Hospício criado no início do século XX,
onde morreram cerca de 60 mil pessoas. Micro-documentário chocante. Se hoje,
ainda é difícil tratar e cuidar de certos pacientes com transtornos mentais -
há 100, 80 ou 50 anos, era bem mais complicado.
No manicômio de Barbacena, em Minas Gerais, a desumanidade para
com os pacientes era regra. Tratamentos desumanos, eletrochoques,
insensibilidade e desprezo para com os pacientes. Em muitos aspectos parecia um
campo de concentração nazista. Daí o nome “Holocausto brasileiro”. O pior é que
apenas 30% dos internos eram pessoas diagnosticadas com alguma doença mental.
Os 70% restantes eram de pessoas que de certa forma transgrediram
os "bons costumes" da "boa" e "exemplar" sociedade em voga.
Homossexuais, presos políticos, meninas
que tinham perdido a virgindade antes do casamento, pessoas consideradas
tímidas, meninas que gostavam de brincar na rua com meninos.
Essa era a sociedade
conservadora e guardiã da moral e da ética.
Nos hospitais psiquiátricos
atuais não é raro encontrarmos violações dos direitos humanos. Mas quantos
desses hospitais têm os recursos financeiros necessários para exercerem suas
funções em prol da dignidade e saúde de seus pacientes?
É fácil culpar médicos,
enfermeiras e funcionários, quando não se sabe da real situação de abandono e
descaso vindos do Estado. É comum os agentes de saúde trabalharem no limite dos
recursos disponíveis. Isso não é novidade. Se até os hospitais, UPAs e postos
de saúde carecem dos recursos mínimos para funcionarem devidamente, imagine os
estabelecimentos direcionados as pessoas com deficiência mental. É até banal e
clichê dizer isto.