segunda-feira, 6 de março de 2017

Raízes Sagradas


Nesse documentário de pouco mais de uma hora, um dos líderes e mente intelectual do terreiro, diz que o Candomblé praticado hoje, não é o Candomblé praticado há 50 ou 100 anos. Houve uma evolução (mudança) em como se cultua os deuses africanos. Talvez isso incomode os mais "puristas". Mas é assim em todas as religiões. O Cristianismo praticado hoje pelas diversas instituições e igrejas, não é o Cristianismo do século I. As contingências histórico-sociais vão moldando aos poucos cada prática e crença religiosa.

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O vídeo também trata dos muitos elementos que distingue essa manifestação fetichista, como por exemplo, a lendária figura de Exu, tão demonizada e temida por aqueles que não fazem parte, ou não conhecem as doutrinas da religião africana. É reiterado com clareza: Exu não é o diabo! Não se fala em diabo no Candomblé. Não existem demônios em sua cosmogonia. Existe Olorum, Deus supremo; os orixás, forças personificadas da natureza, e que interagem com os seres humanos; espíritos dos mortos, porém o Candomblé de raiz, segundo seus adeptos, não trabalha com eles.

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Outro entrevistado adverte: o Candomblé não é para todos. Tem pessoas que serão curadas e terão um destino feliz na igreja evangélica; outras no catolicismo; e outras na religião africana. Deus determina o caminho de cada uma. É um discurso pluralista e mais conciliatório. Evangélicos, sobretudo, de posicionamento pentecostal, têm uma visão bem antagônica a essa: cultos africanos são demoníacos e opressores – as pessoas que estão envolvidas neles, precisam urgentemente abandonarem essas práticas de feitiçaria e procurarem o mais rápido possível um templo cristão, obviamente uma igreja evangélica pentecostal/neopentecostal, para se libertarem dos espíritos das trevas que atuam nesses terreiros. Libertados, agora trocarão o transe dos orixás ou influência deles, pela busca pelo batismo (transe) do (ou com) Espírito Santo, falando nas línguas dos anjos.

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E qual a importância dessa religião para o mundo? Um exemplo é a própria culinária. As famosas e deliciosas moquecas, e tantas outras comidas africanas, saíram dos terreiros para o mundo. Eram comidas feitas para os orixás, que ganharam as nossas mesas, e ganharam o nosso apreço e paladar.

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Um outro tema abordado é o transe. O que acontece com o indivíduo que irá incorporar? Como ele se sente antes, durante e depois? Ele se lembra do que fez? Tem controle sobre os movimentos e danças que faz?

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Rico documentário!