segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Faces da Perseguição: A Grande Seara no Irã – A História de Perseverança de Navid

Assim começa o depoimento de Navid, um cristão iraniano, sobre a perseguição aos seguidores de Jesus no Irã, país muçulmano de linha xiita:

“Em todo país islâmico, existem duas maneiras de oprimir os cristãos: uma delas é a perseguição da sociedade e a outra é do Estado Islâmico, já que essa é a identidade deles. Cristãos não são não bem vindos nesses países. Eles se perguntam como podem governar com a presença dos cristãos. Por isso, não gostam deles. Graças a Deus, nós não sofremos muita perseguição da sociedade, no Irã. A maioria das pessoas é tolerante. Por mais que a sociedade não pressione, ainda existe a perseguição das autoridades que desprezam os cristãos.”

Boa parcela da população iraniana está de saco cheio do islamismo, por isso o seu abrandamento em relação aos cristãos. Também contribui para isso, o crescimento  do ateísmo no mundo islâmico. As mulheres começam a ter coragem e se revoltam contra a opressão. Para muitos no Irã, ser muçulmano passou a ser apenas da boca para fora. E isto é muito bom. Mas ainda a falta de liberdade é implacável e massacrante, sobretudo, para os cristãos.

“O Irã é uma região onde os cristãos enfrentam perseguição extrema há anos. A situação é pior para cristãos ex-muçulmanos que se convertem à fé cristã e frequentam igrejas domésticas secretas. O país deseja ser complemente islâmico e se posiciona de forma rigorosa contra as igrejas domésticas. Os cristãos enfrentam pressão e tortura, e muitos precisam fugir.”

Navid, de muçulmano tornou-se cristão. Sua conversão é dramática. Segundo conta, ele teve uma visão do próprio Cristo que lhe apareceu e assim, não teve dúvidas de que tinha encontrado a verdade. Lógico que tal experiência é alvo de questionamentos e objeções, mas ele assegura que sua experiência foi real. De todo modo, tempos depois de se tornar cristão, teve que abandonar o país, devido as costumeiras e violentas perseguições do estado a igreja. Num determinado momento, as autoridades iranianas descobriram a sua igreja e todos foram presos.

“Naquela época, todos os membros da minha igreja foram presos. Somente os que não foram para lá escaparam. Mas eles prenderam todos os meus amigos. Realmente todos. Não só alguns. Não só os líderes. Mas todos. Nós tínhamos uma espiã entre nós. Pensávamos que ela fosse uma irmã na fé. Mas ela pertencia ao serviço secreto e conhecia cada um de nós.

Em uma manhã, às cinco horas, durante uma grande ação, oficiais do governo invadiram a casa dos membros da igreja e prenderam todos. Até as crianças de uns seis ou sete anos. Alguns deles ainda estão na prisão. Outros pagaram muito dinheiro, prometeram ficar quietos e sair do país.

Sabe, no Irã, nós vivemos constantemente sob um clima de vigilância. E depois dessa onda de prisões todos sabíamos que estávamos sendo controlados. Grampeavam telefones, vigiavam as casas. Procuravam uma razão para nos prender. Depois de tudo isso, faziam pressão psicológica com os cristãos. Eles ligavam para as casas e ameaçavam por telefone: ‘Nós vamos te matar e te prender. Você nunca mais verá sua mulher ou filhos. Se você desistir e continuar seguindo a sua religião, você arcará com as consequências. Nós machucaremos você, sua mulher e seus filhos’.”