Alguns
apologistas islâmicos, para tornar a sua religião mais palatável as
sensibilidades modernas, estão dizendo que Maomé não se casou com Aisha quando
ela tinha 6/7 anos, e muito menos teve relações sexuais com ela, três anos mais
tarde, aos 9 anos. Dizem que isso é uma lenda, pois ela se casou bem mais
tarde, quando já era uma moça. Alguns chegam a dizer que se casaram quando ela
tinha já 18 anos de idade. Desde sites, blogs, fóruns e páginas nas redes
sociais, já deparei com esses textos negacionistas. Esta é uma preocupação
recente na história do islã.
David
Wood, Ph.D em Filosofia na Universidade Fordhan, EUA, está mais do que atento a
essas inovações.
“Muitos
muçulmanos no mundo hoje vivem vidas muito melhores do que seu profeta viveu. Não
é de surpreender que alguns deles se horrorizem ao saber que seu maior exemplo
moral (Alcorão 33:21) fez sexo com uma menininha. Portanto, está se
tornando popular fabricar argumentos fracos, em um esforço para ocultar a idade
de Aisha.”
http://www.answeringmuslims.com/2013/03/georgetown-university-islamic-scholar.html
Para
o azar desses apologistas, fontes islâmicas, pró-islâmicas e neutras, não
aderiram a esse discurso “conciliador”, que tenta passar a imagem de um profeta
que não transou com uma criança. Citarei muitas delas.
Jonathan
A. C. Brown, contemporâneo estudioso MUÇULMANO e professor de História Islâmica
na Universidade de Georgetown, EUA, para o dissabor desses apologistas
revisionistas, segue a linha TRADICIONAL de que Maomé manteve relações sexuais
com Aisha, quando ela tinha 9 anos de idade. O vídeo abaixo (em inglês) atesta
isso:
Temos
também o renomado casal de historiadores tão bem quisto pelo mundo islâmico,
devido aos seus numerosos elogios e comentários positivos a Maomé e a
civilização islâmica, Ariel e Will Durant, que para o desprazer dos “adiadores”
do casamento do profeta, afirmaram:
“Retornando
a Meca, desposou a viúva Sauda e, aos 50 anos, prometeu casamento a Aixa, a
linda e petulante filha de Abu-Béquer, então com sete primaveras [7 anos].” P. 150.
DURANT,
Ariel; DURANT, Will. A
História da Civilização IV: A Idade da Fé – Livro II – Civilização Islâmica. Rio de Janeiro: Record, 1950.
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Temos
também a premiada Karen Armstrong, Historiadora queridíssima dos muçulmanos,
pelas obras elogiosas a Maomé e a religião islâmica. Infelizmente, eles não
podem contar com ela nessa.
“Abu
Bakr também estava ansioso para forjar um vínculo mais forte com Maomé, a quem
ele vinha servindo tão lealmente por todos aqueles anos com grande custo
pessoal. Sua pequena filha Aisha tinha SOMENTE SEIS ANOS em 620 e tinha
sido prometida em casamento para o filho de Mu’tim, chefe de Nawfal, o
novo protetor de Maomé, mas ele estava disposto a desistir do acordo, porque
sua esposa temia que o filho se tornasse muçulmano. Assim, Aisha SE TORNOU
FORMALMENTE NOIVA de Maomé numa cerimônia em que a MENINA não estava presente.
Anos mais tarde, ela recordou que o primeiro sinal que teve de seu novo status
foi quando a mãe explicou-lhe que não mais poderia BRINCAR NAS RUAS COMO AS
OUTRAS CRIANÇAS, mas convidar as amigas para dentro de casa.” P. 79. (Ênfase acrescentada).
AMSTRONG,
Karen. Maomé:
Uma Biografia do Profeta. São
Paulo: Cia das Letras, 2001. (PDF).
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Mark
A. Gabriel, ex-Professor de História Islâmica na Universidade Al-Azhar do
Cairo, Egito, o mais prestigiado centro de ensino islâmico do mundo.
"Durante o seu primeiro ano em Medina, Maomé assinou um contrato de casamento com a filha de um dos seus mais leais seguidores, Abu Bakr. Isso nada teria de invulgar se a rapariga não tivesse apenas seis anos de idade.
A
história islâmica diz que ele só consumou o casamento com a rapariga, chamada
Aisha, quando ela atingiu os nove anos, mas esta disposição era extremamente
invulgar, mesmo na sociedade árabe. Permaneceram casados até a morte de Maomé,
tinha ela dezoito anos.” P. 58.
GABRIEL,
Mark A. Jesus
e Maomé: Diferenças Profundas e Semelhanças Surpreendentes. Editora em Sua Palavra, 2006.
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Malise
Ruthven, Ph.D em Ciências Sociais e Políticas pela Universidade de Cambridge,
escreveu:
“Muhammad
retorna a Medina. Aqui ele adoece e inesperadamente morre nos braços de 'Aisha,
de 18 anos. As revelações de Deus cessam.” P. 41.
Se
Maomé passou 9 anos com Aisha depois de consumado o casamento, e ele morreu
quando ela tinha 18 anos, segue-se que ele a deflorou quando ela tinha 9 anos
de idade.
RUTHVEN, Malise. Islam: A Very
Short Introduction. Oxford
University Press paperback, 1997.
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David Samuel Margoliouth, Professor de Árabe na Universidade de Oxford, Inglaterra, escreveu:
“Aisha, a esposa-menina do Profeta...” P. 27.
“O fato de ter se casado com Aisha sete meses após sua chegada, e de não ter havido festa de casamento, mostra como o Profeta fora obrigado a ser parcimonioso. Uma vez que o pai dela, Abu Bakr, dera ao noivo o presente indispensável à noiva, talvez essa união desajustada (que é como devemos caracterizar o casamento de um homem de 53 anos com uma criança de nove, arrancada de seu balanço e de seus brinquedos) tenha sido apressada pelo desejo de conseguir algum dinheiro.” P. 209.
MARGOLIOUTH, David Samuel. Maomé e a Ascensão do Islã. 1° Ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.
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A
revista Superinteressante que costuma fazer comentários elogiosos ao profeta do
islã, em uma de suas edições trouxe a matéria “Mulheres que mudaram a história:
Aisha, a teóloga do islamismo”, que diz:
“Todos
os dias, pela manhã, [Maomé] passava pelo apartamento de cada uma para
conversar. Mas, sempre que estava abatido ou tinha alguma decisão difícil para
tomar, era para o quarto de Aisha que ele corria.
Do
lado de fora, podiam-se ouvir suas risadas soltas. Chegou a BRINCAR DE BONECAS
COM A ESPOSA.” (Ênfase
acrescentada).
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/mulheres-que-mudaram-a-historia-aisha-a-teologa-do-islamismo/
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A
revista Aventuras na História, na matéria “Como a história das mulheres mudou
sob o regime islâmico”, diz:
“Após
a morte de Khadija, ele se casou com diversas mulheres, entre viúvas e filhas
de amigos. Aisha, a preferida, tinha 9 anos quando disse ‘sim’.”
Este
“sim” foi para a primeira relação sexual entre os dois.
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/civilizacoes/como-historia-mulheres-mudou-regime-islamico-678914.phtml
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Juliana
Bezerra, Bacharel e Licenciada em História pela PUC-RJ), Mestre em História
pela Universidade de Alcalá, Espanha.
“Um
dos matrimônios mais controversos, atualmente, foi com a terceira esposa,
Aisha, que tinha apenas 6 anos e Maomé 52.”
https://www.todamateria.com.br/maome/
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A
Jornalista Karla Lima, outra que não está entre as vozes “hostis” ao Islã,
escreve:
“Mas
Aisha não era uma viúva. De fato, era uma criança de apenas seis anos quando
Abu Bakr Al-Siddik, seu pai, entregou-a em casamento ao profeta. Enquanto para
alguns isso faz de Muhammad um pedófilo inescrupuloso, para outros é evidente
que existia um acordo com o pai: conjunção carnal, só depois da puberdade.” P. 47.
Esta “conjunção carnal, só depois da puberdade” é que vai contra as evidências
históricas que nos são fornecidas pelos hadiths.
LIMA,
Karla. Ziguezagueando
pelo Islã. 1º
Ed. São Paulo: Edição do Autor, 2010.
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Ideli
Raimundo Di Tizio, Ph.D em Lingüística pela Universidade de São Paulo, outra
que não é "hostil" ao islã.
“Quando
Khadidja morreu, Maomé entrou em vários casamentos simultâneos. A mais célebre
de suas esposas é Aisha, que tinha 9 anos na ocasião das bodas. Segundo alguns
relatos, ela brincava no quintal quando foi chamada para dentro de casa. Lá,
encontrou o noivo e foi posta sobre seus joelhos. Os pais da menina se
retiraram, e o casamento teria se consumado ali, na casa paterna.”
http://www.ditizio.adv.br/txt/pmi.pdf
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E
para fechar com chave de ouro, Martin Lings, muçulmano e foi Professor na
Universidade do Cairo.
“O Profeta e suas filhas foram morar com Sawdah na nova casa. Após um mês ou dois, foi decidido que seu casamento com 'À'ishah seria celebrado. Ela tinha então nove anos e, graças à linhagem da qual descendia, sua beleza era excepcional. [...] Os preparativos para o casamento eram tão modestos que a própria ‘À’ishah não se deu conta da magnitude do evento que estava por acontecer. Ela havia saído ao pátio para brincar com uma amiga que por ali passava, quando foram buscá-la para que se arrumasse para a celebração. Anos mais tarde, ela relatou como aconteceu: ‘Eu estava indo brincar no balanço, e minha cabeleira estava toda despenteada. Vieram então à minha procura e me levaram para os preparativos.
[...]
Ao
longo dos três anos anteriores, nem um só dia se passou sem que uma ou muitas
amigas de 'À'ishah viessem brincar com ela no pátio da casa de seu pai. Sua
mudança para a casa do Profeta em nada alterou essa rotina. Suas amigas
continuaram a visitá-la a cada dia em sua nova morada, fossem as novas amigas
de Medina, fossem as antigas de Meca, cujos pais, como os seus, haviam
emigrado. ‘Muitas vezes, eu estava entretida com minhas bonecas’, ela contava,
'em companhia de minhas amigas, quando o Profeta entrava. Elas escapuliam para
fora de casa, mas ele as reunia novamente e as chamava para que entrassem,
alegrando-se com o meu contentamento de tê-las por companhia.’ Outras vezes,
ele lhes dizia, antes de terem tempo de escapar. ‘Permanecei onde estais!’ Em
muitas ocasiões, ele chegava a participar de seus jogos, pois amava as crianças
e costumava brincar com as próprias filhas. As bonecas e fantoches assumiam
vários papéis. ‘Um dia", 'À'ishah relata, ‘o Profeta entrou enquanto eu
brincava com minhas bonecas e me perguntou: 'Que jogo é este, 'A'ishah?' —
'Estes são os cavalos de Salomão', respondi, e ele se pôs a rir.’ Outras vezes,
contudo, ele se cobria com o manto para passar sem ser notado pelas meninas, a
fim de não interromper a brincadeira.”. P. 189-190.
Detalhe
importante: este livro citado foi premiado e reconhecido pela Universidade de
Al-Azhar no Cairo, Egito, a instituição mais respeitada do mundo em ensino
islâmico.
LINGS,
Martin. Muhammad:
A Vida do Profeta Segundo as Fontes Mais Antigas. São Paulo: Attar Editorial, 2010.
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Eu
poderia fornecer vários outros exemplos, mas esses já bastam para sabermos, que
dizer que Maomé teve relações com Aisha, quando a pequenininha tinha nove anos,
não é conto popular dos inimigos do islã. Se dizemos isso, é porque a tradição
islâmica nos legou essa história. Sahih al-Bukhari, a fonte sagrada de hadiths
(ditos e feitos de Maomé) mais confiável do islã, que o diga.
A
principal defesa negacionista do casamento de Aisha na infância, que encontrei
na internet, vem do texto Maomé era Pedófilo? – Expondo um Mito Antigo.
https://iqaraislam.com/maome-era-pedofilo-expondo-um-mito-antigo/
Em
refutação a ele, pode-se ler:
Muhammad
era um pedófilo?
https://answeringislam.org/Authors/Wood/pedophile.htm
Aisha:
a noiva criança de Maomé
https://exmuculmanos.wordpress.com/2015/06/03/aisha-a-noiva-crianca-de-maome/
Aisha
era realmente apenas nove?
http://www.answeringmuslims.com/2019/11/was-aisha-really-only-nine.h