ENGELS,
Friedrich; MARX, Karl. Manifesto do Partido
Comunista. 2ª Ed. Portugal, Lisboa: Avante, 1997. (PDF).
“Anda um espectro pela Europa — o espectro do Comunismo.”
Karl
Marx desperta paixões! Desperta amor! Desperta ódio!
Muitos
desejam que ele esteja no lugar mais quente do inferno. Motivo? Suas ideias que
serviram de inspiração para os governos comunistas/socialistas do século XX,
que redundaram no mais pleno fiasco, tendo a URSS o seu maior exemplo de
fracasso, e, o pior, a morte de milhões e milhões de pessoas. Fora a total
falta de liberdade de expressão, impressa, ideias, religião e locomoção. Os que
odeiam Marx podem ainda citar os atuais governos comunistas da Coreia do Norte
e Cuba, sobretudo o primeiro, onde reina o caos, a fome, os assassinatos e toda
sorte de malefícios aos seus cidadãos.
Na
contramão, não são poucos os que idolatram o velhinho de barba do século XIX.
Professores nas cátedras de humanas, estão aos montes, para celebrar Marx e o
seu “materialismo histórico”, que dizem ser o maior empreendimento intelectual
para entender e dar sentido a todos os processos históricos, que estão
assentados na infraestrutura econômica, de onde emerge a superestrutura
(filosofia, religião, ideias). Uns ainda sonham com o utópico paraíso comunista,
em que a sociedade como um todo, estará plenamente assentada na igualdade
social, inexistindo as antigas relações de opressores (burguesia) e oprimidos
(proletários).
Karl
Marx (1818-18830 foi um autor prolífico. Sua obra é vasta e complexa, onde
poucos se atrevem a ler o seu mais monumental livro – O Capital. Nesses dois
times de detratores e fãs, poucos foram aqueles que leram pelo menos metade de
seus escritos, sobretudo O Capital, que não é uma obra fácil e atraente de ler,
além de ser muito extensa, com mais de duas mil e quinhentas páginas! Quem é o
maluco para se aventurar? Eu que não me arrisco. Prefiro ler o Manifesto do
Partido Comunista e outras obras que comentam, interpretam, desvelam o
pensamento de Marx e de seu companheiro intelectual Friedrich Engels
(1820-1895), seja criticando, ou elogiando, ou tentando ser neutra. Muitos
críticos e entusiastas de Marx, nem isso fazem. Ficam nos pequenos vídeos de
cinco, dez, quinze minutos...
Em
todo caso, aqui estamos no Manifesto. Este opúsculo foi lançado em 1848. Teve
ainda no século XIX, diversas traduções e reedições nos vários países europeus
e na América do Norte, sendo um sucesso entre os movimentos proletários,
germinando as ideias que viriam a configurar o arcabouço intelectual do
comunismo e, de como ele suplantaria o capitalismo burguês, dando lugar a
sociedade sem classes, mais justa e igualitária.
O
Manifesto começa com um ar triunfal:
“Anda um espectro pela Europa — o espectro do Comunismo. Todos os
poderes da velha Europa se aliaram para uma santa caçada a este espectro, o
papa e o tsar, Metternich e Guizot, radicais franceses e polícias alemães.
[...] O comunismo já é reconhecido por todos os poderes europeus como um poder.
Já é tempo de os comunistas exporem abertamente perante o mundo inteiro o seu
modo de ver, os seus objectivos, as suas tendências, e de contraporem à lenda *
do espectro do comunismo um Manifesto do próprio partido.” P. 28.
Marx
e Engels dizem que a burguesia rompeu com todos os laços medievais, destruindo
todas as relações então existentes. Aquele ambiente bucólico da Idade Média
tinha se desfeito sem pudor. O valor de troca, o comércio, desbancaram sem
piedade os laços que prendiam o homem do campo aos seus senhores naturais. A
burguesia causou um racha sem volta e inexorável nas formas de viver e ver o
mundo. As relações de produção foram irredutivelmente modificadas, dando lugar
ao novo social, e, com ele, a um novo antagonismo entre as classes dos
opressores e oprimidos. Os enganos vindos da religião e a política agora eram
abertos, sem subterfúgios. O que era sagrado a burguesia dessacralizou. Tudo
era movido por dinheiro e pelo dinheiro.
“Numa palavra, no lugar da exploração encoberta com ilusões
políticas e religiosas, pôs a exploração seca, directa, despudorada, aberta.
A burguesia despiu da sua aparência sagrada todas as atividades até
aqui veneráveis e consideradas com pia reverência. Transformou o médico, o
jurista, o padre, o poeta, o homem de ciência em trabalhadores assalariados
pagos por ela.
A burguesia arrancou à relação familiar o seu comovente véu
sentimental e reduziu-a a uma pura relação de dinheiro.” P. 32.
Com
o boom da revolução industrial, a ascensão cada vez mais evidente da burguesia
e a desenfreada produção cada vez mais gigantes de produtos, estes tinham ser
vendidos, escoados, postos à disposição de compradores, não apenas na Europa,
mas em cada recanto do planeta.
“A necessidade de um escoamento sempre mais extenso para os seus
produtos persegue a burguesia por todo o globo terrestre. Tem de se implantar
em toda a parte, instalar-se em toda a parte, estabelecer contactos em toda a
parte.” P. 32-33.
“As relações burguesas tornaram-se demasiado estreitas para conterem
a riqueza por elas gerada. — E como triunfa a burguesia das crises? Por um
lado, pela aniquilação forçada de uma massa de forças produtivas; por outro
lado, pela conquista de novos mercados e pela exploração mais profunda de
antigos mercados.” P. 35.
Como
o sistema capitalista aí está, mais forte do que nunca, esse escoamento
continua numa proporção jamais imaginada por Marx e Engels. Com a era dos
eletrônicos, somos constantemente “obrigados” a trocar de celulares,
televisores, notebooks, tablets e outras parafernálias digitais, todos os anos.
Isso sem falar em carros, roupas... As empresas para sobreviverem, precisam
estar dissimulando a todo momento, novas necessidades para vender e não ficarem
para trás e falirem. Isto é uma bola de neve, pois se falirem, muitos ficarão
sem empregos. Portanto, para que tudo funcione “direitinho” é preciso colocar
no mercado produtos atraentes que escoem o mais rápido possível. Estamos presos
em uma teia inescapável. Sem o consumo exagerado, o mundo vai à bancarrota. É
salutar para o empresariado, convencer as pessoas de que elas precisam de seus
produtos inovadores, para que daí possam ser gente de verdade, descoladas,
alinhadas com a moda, com o que o mundo tem de melhor. Essa psicologia barata
tem dado certo. É aquele velho clichê de que na sociedade capitalista, as
pessoas serão vistas pelo que tem, e não pelo que são.
A
dupla dinâmica escreve:
“Para o lugar das velhas necessidades, satisfeitas por artigos do
país, entram [necessidades] novas que exigem para a sua satisfação os produtos
dos países e dos climas mais longínquos. Para o lugar da velha auto-suficiência
e do velho isolamento locais e nacionais, entram um intercâmbio omnilateral,
uma dependência das nações umas das outras. E tal como na produção material,
assim também na produção espiritual. Os artigos espirituais das nações
singulares tornam-se bem comum. A unilateralidade e estreiteza nacionais tornam-se
cada vez mais impossíveis, e das muitas literaturas nacionais e locais forma-se
uma literatura mundial.
A burguesia, pelo rápido melhoramento de todos os instrumentos de
produção, pelas comunicações infinitamente facilitadas, arrasta todas as
nações, mesmo as mais bárbaras, para a civilização. Os preços baratos das suas
mercadorias são a artilharia pesada com que deita por terra todas as muralhas
da China, com que força à capitulação o mais obstinado ódio dos bárbaros ao
estrangeiro. Compele todas as nações a apropriarem o modo de produção da
burguesia, se não quiserem arruinar-se; compele-as a introduzirem no seu seio a
chamada civilização, i. é, a tornarem-se burguesas. Numa palavra, ela cria para
si um mundo à sua própria imagem.” P. 33.
Quando
eles falam da China, não tem como não lembrar do que as potências capitalistas
fizeram a ela no século XIX, com as Guerras do Ópio (1839-1842, 1856-1860) que forçaram a China a abrir cinco de
seus portos para a Inglaterra e outros países, e a entregar a ilha de Hong Kong
aos britânicos. Era o “livre comércio” sendo imposto na base do cacete. Não
bastando, ainda teve a Guerra dos Boxers, em que a Inglaterra, Rússia, França,
Japão, Estados Unidos e Alemanha, invadiram a China obrigando o país a
reconhecer de uma vez por todas, as concessões de que gozavam as potencias
imperialistas. A ironia macabra disso tudo, é que atualmente a China está
tomando conta de tudo, chegando em breve a ser a maior economia e potência
mundial, comprando ações, universidades, países, impondo sua ética política,
subjugando vários setores do mundo ocidental e não ocidental. O Ocidente está
pagando pelos pecados de outrora?
Com
a burguesia tomando conta de todos os setores de produção e venda, além dos
proletários das fábricas, ela tinha os seus contestadores entre os pequenos
comerciantes, camponeses... Mas Marx e Engels chegam a prever que apesar de
ainda de serem reacionários, finalmente serão absorvidos na grande massa de
proletários, rumo a sociedade comunista.
“Os estados médios [Mittelstände] — o pequeno industrial, o pequeno
comerciante, o artesão, o camponês —, todos eles combatem a burguesia para
assegurar, face ao declínio, a sua existência como estados médios. Não são,
pois, revolucionários, mas conservadores. Mais ainda, são reaccionários,
procuram fazer andar para trás a roda da história. Se são revolucionários,
são-no apenas à luz da sua iminente passagem para o proletariado, e assim não
defendem os seus interesses presentes, mas os futuros, e assim abandonam a sua
posição própria para se colocarem na do proletariado.” P. 39.
A
dupla Batman e Robbin afirma que o modo de pensar do proletariado é totalmente
distinto dos pensamentos, ética, moral e justiça dos opressores da classe
dominante. A destruição da superestrutura em todas as suas facetas burguesas
deve ser colocada abaixo, para que dela surja a nova sociedade. É uma ruptura
total com as verdades ditas eternas legadas pela burguesia e pelas sociedades
anteriores, onde sempre foi regra a opressão de uma parte por outra. Primeiro
começa-se a luta proletária em seus respectivos países, para depois irromper-se
pelo mundo. Para isto acontecer, a violência é um caminho legítimo.
“As leis, a moral, a religião são para ele outros tantos
preconceitos burgueses, atrás dos quais se escondem outros tantos interesses
burgueses. [...] Os proletários nada têm de seu a assegurar, têm sim de destruir
todas as seguranças privadas e asseguramentos privados. [...] O proletariado, a
camada mais baixa da sociedade actual, não pode elevar-se, não pode endireitar-se,
sem fazer ir pelos ares toda a superestrutura [Überbau] das camadas que formam a
sociedade oficial. [...] Ao traçarmos as fases mais gerais do desenvolvimento
do proletariado, seguimos de perto a guerra civil mais ou menos oculta no seio
da sociedade existente até ao ponto em que rebenta numa revolução aberta e o
proletariado, pelo derrube violento da burguesia, funda a sua dominação.” P. 40.
“À medida que é suprimida a exploração de um indivíduo por outro, é
suprimida a exploração de uma nação por outra. [...] Será preciso uma
inteligência profunda para compreender que com as relações de vida dos homens,
com as suas ligações sociais, com a sua existência social, mudam também as suas
representações, intuições e conceitos, numa palavra, [muda] também a sua
consciência?” P. 48.
“A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações de
propriedade legadas; não admira que no curso do seu desenvolvimento se rompa da
maneira mais radical com as ideias legadas.” P. 49.
“Para o lugar da velha sociedade burguesa com as suas classes e
oposições de classes entra uma associação em que o livre desenvolvimento de
cada um é a condição para o livre desenvolvimento de todos.” P. 51.
Neste
aspecto é que recaem muitas críticas a Marx, devido aos seus desejos(?) de
solapar tudo que tinha sido construído até então pela civilização ocidental:
seus valores que regulam a civilização. “Derrube violento da burguesia” – Não
era difícil um proletário pensar assim, diante das agruras que sofria nas
fábricas insalubres em que trabalhava que nem um animal, por horas a fio, para
ganhar um salário miserável, que dava apenas para mal se alimentar e enriquecer
os seus patrões. Eu não teria piedade alguma.
O
declínio da burguesa e poder nas mãos do proletário chegaria muito em breve.
Essa é uma das “profecias” de Marx que mais causa riso em seus críticos, pois
como sabemos, ela não se confirmou.
“Torna-se com isto evidente que a burguesia é incapaz de continuar a
ser por muito mais tempo a classe dominante da sociedade e a impor à sociedade
como lei reguladora as condições de vida da sua classe. Ela é incapaz de
dominar porque é incapaz de assegurar ao seu escravo a própria existência no
seio da escravidão, porque é obrigada a deixá-lo afundar-se numa situação em
que tem de ser ela a alimentá-lo, em vez de ser alimentada por ele. A sociedade
não pode mais viver sob ela [ou seja, sob a dominação da burguesia], i. é, a
vida desta já não é compatível com a sociedade.
A condição essencial para a existência e para a dominação da classe
burguesa é a acumulação da riqueza nas mãos de privados, a formação e
multiplicação do capital; a condição do capital é o trabalho assalariado. O
trabalho assalariado repousa exclusivamente na concorrência entre os operários.
O progresso da indústria, de que a burguesia é portadora, involuntária e sem
resistência, coloca no lugar do isolamento dos operários pela concorrência a
sua união revolucionária pela associação. Com o desenvolvimento da grande
indústria é retirada debaixo dos pés da burguesia a própria base sobre que ela
produz e se apropria dos produtos. Ela produz, antes do mais, o seu próprio coveiro. O seu declínio e a vitória
do proletariado são igualmente inevitáveis.” P. 41.
Em
uma das citações anteriores, Marx/Engels falam sobre o proletariado “destruir
todas as seguranças privadas e asseguramentos privados.” O que eles queriam
dizer com isso? Muito se fala que Marx era contra a propriedade privada, e
queria a sua total abolição. O Manifesto explica o que ele quis dizer com isso.
“Neste sentido, os comunistas podem condensar a sua teoria numa
única expressão: supressão [Aufhebung] da propriedade privada.
Têm-nos censurado, a nós, comunistas, de que quereríamos abolir a
propriedade adquirida pessoalmente, fruto do trabalho próprio — a propriedade
que formaria a base de toda a liberdade, actividade e autonomia pessoais.
Propriedade fruto do trabalho, conseguida, ganha pelo próprio!
Falais da propriedade pequeno-burguesa, pequeno-camponesa, que precedeu a
propriedade burguesa? Não precisamos de a abolir, o desenvolvimento da
indústria aboliu-a e abole-a diariamente.” P. 43.
Marx/Engels
continuam:
“Mas será que o trabalho assalariado, o trabalho do proletário, lhe
cria propriedade? De modo nenhum. Cria o capital, i. é, a propriedade que
explora o trabalho assalariado, que só pode multiplicar-se na condição de gerar
novo trabalho assalariado para de novo o explorar. A propriedade, na sua figura
hodierna, move-se na oposição de capital e trabalho assalariado.” P. 44.
...
“Horrorizais-vos por querermos suprimir a propriedade privada. Mas
na vossa sociedade existente, a propriedade privada está suprimida para nove
décimos dos seus membros; ela existe precisamente pelo facto de não existir
para nove décimos. Censurais-nos, portanto, por querermos suprimir uma
propriedade que pressupõe como condição necessária que a imensa maioria da
sociedade não possua propriedade.
Numa palavra, censurais-nos por querermos suprimir a vossa propriedade.
Certamente, é isso mesmo que queremos.
[...]
Concedeis, por conseguinte, que por pessoa não entendeis mais
ninguém a não ser o burguês, o proprietário burguês. E esta pessoa tem
certamente de ser suprimida.
O comunismo não tira a ninguém o poder de se apropriar de produtos
sociais; tira apenas o poder de, por esta apropriação, subjugar a si trabalho
alheio.
Tem-se objectado que com a supressão da propriedade privada cessaria
toda a actividade e alastraria uma preguiça geral.
De acordo com isso, a sociedade burguesa teria há muito de ter
perecido de inércia; pois os que nela trabalham não ganham, e os que nela
ganham não trabalham. Toda esta objecção vai dar à tautologia de que deixa de
haver trabalho assalariado assim que deixar de haver capital.” P. 45.
Sabe
aquela história de “família burguesa opressora”? Pois é, ela tem que ser
abolida. Qual a qualificação e o porquê de Marx/Engels nesta abolição?
“Supressão da família! Até os mais radicais se indignam com este
propósito infame dos comunistas.
Sobre que assenta a família actual, a família burguesa? Sobre o
capital, sobre o proveito privado. Completamente desenvolvida ela só existe
para a burguesia; mas ela encontra o seu complemento na ausência forçada da
família para os proletários e na prostituição pública.
A família dos burgueses elimina-se naturalmente com o eliminar deste
seu complemento, e ambos desaparecem com o desaparecer do capital.
Censurais-nos por querermos suprimir a exploração das crianças pelos
pais? Confessamos este crime.
Mas, dizeis vós, nós suprimimos as relações mais íntimas ao pormos
no lugar da educação doméstica a social.” P. 46.
Marx/Engels
passeiam rapidamente pelo socialismo utópico que precedeu o pensamento
comunista propriamente dito, sendo os seus maiores representantes Saint-Simon,
Fourier, Owen e outros mais, que pregavam uma revolução desprovida de conteúdo,
sem terem desenvolvido as armas teóricas e organizativas para enfrentar a
classe burguesa, não pensando num movimento político revolucionário onde a
classe oprimida toma as rédeas da história.
“A forma não desenvolvida da luta de classes assim como a sua
própria situação de vida implicam, porém, que eles creiam estar muito acima
daquela oposição de classes. Querem melhorar a situação de vida de todos os
membros da sociedade, mesmo dos mais bem colocados. Por isso apelam
continuamente à sociedade toda sem diferença, e de preferência à classe dominante.
É só preciso entender o seu sistema para reconhecer nele o melhor
plano possível para a melhor sociedade possível. Rejeitam, por isso, toda a
acção política, nomeadamente toda a acção revolucionária, querem atingir o seu
objectivo por via pacífica e procuram, com pequenos experimentos naturalmente condenados
ao fracasso, abrir pela força do exemplo o caminho ao novo evangelho social.” P. 61.
Por
último, a previsão de Marx/Engels era de que a grande revolução proletária
aconteceria em breve na Alemanha.
“Para a Alemanha dirigem os comunistas a sua atenção principal, porque
a Alemanha está em vésperas de uma revolução burguesa e porque leva a cabo este
revolucionamento em condições de maior progresso da civilização europeia em
geral e com um proletariado muito mais desenvolvido do que a Inglaterra no século
XVII e a França no século XVIII, porque a revolução burguesa alemã só pode ser,
portanto, o prelúdio imediato de uma revolução proletária.” P. 64.
Como sabemos, isso não aconteceu.