quinta-feira, 3 de setembro de 2020

A Importância de Israel

 


MCDERMONT, Gerald. R. A Importância de Israel. 1° Edição. São Paulo: Vida Nova, 2018.

Gerald McDermont (Ph.D em Teologia na Universidade de Iowa, EUA) faz uma pungente defesa de Israel, argumentando que o povo judeu ainda é relevante na teologia bíblica.

Parte de sua apologia é mostrar que o atual Estado de Israel é uma poderosa evidência de que os judeus ainda fazem parte dos planos divinos. Na apresentação da obra, Luiz Saião, um dos mais respeitados Teólogos brasileiros, cita estas palavras do Karl Barth, talvez o maior Teólogo do século XX:

“O estabelecimento do Estado de Israel em 1948 foi uma ‘parábola secular’, um símbolo da ressurreição e do reino de Deus. O retorno dos judeus em grande número para Israel no século passado foi um cumprimento das profecias bíblicas. Os profetas hebreus previram a história de Deus com os judeus que perdura até hoje.” P. 11.

Irei me ater ao capítulo seis, que trata das objeções dos antissionistas contra o atual Estado de Israel.

O verdadeiro inimigo dos árabes não é Israel.

“Quando, em 2009, meu filho e eu percorremos a pé a Galileia seguindo a Trilha de Jesus, cristãos árabes nos confidenciaram que seu inimigo verdadeiro não era o governo de Israel, e sim seus ‘primos muçulmanos’. Eles não podiam dizer isso publicamente porque temiam a retaliação dos muçulmanos árabes.” P. 21-22.

Os judeus não roubaram as terras dos árabes.

“Os judeus roubaram a terra dos árabes? Essa é uma alegação comum dos árabes nas últimas décadas. Geralmente o que está implícito nessa acusação é que os judeus de Israel jamais tentaram partilhar sua terra com os árabes. Na verdade, porém, eles tentaram e por diversas vezes, e todos os planos de partilha foram rejeitados pelos árabes. A história começa em 1920, quando, sob os auspícios da Liga das Nações, o Tratado de San Remo autorizava a criação de um lar nacional para os judeus.

[...]

Logo ficou decidido que o mandato em questão deveria ser dividido entre judeus e árabes; estes receberiam 77% do território e formariam a Transjordânia; quanto aos judeus, eles se estabeleceriam nos 23% restantes, entre o Mediterrâneo e o rio Jordão. [...] Quando, em 1947, as Nações Unidas dividiram novamente aqueles 23%, os judeus ficaram com 17,5% do mandato original.

[...]

Há quem diga que a partilha efetuada pelas Nações Unidas foi injusta com os árabes porque eles constituíam 93% da população da Palestina, e 73% das terras foram dadas a eles. Contudo, a parte que coube aos judeus tinha uma maioria substancial de judeus vivendo na região — de acordo com a ONU, havia 538 mil judeus e 397 mil árabes.

Os judeus não ficaram satisfeitos com a partilha porque ela excluía Jerusalém, onde eles eram maioria desde meados do século 19. Além disso, 60% da região que lhes foi concedida correspondia ao deserto do Neguebe, uma área sabidamente árida e inútil.

Os judeus, entretanto, aceitaram a partilha, ao passo que os árabes a rejeitaram.

As fronteiras delimitadas no armistício depois da guerra de 1948 deixaram os judeus com uma área igualmente menor. Seus vizinhos árabes controlavam um território 640 vezes maior do que o território judaico. Os números são controversos, mas a maioria das estimativas diz que cerca de 800 mil judeus foram expulsos de terras árabes em consequência da Guerra Árabe-Israelense e cerca de 700 mil árabes foram obrigados a deixar suas casas. Contudo, embora os judeus tenham acolhido, nas áreas da Palestina que lhes foram designadas, refugiados judeus vindos de todo mundo árabe, nenhuma nação árabe ofereceu terra aos refugiados palestinos árabes.

Nessa troca de territórios, os judeus roubaram terras dos árabes? No cômputo final, não. Em 1948, os britânicos alocaram 187.500 acres de terras aráveis (que podem ser usadas para cultivo) aos árabes, mas apenas 4.250 aos judeus. Os judeus, portanto, compraram terras dos árabes. A maior parte foi comprada de grandes latifundiários, alguns dos quais eram prefeitos árabes em Gaza, Jerusalém e Jafa. Os judeus pagaram um preço elevado — em média, a senhores de terras improdutivas, em sua maioria mil dólares por acre, enquanto, em Iowa, o acre da terra cultivável extremamente valorizada custa apenas 100 dólares. Em suas memórias, o rei Abdullah, da Jordânia, diz que a verdadeira história dos judeus que assumiram o controle de terras dos árabes é uma história de comércio, e não de roubo: ‘os árabes pródigos em vender suas terras quanto em chorar por elas’.

Os críticos dizem que, se os judeus compraram terras, eles também expulsaram árabes de suas terras durante a guerra de 1948. Os soldados judeus recorreram à guerra psicológica para encorajar os árabes a abandonarem algumas vilas. Na região de Ramb-Lod eles forçaram alguns árabes a se mudarem para alguns quilômetros de distância, em uma área ocupada pela Legião Árabe. Contudo, boa parte dos árabes que se mudaram o fizeram porque foram encorajados a isso pela liderança árabe. Outros simplesmente estavam fugindo da violência à sua volta. Essa parte da história de Israel é bastante contestada, mas há dois testemunhos árabes sobre esse episódio. O primeiro ministro sírio Haled al Azm escreveu em suas memórias: ‘Desde 1948 vimos exigindo o retorno dos refugiados para suas casas. Contudo, fomos nós mesmos que exigimos que saíssem’. A revista Economist, órgão de imprensa conhecido pela crítica frequente aos sionistas, informou em sua edição do dia 2 de outubro de 1948 que ‘um alto representante do governo árabe [...] declarou claramente que os árabes que haviam ficado em Haifa e que tinham aceitado a proteção judaica seriam considerados renegados'.

Quando alguém se sente forçado a abandonar o lar, é uma tragédia. Contudo, não se pode culpar por isso apenas ou somente os judeus em 1948. Tampouco se pode chamar o que houve de roubo sem levar em conta o contexto histórico.” P. 118-122.

Israel não está violando a lei internacional.

“Muitos [...] acham que a ocupação contínua da Cisjordânia por Israel constitui uma violação da lei internacional — mais especificamente, da Resolução 242 da ONU.

De acordo com essa resolução, a retirada de Israel deveria ter ocorrido no contexto do reconhecimento mútuo de árabes e israelenses do direito à existência e a ajustes territoriais para que se estabelecessem fronteiras seguras. Foi ordenada a retirada de ‘territórios’ e não ‘dos territórios. Tanto Arthur Goldberg quanto Lord Carrington, os autores originais dessa resolução, disseram que o termo ‘dos’ foi omitido propositalmente porque não havia a intenção de que Israel devolvesse todos os seus territórios, uma vez que se reconheceu que apenas alguns eram necessários para a criação de fronteiras seguras.

Embora a maior parte dos estados árabes tenham se recusado a reconhecer o direito à existência de Israel (uma condição da resolução 242), Israel implantou por três vezes os princípios da resolução. Quando o Egito desistiu de suas reivindicações beligerantes em 1979, Israel devolveu o Sinai — 90% do seu território ocupado. Quando a Jordânia assinou um acordo de paz, Israel devolveu o território reclamado pela Jordânia. Então, em setembro de 2005, Israel se retirou unilateralmente de Gaza, mas acabou alvo de novos ataques a seus civis feitos a partir daquele território.

A acusação de ocupação ilegal, portanto, deve ser rejeitada. Israel tem feito repetidos esforços para se adequar ao que foi estipulado pela ONU para os territórios, o que não se observa por parte de seus vizinhos árabes.

Quando os palestinos pareciam aceitar o direito de Israel à existência durante as negociações de Oslo (1993-1995), Israel devolveu o controle das principais cidades da Cisjordânia à Autoridade Palestina (AP). Contudo, no momento em que a AP manifestou apoio aos ataques terroristas perpetrados contra cidadãos israelenses em 2000, Israel retomou o controle dessas cidades. Nesse mesmo ano, Israel se propôs a devolver 92% da Cisjordânia, o que alguns interpretaram como uma oferta pouco generosa, já que, disseram, para começo de conversa, Israel nunca fora dono da terra. No entanto, há mais de três mil anos que os judeus moram na Samaria (atual Cisjordânia).

Mas isso não é tudo. Lembro o momento, faz alguns anos, quando soube que a Jordânia renunciou unilateralmente a todas as suas reivindicações sobre essa região, em 1988, transferindo para Israel a propriedade legal do território. Foi o que me ajudou a ver que a tese de ilegalidade lançada sobre Israel não procedia.

Muitos antissionistas não sabem disso ou ignoram esse fato, por isso dizem que Israel deveria retirar todos os assentamentos da Cisjordânia, cedendo totalmente a região aos palestinos. Isso seria tão ilógico quanto insistir que nenhum árabe deveria morar na Judeia ou na Galileia. Contudo, a maioria dos judeus não se importa em conviver com dois milhões de cidadãos árabe-israelenses na Judeia e na Galileia. Além disso, que outro país teve de ceder terras que ganhou por causa de uma guerra defensiva que não começou? Os alemães deslocados de Königsberg promovem manifestações para que essa cidade alemã lhes seja devolvida pelos vencedores russos?

Os críticos da ‘ocupação’ também alegam que os assentamentos na Cisjordânia violam o artigo 49 da IV Convenção de Genebra. Não deixa de ser irônico, porque essa convenção foi adotada com o intuito de impedir crimes como a deportação de judeus pelos nazistas para os campos de concentração. O artigo proíbe ‘deslocamentos individuais ou em massa, bem como a deportação de pessoas protegidas do território ocupado para o território da Potência de Ocupação ou de qualquer outro país, ocupado ou não’. Todavia, nenhum israelense está sendo deportado contra sua vontade — eles estão se mudando voluntariamente; não há tampouco nenhum árabe palestino sendo deportado ou transferido. Os assentamentos legais, que correspondem apenas a 3% da Cisjordânia, foram comprados mediante acordo com árabes.

O artigo se refere a uma ‘Alta Parte Contratante’ que reivindica soberania sobre o território. A Cisjordânia não é um território de uma potência signatária, e sim, conforme declarou Eugene Rostow em um artigo de 1990, ‘parte não alocada do Mandato Britânico’. A ‘linha verde’ que assinala fronteiras importantes na Cisjordânia foi simplesmente a linha de cessar-fogo criada no final da guerra de 1948-1949 entre árabes e o novo Estado judeu. O Acordo de Armistício Geral Egípcio-lsraelense de 1949 dizia que as linhas de demarcação ‘não deviam ser interpretadas de modo algum’ como ‘fronteiras territoriais políticas. Fronteiras de fato só seriam estabelecidas por meio de um ‘acordo decisivo de paz quanto ao problema palestino’. Nos anos que se seguiram desde então, a Jordânia ocupou a Cisjordânia sem nenhuma aprovação internacional ou reconhecimento oficial, retirando-se em seguida, derrotada, depois de atacar Israel em 1967.

Vale a pena lembrar o que dissemos algumas páginas atrás. Pelo Tratado de San Remo de 1920, os vitoriosos da Primeira Guerra Mundial criaram um território a que chamaram de Palestina e que compreendia o que hoje chamamos de Jordânia, Israel, Cisjordânia e Gaza. Esse território correspondia a 1% do antigo Império Otomano, do qual foi por fim transferido para Estados com governo próprio e cuja população era de maioria árabe e turca. Em 1922, a Liga das Nações estipulou, no Mandato da Palestina, os ‘assentamentos judaicos’ no território do lado ocidental do rio Jordão, o qual inclui o que chamamos de Cisjordânia.

Nesse mesmo ano, o Reino Unido criou um novo país árabe, a Jordânia. Em outras palavras, o Reino Unido dera três quartos do mandato aos árabes e um quarto aos judeus. A Cisjordânia fazia parte desse um quarto. O mandato jamais foi ab-rogado e está em vigor até hoje.” P. 124-127.

O sionismo não é racista.

“[A] resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas de 1975, segundo a qual o sionismo ‘é uma forma de racismo e de discriminação racial’. De acordo com a resolução, o estado de Israel era semelhante ao apartheid sul-africano.

Será verdade? O apartheid se baseava na raça; uma minoria branca controlava a maioria negra da população. Os negros não podiam votar e eram proibidos de ter representantes no parlamento da África do Sul. Israel, pelo contrário, tem dois milhões de cidadãos árabes que votam e contam com representantes no Knesset [parlamento] israelense. Há juízes árabes no sistema de justiça de Israel e enquanto escrevia este livro, em 2016, havia um árabe na suprema.

Assim como o Israel bíblico tinha pessoas de diferentes nações e raças — basta lembrar de Raabe e Rute e dos homens de Davi oriundos dos atuais Líbano, Síria, Jordânia e Turquia o mesmo acontece no Israel de hoje. Há judeus sefarditas de pele mais escura do norte da África e judeus asquenazes brancos da Europa. Milhares de judeus israelitas atualmente são da Etiópia, e muitos outros são da Rússia e de toda a antiga União Soviética. Há judeus chineses, africanos, europeus e até mesmo judeus árabes. São diferentes tipos de judeus oriundos de raças distintas. Para todos eles, o judaísmo é uma religião, e não uma raça.

O escritor muçulmano Irshad Manji tem escrito de forma contundente contra a alegação de que Israel pratica o apartheid: ‘Sendo apenas 20% da população, será que os árabes poderiam se candidatar a um cargo eletivo se estivessem sob a pressão do apartheid? Um Estado que pratica o apartheid estenderia o direito ao voto a mulheres e aos pobres nas eleições locais, o que Israel fez pela primeira vez na história dos árabes palestinos?’.

Isso não significa que não haja racismo em Israel. Os jornais israelenses criticam de tempos em tempos o governo por não tratar com mais equidade árabes e negros e reconhecem que os direitos legais não são a mesma coisa que igualdade social. Contudo, pessoas de todas as cores e raças participam de todos os setores da sociedade israelense, o que é totalmente diferente do apartheid que vigorava na África do Sul. Além disso, o racismo e a política de governo são tratados abertamente, algo que jamais seria possível naqueles dias sombrios para a África do Sul.” P. 127-128.

O Israel de hoje é não simplesmente um exemplo recente de nacionalismo.

“Outra alegação contra o Israel de hoje é que o país é apenas mais exemplo do nacionalismo do século 19 e, portanto, não está há tanto assim na região quanto o povo palestino.

O século 19 viu o nascimento de muitas nações, quando povos de uma mesma cultura formaram estados-nações. Inspirados por Rousseau e Herder, filósofos do século 18, os povos da Alemanha, Romênia, Bulgária, Grécia, Itália e Polônia foram capazes de criar governos com um novo sentido de identidade nacional.

No entanto, todas essas novas nações eram diferentes de Israel em aspectos importantes. Muitas delas não remontavam a mais do que alguns séculos no que se refere a uma língua, cultura ou religião comuns. Somente duas delas — Grécia e Itália — eram herdeiras de uma civilização antiga, embora a religião e a cultura dessas duas civilizações antigas fossem drasticamente diferentes daquelas de seus descendentes contemporâneos. Somente o Israel moderno partilhava da mesma língua e religião de seus velhos ancestrais.

Como se isso não bastasse, os judeus vivem em sua terra há três mil anos. Eles foram maioria do século 13 a.C. até 135 d.C. Entre essa última data (que marca a segunda revolta dos judeus contra os romanos) e o século 19, eles nem sempre foram maioria na região, mas, durante quatro longos períodos no transcorrer desses séculos, eles se concentraram em Israel para preservar e reconstruir sua cultura. De meados do segundo século até o sétimo século, a Galileia foi um centro de aprendizagem e de influência judaicas. Depois, do oitavo ao décimo século, Tiberíades, na Galileia, foi um porto seguro para o pensamento e a vida dos judeus. Seguros na Galileia, a região se transformou em uma meca judaica do século 16 até o século 19. Nos séculos 18 e 19, pogroms [perseguições e massacres a judeus] praticados pelos russos e o antissemitismo europeu fizeram com que centenas de rabinos e suas famílias migrassem para a Palestina para fixar residência ali. Nos anos que se seguiram, sempre houve judeus na região, mas em menor quantidade.

Portanto, o nacionalismo judeu é de um tipo diferente daqueles do século 19. Israel preservou a continuidade com seus antepassados de uma forma que nenhuma outra nação moderna foi capaz. Por isso, tem uma história muito mais extensa do que qualquer outra nação.” P. 129-130.

Israel tem as suas falhas.

“Como qualquer outro país, o Estado de Israel não é perfeito. Como é multirracial e multirreligioso, há conflitos entre raças e religiões. Conforme eu disse antes, há acusações de racismo contra etíopes e até contra os judeus sefarditas. Uma vez que estamos falando de seres humanos imperfeitos, que são pecadores, nada disso deveria nos surpreender.

São inúmeros os problemas que persistem. Os judeus messiânicos às vezes enfrentam hostilidades de outros judeus, especialmente dos ultraortodoxos. Houve ocasiões em que os messiânicos foram atacados. Não é uma violência tolerada pelo Estado, mas o Estado poderia fazer mais para assegurar plenos direitos a seus cidadãos messiânicos.

Israel nem sempre tratou os palestinos com justiça. Quando os ataques terroristas resultam em vítimas, como tem sido o caso dos judeus há décadas, é natural querer reagir da mesma forma. Houve ocasiões em que os judeus se envolveram em ataques perpetrados por justiceiros contra palestinos inocentes. Embora o Estado de Israel jamais tenha apoiado esses ataques e geralmente processe quem os comete, nem todas as suas políticas em favor dos palestinos têm sido acertadas.

É claro que é mais fácil para os americanos, que moram em relativa segurança, criticar um povo que vive sob ameaças diárias à sua vida. Ao mesmo tempo, nos solidarizamos com as vítimas da injustiça, sejam elas árabes ou judias. É preciso que nos sintamos livres para erguer a voz e criticar sempre que ficar claro que há uma situação de flagrante injustiça em andamento.

Sabemos que ele está longe de ser perfeito. Contudo, é muito melhor do que qualquer outro Estado do Oriente Médio no tocante à concessão de liberdades e de direitos a judeus e também a não judeus. Ele merece e precisa de apoio somente por essa razão. No entanto, não é por causa disso que será imune a críticas.” P. 131-132.

Shadi khlalloul, líder da comunidade arameia (cristã), fala sobre como é viver em Israel:

“Experimentei pessoalmente a igualdade social como minoria em Israel. Quando eu tinha 19 anos, como jovem tenente paraquedista que era, estive à frente de quase cem soldados judeus no campo. Eu estava no comando, era responsável por todas as suas necessidades Desde que me aposentei e deixei o convívio militar, passei por diversas posições em empresas e na sociedade de Israel, desfrutando de liberdade de oportunidades de trabalho como qualquer outro israelense que deseja ter uma carreira bem-sucedida.

Vale destacar que Israel assegura os direitos políticos de suas minorias, o que não se em nenhum outro lugar do Oriente Médio. O Estado garante a seus cidadãos não judeus todos os direitos e privilégios da cidadania israelense. Nas primeiras eleições para o Knesset (parlamento de Israel, em 1949, os árabes israelenses tiveram direito a voto e a ser votados. Hoje. As minorias não judias de Israel contam com plenos direitos políticos e podem participar integralmente da sociedade israelense. Participam ativamente da vida social, política e cívica de Israel e são representados no Knesset, no Serviço a Estrangeiros e no sistema judiciário. Conforme já mencionei, muitos de nós ingressam nas IDF [Israeli Defense Forces, Forças de Defesa de Israel]. No ano passado, concorri a uma cadeira no Knesset.

Nós, minorias, também temos acesso a serviço médico praticamente gratuito em um dos melhores sistemas de saúde do mundo. Temos total liberdade econômica para abrir um negócio e participar plenamente de uma das economias mais vibrantes do planeta, e certamente a mais sadia do Oriente Médio. Nossos filhos têm educação grátis e frequentam escolas excelentes, e nós, cristãos, podemos enviá-los a escolas que reforcem nossa fé. É realmente um privilégio para nós.” P. 133-134.

Israel não foi eliminado pelas nações.

“Por cerca de três milênios, nações e impérios tentaram eliminar os judeus e Israel, mas, milagrosamente, Israel sobreviveu prosperou. O Holocausto foi simplesmente uma das últimas tentativas de varrer os judeus da face da terra. Hoje, o Irã quer dar continuidade ao que Hitler não pôde levar adiante. O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, disse publicamente que ‘a missão da República Islâmica do Irã é apagar Israel do mapa da região’.” P. 168.

No capítulo nove, McDermont diz que os cristãos devem apoiar o Estado de Israel:

“Muitos cristãos se sentem felizes atualmente em apoiar o povo de Israel, mas são cautelosos na hora de fazer o mesmo com o Estado de Israel. [...] No entanto, é preciso que entendam que é impossível dissociar o povo de seu Estado político, especialmente se tal regime foi livremente escolhido pelo povo, como é o caso de Israel hoje. É preciso que reconheçam também que o povo de Israel precisa de um Estado que os proteja dos vizinhos que desejam destruí-lo. Se dissermos que apoiamos o povo, mas não o Estado, dizemos com isso que o povo não precisa da nossa proteção. Não é uma coisa que diríamos a nosso próprio respeito, não importa se morássemos nos Estados Unidos ou em Uganda.” P. 171-172.

McDermont, tristemente constata que o antissemitismo continua:

“Do persa Amã e o grego Antíoco Epifâneo à repressão brutal aos judeus pelos romanos, depois das duas primeiras revoltas judias em 66 e 135 d.C., houve uma série de fluxos e refluxos de ódio no mundo antigo pelos judeus. Na Idade Média, os cristãos foram responsáveis por libelos de sangue, expulsões, conversões forçadas e matanças de judeus. Na era moderna, os deístas ajudaram a introduzir uma nova era de Voltaire, influenciado pelos deístas ingleses, disse que um judeu é alguém que deveria ter inscrita na testa a expressão ‘Pronto para a forca’. O antissemitismo moderno culminou no Holocausto, em que os nazistas exterminaram seis milhões de judeus, dois terços da população judaica da Europa. De acordo com os estudiosos, não foram apenas nazistas que mataram judeus; cidadãos comuns da Europa com frequência se prontificavam a fazer o mesmo. Hoje, o antissemitismo está em ascensão, sendo agravado nas universidades por um movimento de ‘BDS’, isto é, boicotes, desinvestimentos e sanções no tocante a Israel, com os judeus sendo abertamente atacados e mortos na Europa. Seu crime? Serem judeus, e ponto final.” P. 177-178.