Perfeito, genial, magnífico. A mãe África, apesar de todos os seus problemas sociais e políticos, consegue dar um show de exuberância e beleza no seu Reino Encantado. Uma explosão de cores e vida em suas florestas, rios, planícies e savanas. A BBC sempre com documentários em sua plenitude máxima.
Um país de grandes contrastes em sua natureza. Por um lado, montanhas desérticas, por outro, a riqueza da flora e fauna da Amazônia. Um pouco de cada coisa do Peru, praias, oceano, natureza, as misteriosas pinturas gigantescas de Nazca, ruínas de Machu Pichu, cultura peruana e etc.
Juro que queria ter a coragem de virar vegetariano ou vegano, sendo este último, a proposta deste documentário. Qual é a Saúde, por um lado é tendencioso, mas traz informações verdadeiras e fatos perturbadores sobre a associação nojenta do governo com as indústrias dos alimentos e dos remédios. Médicos e instituições que deveriam zelar pela saúde da população, fizeram um pacto com o diabo (multinacionais), para juntos lucrarem às custas das doenças de toda a sociedade. Nesse ponto, o documentário acerta em cheio.
O idealizador Kip Anderson demoniza todo tipo de carne e dá um status de messianidade ao veganismo, que mudará DRASTICAMENTE para MELHOR, a saúde, em apenas 14 dias, daqueles que adotarem um modo de vida sem carnes e seus derivados. Ele entrevista pessoas muitos doentes, que tomam vários comprimidos por dia, pessoas que estão, na verdade, moribundas, e como num toque de mágica, depois que passam a se alimentar sem carnes e laticínios, estão com as suas saúdes extremamente melhores. Digo MELHORES mesmo. Sinceramente, apesar de me deixar persuadir em vários momentos pelos argumentos apresentados, sinto que esses pacientes foram forjados. Se a alimentação vegana causa os benefícios exibidos, caramba, estamos diante então da solução de praticamente todos os problemas de saúde. O veganismo seria a "salvação" da humanidade.
É um filme rico em informações, mas que precisa ser bem dosado em muitos momentos. Pareceu-me utópico demais.
Esporte extremo, que exige treinamento e modo vida extremos. Homens barrigudos, mas que nem por isso, menos fortes, que competem entre si, para saberem quem é literalmente o homem que tem a maior capacidade física de levantar pesos sobre-humanos. Esporte perigoso - eles sabem disso. Precisam comer exageradamente. E nessa dieta, vai quase tudo. Precisam de camadas de gorduras para terem a força quase sobrenatural que possuem. É enfatizado diversas vezes, o quanto é torturante ter que comer a toda a hora. A alimentação torna-se a parte mais custosa e difícil da preparação. O Arnold Classic Strongman em Ohio é o campeonato almejado pelos quatro competidores biografados nesse documentário. Logicamente, apenas um sairá vencedor. É um documentário muito mais empolgante que o Generation Iron.
E quando pensamos que a estúpida e bestial prática de se arrancar os clitóris de crianças ficou no passado, ou apenas sobrevive em pequenas aldeias na África, ei que A Maçã de Eva nos diz exatamente o contrário. Milhões (e não milhares) de meninas foram rasgadas/dilaceradas, em nome de um costume cultural do mal. Ainda em muitas regiões da África (e não somente nela), meninas são submetidas a clitoridectomia, contra as suas vontades. Os males advindos desse procedimento são imensos e levados para o resto da vida.
O que é de estarrecer é que ainda existe quem defenda a não intervenção externa para dar um basta a esses costumes primitivos e bestiais. São os defensores do multiculturalismo, para quem todos os hábitos culturais se equivalem e não são nem melhores e nem piores que os outros. De maneira contraditória, acusam quem pensa diferente deles, de etnocêntricos. Lembro das palavras de Zigmunt Bauman, que são um belo chute no traseiro dos relativistas:
"A nova indiferença à diferença apresenta-se, em teoria, como uma aprovação do ‘pluralismo cultural’. A prática política constituída e apoiada por essa teoria é definida pelo termo ‘multiculturalismo’. Ela é aparentemente inspirada pelo postulado da tolerância liberal e do apoio aos direitos das comunidades à independência e à aceitação pública das identidades que escolheram (ou herdaram). Na realidade, contudo, o multiculturalismo age como uma força socialmente conservadora. Seu empreendimento é a transformação da desigualdade social, fenômeno cuja aprovação geral é altamente improvável, sob o disfarce da ‘diversidade cultural’, ou seja, um fenômeno merecedor do respeito universal e do cultivo cuidadoso. Com esse artifício linguístico, a feiúra moral da pobreza [ou extirpação do clitóris] se transforma magicamente, como que pelo toque de uma varinha de condão, no apelo estético da diversidade cultural". P. 33.
BAUMAN, Zigmunt. A Cultura no Mundo Líquido Moderno. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2013. (PDF).