domingo, 10 de janeiro de 2016

A Teoria da Evolução: Uma Conspiração Antibíblica


Não me canso de assistir documentários referentes a essa longa disputa e controvérsia. Lembrando que para os evolucionistas, não existe controvérsia alguma sobre o “fato da evolução”. Ela é algo bem consolidado nos departamentos de Ciências. O alarde, segundo eles, vem dos criacionistas inimigos de Darwin e da Teoria da Evolução.

No vídeo em questão, tive uma curiosa surpresa: o conhecido Filósofo e Teólogo Norman Geisler, a quem muito admiro, é o apresentador.

Uma produção antiga, de 1988, que tenta desmascarar/refutar/desentronizar a evolução biológica do seu lugar de proeminência nos atuais e principais centros de ensino dos EUA.

Numa miscelânea de argumentos propostos, são entrevistados alguns Cientistas da criação, pastores e escritores. Tendo como base o livro A Conspiração da Evolução, a ideia vendida, é que existe uma conspiração antibíblica consciente para eliminar a crença em Deus nas Universidades e escolas, mediante a doutrina de que nós, seres humanos, não somos produtos de uma criação divina, e sim, de processos puramente naturais e irracionais, por meio da seleção natural e mutações. O deus judaico-cristão, de acordo com Geisler e cia, está sendo escorraçado das aulas de ciências, e isso deve ser motivo de muita preocupação para sociedade civil.

Um dos entrevistados lamenta a passividade dos pais, que na sua maioria, são cristãos, mas nada fazem para frear a disseminação anticristã que vem ocorrendo nas últimas décadas nas salas de aula.  
 
As várias fraudes que “mancham” a evolução, são evidenciadas, na tentativa de enfraquecer o víeis científico da mesma. O Homem de Pitdow, o Homem de Java, entre outros, são os batidos exemplos citados.

Outro argumento lançado é a afirmação de que não vemos a evolução em ação. Ou seja, uma espécie transformando-se em outra. O máximo que podemos ver é a resistência que muitos organismos possuem a determinados venenos, mas isso não seria evolução, no sentido de uma espécie transforma-se noutra, visto que o organismo apenas adquiriu a capacidade de sobreviver aquele veneno, e nada mais.

Para contrapor os Cientistas que na sua maioria esmagadora são evolucionistas, o vídeo trás essa fala do Lane P. Lester, Ph.D em Genética na Universidade de Purdue:

“Eu acabei percebendo, finalmente, após estudar a todo esse material, e pensar muito a respeito, que a evidência científica para a criação é bem mais forte que a evidência científica para a evolução.”

Os acadêmicos darwinistas também são entrevistados. Eles são unânimes em dizer que o criacionismo carece de cientificidade; que é inverídica a declaração de que não existem os fósseis transicionais; que a evolução é um fato estabelecido, etc.

Numa estratégia que pode enganar a muitos, o documentário fez sob medida a “refutação” de muitas afirmações dos evolucionistas. O esquema foi o seguinte: quando o darwinista fazia alguma declaração, logo em seguida, o vídeo colocava um criacionista o contestando. Porém, ao darwinista não foi dada a chance de ouvir a explicação criacionista e, assim, contestá-la. Aos desavisados, fica a impressão de que a ideia de Darwin e cia, foi devidamente refutada. Pode até ser. Não sou evolucionista, e, portanto, não estou compromissado em defender Darwin. Ele nem precisa. Mas julgo que a maneira como foi organizado o vídeo, não é a forma mais honesta e justa de lidar com a confrontação de ideias.

Também no âmbito jurídico, os criacionistas disparam seus gatilhos contra o darwinismo, alegando que apenas o ensino do evolucionismo nas escolas é inconstitucional. A evolução deve ser ensinada ao lado da criação. As escolas devem prezar pela diversidade de visões, e não priorizar a religião da evolução e do naturalismo, como tem feito. Baseando-se em algumas pesquisas, uma parcela gigante da população norte-americana quer a ministração da Ciência da Criação nas escolas.

Como já disse, não sou evolucionista, mas tampouco sou criacionista, nos termos em que ele é defendido por esses crentes fundamentalistas do filme. Particularmente, não acredito que esses crentes estejam preocupados em ensinar prioritariamente a verdade que a Ciência pode revelar. Eles querem que a sua visão religiosa seja imposta as todas as crianças. Eles não cansam; não fatigam; não esmorecem; não desanimam e não desistem. Proselitismo pesado eles querem fazer nas escolas.

Ensinar à dita “Ciência da Criação” é apenas uma ponte para enfiar goela abaixo os dogmas do protestantismo conservador. Eles não querem que sejam ensinadas nas instituições de ensino outras formas de criacionismo que não seja o bíblico. Acusam os evolucionistas de desprezarem a diversidade, mas eles mesmos a desprezam. A própria natureza de sua religião e visão de mundo, lhes obriga a isso.

Querem mais espaço para divulgar suas crenças?! As crianças não têm a opção de escolherem (criação ou evolução)?! E as suas igrejas, com seus cultos e reuniões semanais, já não é um centro difusor de seus dogmas absolutos?! Ainda querem as Universidades e escolas?!

Não, não. Prefiro não me alinhar a esse tipo de política religiosa e proselitista. Eles querem uma liberdade e democracia que nem eles aceitam em suas igrejas. Acusam a evolução de fraudes e mentiras, mas se esquecem de mencionar a longa lista de fraudes que o criacionismo tem no seu histórico. Fora as fraudes escondidas de suas denominações.

Sei que o evolucionismo carece de bases epistêmicas fundamentais. Mas não será aderindo uma espécie bizarra de “ciência” tendo como base um livro religioso, que não pode na visão deles ser questionado em hipótese alguma.

Lembrando que tenho simpatia, com algumas ressalvas, pelo moderno movimento do Design Inteligente. Mesmo que saiba que as velhas motivações fundamentalistas, talvez até da maioria de seus membros, seja a mola propulsora de sua militância. Contraditório de minha parte? Muitos dirão que sim. Mas quem diabo se importa?!