Prostituição,
comumente conhecida como a profissão mais antiga desse mundo. As mulheres
que estão nesse ramo, geralmente são conhecidas como “as mulheres de vida
fácil”. O pensamento parece simples e lógico: a mulher abre as pernas para um
desconhecido, por alguns minutos ou horas, e pronto, já ganha o seu dinheirinho.
Fácil, não?!
Seria muito
bom, se a realidade fosse essa. Pois assim, além delas acalmarem os milhões de
pintos carentes e nervosos, ainda estariam levando uma “vida fácil, sossegada e
feliz”.
Apesar de elas
fazerem caridade todos os dias, mesmo que tal “altruísmo”, algumas vezes, possa
ser bem caro, a maioria dessas garotas não estão felizes em fazer o que fazem.
O que Tricked
vem denunciar e informar é a triste condição das garotas de programa, que estão
presas, num regime de escravidão, nas mãos dos cafetões. A realidade é que
muitas delas levavam uma vida normal e nem pensavam em se prostituir. No
entanto, foram enganadas por essas almas imundas. A principal ex garota de
programa entrevistada revela:
“Eu tinha 17 anos,
mas a idade das garotas forçadas a se prostituírem é doze anos. Nem consigo
imaginar. É como ser estuprada sem parar. ”
Uma ex escrava
sexual nos conta:
“Comecei quando
tinha onze anos. Costumava ganhar 1500 dólares por noite, porque era nova e
tinha o corpo pequeno, tinha o corpo que molestadores de crianças gostam. O meu
cafetão tirou minha virgindade e eu me apaixonei por ele. Foi meu primeiro
amor, meu primeiro em tudo. O apelido para ele era ‘papai do jardim’, porque
ele só tinha menores com ele. [...] Os cafetões sabem quando estamos vulneráveis
e fracas. São essas que eles procuram.”
Um milionário
e grande cafetão, sem nenhum constrangimento diz essas palavras:
“Podemos evitar a
questão, mas todas as mulheres são prostitutas ou putas. A definição de prostituta
é uma mulher que vende a boceta por dinheiro. A puta fode de graça. Podem
perguntar a qualquer mulher. Você vende a sua boceta ou dá sua boceta de graça?
Só pode haver duas respostas. Ou vende ou dá de graça.”
Não existe um
relacionamento saudável e de iguais entre as garotas e os cafetões. Estes as
escravizam e as tratam como meros objetos, para que eles possam obter seus
lucros, à custa da prostituição delas. São verdadeiros criminosos; são os
verdadeiros senhores de escravos do século XXI. O Jornalista Nicolas Kristof
acentua bem a questão:
“Claro que sabia que
tinha muita prostituição em cidades americanas, mas, como a maioria das
pessoas, achava que a relação entre as mulheres e os cafetões era mais como uma
sociedade. E quando comecei a entrevistá-las e as sobreviventes que trabalhavam
com elas, ficou cada vez mais claro de que não é uma sociedade. Os cafetões
exploram as garotas e as controlam e recorrem à violência em todas as cidades
do país.”
Elas apanham,
elas sofrem todo tipo de agressão verbal e física, para saberem que têm “dono”.
“Às vezes, se não fizesse
dinheiro suficiente, era agredida com extensões elétricas, tacos, martelos. Ele
costumava ameaçar minha família. Dizia que ia matar minha família.”
Uma policial
que trabalha investigando e prendendo esses bandidos, dá o seu parecer sobre a índole
e caráter dos cafetões:
“Sou Agente de
Polícia e alguns destes caras me assustam. Uma das minhas garotas me contou que
engravidou e que o cafetão a obrigou a fazer uma lavagem íntima com água
sanitária. E foi muito doloroso e como não funcionou, ele deu uma surra até ela
abortar. E a garota quase morreu, e teve de ir para o hospital por causa da
infecção, teve de fazer uma histerectomia completa. Essa garota tem agora 19
anos.”
O principal
ponto de prostituição nos Estados Unidos fica em Las Vegas, cidade das luzes,
das noitadas, do luxo, do prazer, dos jogos... Nada surpreendente em o vídeo
direcionar parte de sua denúncia a esta cidade tão conhecida das telas do
cinema. E nela, não é diferente, muitas garotas estão nas mãos dos cafetões,
que lhes exploram até sugar a sua última gota de sangue, se possível. Por trás de
todo o luxo e glamour, esconde-se o mundo negro do tráfico e exploração de
mulheres. Karen Hugues, vice-Tenente de Las Vegas, reconhece:
“O vício em Las Vegas
está mais presente do que na maioria das cidades. Eu e minha equipe
consideramos Las Vegas o foco para o tráfico sexual nos Estados Unidos. E dizemos
isso porque é o principal destino para os traficantes trazerem garotas para
explorar. Por quê? Porque tem muito dinheiro nesta cidade. Tem muitas oportunidades
para se misturarem. O cenário de luxo de Las Vegas é o que consolida a venda
com os possíveis clientes. E essas vítimas se encaixam perfeitamente nessa
paisagem.”
A situação
dessas garotas é muito complicada, visto que o governo federal não repassa os
recursos financeiros necessários, para que as investigações, prisões e
libertação dessas mulheres, tenham maior resultado e sucesso. Os policiais
reclamam que dispõem de pouco dinheiro e agentes para um trabalho tão delicado.
Enquanto isso, milhares de cafetões exploram e abusam de mulheres, e ficam mais
ricos e poderosos, andando em carros de luxo, comprando imóveis, e o que é
pior, se blindando contra a polícia.
O documentário
termina, dizendo que atualmente há mais pessoas sendo escravizadas, do que em
qualquer outra época. Não acho que seja exagero, basta olharmos para difícil situação
dos dalits na Índia. Milhões de garotinhas nesse país são exploradas
sexualmente. E o que dizer da Coréia do Norte e da China?
Em complemento, deixo o link da
resenha do livro ANTES QUE SEJA TARDE, postado aqui no blog, que trata da escravidão
dos dalits na Índia:
E o link do filme
ANTES QUE SEJA TARDE, também resenhado aqui no blog: