Aqui continuamos
a jornada pelos que estudam o islã e constataram o papel de subserviência que
as mulheres sofrem na religião e nos países muçulmanos. Na primeira
parte citamos a muçulmana Riffat Hassan, que acredita no Alcorão, em Maomé, mas
reconhece que as mulheres são muito mal tratadas nas sociedades muçulmanas.
Nesta segunda parte serão citadas outras muçulmanas que comungam do mesmo
sentimento.
Eugenia Roccella, Ph.D em Literatura Contemporânea na Universidade de Roma, revela:
“Tanto nas escolas primárias e secundárias como no nível superior dos estudos, a presença feminina aumentou constantemente; apesar disto mais da metade das áreas de estudo estão proibidas às mulheres (deve-se recordar também que as classes estão separadas por sexos e que o abandono escolar da parte das garotas, nos distritos rurais, é ainda elevado).
[...] As limitações impostas pela teocracia islâmica às mulheres na vida pública são muitíssimas, e impedem qualquer forma de autonomia.
Os vestidos levados em público pelas mulheres são, para os mullah, uma verdadeira e própria fixação. Com o fim de tutelar a moralidade, as mulheres devem estar cobertas, e não podem realizar atividades consideradas impudicas. Em 1997, [...] a magistratura promulga uma hejab, um código do vestido, que endurece as normas já vigentes. Estão previstas multas para quem usa vestidos da moda sem um longo sobretudo, mas também prisão de três meses a um ano, ou até 74 chicotadas. Não se pode andar pelas ruas com vestidos curtos ou sem mangas, não se pode vestir qualquer ‘objeto impudico, chamativo e cintilante, colares, brincos, cintos, braceletes, óculos, xales, anéis, echarpes’.
O uso incorreto do véu comporta castigos graves. Em novembro do ano de 1997, um correspondente da agência France Press em Teerã assiste à prisão de dez mulheres que têm a cabeça coberta de chalés coloridos em lugar do tradicional véu preto, e estão ligeiramente maquiadas. Mas as prisões das mulheres por conduta dissoluta ou por que vão ‘mal veladas’ são fatos habituais, que se repetem periodicamente.
Para a imprensa as coisas não vão melhor. Em 1998, [...] uma lei impõe normas mais severas sobre a publicação de fotografias femininas nos periódicos e revistas. Também a Internet está estreitamente controlada: é recente a prisão de uma jornalista acusada de ter escrito em seu blog ‘coisas contra o sistema islâmico’. Levada a um centro contra a corrupção social, foi obrigada a admitir, entre outras coisas, que teve relações íntimas com seu namorado (“Corriere della Sera”, de 18 de fevereiro de 2005).
As garotas (seria melhor defini-las como meninas) podem se casar aos 9 anos segundo o calendário islâmico, que correspondem a 8 anos e nove meses de nosso calendário. A joveníssima idade nupcial induz entre outras coisas a muitas delas, sobretudo no campo e nos povoados, a abandonar precocemente os estudos. Os homens podem ter até 4 mulheres, além de um número ilimitado de esposas temporárias. Se a poligamia não se estende, é porque existem impedimentos econômicos, levando em conta que os maridos estão obrigados a manter as diferentes mulheres no mesmo nível.
O artigo 1133 do código civil estabelece que um homem pode divorciar-se de sua mulher cada vez que o deseje. O artigo 1117 diz: ‘O marido pode vetar a sua mulher as ocupações e os trabalhos técnicos que são incompatíveis com os interesses da família ou com a dignidade de sua mulher’. As decisões no interior da família estão confiadas todas ao homem, incluída a liberdade de movimento das mulheres, que não podem viajar nem pedir um passaporte sem a permissão escrita de seu pai ou de seu marido. Às mulheres não se permite comparecer em público com um homem que não seja um parente próximo, não podem praticar esporte na presença de homens, nem assistir a exibições esportivas masculinas em que as pernas dos homens estejam descobertas. Em caso de divórcio, a possibilidade de obter a custódia dos filhos está muito limitada para as mães, apesar de alguma pequena melhoria na matéria.
O apartheid sexual põe as mulheres em dificuldade em vários campos, por exemplo, na instrução e na saúde. Em 1997 é sancionada uma lei que impõe a separação sexual nos hospitais e nos serviços sanitários. É evidente que a obrigação de excluir os homens se traduz em um déficit de pessoal médico e uma queda geral da qualidade das divisões hospitalares femininas, e também no ensino nas faculdades de medicina.
A lista de limitações e impedimentos para as mulheres na vida pública é infinita, mas deve-se recordar também que o Irã continua estando entre as piores nações do mundo no que diz respeito aos direitos humanos, segundo os próprios relatórios da ONU. É um dos estados com a mais alta porcentagem de condenações à morte, que podem afetar também aos menores, e é ainda legal a lapidação em caso de ‘conduta sexual indigna’. É impossível obter informações precisas do Irã sobre estes temas, mas segundo algumas organizações humanitárias, as condenações à morte no último ano aumentaram.
A iraniana Shirin Ebadi, prêmio Nobel da Paz, em uma entrevista do ano de 2004 afirma: ‘As mulheres no Irã estão aterrorizadas. Devemos enfrentar tanto as leis discriminatórias como a violência dentro da família. As leis representam o problema maior. Se as leis fossem mais justas, a violência diminuiria. Este é o motivo pelo qual a luta contra as leis discriminatórias deve ter a prioridade’. E dá exemplos: ‘Duas mulheres testemunhas valem tanto quanto um homem; nas causas de ressarcimento, o valor da vida de uma mulher é a metade da de um homem [...] Se uma mulher é assassinada pelo marido por infidelidade, porque é encontrada na cama com outro, o homicídio não é castigado’.
Quando os líderes iranianos pronunciam a palavra ‘direitos’, sempre acrescentam ‘islâmicos’. Mas o sentido dos termos como ‘direitos humanos islâmicos’ ou ‘direitos das mulheres islâmicas’ é, ao avaliar os fatos, bastante diferente do entendido originariamente pelos tratados internacionais.” P. 79-80.
ROCCELLA, Eugenia; SCARAFFIA, Lucetta. Contra o Cristianismo: A ONU e a União Europeia Como Nova Ideologia. Campinas: SP: Ecclesiae, 2014. (PDF).
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Ayaan Hirsi Ali, Professora de estudos sobre a intersecção de religião, política, sociedade e política de Estado no mundo islâmico.
“[...] há um hadith narrado pelo célebre erudito [islâmico] al-Ghazzali:
'Esses lugares [no paraíso] são feitos de esmeraldas e joias, e em cada construção haverá setenta aposentos na cor vermelha e em cada aposento, setenta subdivisões na cor verde, e em cada subdivisão haverá um trono e em cada trono, setenta leitos de cores variadas e em cada leito, uma jovem de meigos olhos negros […]. Haverá sete jovens em cada aposento […] A cada fiel será dado tal vigor pela manhã que ele poderá coabitar com todas elas.’
Essas virgens ‘não dormem, não engravidam, não menstruam, não cospem, não assoam o nariz e nunca adoecem’ [segundo Jane Idleman Smith e Yvonne Yazbeck Haddad].
Significativamente, pouco se vê nessa descrição do paraíso que seja para as mulheres. Também não está claro se o paraíso das mulheres seria o mesmo dos homens, ou como seria o delas. Até na morte existe a pressuposição de que a mulher vale menos do que o homem. Nouman Ali Khan, indicado pelo Centro Islâmico Real de Estudos Estratégicos (Royal Islamic Strategic Studies Centre) em Amã, na Jordânia, como um dos quinhentos muçulmanos mais influentes do mundo, é um clérigo muito ocidentalizado (e muito loquaz) que também dirige o Instituto Bayyinah em Dallas. Vestindo uma camisa social azul alinhada, ele explica no YouTube que, uma vez no céu com Alá, todas as características irritantes de uma esposa são removidas. ‘Por isso, não fique deprimido’, ele diz, gracejando que, quando você encontrar pela primeira vez a sua mulher, dirá ‘Ah! Então você também está aqui? Pensei que aqui era […]’. Só no jannah, no paraíso, a sua mulher terá as características que você realmente deseja.” P. 95.
“Segundo o código legal islâmico do Sudão e a sharia em geral, a religião do pai é automaticamente a religião de seus filhos. E proíbe-se às mulheres muçulmanas casar fora da fé, embora essa proibição não se aplique a homens muçulmanos.” P. 108.
“Mas nenhum grupo é mais prejudicado pela sharia do que as mulheres muçulmanas — um reflexo, em parte, da cultura tribal patriarcal da qual a lei islâmica emergiu. Repetidamente sob essa lei o valor das mulheres é estipulado em no máximo “metade do de um homem”. A sharia subordina as mulheres aos homens em um sem-número de maneiras: determina sua custódia por homens, dá aos homens o direito de espancar as esposas, de ter acesso sexual irrestrito às suas mulheres e de praticar a poligamia, e restringe os direitos legais das mulheres em casos de divórcio, nos direitos patrimoniais, em casos de estupro, em testemunhos nos tribunais e no consentimento ao casamento. A sharia declara, inclusive, que as mulheres são consideradas nuas quando qualquer parte de seu corpo aparecer, exceto o rosto e as mãos.” P. 119.
“A 2a Surata, versículo 223, também categoriza as mulheres como as ‘sementeiras’ do marido, o que na sharia é interpretado como uma garantia de que o marido deve ter acesso sexual irrestrito à sua mulher ou às suas mulheres, contanto que não estejam menstruadas ou fisicamente enfermas.” P. 120
“Segundo Reliance of the Traveller, mesmo se uma mulher tiver escolhido ela mesma um “par adequado”, a vontade dela será suplantada caso seu guardião tenha escolhido outro pretendente que também seja um par adequado. Na prática, muitas meninas muçulmanas são casadas muito antes de formar uma ideia própria sobre essa questão. Em países que seguem uma forma rigorosa da sharia, a idade para o casamento costuma ser menor, seguindo a tradição de Maomé, que desposou Aisha quando ela tinha seis ou sete anos e consumou o casamento assim que ela completou nove (ela se mudou para a casa de Maomé levando suas bonecas, segundo um hadith).” P. 120.
“[...] as mulheres perdem a custódia dos filhos quando eles fazem sete anos, mas os homens, não." P. 121.
“É verdade que a violência por questão de honra não é um fenômeno exclusivamente muçulmano. Também é verdade que as execuções por questão de honra são anteriores ao islã. Mas as mortes por honra são comuns no mundo muçulmano, e clérigos islâmicos demonstram uma aceitação tácita dessa prática.
[...] Em 2003, o Parlamento da Jordânia não aprovou um projeto de lei que visava estabelecer penalidades legais mais severas por mortes ligadas a questões de honra, com a justificativa de que isso violaria ‘tradições religiosas’. Quando um comitê no Senado propôs, então, que se aplicasse essa mesma leniência a mulheres que matassem maridos apanhados em adultério, a Irmandade Muçulmana da Jordânia protestou veementemente.
Outro jurista jordaniano, ‘Abd-al-Baqi Qammu, explicou: ‘Gostemos ou não, as mulheres não são iguais aos homens no islã. Mulheres adúlteras são muito piores do que homens adúlteros, pois as mulheres determinam a linhagem.’
É impressionante a facilidade com que podemos encontrar essas justificativas indisfarçadas para a violência contra mulheres. Em um programa de entrevistas numa televisão egípcia, um clérigo muçulmano, Sa’d Arafat, discorreu sobre as regras para o espancamento de esposas. Começou dizendo: ‘Alá honrou as esposas criando a punição do espancamento’. Espancar, ele explicou, era uma punição legítima se um marido não obtivesse satisfação sexual com sua esposa. Mas acrescentou: ‘Existe uma etiqueta do espancamento’. É preciso evitar bater no rosto, pois isso enfeiaria a esposa. Deve-se bater no nível do torso. Ele recomendou o uso de uma vara curta.” P. 121-122.
“Em minha Somália natal, uma menina de treze anos contou que foi estuprada por três homens de uma vez. A milícia de Al-Shabaab que então controlava a cidade portuária meridional de Kismayo, onde ela morava, reagiu acusando a menina de adultério, julgou-a culpada e a sentenciou à morte. Sua execução foi anunciada pela manhã por um alto-falante instalado em uma picape Toyota. No estádio de futebol local, partidários da Al-Shabaab cavaram um buraco no chão e trouxeram um caminhão cheio de pedras. Uma multidão de mil pessoas reuniu-se antes das quatro horas da tarde. Aisha Ibrahim Duhulow — o mesmo prenome da esposa de nove anos do profeta Maomé — foi arrastada, debatendo-se aos gritos, para dentro do estádio. Foi preciso quatro homens para enterrá-la até o pescoço no buraco. E então cinquenta homens passaram dez minutos atirando rochas e pedras na menina. Depois de dez minutos, fizeram uma pausa. Ela foi desenterrada, e duas enfermeiras examinaram-na para ver se continuava viva. Alguém descobriu que ainda tinha pulsação e respirava. Aisha foi devolvida ao buraco e o apedrejamento prosseguiu. Um homem que tentou intervir foi baleado; um menino de oito anos também foi morto pela milícia.” P. 124.
“Em muitas partes do mundo islâmico, qualquer comportamento considerado imodesto é razão suficiente para que se mate uma filha ou uma parente. E a imodéstia tem uma definição extremamente abrangente: pode incluir cantar, olhar pela janela ou falar com um homem que não seja da família. Casar por amor contrariando a vontade dos pais também é uma justificativa frequente.”
[...]
“Como é, na prática, a violência em nome da honra? Em Lahore, Paquistão, uma mulher de 25 anos que se casou contra a vontade do pai foi morta por apedrejamento à porta de um tribunal. Também no Paquistão, uma menina morreu baleada enquanto fazia a lição de casa porque seu irmão pensou que ela estava com um homem. Um casal paquistanês derramou ácido na filha de quinze anos porque ela olhou duas vezes para um rapaz que passou de motocicleta e eles “temeram a desonra” por causa disso. A mãe disse que a menina gritou, antes de morrer: ‘Eu não fiz de propósito, não olharei mais’. Mas a mãe acrescentou: ‘Eu já tinha jogado o ácido. Era o destino dela morrer dessa maneira’. Quando o pai de Rand Abdel-Qader, uma garota de dezessete anos, a matou em Basra, no Iraque, porque ela supostamente se apaixonara por um soldado britânico em serviço no local, as autoridades da cidade comentaram: ‘Não se pode fazer muita coisa em casos de morte por honra. É uma sociedade muçulmana, e as mulheres devem viver segundo as leis religiosas’.” P. 131.
ALI, Ayaan Hirsi. Herege: por que o islã precisa de uma reforma imediata. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. (PDF).
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Winston Churchill disse:
“O fato de que, na lei maometana, toda mulher deve pertencer a algum homem como sua propriedade absoluta, seja como criança, esposa ou concubina”.
https://www.raymondibrahim.com/2017/04/07/1389-year-old-phobia/
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Irshad Manji, Jornalista muçulmana, revela:
"Até muçulmanos que se dizem moderados [...] vão, por razões políticas, rejeitar a questão dos direitos da mulher para defender o Islã."
Gilles Lapouge, Jornalista e Colunista do jornal O Estado de São Paulo, escreve:
“[...] em certos países muçulmanos na África, as mulheres acusadas de adultério são apedrejadas até a morte.
Nos países muçulmanos, a mulher deve obediência absoluta a seu marido.
Ela deve aceitar que seu marido tenha várias mulheres.
Ela pode ser repudiada pelo simples capricho de seu marido.
O código da família acaba de ser reformado da Argélia.
A Argélia não é um país fundamentalista islâmico, longe disso.
Ela confronta os fundamentalistas.
E, no entanto, o novo código da família, apresentado como moderno, liberal e aberto, é preocupante.
A inferioridade da mulher é total.
Em matéria de herança, ela tem direito a metade do prêmio do homem.
Ela é obrigada a uma obediência servil.
Se o homem não tem mais o direito de fazê-la dormir na rua (o que existia até aqui), ele ainda tem o direito de repudiá-la.
E ela? Tem o direito de pedir divórcio? Sim, responde o código liberal.
Mas a mulher só tem o direito de fazer esse pedido em dois casos: enfermidade sexual do marido e ausência do marido durante um ano sem motivo.
Outra obrigação: a mulher deve ter um comportamento decente, evitar tudo que possa provocar desejo.
Essa é a justificativa do véu - pior do que isso é a burka -, que sob diferentes nomes é usado em diversas regiões: uma espécie de carapaça, uma fortaleza em meio à qual se encontra uma coisa invisível - uma mulher.
[...]
Ora, esse desprezo pela mulher, evidente em países islâmicos, propaga-se igualmente - por contaminação - nas sociedades laicas, de maioria cristã, como a França.”
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/309434/noticia.htm?sequence=1
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Bertone Sousa, Ph.D e Mestre em História na Universidade Federal de Goiás.
“Nossas discussões e avanços em temas como direitos das mulheres e dos homossexuais e liberdade de consciência são estranhos à doutrina islâmica.”
https://bertonesousa.wordpress.com/2016/07/06/como-vamos-lidar-com-o-islamismo/
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Donatella de Cesare, Ph.D em Filosofia na Universidade de Tübingen, Alemanha, e Professora de Filosofia da Universidade de Roma.
“O Islã não é apenas uma religião, mas é uma forma de vida, em que as mulheres são tradicionalmente confinadas a um papel de subordinação.”
http://www.ihu.unisinos.br/?id=558273
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Até mesmo o politicamente correto Conselho da Europa Assembleia Parlamentar reconhece que as mulheres têm status inferior entre os muçulmanos.
“Recordando sua resolução 1464 (2005) sobre mulheres e religião na Europa, a Assembleia chama todas as comunidades muçulmanas a abandonarem quaisquer interpretações tradicionais do Islã que neguem a igualdade de gêneros e limitem os direitos das mulheres tanto na família quanto na vida pública. Isto não é compatível com a dignidade humana e os padrões democráticos; as mulheres são iguais aos homens em todos os níveis e devem ser tratadas como tal, sem exceções. A discriminação às mulheres, seja com base em tradições religiosas ou não, vai contra os artigos 8º, 9 º e 14º da CEDH, o artigo 5 º do seu Protocolo n º 7 e o seu Protocolo n º 12. Nenhum relativismo religioso ou cultural pode ser invocado para justificar violações da integridade pessoal.”
http://www.neppdh.ufrj.br/ole/textos/Resolucao_CoE%5B1%5D.pdf
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Muhammad Salih al-Munajjid, especialista em Lei islâmica, diz:
“O islã permite a um homem ter relações sexuais com uma escrava, seja ele casado com uma ou várias mulheres ou solteiro. [...] Os estudiosos são uníssonos nessa avaliação, e não é permitido a ninguém vê-la como proibida ou proibi-la. Quem fizer isso é um pecador que vai de encontro ao consenso dos religiosos.”
Ibtissam Bouachrine, Professora do Smith College, em Massachusetts, escreveu o livro Mulheres no islã: Mitos, Apologias e os Limites da Crítica Feminista, fala o que o véu representa:
"Como 'lar móvel', o véu lembra sempre que o habitat natural das mulheres é a casa."
https://www.dw.com/pt-br/por-tr%C3%A1s-do-v%C3%A9u-a-imagem-da-mulher-no-isl%C3%A3/a-18973891
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Asma Barlas (Ph.D Estudos Internacionais pela Universidade de Denver, Professora de Política, Diretora do Centro para o Estudo da Cultura, Raça e Etnia, Ithaca College, NY) é muçulmana feminista, que defende uma interpretação “libertadora” do Alcorão, pois acredita que ele foi sequestrado por leituras patriarcais. Ela acredita que o Alcorão é a palavra de Deus, mas ela diz:
“A Sharia/fiqh permite que os homens se casem com meninas de nove anos, sob o pretexto de que estão seguindo a suna do profeta."
Ela admite que a leitura tradicional do livro sagrado do islã “permite que os homens continuem usando o texto para cometer violências indizíveis contra as mulheres.”
Também reconhece “a ausência de direitos e liberdades civis na maioria dos estados muçulmanos”.
Uma pergunta: Em que estado muçulmano há amplos direitos e plenas liberdades civis para as mulheres? Não conheço um exemplo.
Ela fecha seu texto assim:
“Nunca, em todos esses anos, ouvi um único homem muçulmano admitir publicamente que os próprios homens têm oposto seus interesses aos das mulheres por 1.400 anos em uma tentativa de salvaguardar privilégios que são, na melhor das hipóteses, transitórios, dado que a própria vida é transiente. Lamentavelmente, parece que mesmo a partir das escrituras mais igualitárias, os crentes poderão construir distopias. Acredito que um projeto de reimaginar o Islã deve começar com o entendimento dessa dolorosa realidade e terminar por transformá-la.”
https://www.conjur.com.br/2009-nov-09/corao-sharia-direitos-mulheres-contradicoes
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O site da BBC traz os seguintes fatos:
"Entre as coisas que as sauditas não podem fazer sem a permissão de seu 'guardião homem' ou tutor (em geral, algum homem da família, como seu pai ou marido), estão sete:
- Solicitar um passaporte
- Viajar ao exterior
- Casar-se
- Abrir uma conta bancária
- Começar alguns tipos de negócios
- Passar por uma intervenção médica
- Sair da prisão depois de cumprir a pena
[...]
No sistema de Justiça, as mulheres são claramente discriminadas. Como em outros países com uma interpretação rígida da lei islâmica, o depoimento de um homem é igual ao de duas mulheres nos tribunais.
Também é difícil para elas ter a custódia dos filhos depois do divórcio se os filhos são maiores de sete anos (no caso dos meninos) ou nove (se são meninas). Essa dificuldade é ainda maior se a mulher não é muçulmana, ou seja, se é uma estrangeira que vive na Arábia Saudita.
[...]
A roupa que as mulheres usam para trabalhar não depende delas.
As sauditas devem cobrir completamente seus corpos com uma abaya - a típica túnica larga e solta - em lugares onde possam ser vistas por homens que não têm relação com elas."
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-41431798
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Ideli Raimundo Di Tizio, Ph.D em Linguística na Universidade Metodista de São Paulo, que não está entre os autores hostis ao islã, é até defensora dele, diz:
“Para o pensamento ortodoxo muçulmano, a mulher vale menos do que o homem, explica Leila Ahmed, especialista em estudos da mulher e do Oriente Próximo da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. "Um 'infiel' pode se converter e se livrar da inferioridade que o separa dos 'fiéis'. Já a inferioridade da mulher é imutável", escreveu Leila num ensaio sobre o tema, em 1992.”
Maomé transou com uma criança de nove anos:
“Quando Khadidja morreu, Maomé entrou em vários casamentos simultâneos. A mais célebre de suas esposas é Aisha, que tinha 9 anos na ocasião das bodas. Segundo alguns relatos, ela brincava no quintal quando foi chamada para dentro de casa. Lá, encontrou o noivo e foi posta sobre seus joelhos. Os pais da menina se retiraram, e o casamento teria se consumado ali, na casa paterna.”
https://www.yumpu.com/pt/document/view/12918113/o-papel-da-mulher-no-islamismo
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Raymond Ibrahim, Ph.D em História Islâmica Medieval na Universidade Católica, EUA.
“Um imã muçulmano na Grã-Bretanha confessou que os homens muçulmanos são ensinados que as mulheres são ‘cidadãos de segunda classe, pouco mais que bens móveis ou bens sobre os quais têm autoridade absoluta’ e que os imãs pregam uma doutrina ‘que denigre todas as mulheres, mas trata os brancos [significando não-muçulmanos] com desprezo particular’.
Outro muçulmano condenado por estupro em um caso separado disse a um tribunal britânico que compartilhar meninas não muçulmanas por sexo ‘fazia parte da cultura somaliana’ e ‘um requisito religioso’.”
https://www.raymondibrahim.com/2016/02/11/the-muslim-mans-sexual-rights-over-non-muslim-women/
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Não apresentamos até aqui as próprias escrituras islâmicas que falam sobre o papel subalterno das mulheres no islã. Embora algumas delas tenham sido usadas indiretamente nas citações que fizemos. Na parte três, iremos abordá-las.