E, de fato, muitas das projeções de Pablo Escobar viraram realidade. Um homem que se projetava para frente, para o futuro. Um homem muito frio. Com certeza a maior mente criminosa do século XX.”

Cesar Gaviria, ex Presidente da Colômbia:

“Uma mente muito complexa. Um homem com uma capacidade enorme de manipular a opinião pública.”

Enrique Parejo, ex Ministro da Justiça:

“Eu diria que Pablo Escobar era um monstro.”

Pablo Escobar foi:

“O mais fiel dos amigos e o mais desapiedado dos inimigos. Nunca aceitou a traição e foi implacável e cruel com seus detratores. Seu único foi fumar maconha. Nunca cheirou a cocaína que traficava. E sua família era absolutamente intocável.”

Pablo Escobar redefiniu a estrutura político-social da Colômbia.

“Para alguns setores da impressa do país, Pablo transformou a linguagem, a cultura, a fisionomia, a economia e até a justiça. A Colômbia era o país do café e das esmeraldas, e se converteu num piscar de olhos, no país da cocaína. As forças armadas foram infiltradas, corroídas e dizimadas com seu poderio e brutalidade. Por sua conta, mudou-se o sistema judicial e foi modificada a política penitenciária e até os desenhos das prisões. O Capo havia conseguido tudo o que havia proposto. Não apenas havia desenhado o negócio da cocaína, como também havia redesenhado o país para que se adequasse ao seu negócio.”

E terminando, aqui vão as palavras de Alfonso Valdivieso, ex Fiscal General:

“O que aconteceu com nós colombianos é uma lição que a humanidade deve aprender. Não deve apenas ficar registrada na História, mas não deve se repetir.”  

Documentário riquíssimo em informações.