terça-feira, 27 de setembro de 2016

Tabu Brasil: Soro Positivo


Desde que apareceu os primeiros casos, a AIDS matou até hoje, cerca de 36 milhões de pessoas. É uma doença infecto-contagiosa transmitida pelo vírus HIV. Atualmente, 35 milhões de pessoas estão infectadas. 718 mil brasileiros são HIV positivo. A contaminação cresceu fora do que se esperava na última década entre os jovens. E impressionantemente, entre as pessoas de mais de 60 anos, houve um alarmante aumento de 157% entre 2001-2012! 

Os primeiros casos de HIV no Brasil foram no início da década de 1980. Era prevalecente entre os homossexuais. Logo em seguida, o vírus se espalhou entre os usuários de drogas, através das seringas. O primeiro caso de uma mulher infectada foi 1983. 

A doença para se manifestar pode durar 5, 7, 9 anos, ou menos que isso. Tem pessoas que podem ter o HIV e nunca desenvolverem a AIDS. Vai de cada sistema imunológico. 

Como avanço dos medicamentos retrovirais, ter HIV não é mais um atestado de óbito. Mas engana-se quem pensa, que os portadores do vírus têm uma vida fácil. São muitos comprimidos para tomar todos os dias. Os efeitos colaterais são inevitáveis. Exames de rotina, para ver a carga viral no sangue, também fazem parte da vida de um soro positivo. 

Três histórias distintas, porém, tendo em comum o vírus HIV, são contadas.

Um jovem homossexual, que teve a infelicidade de pegar o vírus ainda com 19 anos de idade. Começou seus relacionamentos sexuais com o preservativo, mas os deixou de lado, e não demorou muito para ser infectado. Há 11 anos, ele toma os remédios para o controle da carga viral. Nunca teve nada sério até então. Está para casar com um parceiro “limpo”. Está feliz. De vez em quando sente os efeitos colaterais dos remédios que toma diariamente.

Uma senhora de 60 anos conta a sua história de infecção. Depois de uma vida inteira, chega a terceira idade carregando o HIV em seu corpo. Pegou de seu antigo parceiro. Nunca imaginou que ele poderia lhe contaminar. Nesse caso, as mulheres continuam sendo um grupo de risco, visto que seus maridos e namorados podem ser infiéis, acabar se contaminando e passar o vírus para suas mulheres. Isso acontece com uma freqüência alarmante.

O terceiro caso é de uma jovem de trinta e poucos anos, considerada o primeiro bebê portador do vírus, em 1983. Sofre desde a infância com os problemas que o vírus pode acarretar. Oscilou entre fazer o tratamento com os antivirais, e parar de tomá-los. Passou por prolongadas internações. Mas hoje, apesar das seqüelas e saúde limitada, está bem na medida do possível, e está para ser mamãe. É casada com um soro positivo.

Enfim... Documentário pesado. A cura ainda não está disponível. E não há esperanças concretas de que ela virá nos próximos anos. O tratamento avançou bastante desde os primeiros casos no começo dos anos 1980. Ouvimos aqui e ali, que a cura já foi encontrada, mas a indústria farmacêutica não está interessada em fornecer os comprimidos que tenham o poder de extirpar por completo o HIV do organismo. Ela perderia muito dinheiro. O mundo dos remédios não é filantrópico, benevolente, altruísta...

Não duvido dos boatos de que a solução para o problema do HIV/AIDS tenha sido encontrado.   

Asé


Culto trazido pelos negros, no período da escravidão. Sobreviveu, evoluiu, resistiu aos ataques do Estado, da igreja, e hoje possui muitos adeptos nas grandes cidades brasileiras.

O Candomblé é a religião que une os vários cultos aos orixás trazidos do continente africano. Seja Exu, Xangô, Oxóssi... É uma celebração da natureza. Seja das plantas, dos rios, mares... Faz parte de seus elementos de adoração as entidades/forças/energias, os sacrifícios de animais. No entanto, todos são aproveitados para alimentar os membros da comunidade. Nada se perde. E não existe em hipótese alguma, sacrifícios de pessoas, como alguns costumam acusar o Candomblé.

Em suas adorações os negros escravizados, astutamente vincularam os santos do catolicismo aos orixás, para que estes fossem cultuados, sem a censura do homem branco. A coisa deu certo. Quando a igreja e os sacerdotes pensavam que o negro tinha se convertido a fé católica, na verddae, ele estava adorando e prestando devoção ao seu orixá.

Uma afirmação curiosa é dita: os fiéis do Candomblé não são politeístas. São monoteístas. Existe apenas um deus. Os orixás são emanações desse único Ser. Numa comparação com a religião cristã popular, seriam espécies de anjos da guarda.

Uma importante mensagem de respeito e tolerância é deixada por um dos babalorixás entrevistados. Não importa a religião que você pratique, contanto que ela seja baseada no amor ao próximo, você estará perto de Deus. Seja o padre, seja o pastor, seja o pai de santo, o direcionador da devoção ao Criador. O que vale de verdade, é a busca do sagrado, do bem maior: Deus.