sexta-feira, 30 de julho de 2021

Analisando o Texto "Quem é o Profeta Muhammad?"

Um pequeno texto elogiando Maomé e o transformando em um semi-deus, tem por título esta pergunta: “Quem é o Profeta Muhammad?”. O texto de apenas cinco páginas tem por finalidade propagandear um Maomé que não existiu na história. Esse texto muçulmano pode ser encontrado neste link:

Selecionamos e comentamos alguns excertos.

“Deus enviou o profeta Muhammad, cujo comportamento e altos padrões morais são um exemplo para todos nós.”

Só para citar apenas um minúsculo exemplo que desmente isso: casar com uma criança de seis anos e transar com ela aos nove, é um alto padrão moral?

Al-Bukhari é a coleção de hadiths (ditos e ações de Maomé) mais importante para os muçulmanos. O Volume 7, Livro 62, Número 65, diz:

“Narrado por 'Aisha: que o Profeta se casou com ela quando ela tinha seis anos de idade e ele consumou seu casamento quando ela tinha nove anos. Hisham disse: ‘Fui informado de que 'Aisha permaneceu com o Profeta por nove anos (ou seja, até sua morte).” P. 1148.

Sahih Bukhari - Translator: M. Muhsin Khan - 1st edition. Edited by: Mika'il al-Almany. Created: 2009-10-02 17:41:54. Last modified: 2009-10-11 23:46:24 Version: 0910112346244624-21.

https://d1.islamhouse.com/data/en/ih_books/single/en_Sahih_Al-Bukhari.pdf

Envergonhados por esse “alto padrão moral” de seu profeta, alguns muçulmanos nos últimos anos têm despendido um enorme esforço em dizer que Maomé não casou e transou com ela nas idades mencionadas. Mas o hadith aí está. A tradição milenar de ensino islâmico aí está, para refutá-los. Fora os acadêmicos e apologistas do islã que atestam o hadith acima.

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“O profeta Muhammad era um homem, um ser humano como qualquer outro homem, mas seu amor pela humanidade o destaca.”

Os inocentes judeus massacrados da tribo Banu Kurayza, para citar apenas um grupo deles, estão nessa tal “humanidade”? A biografia oficial de Maomé, Sirat Rasul Allah (A Vida do Profeta de Alá), de Ibn Ishaq, que a escreveu por volta de 150 anos depois de sua morte, diz:

Ishaq 690:

“Então [os judeus] se renderam, e o apóstolo [Maomé] os confinou em Medina no quarto de d. al-Harith, uma mulher de B. al-Najjar. Então o apóstolo foi ao mercado de Medina (que ainda é seu mercado hoje) e cavou trincheiras nele. Então ele mandou chamá-los e decepou-lhes as cabeças naquelas trincheiras à medida que eram trazidas para ele em lotes. Entre eles estava o inimigo de Allah Huyayy b. Akhtab e Ka`b b. Asad, seu chefe. Eram 600 ou 700 ao todo, embora alguns calculem o número até 800 ou 900. Como estavam sendo levados em lotes para o apóstolo, perguntaram a Ka`b o que ele achava que seria feito com eles. Ele respondeu: 'Você nunca vai entender? Você não vê que o invocador nunca para e aqueles que são levados não voltam? Por Alá, é a morte! ' Isso continuou até que o apóstolo acabou com eles.” P. 464.

ISHAQ, Ibn. The Life Muhammad: A Translation of Ishaq´s Sirat Rasul Allah. Traduzido por A. Guillaume. Karachi, Paquistão, Oxford University Press, 1998.

Maomé estava disposto a acabar com todos os judeus que o rejeitaram como profeta de Deus. 

Acrescento ainda que as mulheres e crianças sobreviventes desse massacre, foram vendidas como escravas.

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“Antes de Muhammad os profetas eram enviados para um povo em particular em lugares e períodos particulares. Muhammad, entretanto, é o profeta final e sua mensagem é para toda a humanidade.”

Precisamos citar os milhares de versículos do Novo Testamento, escritos no primeiro século, que são uma mensagem destinada as todos os povos, tribos, línguas e nações? Precisamos citar os milhares de textos cristãos dos primeiros séculos destinados a todos os homens?

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“Os muçulmanos o amam, o respeitam e o seguem. Eles o têm em tão alta estima que para muitos é emocionalmente doloroso ver ou ouvir que seu amado mentor é ridicularizado ou desrespeitado.”

Esse “emocionalmente doloroso” é tão doloroso, que os muçulmanos derrubam meio mundo, por algumas caricaturas feitas em países que nem são regidos pela sharia. Quebradeiras, matanças, ameaças, boicotes... Manifestações generalizadas de indignação não vemos entre os muçulmanos, quando terroristas cometem assassinatos em nome do islã. Os muçulmanos parecem não se preocupar com as vítimas desses atos terroristas. Para se ter uma ideia do quão “é emocionalmente doloroso ver ou ouvir que seu amado mentor é ridicularizado ou desrespeitado”, veja este texto:

Existem premissas escondidas nesse “ridicularizado ou desrespeitado”. Para esses mulás, sheiks, imames e muçulmanos comuns, qualquer abordagem crítica ao islã, mesmo que apresentada em estudos sérios, são uma forma de seu profeta ser “ridicularizado ou desrespeitado”. Não existe espaço para discursões abertas, quando o assunto é Maomé. Não há liberdade de dissidência.

“O profeta Muhammad ensinou o Islã como uma forma de vida, fundou um império, estabeleceu um código moral e instituiu um sistema legal que foca no respeito, tolerância e justiça.”

“Respeito, tolerância e justiça”, para quem? Para os muçulmanos apenas! Mais uma vez, nesse enunciado existem premissas ocultas, que revelam que os muçulmanos quando usam esses termos, são com sentidos distintos daquilo que usualmente entendemos quando os ouvimos e falamos deles.

Maomé ensinou a não ser tolerante com quem abandona o islã. Isso por si só basta, para provar o quanto ele foi intolerante.

Al-Bukhari Volume 4, Livro 52, Número 260:

“Quem abandonar sua religião islâmica, então mate-o.” 

Al-Bukhari Volume 9, Livro 83, Número 17:

“O Apóstolo de Allah disse: O sangue de um muçulmano que prestou juramento de fé islâmica de que nada tem direito de ser adorado senão Allah e que Eu Sou Seu Único Apóstolo, só pode ser derramado em três circunstâncias: Em ‘Qisas’ (Direito de Vingança) por assassinato; pessoa casada que pratica ato sexual ilegal (adultério); e quem rejeita o Islã (apóstata) e deixa a comunidade muçulmana.” 

Al-Bukhari Volume 9, Livro 84, Número 57:

“Matem todos aqueles que deixarem a religião.”

Sahih Bukhari - Translator: M. Muhsin Khan - 1st edition. Edited by: Mika'il al-Almany. Created: 2009-10-02 17:41:54. Last modified: 2009-10-11 23:46:24 Version: 0910112346244624-21.

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A morte por apostasia continua válida hoje. Em qual das grandes religiões (pequenas também) se mata por não querer mais fazer parte dela?

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“Muhammad era um homem altruísta que devotou os últimos 23 anos de sua vida ensinando seus companheiros e seguidores como adorar Deus e respeitar a humanidade.”

Ele devotou os últimos anos de sua vida a massacrar a todos aqueles que não acreditavam que ele era um profeta. Três tribos judaicas foram massacradas e espoliadas por ele. Várias caravanas foram roubadas e seus membros mortos. Mulheres tornaram-se escravas sexuais de Maomé e de seus soldados. Poetas foram mortos por fazerem sátira dele. Ibn Ishaq, o principal biografo de Maomé, já citado aqui, diz na página 659 de sua obra, que “o apóstolo participou pessoalmente de 27 incursões [armadas].” Ele acabou com todas as religiões existentes em Meca e Medina. Aliás, em seu último sermão, disse que nenhuma religião seria praticada na Arábia, exceto o islã. Ele foi o campeão da intolerância, que ensinou no último capítulo “revelado” do Alcorão, a perseguir e matar os não muçulmanos, que não se submetessem. Este ensino é prescritivo/normativo, é válido para os dias de hoje.   

Alcorão 9.5:

“E, quando os meses sagrados passarem, matai os idólatras, onde quer que os encontreis, e apanhai- os e sediai-os, e ficai a sua espreita, onde quer que estejam. Então, se se voltam arrependidos e cumprem a oração e concedem az-zakãh [imposto aos pobres] deixai-lhes livre o caminho. Por certo, Allah é Perdoador, Misericordiador.”

Alcorão 9.29:

“Dentre aqueles aos quais fora concedido o Livro [judeus e cristãos], combatei os que não crêem em Allah nem no Derradeiro Dia, e não proíbem o que Allah e Seu Mensageiro proibiram, e não professam a verdadeira religião; combatei-os até que paguem ai jizyah [imposto] com as próprias mãos, enquanto humilhados.”

Há que se fazer um esforço mental grotesco para afirmar que ele ensinou “seus companheiros e seguidores como adorar Deus e respeitar a humanidade”.   

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“Foi cuidadoso em ensinar a mensagem da forma como Deus havia prescrito e alertou seus seguidores para não o adularem da forma como Jesus, filho de Maria, foi adulado.”

Diante dos fatos já apresentados e de todo o comportamento dos muçulmanos, é claro e evidente que eles ADULAM o seu profeta. É mais do que isso: é idolatria mesmo!

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“Ensinou-nos que era melhor dar que receber e que cada vida humana merece respeito e dignidade.”

Certamente as escravas sexuais não estavam entre aqueles que merecem “respeito e dignidade”. Maomé era escravocrata. Aos seus seguidores está permitido transar com as suas escravas. O Alcorão 4.24 diz:

“Estão-vos proibidas as mulheres casadas, exceto as cativas, que por direito possuís. Tal é a lei de Deus. São lícitas para vós todas as outras que não foram mencionadas. Podeis procurá-las com vossas riquezas para o casamento e não para a libertinagem. Às mulheres de que gozastes, daí as pensões devidas. E não sereis censurados pelo que for livremente convencionado entre vós, além das prescrições legais. Deus é conhecedor e clemente.”

Escravas podem ser estupradas. Al-Bukhari - Volume 3, Livro 49, Número 2542:

“Narrou Ibn Muhairiz: Eu vi a Abu Said Al-Khudri e perguntei sobre Al-Azl (ou seja, coito interrompido). Abu Said disse: ‘Saímos com o Apóstolo de Allah para o Ghazwa [batalha na qual Muhammad estava presente] de Banu Al-Mustaliq e recebemos cativos árabes e desejamos mulheres e o celibato tornou-se difícil para nós e queríamos fazer coito interrompido. Então, quando pretendíamos fazer coito interrompido. Perguntamos ao mensageiro de Alá sobre isso e ele disse: 'É melhor para você não fazer isso, pois se alguma alma (até o Dia da Ressurreição) estiver predestinada a existir, ela existirá’." P. 413-414.

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Pergunto: qual mulher que teve seus pais, maridos, filhos e parentes mortos, vai querer transar com o seu algoz, de livre e boa vontade?

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“O profeta Muhammad nos ensinou que famílias e comunidades são essenciais e destacou que direitos individuais, embora importantes, não são mais importantes que uma sociedade estável e com moral.”

Traduzindo: direitos individuais tais como ter liberdade para pensar, questionar, ter as próprias ideias, é terminantemente contra os princípios do islã. Liberdade de dissidência? Jamais. Todos eles podem prejudicar a dita “sociedade estável e com moral”. Não é por acaso, que vemos tantas perseguições nos países muçulmanos. Não é à toa que as mulheres sofrem tanto nesses países. Esse enunciado camufla todos os tipos de ações arbitrárias, criminosas e autoritárias em nome da falsa “vontade geral”, que visa o suposto bem comum da sociedade. Lembremos dos sistemas totalitários da história.

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“Ensinou-nos que homens e mulheres são iguais aos olhos de Deus e que nenhuma pessoa é melhor que outra, exceto em relação à sua piedade e devoção a Deus.”

Não é isso que os fatos dizem em relação a mulher no Alcorão, nos hadiths e na tradição islâmica.

O testemunho de uma mulher tem metade do testemunho de um homem. Alcorão 2.282:

“Crentes! Quando vocês contratarem um empréstimo por um certo período, escreva-o, ou, para ser justo, deixe que um escriba o escreva. O escriba deve escrever como Alá o ensinou. Deste modo, deixe o escriba registrar o que o devedor diz mantendo-se ciente do seu dever para Alá, e sem reduzir o valor devido. Se o devedor for ignorante e incapaz de ditar, permita que o seu guardião o faça com justiça. Chame dois homens como testemunhas, mas se dois homens não puderem ser encontrados, então chame um homem e duas mulheres que pareçam capazes para servirem de testemunha. Deste modo, se algumas das mulheres cometer um erro, a outra pode corrigi-la.”

O homem está um degrau acima da mulher. Alcorão 2.228:

“As mulheres têm direitos correspondentes a suas obrigações; mas os homens as superam de um degrau. Deus é poderoso e sábio.”

Para o “profeta”, as mulheres têm a mente deficiente. Al-Bukhari - Volume 3, Livro 52, Número 2658:

“Narrado Abu Said Al-Khudri: O Profeta disse: ‘A testemunha de uma mulher não é igual à metade da de um homem?’ As mulheres disseram: ‘Sim’. Ele disse: ‘Isso é devido à deficiência da mente de uma mulher’.” P. 477.

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Diante de todo o exposto, fica muito claro que esse Maomé do texto muçulmano analisado, não existiu. Esse texto é apenas uma tentativa frustrada de mostrar um Maomé cor-de-rosa que passa longe dos fatos da história.

quinta-feira, 15 de julho de 2021

Arábia Saudita e o seu Financiamento ao Terrorismo

A Arábia Saudita, país do profeta Maomé, foi a maior patrocinadora financeira e ideológica do terrorismo mundial das últimas décadas. Isso é um fato bem estabelecido por inúmeras fontes. O problema é que ela não é punida por financiar esses terroristas, devido ao seu grande poder financeiro vindo dos seus valiosos barris de petróleo. Os EUA é o grande aliado dela, não ousando mexer em sua política fundamentalista e de violações dos direitos humanos. Outros países de grande envergadura mundial, como a China e Rússia, sonham em fazer grandes negócios com ela. Assim, esse país goza de grandes privilégios na geopolítica mundial, sendo deixado quieto em seu canto, enquanto patrocina grupos terroristas e oprime violentamente seus cidadãos, impondo a retrograda sharia, lei islâmica, que impede quaisquer críticas a religião oficial do estado saudita, através de prisões, torturas, decepamentos e penas de morte.

Reza Aslam (Ph.D em Sociologia pela Universidade da Califórnia, Santa Barbara) fala sobre a Arábia Saudita e a relação dos EUA com ela:

O wahabismo, essa vertente ultraortodoxa, puritana e pseudorreformista do islamismo sunita, começou na Arábia Saudita, na metade do século XVIII, fundada pelo clérigo Mohamed Ibn Abdul Wahab. É uma religião que prega a volta ao culto monoteísta puro do islã e que chama todos os outros religiosos, islâmicos ou não, de apóstatas. Os sauditas gastaram US$ 100 bilhões nos últimos anos para espalhar essa vertente do islamismo pelo resto do mundo, construindo escolas e mesquitas wahabistas. Não há um canto do mundo em que haja muçulmanos que não tenham sido inundados por dinheiro saudita e por propaganda religiosa saudita. Eles criaram um vírus que se espalhou por todo o mundo muçulmano. Quando você tem um vírus, você precisa erradicar a fonte. Bem, o mundo sabe qual a fonte desse vírus. São os melhores amigos dos Estados Unidos. É absurdo que um país que patrocinou a ascensão de uma ideologia responsável pela morte de centenas de milhares de pessoas não seja responsabilizado por ela. Ao contrário, continua sendo prestigiado. Quando o rei Abdullah, monarca da Arábia Saudita, morreu na semana passada, o presidente Barack Obama, o secretário de Estado John Kerry e uma dúzia de integrantes do alto escalão do governo americano foram à Arábia Saudita para homenageá-lo. Sem levar em consideração que Abdullah comanda um país que decapita 80 pessoas por ano, condena a 1.000 chibatadas quem manifesta suas opiniões, impede as mulheres de dirigir e de votar e patrocina o terrorismo global.  Isso não é estranho? Se a Arábia Saudita não fosse o maior produtor de petróleo do mundo, seria tratada como a Coreia do Norte, com asco, rejeição e sanções internacionais.”

"O governo americano foi advertido de que a Arábia Saudita está fazendo vista grossa para a arrecadação de dinheiro feita no país e que financia a organização Al-Qaeda, liderada pelo militante saudita Osama Bin Laden."

O experiente Jornalista de guerra Patrick Cockburn tem muito a dizer sobre esse tema.

“A Arábia Saudita, a Turquia e os Emirados Árabes estavam muito determinados a derrubar Assad e, em essência, provocar uma guerra por procuração entre sunitas e xiitas. O que fizeram? Destinaram centenas de milhões de dólares e dezenas de toneladas de armas a qualquer um disposto a lutar contra Assad. Porém, as pessoas que estavam sendo abastecidas eram da Al-Nusra e Al-Qaeda e extremistas da jihad vindos de outras partes do mundo.” P. 32.

“Como argumentado anteriormente, os patrocinadores do ISIS e de outros movimentos jihadistas no Iraque e na Síria haviam sido a Arábia Saudita, as monarquias do Golfo Pérsico e a Turquia. Isso não significa que os jihadistas não tivessem fortes raízes locais, mas sua ascensão foi crucialmente apoiada por poderes sunitas externos. A ajuda saudita e do Qatar foi principalmente financeira, em geral por meio de doações privadas. [...] Num discurso em Londres, em julho de 2014, ele [Richard Dearlove, ex-chefe da agência de inteligência britânica MI6] disse que a política saudita diante dos jihadistas tem dois motivos contraditórios: medo de que operem na própria Arábia Saudita e desejo de usá-los contra os poderes xiitas no exterior. Ele disse que os sauditas são ‘profundamente atraídos por qualquer militância que possa efetivamente desafiar o xiitismo’.” P. 64-65.

“Quase todos os elementos significativos no plano de explodir aviões nas Torres Gêmeas e em outras edificações icônicas para os Estados Unidos conduziam à Arábia Saudita. Bin Laden era membro da elite saudita e seu pai fora um aliado próximo da família real saudita. Citando um relatório da cia de 2002, o documento oficial sobre o 11 de Setembro conta que a Al-Qaeda dependia, para seu financiamento de “diversos doadores e captadores de recursos, em especial nos países do Golfo e particularmente na Arábia Saudita”. Os investigadores encarregados do relatório tiveram sua ação repetidamente limitada, quando buscaram informações na Arábia Saudita. Entretanto, o presidente George W. Bush aparentemente nunca sequer considerou apontar os sauditas como responsáveis pelo ocorrido. A saída de líderes sauditas, inclusive parentes de Bin Laden, dos Estados Unidos foi facilitada pelo governo norte-americano nos dias que se sucederam ao 11 de Setembro. Ainda mais significativo: em nome da ‘segurança nacional’, 28 páginas do relatório da comissão encarregada de investigar os acontecimentos, dedicadas às relações entre os terroristas e a Arábia Saudita, foram suprimidas e nunca publicadas, apesar das promessas do presidente Obama em sentido contrário.

Em 2009, oito anos após o 11 de Setembro, um despacho da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, revelado pelo Wikileaks, queixava-se de que doadores sauditas constituíam a fonte mais significativo no financiamento de grupos de terror sunitas em todo o mundo.” P. 82-83.

“A ‘Guerra ao Terror’ fracassou porque não visou o movimento jihadista como um todo e, acima de tudo, não focou na Arábia Saudita e Paquistão, os dois países que impulsionaram o jihadismo como um credo e um movimento. Os Estados Unidos não o fizeram porque esses países eram importantes aliados, que não deveriam ser ofendidos. A Arábia Saudita era um mercado enorme para as armas norte-americanas e cultivou, até o ponto de comprar, membros influentes do establishment político norte-americano.” P. 84.

“As crenças do wahabismo, a versão puritana e literal do Islã, reconhecida exclusivamente pelo sistema educacional e jurídico saudita, não são muito distintas das da Al-Qaeda ou de outros grupos jihadistas salafistas que atuam no Oriente Médio. O wahabismo rejeita completamente outros tipos de oração islâmica, assim como crenças não muçulmanas [...].

Não há dúvida de que a propaganda wahabista, fartamente financiada, contribuiu para o aprofundamento e a violência crescente da luta entre sunitas e xiitas. Um estudo de 2013, publicado pelo diretório geral para políticas externas do Parlamento Europeu e intitulado ‘O envolvimento do salafismo/wahabismo no apoio e suprimento de armas para grupos rebeldes em todo o mundo’, começa afirmando: “A Arábia Saudita tem sido uma grande fonte de financiamento de organizações terroristas e rebeldes desde os anos 1980”. Acrescenta que o país ofereceu 10 bilhões de dólares para promover a agenda wahabista e prevê que ‘o número de lutadores jihadistas doutrinados’ irá crescer.” P. 117-118.

“A resposta dos Estados Unidos aos ataques de 11 de Setembro, em 2001, visou alvos errados: Afeganistão e Iraque foram identificados como os Estados hostis a serem derrubados. Enquanto isso, os dois países mais envolvidos com a Al-Qaeda e que favoreciam a ideologia por trás dos ataques – Arábia Saudita e Paquistão – continuavam quase ignorados e autorizados a agir livremente.

Ambos eram aliados antigos dos Estados Unidos e continuaram a ser – independentemente do 11 de Setembro. Agora, a Arábia Saudita pode estar retirando seu patrocínio aos combatentes da guerra santa na Síria e em outras partes do mundo, por medo de um efeito bumerangue dentro do próprio reino. O primeiro-ministro - Choque e Guerra - paquistanês, Nawaz Sharif, pode insistir que está fazendo de tudo para livrar os serviços de segurança de sua nação de elementos extremistas, mas até que os norte-americanos e seus aliados no Ocidente reconheçam que esses Estados são fundamentais na promoção do extremismo islâmico, pouco progresso real será feito na batalha para isolar os jihadistas.” P. 152-153.

COCKBURN, Patrick. A Origem do Estado Islâmico: O Fracasso da Guerra ao Terror e a Ascensão Jihadista. São Paulo: Autonomia Literária, 2015.

"Patrocinou o terror durante anos e apoiou terroristas, o país não se desculpou por isso. [...] Em 2008, um ex-criminoso e ex-agente da Al-Qaeda chamado Ali Ahmad Ali Hamad revelou algo terrível, ele disse que o Alto Comissariado Saudita para ajuda na Bósnia o contratou e outros membros da Al-Qaeda. A Arábia Saudita também alimentou o terror por meio de instituições de caridade desde o início dos anos 90 até o primeiro semestre de 2006, uma instituição de caridade com sede na Arábia Saudita chamada Liga Mundial Muçulmana estava apoiando organizações terroristas. Documentos posteriormente revelaram que a instituição de caridade era administrada em grande parte por membros da família real saudita. Os Estados Unidos agora o classificaram como uma entidade terrorista. Em 2003, um alto funcionário do tesouro dos EUA declarou a Arábia Saudita o "epicentro" do financiamento da Al-Qaeda. Riade [capital da Arábia] também apoiou o Talibã. Em 1998, o ex-chefe da inteligência saudita, Turki al Faisal, enviou um homem para entregar um cheque de um bilhão de riais a um alto funcionário do Taleban."

Bouzid Izerrougene, Ph.D em Economia na Universidade de Pari XIII, explana a hipocrisia dos príncipes sauditas: 

“A Irmandade Muçulmana e os países árabes do Golfo financiaram grupos terroristas d’Al-Qaeda e outros grupos salafistas para instalar na Síria, até então regime laico, um Estado nos cânones do fundamentalismo corânico. A identificação dos circuitos de financiamento é muito complexa, mas sabe-se que muito dinheiro sai dos cofres dos dignitários do Golfo para chegar aos jihadistas. Os endinheirados príncipes árabes, cuja riqueza privada se confunde com o erário, saiam de seus países e viajam para o exterior onde se divertem fazendo tudo que é pecado e proibido em seus países. Hipocritamente, para se redimir, compram indulgências transferindo fundos a ONGs e fundações ligadas a organizações terroristas em geral.” P. 29.

IZERROUGENE, Bouzid. O Extremismo Islâmico – Sua Pujança e Suas Debilidades. In: MALALA, São Paulo v. 5, n. 7, abr. 2017.

O documentário A Terceira Jihad: Visão do Islã Radical Para a América diz:

“O maior financiamento do terrorismo é, definitivamente, o petróleo. A Arábia Saudita lucra centenas de bilhões de dólares anualmente em receitas de petróleo, e no ano de 2006, por exemplo, eles lucraram mais de US$ 150 bi. Agora, como esse dinheiro está sendo usado? O dinheiro está sendo usado para uma variedade de propósitos, uma das quais é para disseminar sua visão peculiar do islã. [...] os sauditas, provavelmente nos últimos anos, passaram a gastar centenas de bilhões de dólares para criar madraças no Paquistão. Ele também é usado para financiar e armar os movimentos terroristas. Não é coincidência que 15 dos 19 sequestradores [no ataque as torres] eram de origem saudita.”

“[...] a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, diz que a Arábia Saudita é a origem da maior parte do dinheiro que financia grupos terroristas no Oriente Médio e no Paquistão.”

“‘[...] a Arábia Saudita continua a ser um financiador importante de grupos militantes islâmicos como a Al Qaeda, o Taleban, o LeT [o grupo Lashkar-e-Taiba, sediado no Paquistão] e outros grupos terroristas’, afirma [Hillary Clinton].”

“‘Os doadores na Arábia Saudita constituem a fonte mais significativa de fundos para grupos terroristas a nível mundial’, revela [Hillary Clinton].”