quinta-feira, 27 de maio de 2021

Sam Harris e o Islã

Sam Harris, Ph.D em Neurociência na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, é um ateu conhecido por seus escritos inflamados contra a religião em geral. Apesar dele ter grande apreço pela meditação budista, e tê-la praticado por muitos anos, já sendo um cético. Sua jornada pelas entranhas da meditação oriental foi o que ele chama de uma “abordagem racional da espiritualidade”.

Mas estamos aqui, para recortar algumas partes do seu texto, sobre o islã. “Minhas opiniões sobre o Islã” é um texto contundente e brilhantemente escrito, uma verdadeira tapa na cara dessa mídia e docência mainstream, que têm tratado a religião de Maomé com uma condescendência irracional e politiqueira, desconsiderando os fatos que trazem à baila as crueldades e intolerâncias desse sistema totalitário criado no século VII.

Sam Harris escreve:

“Por considerar o Islã especialmente beligerante e hostil às normas do discurso civil, minhas opiniões são frequentemente descritas como ‘racistas’ por meus críticos. Dizem que estou sofrendo um terrível caso de ‘Islamofobia’. Pior ainda, estou espalhando essa doença aos outros e usando uma camada de ateísmo filosófico e ceticismo para justificar opressão política, tortura, e o assassinato de muçulmanos inocentes ao redor do mundo. Eu sou um ‘tonto da neocon,’ um ‘traficante de guerra,’ e um amigo de ‘fascistas.’ Em outras palavras, tenho sangue em minhas mãos.

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Então, imagine: Uma cópia do Alcorão é queimada amanhã – ou simplesmente surge um rumor de ter sido queimado. O que vai acontecer se esse ato de sacrilégio for amplamente noticiado? Bem, nós podemos ter certeza que muçulmanos aos milhares, ou mesmo às dezenas de milhares, vão se insurgir – talvez numa dúzia de países. Vintenas de pessoas podem morrer como resultado. Com quem podemos contar para defender a liberdade de expressão em face da loucura religiosa? A página editorial do The New York Times vai lembrar ao mundo que pessoas livres deveriam ser livres para queimar o Alcorão ou qualquer outro livro sem ter medo de ser assassinado? Provavelmente não. Mas a Esquerda secular com certeza denunciará o intolerante que queimou o livro por sua ‘insensibilidade religiosa’ e o considerará amplamente (se não completamente) responsável pelo caos resultante e as pelas vidas perdidas. Será o trabalho de pastores cabeças-de-vento, supremacistas brancos, e outros conservadores da extrema Direita – e, claro, ‘Islamófobos’ como eu – nos lembrar de que a Primeira Emenda existe, de que livros não sentem dor, e de que as sensibilidades de todas as outras  religiões são regularmente importunadas sem que hajam similares rebeliões.

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O termo ‘Islamofobia’ está sendo utilizado como um tipo de difamação intelectual  de sangue para proteger de crítica ideias intrinsecamente hostis.

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Infelizmente, no caso do Islã, a má conduta dos piores indivíduos – os jihadistas, os assassinos de apóstatas, e os homens que tratam suas esposas e filhas como escravas — são os melhores exemplos da doutrina em prática aqueles que aderem mais estritamente aos verdadeiros ensinamentos do Islã.

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Qual, por exemplo, é a pena por apostasia? Interessantemente, não está lá no Alcorão – lá, aos apóstatas é meramente prometido que eles pertencem ao inferno – mas fica dolorosamente claro nos haddiths, e na opinião de juristas muçulmanos e turbas islâmicas em todo lugar. O ano é 2013, e a pena para apostasia é a morte. [...] Desnecessário dizer que recebo e-mails de ex-mulçulmanos que estão bem cientes do que significa ser um ex-muçulmano. Dependendo de onde vivem, essas pessoas correm um risco real de serem assassinadas, talvez mesmo por membros de suas próprias famílias, por terem perdido sua fé.

Como o muito criticado Samuel Huntington disse uma vez: ‘O Islã tem fronteiras sangrentas.’ Sempre teve. Mas muitas pessoas parecem determinados a negar isso.

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Neste momento da história, há apenas uma única religião que sistematicamente esgana a livre expressão com ameaças críveis de violência. A verdade é que nós já perdemos os direitos provenientes da Primeira Emenda no que diz respeito ao Islã.

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“Considere o que de fato está acontecendo: Uma porcentagem dos muçulmanos do mundo – 5%? 15%? 50%? Ainda não está claro – estão exigindo que todos os não muçulmanos se adequem às escrituras da lei islâmica. E onde eles não imediatamente apelam para a violência, eles ameaçam. Carregar um sinal que diz “Decapitem aqueles que insultam o profeta” pode ainda contar como um exemplo de protesto pacífico, mas ainda é uma garantia de que sangue infiel seria derramado se o imbecil que segura a placa tivesse mais poder. Essa promessa grotesca é, com certeza, cumprida em quase toda sociedade islâmica.

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A cegueira geral de acadêmicos seculares diante das raízes religiosas da violência islâmica é facilmente explicada. Como disse meu amigo Jerry Coynce certa vez, quando confrontado com o um motivo translucidamente religioso (por exemplo, 'Vou me explodir para alcançar o paraíso'), intelectuais seculares se recusam a considerar o óbvio; eles sempre buscam razões mais profundas – econômicas, políticas, ou pessoais – por trás dela. Entretanto, quando motivos econômicos, políticos ou pessoas são dados (por exemplo, 'Eu fiz porque ele roubou as terras da minha família, e me senti totalmente desamparado'), esses pesquisadores sempre levam tudo ao pé da letra. Eles nunca investigam motivos religiosos por trás de preocupações aparentemente terrenas. As regras do jogo são essas. É assim que um antropólogo como Scott Atran consegue entrevistar dúzias de jihadistas – cada qual falando sem parar sobre Deus e o paraíso – e concluir que a doutrina do Islã nada tem a ver com terrorismo.

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Onde estão os terroristas suicidas entre os budistas tibetanos? Os tibetanos sofreram uma ocupação em todos os aspectos tão opressiva quanto qualquer uma já imposta a uma país islâmico. Como resultado, ao menos 1 milhão de tibetanos morreram, e sua cultura tem sido sistematicamente erradicada.  Mesmo sua linguagem tem sido tomada deles. Recentemente, eles começaram a praticar autoimolação como protesto. A diferença entre autoimolação e se explodir em meio a uma multidão de crianças, ou na entrada de um hospital, é impossível de ser exagerada, e revela uma grande diferença na atitude moral entre o Budismo Vajrayana e o Islã.

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Finalmente, como eu regularmente enfatizo ao discutir o Islã, ninguém está sofrendo sob sua doutrina mais do que os próprios muçulmanos: muçulmanos jihadistas matam primariamente outros muçulmanos. E as leis contra apostasia, blasfêmia, idolatria, e outras formas de expressão pacífica diminuem as liberdades de muçulmanos muito mais do que as de não-muçulmanos que vivem no Ocidente. [...] Neste momento, milhões de mulheres e garotas foram abandonadas ao analfabetismo, casamento compulsório, e à vida de escravidão e abuso sob a guisa do ‘multiculturalismo’ e da ‘sensibilidade religiosa’.

O texto completo pode ser visto neste link abaixo.