Link para baixar o filme:
https://mega.nz/#!rphhCLhS!tyrQ52YHSv_SZU3NA_SeJnTrU8R01ZWwKrY_Wt2rqGQ
Não seria exagero dizer que esse filme ESPETACULAR, seja, talvez, o melhor filme que já vi! É uma obra prima do cinema. Sensacional, formidável, impecável, inteligente... Todos os elogios possíveis a essa pérola do cinema mundial. É lindo. É maravilhoso. Fiquei atônito. Empolgo-me para falar desse longa.
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Não seria exagero dizer que esse filme ESPETACULAR, seja, talvez, o melhor filme que já vi! É uma obra prima do cinema. Sensacional, formidável, impecável, inteligente... Todos os elogios possíveis a essa pérola do cinema mundial. É lindo. É maravilhoso. Fiquei atônito. Empolgo-me para falar desse longa.
As
interpretações de todos os personagens beiram a perfeição. Os diálogos, nem se
fala. E o tema? Explosivo na época em que foi lançado. E lá vou eu, mencionar
mais uma vez a tão falada década de 1960. Década das árduas lutas pelos
direitos civis. Os “de cor” reivindicando da sociedade e do governo
norte-americano, plenos direitos de cidadania, que sempre lhes foram negados.
Joanna Drayton
(Katharine Houghton ) é uma linda mulher de 23 anos, filha de pais ricos, que
conhece no Havaí, o proeminente Médico John Prentice Jr (Sydney Poitier). Ambos
se apaixonam logo de cara. E durante a curta estadia nessa ilha, resolvem se
casar.
Até aí, tudo
bem, afinal de contas, são duas pessoas solteiras e jovens, que optam por oficializar,
perante a sociedade e Estado, mediante o matrimônio, o amor que sentem um pelo
outro. Nada fora do padrão; do comum; do corriqueiro; do saudável; do bom
senso; da decência; dos bons e aceitáveis costumes. É exatamente esse tipo de
procedimento, que a então sociedade em que vivem, espera de pessoas
verdadeiramente comprometidas e que levam a sério a vida a dois.
O problema, e bote
problema nisso, é que um dos pombinhos enamorados é negro. O Dr. Prentice é torradinho/pretinho/escurinho.
Se hoje em dia, mais de meia década depois, muitas vezes, ainda vemos com uma
certa estranheza, um negro e uma branca namorando > noivando > casando,
principalmente, se ela for loira e linda, como é o caso da noiva do Prentice,
imagine o quanto não era algo de outro mundo e totalmente inaceitável, para a
maioria das pessoas dos EUA, se deparar com tal situação, naquele contexto
racista e discriminatório?! Mesmo a história se passando em San Francisco,
cidade mais aberta, liberal e menos preconceituosa, se comparada aos Estados
sulistas do Mississipi, Alabama e Tennessee.
O casal
apaixonado chega a San Francisco, para dar a notícia aos pais de Joanna, de que
em breve irão se casar. Joanna ou Joey, bastante entusiasmada, não vê a hora de
falar aos pais a grande novidade, visto que ela teve uma educação diferenciada.
Recebeu de seus pais uma educação moderna e não baseada no racismo vigente em
derredor. Dessa forma, por que temer a reação de seus pais? Eles mesmos lhe
disseram na mais tenra idade, que todos são iguais e devem gozar de plenos
direitos como cidadãos.
Enquanto
Prentice está no escritório da casa, telefonando para os seus pais, Joanna
estava contando para Christina Drayton (Katharine Hepburn), sua mãe, sobre o
maravilhoso, inteligente e homem perfeito, que conheceu. Ele, então, aparece na sala, a cara de
assustada da Senhora Christina, quando o vê, é emblemática. Quase que ela tem
um infarto fulminante. Apesar dela não ser racista (ou pensa que não é), não
está acreditando que sua única filhinha linda e tão amada, está noiva de um
afrodescendente. Sua mãe está engasgada com o que está acontecendo. A própria
Joanna diz a ela:
“Ele acha que você
vai desmaiar, porque ele é negro.”
O engraçado é
que a própria Tillie (Isabel Sanford ), empregada da casa, uma negra, não
aceita de forma alguma, que a sua querida menina, que viu crescer e ajudou a
criar, pretende se casar com um preto. Para ela é uma tolice e disparate sem
tamanho tudo isso. Cada um deve ficar na sua. Prentice é um negro aproveitador,
segundo ela. É aí que se encontra mais um dos vários pontos positivos do vídeo.
Mostrando a realidade de que muitos negros, também, tinham sérias reservas, em
relação aos casamentos exogâmicos.
Pouco tempo
depois, enquanto Joey, Prentice e Christina estão no jardim da casa, fazendo um
lanchinho, o pai de Joey, Matt Drayton (Spencer Tracy), chega. Ele é
surpreendido pela bombástica notícia. Durante todo o desenrolar da história,
ele sente uma dificuldade muito maior que a sua mulher em aceitar tal situação.
Apesar dele ser dono de um jornal liberal e antirracista de San Francisco,
agora ele está de fato, sendo provado quanto as convicções que tanto defendeu
ao longo do anos. Todo o seu discurso moderno e avesso ao preconceito só se
aplica aos negros que não estejam, porventura, cortejando a sua filha?! Se a
resposta for sim, ele não estaria comprometendo seriamente a sua coerência e
integridade ideológica?!
Ele e sua
esposa vão para o escritório e ela dispara:
“[...] E se ela
(Joanna) é assim, foi porque nós a criamos assim mesmo. Respondemos as suas
perguntas; ela escutou as nossas respostas. Dissemos a ela que era errado
acreditar que gente branca era sempre superior à gente negra, ou mulatos,
vermelhos ou amarelos, pouco importa. Gente que pensa assim, era errado em
pensar assim. Por vezes, por ódio, sempre por estupidez. Mas sempre, sempre
errados. Era o que dizíamos. E quando dissemos, nada acrescentamos, como: ‘Nunca
se apaixone por um homem de cor’.”
Logo após ela dizer tudo isso,
eles recebem uma ligação informando quem verdadeiramente é o recém-noivo de sua
filha. Informação essa, solicitada por seu pai. Realmente Prentice é Médico,
mas não é qualquer Médico. Todas as credenciais possíveis ele já conseguiu,
apesar de sua juventude. A lista de seus feitos na Medicina é gigantesca. Uma
boa sacada do roteirista, em “exagerar” nas qualificações acadêmicas do
Prentice. Pois dessa forma, caso os pais da Joey não aceitem o casamento, não
será porque ele é um vagabundo, ou um zé ninguém, mas sim, porque é uma pessoa
de “cor”.
Um novo personagem é incorporado
a toda essa confusão. O monsenhor Mike
Ryan (Cecil Kellaway), que a exemplo dos demais, tem uma desenvoltura marcante
no desenvolvimento do enredo. É um padre simpático, carismático e que dá total
apoio ao casamento de Prentice e Joanna. Vários diálogos são travados entre
ele, e seu melhor amigo, o pai de Joey. O religioso sempre dando alfinetadas e jogando
argumentos para que seu amigo deixe de birra e abençoe o casamento de sua
filha. Um velhinho muito agradável, esse padre. Uma figura.
E para fechar, caminhando para o
final, os pais de Prentice, viajam de Los Angeles, para conhecer a noiva de seu
filho. Eles se assustam, quando descobrem que a amada de seu filho, é branca. O
pai, John Prentice (Roy E. Glenn), vira uma estátua, e a semelhança do pai de
Joey, é muito mais enfático que a Senhora Mary Prentice (Beah Richards), em aprovar esse casamento. Ele
é ignorante e marrento, tentando persuadir o seu filho a desistir dessa “loucura”.
Nos minutos finais do filme,
depois de ouvir umas verdades bem ditas da mãe do Prentice, e refletir muito
sozinho no jardim, o pai de Joanna, reúne todos na sala, e diz:
“[...] Existem 100 milhões de pessoas, bem aqui,
neste país, que ficarão chocados e ofendidos e desgostosos quanto a vocês dois.
E vocês terão que superar tudo isso. Talvez cada dia, pelo resto de suas vidas.
Vocês poderão tentar ignorar essas pessoas, ou sentir pena delas, por seus preconceitos
e intransigência. Seus cegos e odiosos temores. Mas quando for necessário, vocês
vão ter que se unir um ao outro, e dá as costas a toda essa gente.”
O seu discurso é mais extenso, ele resume todos os acontecimentos, pensamentos, dúvidas e temores do dia, e chega a mais razoável conclusão: de
que os dois devem e têm o direito de se casarem e serem felizes.
Filme nota 1000!