terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

God Loves Uganda



“Evangélicos norte-americanos são muito poderosos em Uganda. E esse poder é usado para oprimir aqueles que tentam questioná-los.”

Esse documentário analisa o papel missionário que as igrejas evangélicas conservadoras têm feito em Uganda, no continente africano.

Para os documentaristas, o papel desempenhado por essas igrejas, tem prejudicado o país. Os missionários e pastores têm influenciado a política para criarem leis que estão de acordo com a sua visão religiosa. Querem transformar Uganda numa teocracia evangélica. Claro que eles dirão que não querem isso, mas que apenas almejam uma nação firmada nos valores do seu deus. E para isso, eles usarão o parlamento, para que leis favoráveis a sua visão de mundo sejam aprovadas.

Uma dessas leis foi o Projeto de lei Anti-Homossexualidade de 2009, que punia as pessoas que fossem pegas em atos homossexuais. Pastores evangélicos estavam por trás dessa lei, influenciando o parlamento.  O que essa lei, caso aprovada, previa? Um bispo contrário a ela, revela:

“O membro do parlamento David Bahati propôs um projeto de lei para punir as pessoas comprometidas em relações entre o mesmo sexo na Uganda. As pessoas que tentarem cometer a ofensa da homossexualidade podem receber a pena perpétua, se forem condenadas. Se a pessoa for reincidente, o projeto declara que a pena de morte seja obrigatória.”

A questão do uso do preservativo, também é analisada. Os evangélicos têm usado a sua força político-religiosa para que os ugandenses boicotem a camisinha, e optem pela abstinência sexual, até o casamento. Acontece que o vídeo dá a entender timidamente que esse tipo de discurso tem prejudicado o combate a doença.

Quanto a minha opinião sobre o que foi mostrado, eu não me surpreendo com esse tipo de lei (anti-homossexualidade) sendo incentivada por ativistas evangélicos. Esses pastores e missionários norte-americanos, caso tivessem o mesmo poder de influência em seu país, com certeza, iriam querer que leis semelhantes vigorassem nos EUA. Mas como esse poder, eles não possuem por lá, vão aos países africanos, para “consertarem” o continente. Já que não conseguem “consertar” o seu próprio país.

E aqui no Brasil, milhões de evangélicos, se possível, teriam a mesma postura. Livros (de autores dos EUA) que incentivam a crentaida a tomar conta de todas as esferas da sociedade estão aos montes nas prateleiras. Obras que incentivam a leis que proíbam o divórcio, que obrigue o criacionismo nas escolas, são apenas alguns exemplos.

Essa ideia (anti-homossexualidade) retrograda que foi aprovada em 2014 (parece, que sem a pena de morte), em Uganda, tem gerado muitas perseguições aos homossexuais. Um dos líderes do movimento LGBT ugandense foi assassinado, exatamente pela onda de violência que varre o país contra as pessoas que não se encaixam no padrão heterossexual. E os evangélicos tem muita culpa nisso.  

Quanto à questão da abstinência, o vídeo deveria mostrar números que provassem que esse discurso é fantasioso e idealista. Senti falta de argumentação nesse sentido. Até onde tenho conhecimento, o discurso de se abster do sexo gerou resultados satisfatórios na diminuição da AIDS e DSTs, em Uganda. Só não se deve combater o vírus da AIDs, promovendo um método (abstinência) e boicotando outro (camisinha). Que é exatamente o que esses fanáticos evangélicos estão fazendo. Não tenho nada contra esses dois métodos, eles até se complementam. Até acho benéfico que uma população seja ensinada a ser diligente no sexo. Mas não da maneira paranoica que os evangélicos doutrinam aqueles que caem em suas garras.

O documentário é muito bom, e serve para denunciar o que essas igrejas conservadoras e pentecostais andam fazendo na África. Mas não acho que as igrejas evangélicas não tenham feito coisas boas por lá. Parece que o objetivo do vídeo é passar a imagem de que os evangélicos conservadores só têm feito merda em Uganda. O que não concordo.

300


Sempre quando estudamos a história da Grécia antiga, no ensino fundamental ou médio, não tem jeito, sempre o foco do estudo recai sobre Atenas e Esparta, por terem sido as mais importantes e influentes cidades-estados da época. Dificilmente veremos nos livros didáticos, algo relacionado sobre as outras cidades da Grécia. Quando muito, Tebas, ou outro centro urbano, são mencionadas só de relance.

No filme em questão, o foco é a belicosa e orgulhosa cidade de Esparta, tendo como seu líder, o rei Leônidas, que lidera uma guerra sangrenta e mortal contra o poderoso império persa, comandado pelo rei Xerxes, interpretado pelo ator brasileiro, Rodrigo Santoro. Que, aliás, está fantástico nesse papel. Gostei muito da atuação dele.

No inicio da trama, o filme nos mostra (e isso é verdadeiro do ponto de vista histórico) como era a criação de um menino espartano:

- Recém nascido doente ou fraco deveria ser jogado do alto de um despenhadeiro para morrer.

- Aos sete anos o menino começava o seu intenso e rigoroso treino militar. Era ensinado a passar fome, a bater, a apanhar e se possível, até matar. 

- Era-lhe passada a mensagem de que lutar e morrer por Esparta seria a maior glória de sua vida.

O rei Xerxes no auge de sua arrogância manda um mensageiro a Esparta, exigindo que ela se submeta a Pérsia. Leônidas e seus soldados dão um recado muito claro ao rei Xerxes, matando o mensageiro deste. Esparta não se submeteria a autoridade nenhuma.

O filme é uma ficção que tem como pano de fundo, a batalha de Termópilas, uma das várias batalhas que os gregos tiveram de travar contra os persas. Não tem o intuito de ser fiel a documentação histórica que chegou até nós. Mesmo assim, é um bom entretenimento. E ainda tem, para quem acredita e gosta, frases de autoajuda e de efeito, ditas pelo rei Leônidas, de que devemos sempre lutar e nunca desistir de batalharmos pelos nossos objetivos e sonhos, mesmo diante das situações mais difíceis e intransponíveis que nos sobrevém.

“Espartanos! Preparem-se para a glória!
Espartanos nunca recuam.
Espartanos nunca se rendem.
Não recuaremos e não nos renderemos.
Essa é a lei de Esparta.
E pela lei de Esparta, ficaremos para lutar e morrer.”

Em todas as batalhas de 300, os soldados espartanos, sempre dão um mói de peia grande no imenso exército persa. Quanto mais soldados, o rei Xerxes manda para o campo de batalha, mais e mais o número de mortes aumenta entre eles. Até uma espécie de zumbi gigante aparece para destruir os espartanos, mas esse tem a mesma sorte dos outros soldados: a morte.

Porém os soldados espartanos acabam morrendo no final, por terem sidos traídos pelo parente distante do corcunda de Notre Dame. Uma criatura bem bonitinha, que acaba traindo o exército espartano, por fazer parte dele. 

Os espartanos acabam morrendo diante dos persas. Porém, morrem felizes e satisfeitos, por estarem lutando pela sua amada cidade. A morte torna-se a maior glória deles.

300 é diversão garantida.