Gerald McDermont (Ph.D em Teologia na Universidade de Iowa, EUA) faz
uma pungente defesa de Israel, argumentando que o povo judeu ainda é relevante
na teologia bíblica.
Parte de sua apologia é mostrar que o atual Estado de Israel é uma
poderosa evidência de que os judeus ainda fazem parte dos planos divinos. Na apresentação
da obra, Luiz Saião, um dos mais respeitados Teólogos brasileiros, cita estas
palavras do Karl Barth, talvez o maior Teólogo do século XX:
“O
estabelecimento do Estado de Israel em 1948 foi uma ‘parábola secular’, um
símbolo da ressurreição e do reino de Deus. O retorno dos judeus em grande
número para Israel no século passado foi um cumprimento das profecias bíblicas.
Os profetas hebreus previram a história de Deus com os judeus que perdura até
hoje.” P. 11.
Irei me ater ao capítulo seis, que trata das objeções dos antissionistas
contra o atual Estado de Israel.
O verdadeiro inimigo dos árabes não é Israel.
“Quando,
em 2009, meu filho e eu percorremos a pé a Galileia seguindo a Trilha de Jesus,
cristãos árabes nos confidenciaram que seu inimigo verdadeiro não era o governo
de Israel, e sim seus ‘primos muçulmanos’. Eles não podiam dizer isso
publicamente porque temiam a retaliação dos muçulmanos árabes.” P. 21-22.
Os judeus não roubaram as terras dos árabes.
“Os
judeus roubaram a terra dos árabes? Essa é uma alegação comum dos árabes nas
últimas décadas. Geralmente o que está implícito nessa acusação é que os judeus
de Israel jamais tentaram partilhar sua terra com os árabes. Na verdade, porém,
eles tentaram e por diversas vezes, e todos os planos de partilha foram
rejeitados pelos árabes. A história começa em 1920, quando, sob os auspícios da
Liga das Nações, o Tratado de San Remo autorizava a criação de um lar nacional
para os judeus.
[...]
Logo
ficou decidido que o mandato em questão deveria ser dividido entre judeus e
árabes; estes receberiam 77% do território e formariam a Transjordânia; quanto
aos judeus, eles se estabeleceriam nos 23% restantes, entre o Mediterrâneo e o
rio Jordão. [...] Quando, em 1947, as Nações Unidas dividiram novamente aqueles
23%, os judeus ficaram com 17,5% do mandato original.
[...]
Há quem
diga que a partilha efetuada pelas Nações Unidas foi injusta com os árabes
porque eles constituíam 93% da população da Palestina, e 73% das terras foram
dadas a eles. Contudo, a parte que coube aos judeus tinha uma maioria
substancial de judeus vivendo na região — de acordo com a ONU, havia 538 mil
judeus e 397 mil árabes.
Os judeus
não ficaram satisfeitos com a partilha porque ela excluía Jerusalém, onde eles
eram maioria desde meados do século 19. Além disso, 60% da região que lhes foi
concedida correspondia ao deserto do Neguebe, uma área sabidamente árida e
inútil.
Os
judeus, entretanto, aceitaram a partilha, ao passo que os árabes a rejeitaram.
As
fronteiras delimitadas no armistício depois da guerra de 1948 deixaram os
judeus com uma área igualmente menor. Seus vizinhos árabes controlavam um
território 640 vezes maior do que o território judaico. Os números são
controversos, mas a maioria das estimativas diz que cerca de 800 mil judeus
foram expulsos de terras árabes em consequência da Guerra Árabe-Israelense e
cerca de 700 mil árabes foram obrigados a deixar suas casas. Contudo, embora os
judeus tenham acolhido, nas áreas da Palestina que lhes foram designadas,
refugiados judeus vindos de todo mundo árabe, nenhuma nação árabe ofereceu
terra aos refugiados palestinos árabes.
Nessa
troca de territórios, os judeus roubaram terras dos árabes? No cômputo final,
não. Em 1948, os britânicos alocaram 187.500 acres de terras aráveis (que podem
ser usadas para cultivo) aos árabes, mas apenas 4.250 aos judeus. Os judeus, portanto,
compraram terras dos árabes. A maior parte foi comprada de grandes
latifundiários, alguns dos quais eram prefeitos árabes em Gaza, Jerusalém e
Jafa. Os judeus pagaram um preço elevado — em média, a senhores de terras
improdutivas, em sua maioria mil dólares por acre, enquanto, em Iowa, o acre da
terra cultivável extremamente valorizada custa apenas 100 dólares. Em suas
memórias, o rei Abdullah, da Jordânia, diz que a verdadeira história dos judeus
que assumiram o controle de terras dos árabes é uma história de comércio, e não
de roubo: ‘os árabes pródigos em vender suas terras quanto em chorar por elas’.
Os críticos
dizem que, se os judeus compraram terras, eles também expulsaram árabes de suas
terras durante a guerra de 1948. Os soldados judeus recorreram à guerra
psicológica para encorajar os árabes a abandonarem algumas vilas. Na região de
Ramb-Lod eles forçaram alguns árabes a se mudarem para alguns quilômetros de
distância, em uma área ocupada pela Legião Árabe. Contudo, boa parte dos árabes
que se mudaram o fizeram porque foram encorajados a isso pela liderança árabe.
Outros simplesmente estavam fugindo da violência à sua volta. Essa parte da
história de Israel é bastante contestada, mas há dois testemunhos árabes sobre
esse episódio. O primeiro ministro sírio Haled al Azm escreveu em suas
memórias: ‘Desde 1948 vimos exigindo o retorno dos refugiados para suas casas.
Contudo, fomos nós mesmos que exigimos que saíssem’. A revista Economist, órgão
de imprensa conhecido pela crítica frequente aos sionistas, informou em sua
edição do dia 2 de outubro de 1948 que ‘um alto representante do governo árabe
[...] declarou claramente que os árabes que haviam ficado em Haifa e que tinham
aceitado a proteção judaica seriam considerados renegados'.
Quando
alguém se sente forçado a abandonar o lar, é uma tragédia. Contudo, não se pode
culpar por isso apenas ou somente os judeus em 1948. Tampouco se pode chamar o
que houve de roubo sem levar em conta o contexto histórico.” P. 118-122.
Israel não está violando a lei internacional.
“Muitos
[...] acham que a ocupação contínua da Cisjordânia por Israel constitui uma
violação da lei internacional — mais especificamente, da Resolução 242 da ONU.
De acordo
com essa resolução, a retirada de Israel deveria ter ocorrido no contexto do
reconhecimento mútuo de árabes e israelenses do direito à existência e a
ajustes territoriais para que se estabelecessem fronteiras seguras. Foi
ordenada a retirada de ‘territórios’ e não ‘dos territórios. Tanto Arthur
Goldberg quanto Lord Carrington, os autores originais dessa resolução, disseram
que o termo ‘dos’ foi omitido propositalmente porque não havia a intenção de
que Israel devolvesse todos os seus territórios, uma vez que se reconheceu que
apenas alguns eram necessários para a criação de fronteiras seguras.
Embora a
maior parte dos estados árabes tenham se recusado a reconhecer o direito à
existência de Israel (uma condição da resolução 242), Israel implantou por três
vezes os princípios da resolução. Quando o Egito desistiu de suas
reivindicações beligerantes em 1979, Israel devolveu o Sinai — 90% do seu
território ocupado. Quando a Jordânia assinou um acordo de paz, Israel devolveu
o território reclamado pela Jordânia. Então, em setembro de 2005, Israel se
retirou unilateralmente de Gaza, mas acabou alvo de novos ataques a seus civis
feitos a partir daquele território.
A
acusação de ocupação ilegal, portanto, deve ser rejeitada. Israel tem feito
repetidos esforços para se adequar ao que foi estipulado pela ONU para os
territórios, o que não se observa por parte de seus vizinhos árabes.
Quando os
palestinos pareciam aceitar o direito de Israel à existência durante as
negociações de Oslo (1993-1995), Israel devolveu o controle das principais
cidades da Cisjordânia à Autoridade Palestina (AP). Contudo, no momento em que
a AP manifestou apoio aos ataques terroristas perpetrados contra cidadãos
israelenses em 2000, Israel retomou o controle dessas cidades. Nesse mesmo ano,
Israel se propôs a devolver 92% da Cisjordânia, o que alguns interpretaram como
uma oferta pouco generosa, já que, disseram, para começo de conversa, Israel
nunca fora dono da terra. No entanto, há mais de três mil anos que os judeus
moram na Samaria (atual Cisjordânia).
Mas isso
não é tudo. Lembro o momento, faz alguns anos, quando soube que a Jordânia
renunciou unilateralmente a todas as suas reivindicações sobre essa região, em
1988, transferindo para Israel a propriedade legal do território. Foi o que me
ajudou a ver que a tese de ilegalidade lançada sobre Israel não procedia.
Muitos
antissionistas não sabem disso ou ignoram esse fato, por isso dizem que Israel
deveria retirar todos os assentamentos da Cisjordânia, cedendo totalmente a
região aos palestinos. Isso seria tão ilógico quanto insistir que nenhum árabe
deveria morar na Judeia ou na Galileia. Contudo, a maioria dos judeus não se
importa em conviver com dois milhões de cidadãos árabe-israelenses na Judeia e
na Galileia. Além disso, que outro país teve de ceder terras que ganhou por
causa de uma guerra defensiva que não começou? Os alemães deslocados de
Königsberg promovem manifestações para que essa cidade alemã lhes seja devolvida
pelos vencedores russos?
Os
críticos da ‘ocupação’ também alegam que os assentamentos na Cisjordânia violam
o artigo 49 da IV Convenção de Genebra. Não deixa de ser irônico, porque essa
convenção foi adotada com o intuito de impedir crimes como a deportação de
judeus pelos nazistas para os campos de concentração. O artigo proíbe
‘deslocamentos individuais ou em massa, bem como a deportação de pessoas
protegidas do território ocupado para o território da Potência de Ocupação ou
de qualquer outro país, ocupado ou não’. Todavia, nenhum israelense está sendo
deportado contra sua vontade — eles estão se mudando voluntariamente; não há
tampouco nenhum árabe palestino sendo deportado ou transferido. Os
assentamentos legais, que correspondem apenas a 3% da Cisjordânia, foram
comprados mediante acordo com árabes.
O artigo
se refere a uma ‘Alta Parte Contratante’ que reivindica soberania sobre o
território. A Cisjordânia não é um território de uma potência signatária, e
sim, conforme declarou Eugene Rostow em um artigo de 1990, ‘parte não alocada
do Mandato Britânico’. A ‘linha verde’ que assinala fronteiras importantes na
Cisjordânia foi simplesmente a linha de cessar-fogo criada no final da guerra
de 1948-1949 entre árabes e o novo Estado judeu. O Acordo de Armistício Geral
Egípcio-lsraelense de 1949 dizia que as linhas de demarcação ‘não deviam ser
interpretadas de modo algum’ como ‘fronteiras territoriais políticas.
Fronteiras de fato só seriam estabelecidas por meio de um ‘acordo decisivo de
paz quanto ao problema palestino’. Nos anos que se seguiram desde então, a
Jordânia ocupou a Cisjordânia sem nenhuma aprovação internacional ou
reconhecimento oficial, retirando-se em seguida, derrotada, depois de atacar
Israel em 1967.
Vale a
pena lembrar o que dissemos algumas páginas atrás. Pelo Tratado de San Remo de
1920, os vitoriosos da Primeira Guerra Mundial criaram um território a que
chamaram de Palestina e que compreendia o que hoje chamamos de Jordânia,
Israel, Cisjordânia e Gaza. Esse território correspondia a 1% do antigo Império
Otomano, do qual foi por fim transferido para Estados com governo próprio e
cuja população era de maioria árabe e turca. Em 1922, a Liga das Nações
estipulou, no Mandato da Palestina, os ‘assentamentos judaicos’ no território
do lado ocidental do rio Jordão, o qual inclui o que chamamos de Cisjordânia.
Nesse
mesmo ano, o Reino Unido criou um novo país árabe, a Jordânia. Em outras
palavras, o Reino Unido dera três quartos do mandato aos árabes e um quarto aos
judeus. A Cisjordânia fazia parte desse um quarto. O mandato jamais foi
ab-rogado e está em vigor até hoje.” P.
124-127.
O sionismo não é racista.
“[A]
resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas de 1975, segundo a qual o
sionismo ‘é uma forma de racismo e de discriminação racial’. De acordo com a
resolução, o estado de Israel era semelhante ao apartheid sul-africano.
Será
verdade? O apartheid se baseava na raça; uma minoria branca controlava a
maioria negra da população. Os negros não podiam votar e eram proibidos de ter
representantes no parlamento da África do Sul. Israel, pelo contrário, tem dois
milhões de cidadãos árabes que votam e contam com representantes no Knesset
[parlamento] israelense. Há juízes árabes no sistema de justiça de Israel e
enquanto escrevia este livro, em 2016, havia um árabe na suprema.
Assim
como o Israel bíblico tinha pessoas de diferentes nações e raças — basta
lembrar de Raabe e Rute e dos homens de Davi oriundos dos atuais Líbano, Síria,
Jordânia e Turquia o mesmo acontece no Israel de hoje. Há judeus sefarditas de
pele mais escura do norte da África e judeus asquenazes brancos da Europa.
Milhares de judeus israelitas atualmente são da Etiópia, e muitos outros são da
Rússia e de toda a antiga União Soviética. Há judeus chineses, africanos,
europeus e até mesmo judeus árabes. São diferentes tipos de judeus oriundos de
raças distintas. Para todos eles, o judaísmo é uma religião, e não uma raça.
O
escritor muçulmano Irshad Manji tem escrito de forma contundente contra a
alegação de que Israel pratica o apartheid: ‘Sendo apenas 20% da população,
será que os árabes poderiam se candidatar a um cargo eletivo se estivessem sob
a pressão do apartheid? Um Estado que pratica o apartheid estenderia o direito
ao voto a mulheres e aos pobres nas eleições locais, o que Israel fez pela
primeira vez na história dos árabes palestinos?’.
Isso não
significa que não haja racismo em Israel. Os jornais israelenses criticam de
tempos em tempos o governo por não tratar com mais equidade árabes e negros e
reconhecem que os direitos legais não são a mesma coisa que igualdade social.
Contudo, pessoas de todas as cores e raças participam de todos os setores da
sociedade israelense, o que é totalmente diferente do apartheid que vigorava na
África do Sul. Além disso, o racismo e a política de governo são tratados
abertamente, algo que jamais seria possível naqueles dias sombrios para a
África do Sul.” P. 127-128.
O Israel de hoje é não simplesmente um exemplo recente de nacionalismo.
“Outra
alegação contra o Israel de hoje é que o país é apenas mais exemplo do
nacionalismo do século 19 e, portanto, não está há tanto assim na região quanto
o povo palestino.
O século
19 viu o nascimento de muitas nações, quando povos de uma mesma cultura
formaram estados-nações. Inspirados por Rousseau e Herder, filósofos do século
18, os povos da Alemanha, Romênia, Bulgária, Grécia, Itália e Polônia foram
capazes de criar governos com um novo sentido de identidade nacional.
No
entanto, todas essas novas nações eram diferentes de Israel em aspectos
importantes. Muitas delas não remontavam a mais do que alguns séculos no que se
refere a uma língua, cultura ou religião comuns. Somente duas delas — Grécia e
Itália — eram herdeiras de uma civilização antiga, embora a religião e a
cultura dessas duas civilizações antigas fossem drasticamente diferentes
daquelas de seus descendentes contemporâneos. Somente o Israel moderno
partilhava da mesma língua e religião de seus velhos ancestrais.
Como se
isso não bastasse, os judeus vivem em sua terra há três mil anos. Eles foram maioria
do século 13 a.C. até 135 d.C. Entre essa última data (que marca a segunda
revolta dos judeus contra os romanos) e o século 19, eles nem sempre foram
maioria na região, mas, durante quatro longos períodos no transcorrer desses
séculos, eles se concentraram em Israel para preservar e reconstruir sua
cultura. De meados do segundo século até o sétimo século, a Galileia foi um
centro de aprendizagem e de influência judaicas. Depois, do oitavo ao décimo
século, Tiberíades, na Galileia, foi um porto seguro para o pensamento e a vida
dos judeus. Seguros na Galileia, a região se transformou em uma meca judaica do
século 16 até o século 19. Nos séculos 18 e 19, pogroms [perseguições e
massacres a judeus] praticados pelos russos e o antissemitismo europeu fizeram
com que centenas de rabinos e suas famílias migrassem para a Palestina para
fixar residência ali. Nos anos que se seguiram, sempre houve judeus na região,
mas em menor quantidade.
Portanto,
o nacionalismo judeu é de um tipo diferente daqueles do século 19. Israel
preservou a continuidade com seus antepassados de uma forma que nenhuma outra
nação moderna foi capaz. Por isso, tem uma história muito mais extensa do que
qualquer outra nação.” P. 129-130.
Israel tem as suas falhas.
“Como
qualquer outro país, o Estado de Israel não é perfeito. Como é multirracial e
multirreligioso, há conflitos entre raças e religiões. Conforme eu disse antes,
há acusações de racismo contra etíopes e até contra os judeus sefarditas. Uma
vez que estamos falando de seres humanos imperfeitos, que são pecadores, nada
disso deveria nos surpreender.
São
inúmeros os problemas que persistem. Os judeus messiânicos às vezes enfrentam
hostilidades de outros judeus, especialmente dos ultraortodoxos. Houve ocasiões
em que os messiânicos foram atacados. Não é uma violência tolerada pelo Estado,
mas o Estado poderia fazer mais para assegurar plenos direitos a seus cidadãos
messiânicos.
Israel
nem sempre tratou os palestinos com justiça. Quando os ataques terroristas
resultam em vítimas, como tem sido o caso dos judeus há décadas, é natural
querer reagir da mesma forma. Houve ocasiões em que os judeus se envolveram em
ataques perpetrados por justiceiros contra palestinos inocentes. Embora o
Estado de Israel jamais tenha apoiado esses ataques e geralmente processe quem
os comete, nem todas as suas políticas em favor dos palestinos têm sido
acertadas.
É claro
que é mais fácil para os americanos, que moram em relativa segurança, criticar
um povo que vive sob ameaças diárias à sua vida. Ao mesmo tempo, nos
solidarizamos com as vítimas da injustiça, sejam elas árabes ou judias. É
preciso que nos sintamos livres para erguer a voz e criticar sempre que ficar
claro que há uma situação de flagrante injustiça em andamento.
Sabemos
que ele está longe de ser perfeito. Contudo, é muito melhor do que qualquer
outro Estado do Oriente Médio no tocante à concessão de liberdades e de
direitos a judeus e também a não judeus. Ele merece e precisa de apoio somente
por essa razão. No entanto, não é por causa disso que será imune a críticas.” P. 131-132.
Shadi khlalloul, líder da comunidade
arameia (cristã), fala sobre como é viver em Israel:
“Experimentei pessoalmente a igualdade social como minoria em
Israel. Quando eu tinha 19 anos, como jovem tenente paraquedista que era,
estive à frente de quase cem soldados judeus no campo. Eu estava no comando,
era responsável por todas as suas necessidades Desde que me aposentei e deixei
o convívio militar, passei por diversas posições em empresas e na sociedade de
Israel, desfrutando de liberdade de oportunidades de trabalho como qualquer
outro israelense que deseja ter uma carreira bem-sucedida.
Vale destacar que Israel assegura os direitos políticos de
suas minorias, o que não se em nenhum outro lugar do Oriente Médio. O Estado garante
a seus cidadãos não judeus todos os direitos e privilégios da cidadania
israelense. Nas primeiras eleições para o Knesset (parlamento de Israel, em
1949, os árabes israelenses tiveram direito a voto e a ser votados. Hoje. As
minorias não judias de Israel contam com plenos direitos políticos e podem
participar integralmente da sociedade israelense. Participam ativamente da vida
social, política e cívica de Israel e são representados no Knesset, no Serviço
a Estrangeiros e no sistema judiciário. Conforme já mencionei, muitos de nós
ingressam nas IDF [Israeli Defense Forces, Forças de Defesa de Israel]. No ano
passado, concorri a uma cadeira no Knesset.
Nós, minorias, também temos acesso a serviço médico
praticamente gratuito em um dos melhores sistemas de saúde do mundo. Temos
total liberdade econômica para abrir um negócio e participar plenamente de uma
das economias mais vibrantes do planeta, e certamente a mais sadia do Oriente
Médio. Nossos filhos têm educação grátis e frequentam escolas excelentes, e
nós, cristãos, podemos enviá-los a escolas que reforcem nossa fé. É realmente
um privilégio para nós.” P. 133-134.
Israel não foi eliminado pelas nações.
“Por
cerca de três milênios, nações e impérios tentaram eliminar os judeus e Israel,
mas, milagrosamente, Israel sobreviveu prosperou. O Holocausto foi simplesmente
uma das últimas tentativas de varrer os judeus da face da terra. Hoje, o Irã
quer dar continuidade ao que Hitler não pôde levar adiante. O aiatolá Ali
Khamenei, líder supremo do Irã, disse publicamente que ‘a missão da República
Islâmica do Irã é apagar Israel do mapa da região’.” P. 168.
No capítulo nove, McDermont diz que os cristãos devem apoiar o Estado
de Israel:
“Muitos
cristãos se sentem felizes atualmente em apoiar o povo de Israel, mas são
cautelosos na hora de fazer o mesmo com o Estado de Israel. [...] No entanto, é
preciso que entendam que é impossível dissociar o povo de seu Estado político,
especialmente se tal regime foi livremente escolhido pelo povo, como é o caso
de Israel hoje. É preciso que reconheçam também que o povo de Israel precisa de
um Estado que os proteja dos vizinhos que desejam destruí-lo. Se dissermos que
apoiamos o povo, mas não o Estado, dizemos com isso que o povo não precisa da
nossa proteção. Não é uma coisa que diríamos a nosso próprio respeito, não
importa se morássemos nos Estados Unidos ou em Uganda.” P. 171-172.
McDermont, tristemente constata que o antissemitismo continua:
“Do persa
Amã e o grego Antíoco Epifâneo à repressão brutal aos judeus pelos romanos,
depois das duas primeiras revoltas judias em 66 e 135 d.C., houve uma série de
fluxos e refluxos de ódio no mundo antigo pelos judeus. Na Idade Média, os
cristãos foram responsáveis por libelos de sangue, expulsões, conversões
forçadas e matanças de judeus. Na era moderna, os deístas ajudaram a introduzir
uma nova era de Voltaire, influenciado pelos deístas ingleses, disse que um
judeu é alguém que deveria ter inscrita na testa a expressão ‘Pronto para a
forca’. O antissemitismo moderno culminou no Holocausto, em que os nazistas
exterminaram seis milhões de judeus, dois terços da população judaica da
Europa. De acordo com os estudiosos, não foram apenas nazistas que mataram
judeus; cidadãos comuns da Europa com frequência se prontificavam a fazer o
mesmo. Hoje, o antissemitismo está em ascensão, sendo agravado nas
universidades por um movimento de ‘BDS’, isto é, boicotes, desinvestimentos e
sanções no tocante a Israel, com os judeus sendo abertamente atacados e mortos
na Europa. Seu crime? Serem judeus, e ponto final.” P. 177-178.