quarta-feira, 25 de maio de 2016

Clitóris: O Prazer Proibido


Tinha visto esse curioso documentário há alguns anos. Resolvi ver de novo. Coisas e temas interessantes são sempre legais relembrar. E para não esquecer, aqui vai um resumão.

De maneira empolgante a Jornalista científica do The New York Times, Natalie Angier diz:

“O clitóris é a única parte do corpo cuja função exclusiva é fornecer prazer. Por isso ele é tão incrível. É estranho as mulheres acharem que a sua sexualidade é mais restrita que a dos homens, pois o clitóris está lá, só para proporcionar prazer. [...] Ele é lindo. Na verdade, eu o acho lindo”.

O clitóris parece ser o patinho feio da sexualidade humana. O fato é que é pouco estudado e conhecido. Até pouco tempo, até mesmo os livros-textos de anatomia traziam poucas informações sobre o órgão do prazer feminino. Descrições completas eram feitas da ereção masculina, mas onde estava às descrições anatômicas do clitóris, um órgão não menos importante? Durante quase um século, a medicina moderna pouco fez em seus estudos e pesquisas.

“A ciência nunca ficou a vontade com o clitóris.”

Para termos uma noção da importância desse pequeno órgão esquecido e injustiçado, a apaixonada Jornalista fala mais uma vez:

“O clitóris é mais sensível que o pênis. É o tecido mais sensível de todos. Há mais terminações nervosas na sua extremidade do que em todos os outros órgãos, do que na língua, etc. Há 4 mil terminações nervosas vindas de cada lado, culminando numa cabeça de 8 mil terminações nervosas. No pênis são de 4 mil a 6 mil no total. Além do clitóris ter mais terminações nervosas, elas estão comprimidas num espaço muito menor, por isso ele é tão sensível. Muitas mulheres não gostam que toquem diretamente nele, porque é muito... Elas preferem um contato indireto.”

Em seguida, ela acaba com o pinto, chamando-o de espingarda, e talvez, aquelas espingardas enferrujadas e sem quase nenhuma utilidade. Enquanto que o pinguelo (aqui faço uso de um conhecido apelido, visto que o documentário denuncia a falta de nomes mimosos a ele) é uma potente arma de fogo que atira com eficácia em todas as direções.  

“Depois do orgasmo esses músculos não se relaxam completamente. Por isso as mulheres podem ter orgasmos múltiplos. Não acho que haja motivo para ter inveja do pênis, pois ele é uma espingarda e, pelo que sei, o clitóris é uma metralhadora, que pode atirar repetidamente durante muito tempo.”

Num breve apanhado histórico dos estudos sobre o pinguelo, vejamos:

- O primeiro a estudar o clitóris foi o Anatomista Renaldo Colombo, em 1559. Era um admirador da metralhadora feminina. “É um órgão lindo e muito útil.”

- Um século depois, o Anatomista Regnier de Graaf, que o estudou e chegou a conclusão que sem o clitóris, “nenhuma mulher aceitaria fazer filhos”.

 - George Kobelt, no ano de 1844, publica vários desenhos anatômicos do clitóris.

- Em 1900 o pinguelo finalmente está no Gray’s Anatomy, considerada na época, a bíblia da Anatomia. Mas curiosamente, na edição de 1948, ele é expulso de suas páginas.

Retrocedendo alguns séculos antes de Cristo, Hipócrates, o pai da Medicina, acreditava que as mulheres tinham esperma, e que para reproduzir elas deviam sentir prazer, esse prazer vinha do clitóris.

Na idade medieval um certo livro dizia:

“Lubrifique o dedo com óleo perfumado e friccione a vulva com movimentos circulares.”

O documentário passa a relatar a triste história de Melissa Cull, que teve o seu clitóris mutilado quando criança, por ele ser avantajado demais. Esse procedimento cirúrgico prejudicou toda a sua vida. Ela não consegue ter relações sexuais, não consegue ter prazer, não consegue ter uma vida saudável, pois uma parte de seu corpo foi-lhe arrancada sem o seu consentimento, apenas por uma questão estética que não lhe incomodava.

A parte final... Ah, bateu a preguiça. 

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