GOODING, David; LENNOX, John. Cristianismo: Ópio do Povo? Porto Alegre: A Verdade, 2013.
Eis um livro fraco, apesar de concordar com muitas de suas ideias. A pergunta presente no título não é bem trabalhada do ponto de vista histórico, visto que a frase dita por Karl Max (sobre a religião de um modo geral ser “o ópio do povo” e não apenas o Cristianismo) localizada no século XIX tem todo um contexto histórico-econômico-social complexo e desafiador.
O livro não passa basicamente de uma exposição do que é o Cristianismo sob a ótica do protestantismo conservador. Nada mais que isso. Já conhecia um de seus autores, o Matemático de Oxford, John Lennox, que frequentemente participa de debates e palestras expondo brilhantemente as incongruências do materialismo filosófico e a coerência do teísmo. Num determinado trecho, os autores escrevem:
“Um dos mitos mais profundamente enraizados que moldou o pensamento das pessoas no mundo moderno é a ideia de que a ciência tornou a crença em Deus e no sobrenatural desnecessária e impossível para uma pessoa pensante. É um mito muito difundido e enganoso, que, infelizmente, tornou-se confundido com a verdadeira ciência na mente de muitas pessoas.” P. 41.
Esse mito ainda é muito difundido nos departamentos universitários, mas tenho a leve impressão de que isso está mudando. Muitos acadêmicos estão abrindo o bico e se posicionado ao lado do teísmo, da fé, sem com isso, sacrificar o intelecto. Pra falar a verdade, todos nós sacrificamos o intelecto em maior ou menor grau, em alguma área da vida.
“De passagem, nós devemos observar que a crença em Deus como Criador, longe de inibir a descoberta das leis da natureza, foi, historicamente, uma das principais motivações na busca por elas.” P. 46.
Exemplos abundam: Kepler, Galileu, Newton, Bacon, Faraday... A verdade é verdade, sendo dita uma vez ou milhares de vezes. Ou nem sendo dita. E ainda hoje é a motivação de milhares de Cientistas.