A religião fundada no século VII, no que hoje
chamamos de Arábia Saudita, cresceu e se disseminou por meio da violência, da
ameaça, da espada, da coerção e da chantagem. Tanto o seu fundador, como os
seus seguidores espalharam o islamismo na Arábia, na Mesopotâmia, na África, na
Ásia, na Europa e na Índia, através de muitas conquistas militares agressivas e
brutais. Aos conquistados, nada de contestar a religião recém inaugurada de Alá, do contrário, seriam mortos aqueles que a
criticassem.
Deixe eu qualificar o que quero dizer: os aspectos bélicos, políticos,
econômicos, sociais e culturais da religião de Maomé, impostos aos subjugados, fizeram com que o aspecto espiritual/devocional
do islã florescesse. O islã é um conglomerado de todos esses elementos, onde
inexiste laicidade. Para o muçulmano, o islã é um sistema de vida completo, que
engloba política, economia, sociedade e, obviamente, a espiritualidade (fé em
Alá, oração, jejum, peregrinação), sendo esta, apenas um dos elementos dessa
religião. Todas essas facetas são importantes/fundamentais no sistema do “profeta”,
e apenas a espiritual (de certa maneira) é que não foi imposta (no sentido
forte da palavra), mas todas as outras, até um certo ponto, foram. Os vencidos
foram coagidos a uma filiação política e social, sendo postos sob a soberania
muçulmana, que organizou a vida coletiva debaixo da espada do islã. A intensidade variou de lugar para lugar.
“Nesse nível, a coerção era indispensável e a guerra santa era apenas
uma forma de praticá-la.” - Patrícia Crone, Professora de História Islâmica no Instituto de
Estudos Avançados de Princeton.
Desta forma, a religião do “profeta” que moldou a esfera político-social das terras invadidas, deixa claro que o islã se expandiu pela espada, manteve-se
e se mantém pela espada, visto que a sua lei da apostasia prescreve a pena de
morte para o muçulmano que largar a religião, o que revela a grande fraqueza moral
e conceitual do islamismo.
“‘Lutai pela causa de Alá com aqueles que lutam contra vós [...] e
matai-os onde quer que os encontrardes [...] e lutai contra eles até que não
haja mais tumulto e opressão; que prevaleça a justiça e a fé em Alá’ (Sura
2.190-193). A ordem é para continuar lutando, continuar assassinando, onde quer
que os muçulmanos encontrem supostos inimigos de Alá.” P. 74.
“O islamismo se expandiu tremendamente no início de sua história através
de atos de guerra. Os muçulmanos invadiram a Império Persa, o Norte da África e
a Europa. Nenhum dos países dessas regiões atacaram os muçulmanos primeiro;
estes certamente não agiram em defesa pessoal. De qualquer forma, o Islã
considera como opressor qualquer governo que não permita que os muçulmanos
estabeleçam o islamismo como religião oficial. Portanto, lutar contra estes
governos é justificado, porque os muçulmanos consideram o islamismo como a
religião verdadeira, e lutar contra os incrédulos é equivalente a lutar contra
a opressão.” P. 77.
“[...] a violência no islamismo se expressa de várias formas, através de
perseguição as minorias, a matança de oponentes políticos e religiosos e os
atos de terrorismo. E todas essas práticas encontram justificativas no Alcorão
e nos ditos de Maomé.” P. 83. - Abdul Saleeb, proeminente ex-muçulmano e
pesquisador do islamismo.
SALEEB, Abdul; SPROUL, R. C. O Outro Lado do Islã. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
O islã, tanto com Maomé em vida, quanto nas
primeiras décadas depois dele, espalhou-se por conquistas militares, tocando o
terror em vários povos que não lhes ofereciam nenhuma ameaça. Que ameaça os reinos
da África, Europa, Ásia, Índia etc., ofereciam ao islã? Nenhuma! Mas mesmo assim, eles resolveram sair
da Arábia e guerrear contra essas populações! Como desvincular isso da religião
islâmica, uma vez que nela, política, economia, conquistas militares e o modo
de vida social, piedade devocional e fé em Alá, estão todos imbricados e
entrelaçados, numa simbiose criada pelo próprio Maomé? Portanto, reitero mais uma vez, o islã cresceu sim, pela espada. Guerrearam,
venceram, se estabeleceram, submeteram esses povos, roubaram muitas de suas
terras... Os que caíram nas mãos das tropas de Alá foram forçados a aceitar boa
parte do islamismo, excetuando-se a parte espiritual (os cinco pilares). Mas
esta seguiu colada na esteira dos soldados muçulmanos e da vida político-social recém imposta.
“Em
árabe e outras línguas muçulmanas, as conquistas islâmicas históricas nunca são
referidas como 'conquistas', mas sim como futuh - 'aberturas' para a luz do
Islã entrar [.] ... [E] todas as terras já invadidas e/ou confiscadas por
muçulmanos foram feitas 'altruisticamente' para levar o Islã aos infiéis rebeldes.” – Raymond Ibrahim,
Ph.D em História Islâmica na Universidade Católica, EUA.
Vemos, cada vez mais, muçulmanos constrangidos se
opondo a narrativa histórica que mostra o legado sangrento dos primeiros fieis
de sua religião, que se firmaram nos próprios ensinos doutrinários do islã para
matar em nome deste. Esses muçulmanos contemporâneos querendo mostrar um
islamismo paz e amor, tentam passar a ideia de uma religião e fieis perseguidos,
que só atacaram em autodefesa os homens “maus” de Meca, as tribos judaicas “traidoras”
e os incrédulos dos impérios vizinhos, e, é claro, finalizam exclamando: “O islã
não se expandiu pela espada”.
Tudo isso não passam de evasivas, para esconder o
caráter belicoso e agressivo dos primeiros fieis, que se inspiraram no próprio
islã.
“Ah,
mas as populações dominadas não foram forçadas a mudarem de religião.
Historiadores têm desmentido a narrativa de que esses povos foram forçados a se
converterem ao islã.”, dizem os apologistas muçulmanos. Nossa! E eles
pensam que dizendo isso, estão ajudando mesmo a livrar a sua religião da pecha
de violenta.
Imagine a situação: esses povos estão quietinhos em
seus países, regiões, vilas, vivendo suas vidas pacatas, não sabem nada de
Maomé e do islã, e, de repente, deparam-se com uma horda de soldados, INPIRADOS
E INCENTIVADOS PELO ISLÃ, que vieram de muito longe, para lhes subjugar
violentamente se necessário. São conquistados, muitos são mortos e feitos
escravos. Obviamente, muitos sobrevivem, mas seus familiares, se não todos,
foram passados ao fio da espada, aí chegam os governantes muçulmanos e dizem:
“Fiquem
tranquilos. Fiquem à vontade para abraçar a nossa religião. Se não a querem,
podem ficar nas suas. Porém, o exercício delas terá algumas restrições ‘básicas’.
Não tentem fazer proselitismo, não critiquem o islã e o nosso profeta. Vocês
podem se converter/reverter ao islã, mas o contrário não poderá acontecer, sob
risco de morte ao renegado, e a quem o desviou. O islã a partir de agora é a religião oficial deste
território, e ai daquele que discordar. Nossa religião que tudo abarca tem
status inquestionável, seus infiéis de merda. Mas apesar de termos roubado-lhes
muitas terras e bens, matado seus familiares, destruído vossas cidades, nós
somos tolerantes, e o islã é a religião da paz. Isso é/era necessário, pois só assim
vocês verão a beleza do islã, e o quanto ele é intelectualmente satisfatório.”
Isso aí é ou não é, crescer e se impor pela força?
Arrasar, escravizar, pilhar e matar (tudo isso faz
parte da doutrina da jihad), em nome da FÉ em Alá, e depois colocar a religião
islâmica numa redoma, numa torre de marfim, acima das demais, sendo
incriticável, sendo incontestável, é se manter, é se espalhar pela coerção,
violência e chantagem. É manter o terror constante contra aqueles que falarem
uma vírgula contra ela. Isso ainda acontece hoje, nos vários países árabes.
Quando os soldados islâmicos se espalharam
derramando sangue por outros territórios além da Arábia, eles deixaram muitos
vivendo em suas religiões. Mas isso era devido a sua tolerância e porque tinham
o verso corânico de que "não há compulsão na
religião" em mente (Alcorão
2.256)? Nada disso, até porque esse verso já tinha sido ab-rogado, dando lugar
aos versos da espada da sura 9 do Alcorão.
“Pierucci [Professor de Sociologia na USP] dá uma explicação para o fato
de não ser a fé a prioridade em todos os territórios conquistados, mas a
apropriação dos recursos (saque e pilhagem). Há implicações fiscais e
econômicas. Se todos se converterem, quem sustentará as campanhas para novas
conquistas e o próprio aparelho humano? Os ‘incluídos Politicamente mas
Excluídos ritualmente da comunidade dos crentes’ servem para pagar o zákat
(imposto que o não-muçulmano paga), equilibrar as contas e manter o padrão de
vida dos guerreiros. Por esse mecanismo explica-se também, por exemplo, a
aclamada ‘tolerância islâmica para com cristãos e judeus nos países
islamizados’.” P.
110.
Sousa finaliza:
“A ordem era matar alguns, para
impor-se e manter outros vivos, para que pagassem o tributo de jizya para o
sustento dos soldados de Allah.” P. 125.
SOUSA. Magno Paganelli de. A Relação Entre a Violência do Hamas e a Interpretação do Corão. Dissertação
De Mestrado em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Se todos fossem forçados a se converter, muitos
morreriam, pois não aceitariam a nova religião e, assim, não poderiam sustentar
o exército islâmico. Se todos aceitassem o islamismo, quem haveria de pagar o
tributo (jizya) criado por Maomé, visto que ele era para ser pago pelos
incrédulos? Portanto, não foi por benevolência e a aclamada tolerância, que os
povos dominados foram relativamente “livres” para “praticar” as suas religiões. Não existe
benevolência em ser dominados sem terem feito ameaça alguma. E também era
logisticamente impossível converter a todos.
Apologistas
muçulmanos (infelizmente, ancorados em historiadores) tentam minimizar esses
fatos, apelando para uma distinção injustificável entre conquistas territoriais
e conquistas em nome da fé. Segundo eles, a conquista de territórios foi de
certa maneira violenta, porém, isso em nada teve a ver haver com o crescimento
do islã em si. No
entanto, como eu já disse, os elementos militares e político-sociais fazem
parte do modus operandi da religião
islâmica, e foram de posse desses elementos que a religião se difundiu, se
espalhou, fincou raízes, tornou-se propícia e privilegiada a desbancar todas as
outras, fazendo os adeptos destas não abrirem a boca para argumentar contra
ela. O resultado, todos nós vemos hoje.
"Mas no Islã tradicional - e certamente na visão de mundo do fundamentalista islâmico - não há separação entre o político e o religioso. O Islã é, em essência, religião e regime (din wa-dawla) e nenhuma área da atividade humana está fora de sua competência." - Shmuel Bar, Ph.D. em História do Oriente Médio pela Universidade de Tel-Aviv.
Concluo
então, que as tentativas de eliminar as especificidades militares e político-sociais nas conquistas de territórios, da própria religião do
“profeta”, são esdrúxulas, pois joga para debaixo do tapete toda a história de
Maomé, que por meios agressivos conquistou a Arábia para si, fazendo a política, sociedade e piedade devocional serem parte de um mesmo sistema religioso (o islã); ela também ignora o conceito de jihad (guerra santa), que desemboca no
antagonismo Casa do Islã versus Casa da Guerra, em que a primeira engolirá a
segunda, por quaisquer meios necessários, como tão bem explica o maior
historiador do islã do século XX, Bernard Lewis:
“Durante a maior parte dos 14 séculos de história
muçulmana registrada, a jihad foi mais comumente interpretada como luta armada
para defesa ou aumento do poder muçulmano. Na tradição muçulmana, o mundo é
dividido em duas casas: a Casa do Islã (Dar al-Islam), na qual existem governos
muçulmanos e onde prevalece a lei muçulmana, e a Casa da Guerra (Dar al-Harb),
o resto do mundo, ainda habitado por infiéis e, mais importante, sob governos
infiéis. A presunção é que a obrigação da jihad continuará, interrompida apenas
por tréguas, até que o mundo todo adote a fé muçulmana ou se submeta ao mando
muçulmano. Aqueles que lutam na jihad qualificam-se para recompensas nos dois
mundos, butim nesse, paraíso no próximo.” P. 47.
LEWIS, Bernard. A Crise do Islã: Guerra Santa e Terror Profano. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
Portanto, através das vitórias militares (elas
são partes intrínsecas da religião) dos muçulmanos, o islã se beneficiou
grandemente, sendo a principal mola propulsora para as conquistas. Vendo dessa
perspectiva apresentada, é mais do que razoável e lógico afirmar que ele se
espalhou por meio da ESPADA. E é triste ver a olhos nus, que 14 séculos depois,
suas sementes coléricas continuam a germinar, mantendo milhões de muçulmanos
presos a um sistema religioso, que muitos deles não querem mais participar,
porém, não podem deixar o islã, pois correm sérios riscos de sofrerem as piores
consequências por isso.
Peter Demant (Ph.D e Mestre em História na
Universidade de Amsterdam, na Holanda), que não é crítico do islã, escreve que
o crescimento da religião (o que qualifico como a parte espiritual do islã) foi
geralmente pacífico:
“Embora
houvessem episódios de guerras religiosas na história ulterior do islã, em
geral seu crescimento contínuo prosseguiu de forma gradual e pacífica, por meio
de contatos pessoais, comerciais, culturais etc.” P. 33.
Não obstante:
Manteve-se
intacta, todavia, uma visão geopolítica que partilha o mundo em duas dimensões
antagônicas: a ‘Casa do islã’, isto é, onde o islã vigora, contra a ‘Casa da
guerra’, onde ele ainda não predomina. Entre ambas, armistícios são possíveis,
mas nunca a paz completa, até a absorção final da segunda pela primeira.” P. 33-34.
Agora veja que nem o Demant, que sempre tem muito
cuidado em não qualificar o islã como uma religião intrinsecamente violenta,
reconhece um pouco antes:
“De fato, o islã (tanto quanto o cristianismo) sempre se considerou o
único portador da verdade, combinando esse exclusivismo com o impulso de
disseminá-la com o uso da palavra e/ou da espada. Sangrentas guerras religiosas
não faltaram na história do cristianismo; porém, o elemento militar é ainda
mais presente no islã, cujo profeta – em vez de ser imolado como o pacífico
fundador do cristianismo – funcionou também como líder guerreiro e
expansionista de sua comunidade. Ora, o profeta logo se tornou o exemplo
perfeito, o ideal a ser atingido. Continuando o modelo posto em prática por
Maomé, o islã, nos séculos VII e VIII, se expandiu rapidamente pelas armas. A
umma que se estabeleceu tinha, pelo menos na teoria, uma mobilização permanente
dos muçulmanos para participar em mais conquistas em nome da fé.” P. 33.
A chantagem política, econômica e social, foram
grandes vetores para a conversão de muitos:
“Mas, além da atração intrínseca da nova religião, havia fortes
incentivos paralelos à conversão: o poder político era, praticamente, monopólio
muçulmano. Muitos, portanto, deram esse passo em direção ao islã para
usufruírem desse poder.” P. 80.
A muitos politeístas a conversão era FORÇADA:
“[A] imposição do islã aos politeístas, que tinham de escolher entre a
conversão ou a morte.” P. 27.
DEMANT, Peter. O Mundo Muçulmano. 3ª Ed. São Paulo: Contexto, 2013. (PDF).
“Menos de vinte anos após a morte de Maomé, sua religião e sua espada
dominaram das fronteiras do Afeganistão, no Oriente, até Trípoli, no Ocidente,
uma distância de quase 5 mil quilômetros. A forte invocação das preces podia
ser ouvida às margens do Mediterrâneo, do Mar Negro, do Mar Cáspio, do Golfo
Pérsico e do Mar Vermelho. As lanças do Islã continuavam a ser fincadas em
todas as direções. Logo alcançaram o Estreito de Gibraltar, na porta de entrada
do Atlântico. Em direção ao Oriente, alcançaram a desembocadura do Rio Indo, no
Oceano Indico. As cidades de Multan, no atual Paquistão, e Samarcanda, na Ásia
Central, foram tomadas em 712 e, um ano depois, no Ocidente, Sevilha, na
Espanha, foi controlada pelo Islã.” – P. 76-77. Geoffrey
Blainey, Professor de História das Universidades de Harvard e Melbourne.
BLAINEY, Geoffrey. Uma Breve História do Mundo. Curitiba: Fundamento, 2007. (PDF).
“Apoiado pelos comerciantes, Maomé impôs suas idéias pela guerra. [...] Após sua morte [Maomé], os califas (substitutos do ‘enviado de Alá’) utilizaram-se das guerras, admitidas no Alcorão na propagação do Islamismo (guerras santas), para unificar a península Arábica e iniciar uma expansão que, no final da Idade Média, envolvia a península Ibérica, o norte da África e o Oriente Médio. Através das conquistas no norte da África, ocorreu um aumento enorme da extensão do Império, bem como uma verdadeira revolução na máquina de guerra islâmica, visto que os berberes (povo do norte da África, da região da Numídia) se converteram ao Islamismo e tomaram para si a responsabilidade de invadir a Espanha visigótica.
Foi
após a morte do profeta, em 632, que a Arábia foi unificada. A partir desta
união, foi iniciada a expansão do império árabe. Os seguidores do Alcorão
acreditavam que deveriam expandir o islamismo através da Guerra Santa. Firmes
nesta crença, eles expandiram sua religião ao Iêmen, Pérsia, Síria, Omã, Egito
e Palestina. Em 711, dominaram grande parte da península Ibérica, espalhando
sua cultura pela região da Espanha e Portugal.” P. 06-07. - Osvaldo
Coggiola, Ph.D e Pós-Doutorado em História na USP.
COGGIOLA, Osvaldo. Islã histórico e
Islamismo Político. Instituto da Cultura Árabe, Março de 2007.
"O Islã sempre abraçou historicamente o 'evangelismo da espada'." - Rick Durst, Ph.D em Teologia Histórica no Seminário Batista Golden Gate, EUA.
“Muitas batalhas não foram conduzidas em autodefesa, como alguns
apologistas do islã argumentam. Ao contrário, a guerra tornou-se um instrumento
para a propagação do islã, entre os idólatras árabes que recusavam o convite de
Maomé para converterem-se. Gerações posteriores seguiram muito similar
procedimento, resultando na expansão do império islâmico, estendendo-se desde a
Europa até a Índia.” - William Dipuccio, Ph.D em Religião na Marquete
University, EUA, no documentário Através das Lentes da Vida de Maomé.
“Muitas pessoas podiam ter [e tiveram] segundas intenções ao seguir
Maomé, porque nos primeiros anos o islamismo se expandiu em boa parte pela
guerra. Os seguidores de Maomé obtiveram influência política e poder sobre os
povoados que foram conquistados e ‘converteram’ todos ao islamismo pela
espada.” P. 345. - J. P. Moreland, Ph.D em Filosofia
Universidade do Sul da Califórnia.
STROBEL. Lee. Em Defesa de
Cristo. 1º Ed. São Paulo: 2002.
“A ascensão do islã é um dos mais incríveis movimentos da história.
[...] Como conseguiram isso? Conversão, diplomacia e uma força-tarefa altamente
dedicada. [...] A ameaça muçulmana combinava religião e poder político. O islã
não apenas derrotou as autoridades políticas, mas conseguiu que as pessoas se
convertessem e ofereceu a elas (ou forçou-as a receber) um novo sistema
religioso.
[...]
Se não fosse por Carlos Martel, todos nós poderíamos estar falando árabe
e nos ajoelhando na direção de Meca cinco vezes ao dia. Na região de Tours,
Carlos Martelo e seu exército franco reverteram o imenso poderio dos exércitos
islâmicos que varriam o norte da África e já invadiam a Europa. A Batalha de
Tours foi importantíssima para a civilização ocidental.
[...]
O general muçulmano Abd-ar-Rahman liderou suas tropas rumo ao norte, bem
no meio do território franco. Carlos Martelo se encontrou com elas entre Tours
e Poitiers e fez com que recuassem. Em uma série de acirradas batalhas, os
francos empurraram os muçulmanos de volta para a Espanha, contendo seu avanço
na Europa.” P. 70, 71, 72.
CURTIS, A. Kenneth; LANG, Stephen; PETERSEN,
Randy. Os 100 Acontecimentos Mais
Importantes da História do Cristianismo: Do Incêndio de Roma ao Crescimento da
Igreja na China. São Paulo: Editora Vida, 2003.
“O islamismo é uma religião
monoteísta, que reconhece um deus, Allah, representado na Terra pelos seus
profetas e representantes, os califas. Esta religião exigia aos seus adeptos
obediência cega a deus e aos seus servidores. [...] Um aspecto importante do
Islão, que reflectia as aspirações territoriais e o desejo de unificação dos
povos árabes na primitiva sociedade feudal (cujo principal recurso era a
criação de gado) era a tendência para espalhar a «fé do profeta» à força, nas
terras vizinhas. [...] o aspecto mais vital do Islão era a luta para conseguir
um poder político forte. [...] Factor de importância no êxito destes novos
conquistadores foi a sua tolerância religiosa (só utilizavam meios económicos,
para encorajar a conversão ao Islão) e o seu respeito pela propriedade de todos
aqueles que se lhe rendiam sem resistência. [...] Os convertidos ao Islão
ficavam isentos de um imposto especial que os infiéis tinham de pagar.” P. 296, 297, 298.
Era uma tolerância não tão tolerante, para os
nossos padrões. Uma vez que se os povos conquistados não aderissem ao islã,
teriam que pagar a Jizya, imposto criado por Maomé. E não era uma taxa única, e
em muitos momentos, eram taxas pesadas. Em Meca, por exemplo, os judeus tinham
que pagar uma taxa anual que equivalia a 50% de suas colheitas. Os cristãos
podiam continuar praticando o cristianismo, mas com muitíssimas restrições.
Eram cidadãos de segunda classe. Eram humilhados de diversas formas. As guerras
islâmicas não foram defensivas, mas atacando terras e regiões que nunca os
tinham ameaçado. Se resistissem a conquista: morte. Se não aceitassem o islã:
pagamento de impostos, e prática limitada de suas religiões. Se negassem o
pagamento da Jizya: morte. Esta expansão violenta por territórios, espalhou por
meios violentos e coercitivos a religião islâmica, como já foi explicado. Não
foram poucos os conquistados que se “converteram”, para que escapassem das
humilhações de serem dhimis, palavra que tem o significado de “protegidos”.
“Protegidos” contra quem? Contra os próprios conquistadores muçulmanos.
Portanto, este “só utilizavam meios económicos, para encorajar a conversão ao
Islão” é uma suavização enorme e irreal do que era essa desagradável realidade.
Curioso que o livro diz pouco antes, que “era a tendência [dos conversos de
Maomé] [...] espalhar a «fé do profeta» à força, nas terras vizinhas.” Se
estavam espalhando a “fé do profeta à força”, logo, ela não cresceu pela
persuasão.
MANFRED. A. Z. História do Mundo, Vol. 1 – Mundo Antigo e Idade
Média. Obra editada pelo Instituto de
História da Academia de Ciências de Moscovo. Edições Sociais: 1977. (PDF).
“A
execução deste princípio que estabelece a jihad como guerra santa, dá explicação
sobre a expansão muçulmana no decorrer da história, nos territórios
anteriormente cristãos. O islamismo é a única das importantes religiões que
principalmente em seus primeiros séculos de existência, empregou de modo
sistemático a conquista militar como estratégia de expansão de sua fé. O povo
muçulmano não sente constrangimento deste passado inglório, mas sim orgulho de
tal herança de lutas e conquistas.” P. 56.
OLIVEIRA, Amauri
Costa de. Tolerância e Liberdade Religiosa no Islã. Dissertação (Mestrado
em Ciências da Religião) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo,
2018.
A expansão das tropas e da fé islâmica pela espada
na África causou grande devastação nesse continente, que persiste até os dias
atuais.
"Como mostra a História, os árabes-muçulmanos estão na origem da
calamidade que foi o tráfico e a escravatura, que praticaram do século VII ao
século XX. [...] A penetração árabe no continente negro iniciou a era das
devastações permanentes de aldeias e as terríveis guerras santas realizadas
pelos convertidos, a fim de obter escravos de vizinhos que eram considerados
pagãos.
[...]
O Islão só permite a escravização de não-muçulmanos. Mas em relação aos
negros, os árabes utilizaram os textos eruditos como os de Al-Dimeshkri:
‘Nenhuma lei divina lhes foi revelada. Nenhum profeta foi mostrado em sua casa.
Também são incapazes de conceber as noções de comando e de proibição, desejo e
de abstinência. Tem uma mentalidade próxima da dos animais. A submissão dos
povos do Sudão aos seus chefes e reis deve-se unicamente às leis e regulamentos
que lhes são impostos da mesma maneira que aos animais.’
[...]
Desde o início do comércio oriental de escravos que os muçulmanos árabes
decidiram castrar os negros, para evitar que se reproduzissem. Esses infelizes
foram submetidos a terríveis situações, para evitar que se integrassem e
implantassem uma descendência nesta região do mundo." - Tidiane N'Diaye, Antropólogo e Economista, autor do
livro O Genocídio Ocultado: Investigação Histórica Sobre o Tráfico Negreiro
Árabo-Muçulmano.
Por quais motivos o islã se espalhou pela violência
e não pelo boca a boca, convencendo os infiéis de que o sistema maometano era a
verdade sobre deus, sobre a vida, sobre a morte e etc?
Primeiro é preciso dizer que o islã nasceu em um
contexto de violência - e ele o absorveu
e o incrementou plenamente. Maomé e seus discípulos foram nada mais nada menos,
que filhos de seu tempo. Quanto ao efeito disso, o já citado Bernard Lewis
(Ph.D em História na Universidade de Londres), pode nos dá uma direção:
“Os muçulmanos não são instruídos para dar a outra face, nem se espera
que refundam suas espadas para transformá-las em arados e suas lanças em foices
(Isaías 2:4).” P. 133.
LEWIS, Bernard. A Crise do Islã: Guerra Santa e Terror
Profano. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
Samir Khalil Samir, Professor de História da
Cultura Árabe e Islamologia da Université Saint-Joseph de Beirute, também pode
nos ajudar, quando diz:
“[...] deve-se ter a coragem de dizer que o Islã tem elementos de
violência no Alcorão e na vida de Maomé. Se, em vez disso, continuarmos dizendo
que ‘o Islã é uma religião de paz’, só criaremos confusão e mistificação.”
O alcorão 98.6 nos dá uma pista:
“Os descrentes dentre os adeptos do Livro e os idólatras irão para o
fogo da Geena onde permanecerão para todo o sempre. São eles as piores de todas
as criaturas.”
Porque ter paciência, abnegação e boa vontade em
convencer “as piores de todas as criaturas”, quando se tem um grande exército
que pode forçá-las a abandonarem suas religiões, ou fazerem-nas pagarem impostos
e submeterem-se ao governo islâmico, tornando-as caladinhas e quietas, vivendo
discretamente suas religiões, sem terem a audácia de tentar convencer os
muçulmanos a abandonarem Alá e o seu mensageiro, sob a pena de serem mortas por
isso?
Apenas nos anos iniciais de Meca, quando Maomé
tinha poucos seguidores, foi que ele não perpetrou a violência para conquistar
territórios e adeptos. Como diz Reuven Firestone, Ph.D em Estudos Árabes na
Universidade de Nova Iorque:
“No início de sua carreira profética em Meca, quando ele era fraco e
seus seguidores eram poucos, as revelações divinas encorajaram a prevenção de
conflitos físicos.”
Depois que ele ficou poderoso em Medina, sua
postura mudou em relação aos críticos, chegando novos ensinos “divinos” que
deixavam para trás a parcimônia até então pregada. Rudolph Peters, Professor de
Estudos Árabes e Islâmicos na Universidade de Amsterdam, na Holanda, revela que
guerras poderiam ser iniciadas a qualquer momento contra os
incrédulos. Os versículos alcorânicos medinenses revelavam:
"[...] que a guerra contra os não muçulmanos poderia ser travada
virtualmente a qualquer momento, sem pretexto e em qualquer lugar".
Ele acrescenta:
“O ponto crucial da doutrina é a existência de um único estado islâmico,
governando toda a umma [comunidade muçulmana]. É dever da umma expandir o
território desse estado a fim de colocar o maior número possível de pessoas sob
seu domínio. O objetivo final é expandir o território deste estado, a fim de
colocar toda a terra sob o domínio do Islã e extirpar a descrença.”
Termino esta primeira parte com as palavras de David Cashin, Ph.D em Estudos Asiáticos pela Universidade de Estocolmo, na Suécia:
“O Islã é baseado na violência coercitiva?
Se alguém perguntasse a um muçulmano: ‘O Islã é um código de vida completo?’, sua resposta imediata teria de ser um ‘Sim’ inequívoco. A declaração é um princípio fundamental da fé muçulmana. Se alguém perguntasse mais: ‘O Islã é um sistema político?’, a grande maioria teria que dizer novamente ‘Sim!’. Quando dizemos que o Islã é um sistema político, isso significa automaticamente que o Islã é baseado na violência coercitiva. Todos os sistemas políticos, incluindo a democracia, são baseados na violência coercitiva.
[...]
Eu respeitosamente alegaria que o grande problema do Islã é o
Islã. Uma religião que se define como um sistema político no centro sempre
lutará com a violência coercitiva, e essa tem sido a história do Islã desde o
início. A grande tragédia do Islã é o Profeta que leva a espada. O
Islã, de acordo com o exemplo do Profeta, levou a espada não apenas contra
não-muçulmanos, mas também contra muçulmanos que não são ortodoxos o suficiente. A
reforma de que o Islã precisa é muito mais profunda do que qualquer outra
religião, porque implicará a rejeição de elementos-chave dos ensinamentos
islâmicos que remontam ao próprio Profeta."
Na parte 2, vamos explorar mais o que foi dito aqui.