Tinha visto esse curioso
documentário há alguns anos. Resolvi ver de novo. Coisas e temas interessantes são
sempre legais relembrar. E para não esquecer, aqui vai um resumão.
De maneira empolgante a
Jornalista científica do The New York Times, Natalie Angier diz:
“O clitóris é a única parte do
corpo cuja função exclusiva é fornecer prazer. Por isso ele é tão incrível. É estranho
as mulheres acharem que a sua sexualidade é mais restrita que a dos homens,
pois o clitóris está lá, só para proporcionar prazer. [...] Ele é lindo. Na
verdade, eu o acho lindo”.
O clitóris parece ser o patinho
feio da sexualidade humana. O fato é que é pouco estudado e conhecido. Até pouco
tempo, até mesmo os livros-textos de anatomia traziam poucas informações sobre
o órgão do prazer feminino. Descrições completas eram feitas da ereção
masculina, mas onde estava às descrições anatômicas do clitóris, um órgão não menos
importante? Durante quase um século, a medicina moderna pouco fez em seus
estudos e pesquisas.
“A ciência nunca ficou a vontade
com o clitóris.”
Para termos uma noção da importância
desse pequeno órgão esquecido e injustiçado, a apaixonada Jornalista fala mais
uma vez:
“O clitóris é mais sensível que o
pênis. É o tecido mais sensível de todos. Há mais terminações nervosas na sua
extremidade do que em todos os outros órgãos, do que na língua, etc. Há 4 mil terminações
nervosas vindas de cada lado, culminando numa cabeça de 8 mil terminações
nervosas. No pênis são de 4 mil a 6 mil no total. Além do clitóris ter mais
terminações nervosas, elas estão comprimidas num espaço muito menor, por isso
ele é tão sensível. Muitas mulheres não gostam que toquem diretamente nele,
porque é muito... Elas preferem um contato indireto.”
Em seguida, ela acaba com o
pinto, chamando-o de espingarda, e talvez, aquelas espingardas enferrujadas e
sem quase nenhuma utilidade. Enquanto que o pinguelo (aqui faço uso de um
conhecido apelido, visto que o documentário denuncia a falta de nomes mimosos a
ele) é uma potente arma de fogo que atira com eficácia em todas as
direções.
“Depois do orgasmo esses músculos
não se relaxam completamente. Por isso as mulheres podem ter orgasmos múltiplos.
Não acho que haja motivo para ter inveja do pênis, pois ele é uma espingarda e,
pelo que sei, o clitóris é uma metralhadora, que pode atirar repetidamente
durante muito tempo.”
Num breve apanhado histórico dos
estudos sobre o pinguelo, vejamos:
- O primeiro a estudar o clitóris
foi o Anatomista Renaldo Colombo, em 1559. Era um admirador da metralhadora
feminina. “É um órgão lindo e muito útil.”
- Um século depois, o Anatomista
Regnier de Graaf, que o estudou e chegou a conclusão que sem o clitóris, “nenhuma
mulher aceitaria fazer filhos”.
- George Kobelt, no ano de 1844, publica
vários desenhos anatômicos do clitóris.
- Em 1900 o pinguelo finalmente
está no Gray’s Anatomy, considerada na época, a bíblia da Anatomia. Mas curiosamente,
na edição de 1948, ele é expulso de suas páginas.
Retrocedendo alguns séculos antes
de Cristo, Hipócrates, o pai da Medicina, acreditava que as mulheres tinham
esperma, e que para reproduzir elas deviam sentir prazer, esse prazer vinha do clitóris.
Na idade medieval um certo livro
dizia:
“Lubrifique o dedo com óleo perfumado
e friccione a vulva com movimentos circulares.”
O documentário passa a relatar a
triste história de Melissa Cull, que teve o seu clitóris mutilado quando
criança, por ele ser avantajado demais. Esse procedimento cirúrgico prejudicou
toda a sua vida. Ela não consegue ter relações sexuais, não consegue ter prazer,
não consegue ter uma vida saudável, pois uma parte de seu corpo foi-lhe
arrancada sem o seu consentimento, apenas por uma questão estética que não lhe
incomodava.
A parte final... Ah, bateu a
preguiça.