segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Holocausto Brasileiro: Manicômio de Barbacena


Hospício criado no início do século XX, onde morreram cerca de 60 mil pessoas. Micro-documentário chocante. Se hoje, ainda é difícil tratar e cuidar de certos pacientes com transtornos mentais - há 100, 80 ou 50 anos, era bem mais complicado.

No manicômio de Barbacena, em Minas Gerais, a desumanidade para com os pacientes era regra. Tratamentos desumanos, eletrochoques, insensibilidade e desprezo para com os pacientes. Em muitos aspectos parecia um campo de concentração nazista. Daí o nome “Holocausto brasileiro”. O pior é que apenas 30% dos internos eram pessoas diagnosticadas com alguma doença mental. Os 70% restantes eram de pessoas que de certa forma transgrediram os "bons costumes" da "boa" e "exemplar" sociedade em voga.

Homossexuais, presos políticos, meninas que tinham perdido a virgindade antes do casamento, pessoas consideradas tímidas, meninas que gostavam de brincar na rua com meninos.

Essa era a sociedade conservadora e guardiã da moral e da ética.

Nos hospitais psiquiátricos atuais não é raro encontrarmos violações dos direitos humanos. Mas quantos desses hospitais têm os recursos financeiros necessários para exercerem suas funções em prol da dignidade e saúde de seus pacientes?

É fácil culpar médicos, enfermeiras e funcionários, quando não se sabe da real situação de abandono e descaso vindos do Estado. É comum os agentes de saúde trabalharem no limite dos recursos disponíveis. Isso não é novidade. Se até os hospitais, UPAs e postos de saúde carecem dos recursos mínimos para funcionarem devidamente, imagine os estabelecimentos direcionados as pessoas com deficiência mental. É até banal e clichê dizer isto.