sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Dubai: Paraíso ou Inferno?

Quando se fala em Dubai, logo nos vem à mente, a cidade do futuro, dos sonhos, do luxo... Lembramos do hotel mais luxuoso do mundo em forma de iate, das ilhas artificiais, dos edifícios do mais alto padrão, dos palácios gigantes rodeados de ouro...

Lembro que a primeira vez que vi algo sobre essa cidade surreal, foi no SBT Repórter, acho que exibido em 2001. Como todo mortal, fiquei deslumbrado com essa cidade repleta de “perfeição” e requintes dos mais altos níveis.

Vários documentários já foram feitos sobre Dubai. Entretanto, eles geralmente focam no lado “bom” da cidade. Os seus recortes sempre são direcionados para as maravilhas da engenharia e arquiteturas empregadas; para as tecnologias envolvidas nas construções das ilhas e etc.

O que não se mostra, é que tudo isso se mantém ao custo de muito trabalho escravo. Trabalhadores do Paquistão, Índia, Bangladesh, que saíram dessas nações miseráveis, em busca de uma vida melhor, encontraram uma vida pior do que as que eles viviam em seus países, segundo seus relato.

Para se ter uma ideia, em um dos alojamentos, depois de um dia extenuante de trabalho, existe apenas uma casa de banho precária com dois compartimentos para 400 homens, com água por algumas poucas horas por dia. Os seus passaportes ficam com os agentes recrutadores. Eles não têm liberdade para sair do país. Não têm liberdade para mudar de empresa. E mesmo que tivessem, o novo empregador os trataria da mesma forma desumana. Ganham salários miseráveis, que mal dá para se manterem, inviabilizando qualquer mixaria que pudessem mandar para os seus familiares. Fora que muitas vezes, recebem com muito atraso. Trabalham 12 horas ou até mais por dia, tendo um dia de descanso na semana. Demoram horas para voltarem aos "lares", em transportes abarrotados de gente. Os quartos lembram os alojamentos dos campos de concentração nazistas. Não podem casar, pois não há mulheres e nem dinheiro. Estão a todo momento sorrindo, mas seus sorrisos escondem uma vida de abandono e sem muita esperança de que ela vai melhorar.

Para se deslocarem de seus países, muitos desses trabalhadores venderam tudo o que tinham (casa, gados), pois foram enganados, com a mentira de que teriam salários dignos, que podiam sustentar não somente a si, mas os seus parentes. Cruel engano. Caíram num embuste

O resultado trágico de toda essa confluência de coisas ruins, faz com que a classe operária de Dubai, esteja entre as que mais comete suicídios no mundo. Os índices são altíssimos. Algo que não incomoda em nada o governo.

Não obstante, o que tudo isso importa? Dubai é linda, é a cidade exemplar, quando o assunto é luxo, riqueza, sucesso e vaidade! Isso basta, mesmo que milhares de trabalhadores se lasquem e morram para mantê-la assim.

O governo de Dubai, empresas e bancos ocidentais se beneficiam grandemente deste sistema perverso.

Trabalho escravo e semiescravo é uma realidade no mundo inteiro, englobando Ocidente, Oriente, Ásia...

O comunismo não é viável, mas o capitalismo ainda deixa muito a desejar!

PS: a imagem do documentário não é muito boa.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

O Papel Subalterno das Mulheres no Islã (4º Parte)

Procurando nos diversos sites em português e em inglês, encontra-se muitos escritos que descaradamente mentem sobre o status de subjugação das mulheres no islã, negando a realidade do papel subalterno das mulheres na religião do “profeta”. 

Para evidenciar mais uma vez que não são todos os que embarcam nessa loucura, mentira e falta de caráter, traremos aqui, mais estudiosos da área de história, do islã, das sociedades muçulmanas, que falam da realidade que muitos querem esconder através de textos bonitos, porém, falaciosos. Nem precisaria, pois os três textos anteriores são bastante eficientes nesse sentido. Mas vamos lá.

Geoffrey Blainey, Professor de História das Universidades de Harvard e Melbourne.

“É curioso observar que o fundador de uma religião, hoje reconhecida por sua sujeição de mulheres, deva tanto a uma mulher [a primeira esposa do ‘profeta’]." P. 74.

BLAINEY, Geoffrey. Uma Breve História do Mundo. Curitiba: Fundamento, 2007. (PDF).

O proeminente casal de Historiadores, os Durant, que é tão aclamado no meio muçulmano, registram estas palavras que vão de encontro ao discurso de que a mulher muçulmana vivia muito melhor que as demais mulheres.

“Antes de Maomé – e depois dele apenas um pouco – a carreira da mulher árabe passava de uma idolatria momentânea ao trabalho escravo de toda vida.” P. 144.

DURANT, Ariel; DURANT, Will. A História da Civilização IV: A Idade da Fé – Livro II – Civilização Islâmica. Rio de Janeiro: Record, 1950.

Azam Kamguian, escritora iraniana e ativista dos direitos das mulheres no Oriente Médio.

“A desigualdade das mulheres é um mandamento de Deus, no Islã consagrado na lei imutável por Maomé e eventualmente registrado nas escrituras. Na maioria dos países sob estados islâmicos ou sob a influência do Islã, as diretrizes do Alcorão são incorporadas à lei contemporânea. [...]em países sob os estados islâmicos, as mulheres são apedrejadas até a morte por se envolverem em relações sexuais voluntárias e são privadas de seus direitos humanos básicos.”

“A maioria das mulheres muçulmanas é criada com a convicção de que é uma ordem de Allah que elas estejam sob o domínio masculino e que seus destinos estão ligados aos dos homens.”

“A principal razão para o hijab é a necessidade de controlar a sexualidade das mulheres. O véu internaliza a noção islâmica nas mulheres de que pertencem a um sexo inferior e de que são objetos sexuais. Ele os ensina a limitar seus movimentos físicos e seu comportamento livre. O véu é uma ferramenta poderosa para institucionalizar a segregação das mulheres e implementar um sistema de apartheid sexual. Significa a subjugação e servidão das mulheres com base na doutrina islâmica e nos ensinamentos do Alcorão. Muito mais do que uma forma de se vestir, o hijab é a manifestação de um misógino islâmico absoluto e de uma visão antiquada da condição feminina. É projetado para controlar a sexualidade das mulheres com muito mais eficácia do que qualquer outra religião ou sistema ideológico.”

“A lei do véu não é apenas humilhante para as mulheres, mas também um insulto para os homens. É uma indicação clara de que, aos olhos de Mohammad; todos os homens muçulmanos eram loucos por sexo. A implicação óbvia é que ver uma mulher sem véu faria com que o homem muçulmano típico perdesse o controle e que as mulheres sem véu seriam constantemente submetidas a avanços sexuais indesejados.”

“A principal razão para o hijab é a necessidade de controlar a sexualidade das mulheres. O véu internaliza a noção islâmica nas mulheres de que pertencem a um sexo inferior e de que são objetos sexuais. Ele os ensina a limitar seus movimentos físicos e seu comportamento livre. O véu é uma ferramenta poderosa para institucionalizar a segregação das mulheres e implementar um sistema de apartheid sexual. Significa a subjugação e servidão das mulheres com base na doutrina islâmica e nos ensinamentos do Alcorão. Muito mais do que uma forma de se vestir, o hijab é a manifestação de um misógino islâmico absoluto e de uma visão antiquada da condição feminina. É projetado para controlar a sexualidade das mulheres com muito mais eficácia do que qualquer outra religião ou sistema ideológico.”

“A lei do véu não é apenas humilhante para as mulheres, mas também um insulto para os homens. É uma indicação clara de que, aos olhos de Mohammad; todos os homens muçulmanos eram loucos por sexo. A implicação óbvia é que ver uma mulher sem véu faria com que o homem muçulmano típico perdesse o controle e que as mulheres sem véu seriam constantemente submetidas a avanços sexuais indesejados.”

“[...] as mulheres sauditas geralmente vestem uma capa preta ondulada chamada Abaya, junto com um lenço preto e um véu sobre o rosto. A polícia da moral reforça o código de vestimenta batendo em mulheres errantes com varas. As mulheres do Irã e do Sudão podem expor o rosto, mas devem cobrir o cabelo e o pescoço. Caso contrário, eles enfrentam prisão, prisão, sinalização, multas em dinheiro; e se recusarem, enfrentam um ataque de faca e ácido. Sob o Talibã, as mulheres do Afeganistão tiveram que usar burca. Grupos políticos islâmicos fazem campanha vigorosa para bloquear reformas nos direitos civis das mulheres no Oriente Médio e no Norte da África. Enquanto o Islã isolar as mulheres da vida pública, nenhum progresso socioeconômico real será possível.”

“De acordo com a lei islâmica, a mulher não pode obter a custódia dos filhos, mesmo que o pai morra. Em caso de divórcio ou morte, ela entrega seus filhos ao pai e / ou à família dele. [...] Mulheres que vivem sob a Lei Islâmica não podem viajar, trabalhar, estudar e sair de casa sem a permissão de seus pais ou maridos. Eles não têm o direito de escolher o local de sua residência.”

Num outro texto da mesma autora:

“Todo e qualquer aspecto da subordinação das mulheres no Oriente Médio é erroneamente rotulado como patriarcado. É claro que o sistema econômico e a opressão política desempenham seu papel na subordinação das mulheres. Mas se o Islã não tem efeito sobre o status das mulheres, por que a posição das mulheres no Oriente Médio é pior do que em qualquer outra parte do mundo?”

Trago aqui de novo, a Ayaan Hirsi Ali, Professora em Harvard.

“No Egito, estamos lutando contra uma onda cada vez maior de assédio sexual — 99% das mulheres relatam terem sido vítimas de assédio sexual e ocorrem até oitenta agressões sexuais em um único dia. [...] No Iraque, está sendo proposta uma lei que reduz para nove anos a idade com que as meninas podem ser obrigadas a se casar. [...] E para as meninas de todo o norte da África, e além, permanece a ameaça de mutilação genital feminina, costume que certamente antecede o islã, mas que agora está quase totalmente confinado às comunidades muçulmanas. A Unicef estima que mais de 125 milhões de mulheres e meninas foram mutiladas nos países africanos e árabes, muitos deles de maioria muçulmana. [...] Como se torna gradualmente claro, esse costume também é comum em comunidades de imigrantes na Europa e na América do Norte.” P. 174.

Einah, uma muçulmana progressista e ativista dos direitos dos homossexuais, escreveu:

“Por que os muçulmanos estão sendo ‘preservados’ numa cápsula do tempo de séculos atrás? Por que não há problema em continuarmos a viver em um mundo onde as nossas mulheres são comparadas a mercadorias à espera de serem consumidas? Por que é bom para as mulheres do resto do mundo lutar por liberdade e igualdade, enquanto nos mandam cobrir nosso corpo vergonhoso? Não veem que estamos sendo impedidas de ingressar nesse clube de elite conhecido como século XXI? [...] Toda vez que erguemos a voz, uma de nós é assassinada ou ameaçada. [...] Não há como negar que a violência, a misoginia e a homofobia existem em todos os textos religiosos, mas o islã é a única religião a que se obedece tão literalmente, até hoje. [...] Onde estão os manifestantes muçulmanos contra as leis de blasfêmia/apostasia? Onde estão os muçulmanos que assumem uma postura contra a interpretação rígida da sharia?” P. 177.

ALI, Ayaan Hirsi. Herege: Por Que o islã Precisa de Uma Reforma Imediata. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. (PDF).

Abdelwahab Meddeb, Professor de Literatura Comparada na Universidade de Paris X-Nanterre, que é um grande admirador do islã medieval, lamenta a atual situação das mulheres no Egito.

“O Cairo, o Egito, de paraíso se transformaram em inferno; para se convencer disso basta ver os corpos dessas mulheres lívidas, sofrendo com o calor, sufocadas em seus xales ou seus véus negros (um contraste que fixa o ardor do sol em um país onde o sol é o tirano do dia).” P. 99.

MEDDEB, Abdelwahab. A Doença do Islã. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

Palavras de uma muçulmana argelina: “Um homem que não bate em sua mulher não é um homem de verdade. Para uma verdadeira mulher argelina, se o marido não bate nela algumas vezes, ela sentirá... que isso [não] é viril. Isso me faz feliz.

Um muçulmano argelino: “Quando ela me irrita bastante, eu bato nela.”

Outro muçulmano: “Algumas eu bato nela. Quando ela me irrita.”

Mais outro muçulmano: “Bater nela é algo lógico. [...] Se ela não apanhar e não seguir por esse caminho, ela não terá sucesso.”

Outra muçulmana: “Algumas vezes. Algumas vezes ele me bate.”

“60% das argelinas acreditam que o marido tem o direito de bater na esposa.

E isto é porque a Argélia é um dos países muçulmanos mais “descolados” e “modernos”. Fico a pensar se não fosse. Fico a pensar na situação das mulheres nos países muçulmanos mais fechados que a Argélia.”

Qual a base para que essas mulheres tenham anuído a essa prática de apanharem e serem até felizes com isso? É uma base apenas cultural? Um sonoro NÃO! O fundamento está na Sunna (tradição de Maomé) e no próprio Alcorão 4.34 que diz:

“Os homens têm autoridade sobre as mulheres pelo que Deus os fez superiores a elas e por que gastam de suas posses para sustentá-las. As boas esposas são obedientes e guardam suas virtude na ausência de seu marido conforme Deus estabeleceu. Aquelas de quem temeis a rebelião, exortai-as, bani-as de vossa cama e batei nelas. Se vos obedecerem, não mais as molestei. Deus é elevado e grande.”

Dallas M. Roark, Professor de Filosofia na Emporia State University.

“Mulheres muçulmanas que usam burca na Irlanda têm maior risco de fraturas pélvicas durante o parto por causa da deficiência de vitamina D devido à falta de luz solar, alerta um consultor.

Os bebês nascidos de mulheres com deficiência de vitamina D também estão mais sujeitos a convulsões na primeira semana de vida, de acordo com a Dra. Miriam Casey, da Unidade de Osteoporose do hospital St James em Dublin.”

Assassinatos por honra

“Uma menina palestina de dezesseis anos ficou grávida depois de ser estuprada por seu irmão mais novo. Assim que sua condição se tornou conhecida, sua família encorajou seu irmão mais velho a matá-la para remover a mancha de sua honra. Seus irmãos, o estuprador e o assassino, foram exonerados. A garota foi culpada. ‘Ela cometeu um erro’, disse um de seus primos. ‘Ela teve que pagar por isso’.

Ainda mais horrivelmente, uma menina palestina de quatro anos, estuprada por um homem na casa dos vinte, foi deixada por sua família para sangrar até a morte. Eles fizeram isso porque sentiram que seu infortúnio faria manchar sua honra.”

Espancamento

“É difícil obter estatísticas por razões óbvias. O Instituto de Ciências Médicas do Paquistão determinou que mais de noventa por cento das esposas do Paquistão foram agredidas, espancadas ou abusadas sexualmente - por ofensas na ordem de cozinhar uma refeição insatisfatória. Outros foram punidas por não terem dado à luz um filho do sexo masculino. Na primavera de 2005, quando o Chade, nação do leste da África, tentou instituir uma nova lei de família que tornaria ilegal o espancamento de esposas, os clérigos muçulmanos levaram a resistência à medida como anti-islâmica.”

Estupro

“Em vários países ocidentais, Suécia, Noruega, Dinamarca, Austrália, houve um grande aumento no estupro de mulheres não muçulmanas, algumas com apenas 13 anos de idade, uma gangue de garotas suecas estupradas por 5 curdos. As vítimas na Austrália foram chamadas de “vadias” ou “porcos australianos”. O xeque libanês Faiz Mohammed culpou as próprias mulheres por usarem roupas precárias que convidam os homens a estuprá-las. Em Copenhague, o mufti islâmico Shahid Mehdi declarou que as mulheres que não usavam lenço na cabeça pediam para ser estupradas.

Maomé participou desse horror. Após a batalha de Khaybar, os despojos foram distribuídos. Um guerreiro, Dihya bin Khalifa, pediu a Mohammed que recebesse uma escrava dos cativos. Ele escolheu uma mulher chamada Safiyya bint Huyayy. Seu marido foi capturado, torturado e morto pelos muçulmanos. Mais tarde, quando Mohammed a viu, disse a Dihya para tirar outra garota dos cativos. Maomé a libertou e se casou com ela após concordar em se converter ao Islã. Naquela noite ela estava vestida com um vestido de noiva e Maomé consumar o casamento. Como foi ver seu marido torturado, morto e forçado a se casar no mesmo dia?”

Roger Scruton, Ph.D em Filosofia na Universidade de Cambridge.

“[...] em muitas comunidades islâmicas as mulheres são tratadas como prostitutas assim que pisam fora da linha que os homens traçaram para o seu comportamento.”

Stephen Schwartz, jornalista, colunista e autor americano Sufi, fundador e diretor executivo do Center for Islamic Pluralism.

“A lei da sharia é empregada com mais frequência para oprimir as mulheres, não para libertá-las das agruras do Ocidente pecador. [...] Na Arábia Saudita e em outros lugares, os crimes contra as mulheres, incluindo casamento forçado, divórcio forçado e mutilação genital feminina, são protegidos pela sharia. Isso é algo que o mundo inteiro reconhece e muitos muçulmanos repudiam.”

Ibn Warraq, ex-muçulmano, e fundador do Instituto para a Secularização da Sociedade Islâmica.

“As mulheres são inferiores sob a lei islâmica; seu testemunho em um tribunal vale a metade do de um homem; seu movimento é estritamente restrito; eles não podem se casar com um não muçulmano.”

“As mulheres não são livres para escolher seu trabalho sob o Islã, certos empregos são proibidos para elas, mesmo nos chamados países muçulmanos liberais. O Islã ortodoxo proíbe as mulheres de trabalhar fora de casa.”

Darío Fernández-Morera, Ph.D em Literatura Comparada na Universidade de Harvard, e autor do livro O Mito do Paraíso Andaluz: Muçulmanos, Cristãos e Judeus Sob o Domínio Islâmico na Espanha Medieval

“O que dizer da reivindicação sobre o status ‘progressivo’ das mulheres na Andaluzia? Os tratados muçulmanos contam uma história diferente. Ibn Abdun lista numerosas regras para o comportamento feminino na vida cotidiana: ‘viagens de barco de mulheres com homens no Guadalquivir devem ser suprimidas’; ‘É preciso proibir as mulheres de lavar roupa nos campos, porque os campos vão virar bordéis. As mulheres não devem sentar-se à beira do rio no verão, quando os homens o fazem’; ‘É preciso ter cuidado especial com as mulheres, pois o erro é mais comum entre elas’. Em outro lugar, ele também condena o consumo de vinho, jogos de azar e homossexualidade, seguindo o Alcorão e o Hadith. Mulheres verdadeiramente ‘liberadas’ como a agora muito admirada Wallada bint al-Mustafki (994-1091) eram exceções. A mulher média na Andaluzia era tratada da mesma forma que em qualquer outro lugar sob a sharia islâmica, com práticas como usar o hijab (seguindo o Alcorão S. xxxiii. 59), separação dos homens, confinamento em casa e outras limitações que não existiam em terras católicas. Mesmo a tão elogiada poesia de El colar de la paloma exibe atitudes que hoje seriam chamadas de misóginas.”

Ann Elizabeth Mayer, Ph.D. em História do Oriente Médio pela Universidade de Michigan, EUA.

“Mas os clérigos e as instituições islâmicas geralmente relutam muito em permitir que as mulheres escapem da reclusão imposta por seu papel doméstico e subordinado.” P. 192.

WARRAQ, Ibn. Porque Não Sou Muçulmano. Barcelona (Espanha): Ediciones del Bronce, 2003.

O que o Alcorão tem a dizer sobre a natureza e o papel das mulheres? Ele as relega a um papel subalterno, assim como as literaturas islâmicas mostradas no texto anterior?

Bater na esposa. Sura 4.34:

“Os homens têm autoridade sobre as mulheres, pelo que Allah preferiu alguns a outros e pelo que despendem de suas riquezas. Então, as íntegras são devotas, custódias da honra, na ausência dos maridos, pelo que Allah as custodiou. E àquelas de quem temeis a desobediência, exortai-as, pois, e abandonai-as no leito, e batei-lhes. Então, se elas vos obedecem, não busqueis meio de importuná-las. Por certo, Allah é Altíssimo, Grande.”

Veja que o verso diz que se pode castigar a esposa, inclusive batendo nela, se o marido temer a desobediência. Basta ele ficar desconfiado para legitimamente castigá-la. Ela nem precisa ser desobediente de fato, mas apenas suscitar a desconfiança de seu esposo, para este estar justificado a bater nela.

O testemunho de uma mulher tem metade do testemunho de um homem. Sura 2.282:

“Crentes! Quando vocês contratarem um empréstimo por um certo período, escreva-o, ou, para ser justo, deixe que um escriba o escreva. O escriba deve escrever como Alá o ensinou. Deste modo, deixe o escriba registrar o que o devedor diz mantendo-se ciente do seu dever para Alá, e sem reduzir o valor devido. Se o devedor for ignorante e incapaz de ditar, permita que o seu guardião o faça com justiça. Chame dois homens como testemunhas, mas se dois homens não puderem ser encontrados, então chame um homem e duas mulheres que pareçam capazes para servirem de testemunha. Deste modo, se algumas das mulheres cometer um erro, a outra pode corrigi-la.”

O islã permite e incentiva a escravidão. Aos homens está permitido transar com as suas escravas. Sura 4.24:

“Estão-vos proibidas as mulheres casadas, exceto as cativas, que por direito possuís. Tal é a lei de Deus. São lícitas para vós todas as outras que não foram mencionadas. Podeis procura-las com vossas riquezas para o casamento e não para a libertinagem. Às mulheres de que gozastes, dai as pensões devidas. E não sereis censurados pelo que for livremente convencionado entre vós, além das prescrições legais. Deus é conhecedor e clemente.”

Na esteira do casamento de Maomé com Aisha, quando ela tinha 6 anos e consumando o matrimônio, quando ela tinha 9 anos de idade, o Alcorão permite o casamento de meninas ainda crianças, antes de menstruarem. Uma das regras para o divórcio é a observância da menstruação para saber se a mulher não está grávida. Sura 65.4:

“Se tiverdes dúvidas quanto às vossas mulheres que deixaram de ter a menstruação, sabei que o prazo da comprovação é de três meses. O mesmo prazo se aplica às que ainda não menstruaram. Para as mulheres grávidas, o prazo vai até que se aliviem de seu fardo. Quem teme a Deus, Deus resolve-lhe os problemas.”

Intepretes clássicos e respeitados do Alcorão, confirmam a parte do verso que diz “às que ainda não menstruam”, está se referindo as meninas que ainda não entraram na puberdade, que estão ainda na tenra idade.

A menstruação é considerada uma doença. Sura 2.222:

“Interrogar-te-ão sobre a menstruação. Responde: ‘É uma mácula’. Afastai-vos das mulheres durante a menstruação. E não volteis a elas até que sejam purificadas, e então procurai-as por onde Deus vos mandou. Deus ama os que voltam para Ele, arrependidos, e mantêm-se limpos.”

Muçulmanos tentando mitigar o impacto deste verso, dizem que é uma mácula no sentido de que nesse período a mulher fica de mal-estar, e no órgão sexual dela há uma maior proliferação de bactérias que podem causar problemas em sua saúde.  Num primeiro momento, isso até faz sentido, porém, o verso não tem isso em mente. Para o Alcorão o período menstrual é doença espiritual que limita a religião da mulher. Se a menstruação é uma mácula no sentido higiênico, isso é secundário no islã. E uma grande evidência disto, é o que já citamos no texto anterior, no hadith autêntico de Al-Bukhari Volume 1, Livro 6, Número 301:

“[Maomé] disse:] Não é verdade que uma mulher não pode orar nem jejuar durante a menstruação?’ As mulheres responderam afirmativamente. Ele disse: ‘Esta é a deficiência da religião dela’.”

Sahih Bukhari - Translator: M. Muhsin Khan - 1st edition. Edited by: Mika'il al-Almany. Created: 2009-10-02 17:41:54. Last modified: 2009-10-11 23:46:24 Version: 0910112346244624-21.

https://d1.islamhouse.com/data/en/ih_books/single/en_Sahih_Al-Bukhari.pdf

O homem pode transar com a sua mulher quando ele desejar. Sura 2.223.

“Vossas mulheres são vosso campo a lavrar. Lavrai vosso campo quando o desejardes. Mas cuidais, antes, de vossas almas e temeis a Deus a lembrai-vos de que O encontrareis um dia. E anuncia as boas novas aos crentes.”

Deus manda Jó bater em sua mulher. Sura 38.44:

“E dissemos-lhe: ‘Toma na mão um feixe de vergastas e bate na tua mulher e não violes tua promessa.’ Sim, achamo-lo perseverante. Que servo! E cheio de arrependimento.”

O homem está um degrau acima da mulher. Sura 2.228:

“As mulheres têm direitos correspondentes a suas obrigações; mas os homens as superam de um degrau. Deus é poderoso e sábio.”

Muçulmanos mais uma vez tentam minimizar o verso, dizendo que esse degrau a mais, é restrito ao âmbito do divórcio. Mas lembremos o que já foi citado:

Sura 4.34: “Os homens têm autoridade sobre as mulheres...”

Sura 2.82: em que o testemunho de uma mulher vale metade do testemunho de um homem.

Sura: 4.24: em que os soldados muçulmanos têm plenos direitos em transar com as escravas.

Diante de todas essas evidências cumulativas, em que a mulher sempre exerce um papel subalterno, é mais do que óbvio que na sura 2.228, a mulher está num degrau a menos que o homem não somente na temática do divórcio, mas em praticamente todas as instâncias.

Existem versos em que a mulher tem status (ou aparentemente) superior. Existem versos em que ela está nivelada ao homem. Mas não nos enganemos, o homem tem proeminência. Bill Warner, pesquisador do islã, mostra em um gráfico, na página 49 de seu livro, o quanto é insignificante o status superior da mulher tanto no Alcorão como nos Hadiths.


WARNER, Bill. Lei Islâmica (Sharia) Para Não-Muçulmanos. Centro de Estudos do islã Político, 2010. (PDF).

Primeira parte do texto:

http://sheol-livros.blogspot.com/2020/08/o-papel-subalterno-das-mulheres-no-isla.html

Segunda parte do texto:

http://sheol-livros.blogspot.com/2020/08/o-papel-subalterno-das-mulheres-no-isla_26.html

Terceira parte:

http://sheol-livros.blogspot.com/2020/09/o-papel-subalterno-das-mulheres-no-isla.html