O Ocidente
tem sido acusado repetidas vezes de ser extremamente homofóbico. Os ocidentais heterossexuais,
sobretudo cristãos, não deixam os gays em paz, com discursos carregados de um
ódio brutal e assassino, que têm vitimado fatalmente muitos homossexuais, travestis,
transgêneros e toda a comunidade “ltgbtjhzneyuonsmpç”, e quantas letras você
quiser incluir nessa patacoada.
Esse pessoal
só esquece de dizer, que, aqui, eles podem e têm uma liberdade muitíssimo maior que nos países onde os muçulmanos são maioria. Em países islâmicos,
apesar de existirem muitos gays, eles não dispõem da mesma autonomia que gozam
no mundo ocidental "opressor".
Os grupos de
esquerda sabem disso. Mas por mau caratismo mentem, omitem, minimizam toda a
violência que é dirigida aos homossexuais do Oriente Médio, África e Ásia. Todavia, neste caso, os fatos se impõem contra todo e qualquer discurso mentiroso.
O jornalista
Rodrigo Constantino joga essas verdades incomodas na cara dessa esquerda
fajuta:
“[...] não vemos os movimentos LGBTXYZ muito atuantes na
condenação da homofobia onde ela realmente existe, e onde se torna inclusive
leis ultrapassadas que chegam a punir com a morte a inclinação sexual do
indivíduo. A barbárie, que ainda existe entre nós, não é exposta, por um motivo
simples: ela reside em países africanos e muçulmanos, o que não rende pontos na
hierarquia politicamente correta.
[...]
Deve ser terrível ser gay fora do Ocidente, não é mesmo? Por
isso a Europa chega a oferecer asilo a homossexuais que vivem nesses países
africanos ou islâmicos. Mas não vamos cobrar coerência da esquerda, pois o
socialismo tem um só denominador comum: demonizar o próprio Ocidente e o homem
branco cristão ou judeu, a representação de toda a sua opressão histórica.
Já apontei essa contradição em artigos passados, e o deputado
do PSOL, Jean Wyllys, chegou a escrever uma tentativa de resposta. O que ele disse?
Que a homofobia e o preconceito existentes nesses locais foram levados pelo
homem branco! Sério: há ampla liberdade para gays na Califórnia, mas a culpa da
homofobia no Irã e na África é… do californiano! Ou melhor: do texano, que fica
mais palatável para a GNT people.
Seria cômico, não fosse trágico. E que as feministas não
fiquem assanhadas, pois o mesmo tipo de gritante contradição acontece em seus
próprios movimentos. A julgar pelas feministas, o Ocidente é um antro de
machismo opressor, enquanto o mundo muçulmano é “fofo”, como o africano. Deve
ser por isso que as mulheres na Arábia Saudita estão celebrando apenas agora o
simples direito de dirigir!
Fujam do Texas, gays e mulheres! Saiam já de São Paulo!
Afinal, como viver numa cidade com tantos evangélicos que falam em ‘cura gay’?
Procurem abrigo na África ou no Oriente Médio, à exceção de Israel. O problema
não está na civilização ocidental?”
Ayaan Hirsi
Ali, professora de Harvard e refugiada da Somália, tem propriedade para falar.
“É também o Paquistão, onde qualquer declaração que critique
o Profeta ou o islã é considerada blasfêmia e punível com a morte. É a Arábia
Saudita, onde igrejas e sinagogas são proibidas, e onde a decapitação é uma
forma legítima de punição, tanto assim que em agosto de 2014 houve quase uma
decapitação por dia. É o Irã, onde o apedrejamento é uma punição aceitável, e
os homossexuais são enforcados por seu ‘crime’. É Brunei, onde o sultão está
reinstituindo a lei islâmica da sharia e a pena capital para a
homossexualidade.” P. 14-15.
“Mais de trinta países islâmicos têm leis que proíbem a
homossexualidade e a consideram um crime, sujeito a punições variadas, de
açoitamento até prisão. Na Mauritânia, Bangladesh, Iêmen, partes da Nigéria e
Sudão, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Irã, os homossexuais condenados
podem ser sentenciados à morte. Na Arábia Saudita, um homem declarado culpado
de atividade homossexual pode ser executado ou receber cem chibatadas e uma
longa sentença de prisão. No Irã, os homens que exercem o ‘papel ativo’ recebem
cem chicotadas, ao passo que os ‘recipientes’ podem ser mortos. Para as
lésbicas, a punição são cem chibatadas; depois de quatro condenações, é a
morte. Um estudo de 2012 feito por um grupo iraniano de direitos humanos (IRQO)
em associação com a Clínica Internacional de Direitos Humanos da Escola de
Direito de Harvard concluiu que algumas lésbicas, homens gays, indivíduos
bissexuais e transgêneros no Irã são abertamente forçados a se submeter a
cirurgia para mudança de sexo.” P. 123.
“Como noticiou o semanário Der Spiegel, ‘Em Bagdá logo no
início do ano começou uma nova série de assassinatos contra homens suspeitos de
serem gays. Muitos são estuprados, têm a genitália decepada e o ânus fechado
com cola. Seus corpos são deixados em lixões ou largados na rua’. [...]
(Evidentemente a hipocrisia nessa questão é crassa, pois em todos os países
islâmicos existem populações significativas de gays e lésbicas. Dada a
dificuldade logística de ter relações com mulheres, por exemplo, há muito tempo
homens árabes recorrem a outros homens para satisfazer suas necessidades
sexuais. No Afeganistão, também, membros ricos de tribos sabidamente compram
meninos para seu prazer pessoal.)” P. 138.
“Vejamos, por exemplo, a transmissão de uma estação de rádio
muçulmana em Leeds, Inglaterra, durante o Ramadã, em 2011. Falando em urdu,
Rubina Nasir disse aos ouvintes do programa Sister Ruby Ramadan Special, da
rádio Asian Fever:
‘O que deve ser feito se eles [praticarem a
homossexualidade]? Se houver duas pessoas assim entre vocês, que cometam essa
perversidade, esse ato vergonhoso, o que você tem de fazer? Torturá-los;
puni-los; espancá-los e inflingir-lhes tortura mental. Alá manda: ‘Se eles
cometerem esse ato, puni-os, física e mentalmente. Punir mentalmente significa
repreendê-los, espancá-los, humilhá-los, admoestá-los e amaldiçoá-los, e
surrá-los. Essa ordem foi dada no princípio porque a pena capital ainda não
tinha sido decretada’.” P. 142.
ALI,
Ayaan Hirsi. Herege: Por Que o Islã Precisa de Uma Reforma
Imediata. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. (PDF).
Norma Braga,
Doutora em Literatura Francesa na UFRJ, traz os seguintes fatos:
“Em 2005, Arsham Parsi fugiu do Irã para preservar a própria
vida. Há quatro anos mantinha uma organização de defesa dos direitos dos
homossexuais por uma rede de e-mails, foi descoberto e começou a ser ameaçado.
Quando percebeu que a polícia tinha rastreado seu telefone, decidiu pedir asilo
no Ocidente e hoje mora no Canadá, onde se sente livre para continuar seu
trabalho. ‘A vida para um gay iraniano é muito dura, por falta de informação
sobre o assunto e falta de segurança também’, lamenta. ‘Ele tem que usar uma
máscara 24 horas por dia’. Parsi explica que a cultura iraniana pune o
homossexualismo com a morte. ‘Muitos não chegam a ser presos ou perseguidos
pela polícia, mas são executados pela própria família. Em geral, a sociedade
apoia a perseguição aos gays. No ano passado, por exemplo, soubemos do caso de
um pai que ateou fogo e matou o próprio filho, de 18 anos, para manter a honra
da família.’ Acrescenta que é impossível saber os números de execuções por
homossexualismo. ‘Não são divulgados pelo ministério da justiça’. [...] no Irã,
os homossexuais são os invisíveis da cultura.
Da mesma forma que o Irã, países como Arábia Saudita,
Emirados Árabes e Iêmen decretam colocam na prisão por um período que pode ir
de um a dez anos. Na África, a maioria dos países como Afeganistão, Sri Lanka,
Bangladesh, Singapura e Malásia aplicam detenção e multa, enquanto a Chechênia
prevê pena de morte. [...] Mesmo em países orientais onde não há pena de morte
para o homossexual, como Palestina e Jordânia, a população fica impune quando
mata um gay, o que ainda é comum. Assim, os gays se refugiam em Israel ou no
mundo ocidental, porque sabem que lá estarão seguros. pena de morte para o
homossexual, enquanto Iraque, Kuwait, Líbano, Omã, Qatar e Síria o
[...]
Em vez de buscar aprovar leis autoritárias, o lobby gay
poderia investir em campanhas de conscientização contra a verdadeira homofobia
(ódio) e, principalmente, engajar-se onde os homossexuais de fato precisam de
proteção, amparando pessoas como Parsi. Afirmar que eles não são livres em uma
cultura como a nossa é zombar dos gays enforcados, apedrejados e esfaqueados,
com o consentimento das leis e da população, nos países que não têm tradição de
liberdade individual – uma tradição que em grande parte foi fomentada pelo
cristianismo.” P. 79-81.
VENÂNCIO,
Norma Braga. A Mente de Cristo: Conversão e
Cosmovisão Cristã. São Paulo: Vida Nova, 2012.
O jornal
britânico O Guardião traz alguns fatos do passado, em que nos países muçulmanos
existia uma tolerância muito maior ao homossexualismo. Mas os tempos mudaram...
“No Irã hoje, lavat (sodomia) é uma ofensa capital e as
pessoas são frequentemente executadas por isso. Na Arábia Saudita, Sudão, Iêmen
e Mauritânia, a sodomia também é punível com a morte – embora nenhuma execução
tenha sido relatada há pelo menos uma década.
Entre outros países árabes, a pena na Argélia, Bahrein,
Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Omã, Catar, Somália, Tunísia e Síria é de
reclusão – até 10 anos no caso do Bahrein. Naqueles que não têm lei específica
contra a homossexualidade, os gays ainda podem ser processados sob outras leis.
No Egito, por exemplo, uma antiga lei contra a ‘devassidão’ é frequentemente
usada.
[...]
Uma razão para o número comparativamente pequeno de processos
[e execuções] é a ficção oficial de que gays não existem em grande medida nos
países muçulmanos; a homossexualidade é considerada principalmente como um
fenômeno ocidental e um grande número de prisões colocaria isso em questão.”
O jornal
alemão Deutsche Welle traz esta triste notícia:
“Shahamat Uddin mudou-se recentemente para os Estados Unidos
para procurar um futuro melhor depois de viver com medo por sua vida como um
homem gay marginalizado em Bangladesh, de maioria muçulmana.
Os numerosos casos de violência e perseguição da comunidade
LGBT+ em Bangladesh chocaram Shahamat.
O assassinato de Xulhaz Mannan em 2016 foi talvez o incidente
mais perturbador. Mannan e outro ativista LGBT+, Mahbub Rabi Tonoy, foram
mortos a golpes de faca no apartamento de Mannan por homens armados com facões.
A Al-Qaeda em Bangladesh acabou assumindo a responsabilidade pelos
assassinatos.”