quinta-feira, 8 de outubro de 2015

As Raízes Teológicas da Ciência Moderna

Ateus e antirreligiosos desinformados ou de má fé, sempre estão gritando aos quatro cantos que a ciência e a fé estão em constante e sangrento conflito histórico. Nada de argumentar contra eles, deixarei que os próprios Cientistas, Filósofos e Historiadores falem. Sei que mesmo assim, a maioria dos revoltados ateus e odiadores do divino vão continuar berrando. Que berrem, então. 

Peter Harrison, Ph.D em História da Religião pela Universidade de Queensland e Mestrado nas Universidades de Yale e Oxford. É Professor de Ciência e Religião na Universidade de Oxford. Membro da Academia Australiana de Ciências Humanas. Foi Professor visitante das Universidades de Yale, Princeton. Também lecionou História e Filosofia na Universidade de Bond na Austrália.

Talvez a ciência não houvesse surgido no ocidente se não fosse por uma série de convicções religiosas sobre como o mundo seria. De que, por exemplo, o mundo seria governado por um legislador racional, uma divindade que havia estabelecido leis matemáticas, assegurando assim, a ordem no mundo. Assim, a própria ideia de que o mundo é um lugar racionalmente inteligível origina-se, pelo menos para essas pessoas, da ideia de que haveria um Deus que estabeleceu essa ordem. (1)

Stanley L. Jaki, Ph.D em Física pela Fordham University, com Pós-Doutorado em Filosofia da Ciência na Universidade de Stanford e de Princenton, EUA. Foi Professor de Física na Universidade de Seton Hall, New Jersey. Também foi Professor da Universidade de Oxford, Inglaterra.

A pesquisa científica só encontrou terreno fértil para desenvolver-se quando a fé em um criador pessoal e racional conseguiu penetrar totalmente em uma cultura inteira, começando com os séculos da Idade Média Alta. Foi essa fé que forneceu, em medida suficiente, crença na racionalidade do universo, confiança no progresso e avaliação no método quantitativo – todos esses indispensáveis à pesquisa científica. (2)

Ariel A. Roth, Ph.D em Biologia pela Universidade de Michigan, membro da Sociedade Americana de Geologia e membro da Sociedade de Geologia Sedimentar.

Os princípios de nossa ciência moderna emergiram de um paradigma intelectual em que Deus representa uma figura dominante. (3)

Paul Davis, Ph.D em Física pela Universidade de Londres. É Professor de Filosofia Natural no Centro Australiano de Astrobiologia na Universidade de Macquaire. No Reino Unido ganhou a Kevin Medal and Prize em 2001 pelo Instituto de Física e o Prêmio Michael Faraday de 2002 pela Royal Society.

As razões que determinaram que tenha sido a Europa a dar à luz a ciência são complexas, mas têm certamente muito a ver com a filosofia grega e a sua noção de que os seres humanos podiam alcançar uma compreensão do modo como o mundo funciona por intermédio do pensamento racional, e com as três religiões monoteístas — o judaísmo, o cristianismo e o islamismo — e a sua noção de uma ordem na natureza, ordem essa que era real, legiforme, criada e imposta por um Grande Arquitecto.

Apesar de a ciência ter começado na Europa, é universal e está agora à disposição de todas as culturas. Podemos continuar a dar valor aos sistemas de crenças das outras culturas, ao mesmo tempo que reconhecemos que o conhecimento científico é algo de especial que transcende a cultura. (4)

Ronald Numbers, Ph.D em História da Ciência na Universidade da Califórnia, Berkeley. Professor de História da Ciência e da Medicina na Universidade de Wisconsin-Madison.

O maior mito da história da ciência e da religião assegura que estes dois campos têm existido em um estado de constante conflito.
 (5)

Willian Lane Craig,  Ph.D em Filosofia pela Universidade de Birminghan, na Inglaterra, membro de nove Sociedades Acadêmicas, dentre as quais estão a Associação Filosófica Americana, Sociedade Americana de Religião e o Instituto de Filosofia da Universidade de Louvain, na Bélgica.

Os historiadores da ciência agora reconhecem o papel indispensável exercido pela fé cristã no crescimento e desenvolvimento da ciência moderna. [...] De fato nos últimos vinte e cinco anos do século XX, tem acontecido um diálogo próspero entre a ciência e a teologia na América do Norte e Europa [...]. O diálogo entre ciência e teologia tornou-se tão significante em nossos dias que as Universidades de Cambridge e a Universidade de Oxford criaram cátedras em ciência e teologia.
 (6)

John Lennox, Professor de Matemática e Filosofia da Ciência na Universidade de Oxford, na Inglaterra.

De passagem, nós devemos observar que a crença em Deus como Criador, longe de inibir a descoberta das leis da natureza, foi, historicamente, uma das principais motivações na busca por elas. (7) 

Benjamim Wiker, Ph.D em Filosofia na Universidade Vanderbilt, na Alemanha. Foi Professor da Marquette University, Universidade de Saint Mary of Minnesota, Thomas Aquinas College e a Universidade Franciscana de Steubenville.

Sem dúvida, o mito mais persistente sobre a relação da ciência com a religião em geral, e ao catolicismo em particular, é que sempre foram, são agora, e serão para sempre trancados em um antagonismo fundamental. (8)

Ernest Lucas, Ph.D em Química na Universidade de Kent; Ph.D em Estudos Orientais na Universidade de Liverpool; Pós-Doutorado em Bioquímica pela Universidade da Carolina do norte, EUA; Mestrado em Química pela Universidade de Oxford, Inglaterra.

Os fundadores da ciência moderna baseavam-se inteiramente em conceitos cristãos para acreditar na razão e em sua capacidade de entender a natureza. Isso pode soar estranho hoje, quando muitas pessoas têm a impressão de que a ciência e o cristianismo são rivais em alguns aspectos. Entretanto, ao longo dos últimos cinquenta anos, os historiadores e os filósofos da ciência vêm tornado cada vez mais claro que a ciência moderna deve muito ao cristianismo. (9)

Roger Trigg é Professor de Filosofia da Warwick University, Presidente Fundador da Associação Filosófica Britânica e Presidente Fundador da Sociedade Britânica para a Filosofia da Religião, da qual é atualmente Vice-Presidente. Foi Presidente da Sociedade Europeia para a Filosofia da Religião.

Os primeiros brotos da ciência moderna surgiram da crença de que há uma racionalidade intrínseca ao universo físico, em virtude de sua criação pela própria fonte de toda razão. Se a Razão permeia todo o universo, e nós fomos contemplados com uma participação nessa razão, podemos esperar compreender, ao menos de um modo limitado, como o universo funciona. [...] aqueles que pavimentaram a estrada para a ciência moderna tanto respeitavam a razão, como criam que a sua importância se assenta em sua conexão com a mente do Criador. [...] A sua crença em Deus deu-lhes a confiança de que o mundo físico, com toda a sua complexidade e vasta extensão, poderia ser compreendido. [...] Como matéria de fato histórico, a ciência moderna se desenvolveu a partir de uma compreensão do mundo como Criação ordenada por Deus, tendo a sua própria racionalidade inerente. (10)

REFERÊNCIAS

1 - Documentário O Teste da Fé, da editora Ultimato, 2013.

2 – BOA, Kenneth; BOWMAN, Robert. 20 evidências de que Deus existe. Rio de Janeiro: CPAD, 2011. P. 196. 

3 – ROTH, Ariel. A Ciência descobre Deus. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira (CPB), 2010. P. 23.



6 – CRAIG, Willian Lane. Quem criou Deus? Orgs. Ravi Zacharias e Norman Geisler. São Paulo: Reflexão, 2014. P. 52, 53, 54.

7 - GOODING, David; LENNOX, John. Cristianismo: Ópio do Povo? Porto Alegre: A Verdade, 2013. P. 46.


9 – LUCAS, Ernest. Gênesis hoje. São Paulo: ABU, 2005. P. 20-21.

10 - http://www.stedmunds.cam.ac.uk/faraday/resources/Faraday%20Papers/Faraday%20Paper%202%20Trigg_PORT.pdf

A Educação Proibida


Tudo bem que os nossos sistemas didático-pedagógicos são defasados e defeituosos. A maneira tradicional de se avaliar o desenvolvimento cognitivo do alunato muitas vezes é injusta, e carece de critérios mais coerentes e adequados.

Porém, não é o melhor caminho substituir o sistema vigente, por esse sistema contraditório e relativista proposto por esse documentário. De maneira análoga, não é porque o sistema capitalista tem os seus defeitos (que não são poucos) que devemos aderir ao socialismo/comunismo.

Tive muita paciência pra terminar de assistir esse vídeo de mais de 2 horas e 20 minutos de puro sentimentalismo e psicologia barata. O sistema educacional apresentado é IRREAL e UTÓPICO. Na teoria é lindo e maravilhoso, mas na vida real é inviável e sem nenhuma lógica.

Meu amigo Pedro Mendes, Professor formado e com Especialização em Ciência da Religião pela UERN, tem umas respostas bem afiadas contra esse sistema de educação:

A morte da cultura clássica, a elevação da baixaria, da indisciplina em sala de aula e o analfabetismo funcional são consequências diretas do modelo de educação adotado no Brasil nos anos 80, cujo patrono é o aclamado Paulo Freire... O professor, em qualquer área que atue, está sendo obrigado a se enquadrar nesse modelo macabro, o que implica dizer que ele não pode censurar o erro, que, por sua vez, deixa de ser erro, para não contrariar o aluno, nem traumatizá-lo. Não há espaço para o pensamento crítico, nem juízo de valor por parte do professor, que está obrigado pedagogicamente a elogiar as ações mais desengonçadas dos alunos...

Ele continua:


Os professores de educação física, por exemplo, devem elogiar as péssimas atuações dos alunos na prática esportiva para não expor os alunos a algum tipo de vexame. Os professores de Ensino Religioso, no meu caso, devem considerar todo tipo de bizarrice, mesmo que seja um ritual com fezes de animal, como riqueza cultural, tudo isso em nome da diversidade cultural e religiosa. Com exceção, é claro do cristianismo, já que este sustenta a cultural ocidental opressora. Os de português devem ter muito cuidado com o preconceito linguístico, não importa a priori a ortografia, a escrita, se o aluno se fez compreendido, por que censurar? Por que corrigir? E os professores de história? hehehe... cuidado com o que diz sobre a escravidão, a colonização e os indígenas...

O Jefferson C. Gois, escreveu uma resposta fantástica nos comentários do vídeo no Youtube, mas ela foi retirada. Felizmente consegui salvar a tempo. Ele escreve:

Tenho que discordar da maioria, pois em minha opinião a escola deve ensinar a ciência elementar, com os mesmos critérios e métodos para todo os alunos, através de currículo estabelecendo linearmente o começo, meio e fim.

O comportamento social e moral deve ser ensinado pela família, no critério da mesma, e indiretamente pela sociedade por via da experiência cotidiana. O primeiro prima pela teoria o segundo pela prática.

A formação cultural diversificada ou aprendizado experimental deve ser da iniciativa de cada um, por toda a vida, sendo na forma autodidática, extensiva por cursos ou dentro de institutos na carreira acadêmica.

O documentário trás uma linha revolucionária de proposta não somente ao sistema de educação atual, mas também possui o sociologismo como viés. A sociedade e a educação são sistemas integrados, simbióticos. O modelo atual, claramente direcionado pelas corporações empresariais, produziu todo o progresso dos séculos XIX e XX, sendo a idade de ouro das ciências. Propiciou a tecnologia que foi necessária para viabilizar a Internet e este vídeo, que trata essa mesma educação que o tornou possível, praticamente como sendo uma forma de violência psicológica execrável.

Uma nova educação deveria ser o epílogo de uma nova sociedade, o inverso não traria a paz como foi dito, mas, causaria revoluções e guerras pela quebra de paradigma de uma geração que não estaria adequada ao modelo sócio-econômico vigente.

A mensagem que não está clara no documentário, mas que fica subentendida é sobre qual sociedade está sendo proposta pelos idealizadores, e indiretamente, qual o modelo econômico que fará esta nova educação viável. Estas questões necessitam de respostas antes da adesão entusiasmada daqueles que pensam em alterar todo o sistema de ensino.

Minha instrução elementar foi adquirida através do sistema atual e não me senti mais desbastado criativamente dentro dele, do que sou por ação das oligarquias política, cultural e econômica da vida cotidiana. Esta barreira não será removida pelo grau de instrução ou por outra metodologia educacional. Trata-se da origem social de nascimento, como se houvesse um teto máximo alcançável para determinada geração da linha familiar. A família longilínea gera herança, riqueza, poder e liberdade que são fatores desagregadores da família e equilibram o conjunto da sociedade ao decorrer das gerações. Como já mencionei, a família tem um dever na educação comportamental e moral, aqui justifico esta necessidade.

Todavia, mais do que esperar do governo ou da escola, individualmente devemos tomar a iniciativa de nossa própria formação através do complemento educacional extracurricular, cursos diversos, assim como a via autodidata e experimental que jamais foram tão acessíveis como nos dias de hoje.

Atlântico Negro: Na Rota dos Orixás



Excelente documentário realizado pela TV Brasil, sobre a relação da religiosidade brasileira com o misticismo africano trazido pelos negros escravizados. À relação do nosso país com o reino do Daomé, atualmente, o Benin, é muito forte devido aos descentes dos ex-escravos habitarem nesse lugar. 

Muitos escravos quando de sua libertação voltaram para a África e ali fincaram morada. Voltaram ao continente de seus antepassados. E seus descendentes atuais, mesmo não sabendo falar português e nunca terem vindo ao Brasil, se consideram brasileiros. O amor que eles têm pelo Brasil é imenso.

A religiosidade africana no Brasil é mostrada em São Luís e na Bahia. Gostemos ou não, o culto aos orixás e voduns está atrelado à vida de muitos brasileiros. O legado africano nesse quesito está extremamente alicerçado em nosso país. Está presente na musicalidade, artes, lugares e etc.

Eu mesmo oscilo em acreditar ou não nessas supostas manifestações mediúnicas que ocorrem nesses terreiros. Podem ser verídicas. E se o forem, a grande questão é: São manifestações do bem ou do mal? Ou podemos ir por uma terceira via (no momento não sei qual), e não adentrarmos nesse maniqueísmo de Bem X Mal? O vídeo diz:

O culto dos voduns e dos orixás foi muito marginalizado no Ocidente. O vodun quase sempre aparece associado ao mal; a feitiçaria. Raramente é apresentado em suas expressões religiosas originais. 

Mesmo tendo minhas críticas a essas religiões, tenho que levar em conta o que os próprios adeptos dessas expressões religiosas dizem. É difícil se desvincular de nossas visões construídas durante toda uma vida. 

Mas talvez, essa apresentação das expressões religiosas originais tenham sido mal interpretadas pelos seus adeptos. Esse pode ser X da questão. É isso que os cristãos dizem a séculos aos seguidores dos voduns e orixás. Argumentam de maneira desajeitada e desamorosa, é verdade. Eles acreditam que os "macumbeiros" estão iludidos e enganados por essas supostas entidades que cultuam. Por isso, as apresentam da maneira que sua religião as vê. Como demônios e espíritos enganadores. 

Dança das Cabaças: Exu no Brasil


Seria ele o diabo, o capeta, o tinhoso? Essa é a classificação que parte da tradição judaico-cristã lhe atribui. Isso deixa os seus adoradores bastante chateados com essa designação negativa. Dizem que os cristãos estão sendo injustos e não entendem o papel desse orixá em seus cultos. De forma similar muitos dos estudiosos “politicamente corretos”, dentre eles, sociólogos, antropólogos, historiadores e cientistas da religião, se doem quando os protestantes afirmam que as religiões afro são coisas do tinhoso.

Porque será que eles saem furiosamente em defesa dessas religiões, se muitos deles são ateus ou agnósticos? Seria um senso de “justiça” que pulsa em suas mentes, e assim, eles se veem incumbidos de defender essas religiões oprimidas pelo homem branco, mau, opressor e etnocêntrico?! Ou será porque essas manifestações afros rompem com a moral judaico-cristã tão odiada por eles? 

A figura de exu, por exemplo, é de um ser amoral. Uma entidade que faz o que lhe solicitarem, se ele achar justo o que o seu pedinte tem a lhe oferecer. Isso entra radicalmente em choque com a moral cristã. A figura da pomba-gira (exu entidade, e não exu orixá), uma espécie de puta/rapariga/prostituta/rameira, é uma das entidades mais conhecidas e cultuadas em muitas dessas celebrações. Bom, não preciso nem dizer o que a moralidade cristã tem a dizer sobre isso. 

O Mestre em Geografia, Marcelo Alonso Morais, Umbadista e Pesquisador, escreve:

Esse caráter mutante em suas atitudes levou o colonizador europeu a associar o orixá Exu à figura do demônio cristão. [1]

Se muitos cristãos tem a concepção de que a figura de exu é um demônio, que assim o faça, e pouco se importem com o que os adeptos do candomblé/Umbanda/Macumba/Catimbó ou esses estudiosos achem disso. Visto que a cosmovisão construída na mente daqueles lhes dá a legitimação necessária para adjetivar qualquer manifestação espiritual que saia dos parâmetros estabelecidos pelo seu credo religioso como vinda do chifrudo.

De modo semelhante, os seguidores de exu, também podem demonizar, se assim acharem necessário, a religião cristã. Podem expor as contradições internas do credo cristão, visto que sua religiosidade tem ensinamentos e práticas contrárias ao cristianismo tradicional. Ambas são mutuamente excludentes. 

Guerra de visões religiosas, não são obrigatoriamente sinônimo de intolerância. Essa moda tão corrente hoje em dia do "politicamente correto", é muitas vezes a mais intolerante das ideias. Mas se os fieis de dada religião quer convencer e converter o adepto da religião oposta ao seu credo religioso, que tenha muito cuidado nas palavras e no seu comportamento perante a devoção alheia. Como não quero convencer ninguém a nada no âmbito da fé, não me preocupo muito em medir as palavras para me referir ao sentimento religioso de outrem. 

Liberdade religiosa e democracia é isso. 

REFERÊNCIAS

1 - MORAIS, Alonso Morais. Umbanda: Uma Religião Essencialmente Brasileira. Rio de Janeiro: Novo Ser, 2012. P. 43.