terça-feira, 30 de maio de 2017

Depois que o Pornô Acaba 2


“Você tem que sair do negócio antes que o negócio canse de você. E para muitas pessoas já vi o negócio se cansar delas antes mesmo delas estarem prontas, e isso é devastador.” – Lisa Ann, ex-atriz pornô.

Da década de 1970 pra cá, a indústria dos filmes pornográficos inundou o mercado, com todos os tipos de filmes, temas, variedades sexuais e fetiches. É até difícil pensar em algo que eles já não tenham feito. De filmes comuns, com penetração pênis-vagina, pênis-anus, a filmes verdadeiramente bizarros e nojentos. Não obstante, o foco de todos eles serem o sexo, a multiplicidade de práticas é gigante. Tudo para entreter os tarados de plantão.

Assim como no futebol, a carreira de atriz de filmes adultos não tem muita longevidade. A idade chega, o corpo com o passar dos anos, não é mais o mesmo. Como diz a citação acima, o negócio se cansa de certas atrizes, quando elas menos esperam. Para que o negócio, ou seja, os cafetões empresariais das produtoras de películas adultas, não descartem logo os pedaços de carne femininos contratados, muitas atrizes se poupam, pelo menos a princípio de fazerem sexo anal e/ou dupla penetração. As atrizes da velha guarda entrevistadas nesse documentário, se pouparam assim, para que tivessem uma vida longa nos sets de filmagens.

As atrizes que aparecem, vão desde os anos 1970, até anos recentes. Fizeram a festa de muitos marmanjos, punheteiros de plantão, que compravam ou alugavam as fitas VHS, para se matarem vendo as performances dessas lindas e apetitosas mulheres.  Algumas lamentam que o mundo pornô tenha mudado tanto. Na verdade, veem uma decadência sem precedentes no mercado, devido à internet, que joga tudo de graça para os usuários. Foi-se o tempo em que as atrizes eram bem remuneradas pelo árduo trabalho sexual.

Elas se arrependem de algo? Claro que sim. Mas nada fora do normal. Na mesma proporção que qualquer pessoa. Erraram, acertaram, fizeram merda, ganharam muito dinheiro, gastaram além do que podiam, umas foram mais sensatas, outras mais deslumbradas... Pode até existir pesquisas científicas que evidenciem que esse trabalho de exposição sexual traz problemas psicológicos sérios a quem se arrisca a trabalhar na área, mas pelo menos no documentário aqui, parece que todas as atrizes estão dentro do padrão de saúde psicológica. São felizes e infelizes do mesmo jeito que nós, seres humanos “normais”.

O objetivo não é julgá-las, mas ouvir suas histórias. Os puritanos por mais que odeiem esse ramo, têm que conviver com a realidade de que os filmes pornográficos são os mais vistos e apreciados.    

A contradição da indústria que é tão liberal e despudorada é que inúmeras vezes as atrizes tocaram na questão das filmagens inter-raciais, que muitas delas não fizeram. Ainda é tabu gravar cenas com pessoas negras. O racismo está presente até onde (em tese) ele não deveria estar. Uma atriz diz que não grava com negros - aí quando uma mulher dessa sofre preconceito e discriminação da sociedade, acha ruim e injusto. Vai entender o ser humano.

Depois que o Pornô Acaba 2 é um ótimo documentário.

Link para o resumo do primeiro:

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