terça-feira, 10 de maio de 2016

Design Inteligente Sem Censura


DEMBSKI, Willian A.; WITT, Jonathan. 
Design Inteligente Sem Censura. São Paulo: Cultura Cristã, 2012.

"A mente fez a matéria ou a matéria fez a mente? As coisas na natureza são produto exclusivamente de forças irracionais, ou será que uma razão criadora desempenhou um papel nessa criação? Não só os teólogos têm debatido essa questão, mas igualmente os filósofos e cientistas, da antiga Atenas até os modernos ganhadores do Prêmio Nobel, como os físicos Albert Einstein, Arno Penzias e George Smoot. A razão é simples: essa pode ser a questão mais importante, a mais fundamental de todas.” P. 7.

Willian Dembski, (Ph.D em Matemática na Universidade de Chicago, Ph.D em Filosofia na Universidade de Illinois, é Professor associado de Pesquisa em Fundamentos Conceituais da Ciência na Baylor University) e Jonathan Witt (Ph.D em Literatura na Universidade do Kansas, EUA) escreveram esse livro para mostrar a razoabilidade da Teoria do Design Inteligente (DI), frente a atual Teoria da Evolução (TE), que continua sendo o paradigma das Ciências Biológicas, nos centros de ensino de todo o mundo.

Segundo os autores, “a teoria do design inteligente sustenta que muitas coisas na natureza apresentam um sinal claro de terem sido projetadas. A teoria não é baseada no que os cientistas não sabem sobre a natureza, mas no que eles efetivamente sabem.” P. 7.

 [...] temos trabalhado para mostrar que a defesa do design inteligente é baseada em provas materiais e ferramentas de raciocinio disponíveis para toda pessoa, independente de credo.” P. 22.

“O DI oferece abundantes evidências positivas de que alguns padrões na natureza são o produto de uma inteligência criativa.”
 P. 35.

Essas afirmações afastariam o DI da acusação geral de que é mais uma abordagem do deus das lacunas – aquela velha forma de encaixar deus nas brechas de nosso conhecimento sobre a natureza. Se não sabemos como algo veio a surgir ou como funciona, a resposta simples, cômoda e preguiçosa é: deus o fez; deus o faz funcionar dessa forma.

Os departamentos de Biologia adotam o materialismo filosófico e metodológico, em suas investidas científicas. As causas de tudo o que há na natureza são puramente materiais; não há espaço para algo além disso; não há espaço para esse ser mitológico chamado Deus. Melhor manter Deus confortavelmente seguro fora do universo.” P. 20.

Em contrapartida, um contingente cada vez maior de Cientistas, segundo dizem os dissidentes de Darwin, estão batendo de frente com o materialismo reinante das Academias. Muitos que resolveram desafiar o darwinismo, até cargos perderam em suas universidades. Em muitos casos, bastou o DI ser mencionado em sala de aula, como uma abordagem viável ao empreendimento científico, para que o docente “rebelde” fosse demitido.

Mesmo que muitos darwinistas morram de ódio, Dembski e Witt mostram que as pesquisas científicas baseadas no DI estão cada vez mais comuns e sendo publicadas em revistas e periódicos especializados. Revisão por pares têm acontecido e pesquisas empreendidas pelos Cientistas do DI estão em escala ascendente.

Os autores fazem uma afirmação curiosa, que surpreenderia a muitos:

“[...] uma pesquisa feita pelo Instituto Finkelstein descobriu que cerca de 60% dos médicos dos EUA consideram que o design inteligente teve sua importância na origem dos seres humanos.” P. 31.

Adiante é discutida a viabilidade de o conhecido e disputado Flagelo Bacteriano ser um exemplo real de design na natureza. Michael Behe (Ph.D em Bioquímica pela Universidade da Pensilvânia), talvez o principal teórico do DI, diz que sim; Kenneth Miller (Ph.D em Biologia pela Universidade do Colorado, em Boulder), um dos mais proeminentes adversários do DI, afirma convictamente que não.

Os teóricos do DI insistem em jogar na cara dos evolucionistas, a ausência de um caminho evolutivo detalhado e destrinchado que pudesse formar as quarenta proteínas que compõem o motor flagelar. E não somente ele, mas vários sistemas aos quais eles chamam de irredutivelmente complexos. Tais sistemas precisam de todas as suas partes para poder funcionar; se uma parte faltar, nada funciona; são partes interdependentes.  Até mesmo um crítico do DI, Franklin Harold (ex-Professor de Microbiologia da Universidade de Washington) faz a seguinte admissão: “Não existe atualmente qualquer relato darwiniano detalhado da evolução de qualquer sistema bioquímico ou celular, apenas uma série de especulações fantasiosas”. P. 53.

Dembski e Witt explicam o conceito de Informação Complexa Especificada (CEI). Dembski o desenvolveu e o publicou em livro em 1998. Para que um sistema ou um evento ter CEI precisa ser complexo e especificado. Ambos precisam estar presentes. O interessante é que seu livro foi publicado por uma das editoras mais renomadas do planeta. Dembski alega que a inferência do design pode ser detectada se um dado evento tem uma chance de 10 seguido de 150 zeros de acontecer. Esse número é extremamente elevado.

Nos capítulos finais, os autores revelam a real e verdadeira intenção em ser contra a TE. Para eles, a sociedade deve ser moldada pela crença em Deus. E, diga-se de passagem, pelo deus judaico-cristão. A preocupação primária e prioritária não é com a Ciência, mas sim, com o status que a cosmovisão cristã tem na sociedade, segundo meu entendimento (e tendo em mente outros livros do DI que li).  

O darwinismo é materialista, e sendo assim, tem solapado a moral religiosa baseada no Cristianismo. Para evidenciar isso, eles lançam vários exemplos que vinculam as atrocidades do século XX, que de certa forma tiveram no darwinismo a sua legitimação científica. Nazismo, Eugenia e abortos, seriam alguns exemplos.

No último capítulo é dito que muitos Cientistas do DI e Cientistas que têm certa feição por ele estão sendo prejudicados em suas carreiras acadêmicas. Darwinistas têm colocado empecilhos as suas pesquisas e estudos, por estarem abertos a possibilidade de que o materialismo filosófico pode estar equivocado.

“[...] recomendações têm sido negadas a universitários, doutorados têm sido negados a estudantes de pós-graduação, e professores têm sido demitidos simplesmente por violar os dogmas sagrados do ateísmo metodológico e do darwinismo moderno. Os ataques contra os teóricos do design e aqueles que defendem o diálogo aberto e equilibrado da teoria têm aumentado tanto em frequência quanto em malignidade.” P. 117.

Infelizmente, existem muitos evolucionistas que estão nas universidades, para propagar o ateísmo de maneira feroz. E não são poucos. Muitos estão impondo seus valores materialistas nas mentes incautas dos seus alunos e obrigando-os a irem contra a sua consciência, e prejudicando a carreira de Professores pró-DI.

"Quando veio à luz que vários professores da Universidade Estadual de Iowa procuravam fazer que o astrônomo Guillermo Gonzalez fosse demitido por causa de seu ponto de vista de que as evidências científicas apontam para o design inteligente. [...] Em outro caso, desta vez na Universidade Tech do Texas, em Lubbock, o professor de biologia Michael Dini seguiu uma política declarada de negar até mesmo recomendações a excelentes alunos para as escolas de medicina, a menos que eles confessassem uma crença pessoal na evolução humana." P. 126.

Recomendações são dadas aos alunos de como proceder nos meios universitários. Se o discente ainda está no início da vida acadêmica, que tenha muita cautela em falar sobre o DI. A prudência nunca é demais. Se quer defender o DI, que espere um pouco até conseguir estabilidade nesse ambiente tão hostil à ideia de que Deus criou os seres vivos. 

Com a leitura desta obra e de outros livros e artigos sobre o DI, percebe-se que o mesmo está muito mais sofisticado em termos intelectuais que os seus parceiros criacionistas, que não hesitam em usar a Bíblia como um guia de Ciência. Estes são alvos de chacota, diante das afirmações ridículas que fazem.

Mas a dúvida ainda persiste: seria o DI uma conspiração de fundamentalistas religiosos protestantes, para mais uma vez incutir a ideia do deus bíblico na cabecinha dos alunos? Sempre esse pensamento me vem à mente, quando leio os seus escritos. Visto que a maioria dos que o defendem, são evangélicos bem conservadores. Todavia, estou ciente que isso não interfere em nada na cientificidade ou não do DI.

De qualquer maneira, mesmo com meus ínfimos conhecimentos, estou com os autores quando eles dizem:

"Há deficiências importantes na teoria moderna da evolução, e muitos cientistas são céticos em relação as suas pretensões." P. 127.

Claro que esses "muitos cientistas" pode ser relativizado, pois a maioria esmagadora deles acreditam na evolução. Inclusive, Biólogos cristãos, como Kenneth Miller e Francis Collins.