quarta-feira, 21 de junho de 2017

O Dia Que Durou 21 Anos


O vídeo nos traz “um documento inédito com imagens reveladoras que mostram como e porque os Estados Unidos da América decidiram interferir na política interna do Brasil, com o pretexto do avanço comunista vitorioso em Cuba. Criando as condições para o golpe militar de março de 1964.”

O Brasil era uma super potencia regional. Um país imenso com vasto potencial econômico. Vasto potencial de liderança. Os EUA não podiam se dar ao luxo de perdê-lo.

O Professor de História da UFRJ, Carlos Fico argumenta que o embaixador americano Gordon Lincoln foi de extrema importância para o êxito do golpe. A embaixada americana teve uma importância enorme naqueles anos. Ela nunca investiu tanto dinheiro como na época do golpe e da ditadura.

A revolta militar foi fomentada por Magalhães Pinto, Adhemar de Barros e Carlos Lacerda, governadores dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, com o apoio dos grandes veículos de comunicação.

Fazendo uma breve retrospectiva do poder político das Forças Armadas brasileiras, elas adquiriram grande poder de influência após a Guerra do Paraguai. A politização das instituições militares ficou evidente com a Proclamação da República, que derrubou o Império, com o tenentismo e a Revolução de 1930.

Em 1961, Goulart foi autorizado a assumir o cargo, sob um acordo que diminuiu seus poderes como presidente com a instalação do parlamentarismo. O país voltou ao sistema presidencialista um ano e alguns meses depois, e, como os poderes de Goulart cresceram, tornou-se evidente que ele iria procurar implementar políticas de esquerda, como a reforma agrária e a nacionalização de empresas em vários setores econômicos, independentemente do consentimento das instituições estabelecidas, como o Congresso.

Alguns autores afirmam que a ditadura, não foi exclusivamente militar, sendo, em realidade, civil-militar. Pelo menos no início, houve apoio ao golpe de alguns segmentos minoritários da sociedade: a elite que dominava o Brasil havia séculos, uma grande parte da classe média (que na época girava em torno de 35% da população total do país) e o setor conservador e anticomunista da Igreja Católica, na época majoritários dentro da Igreja.

Vivia-se, naquela época, a Guerra Fria quando os Estados Unidos procuravam justificar sua política externa intervencionista com sua suposta missão de liderar o "mundo livre" e frear a expansão do comunismo. A violenta luta internacional entre Estados Unidos e União Soviética, capitalistas e comunistas encontrou eco nos discursos da política brasileira.

Goulart procurava impulsionar o nacionalismo trabalhista através das reformas de base. Os setores mais conservadores, contudo, se opunham a elas. Um evento que aumentou a insatisfação entre setores conservadores militares ocorreu quando Jango decidiu apoiar os militares revoltosos de baixa patente da Revolta dos Marinheiros.

No dia 13 de março de 1964, João Goulart assina em praça pública, no Rio de Janeiro, três decretos, um de encampação das refinarias de petróleo privadas, outro de reforma agrária à beira de rodovias, ferrovias, rios navegáveis e açudes e um decreto tabelando aluguéis. Esses decretos de 13 de março foram usados como pretexto pelos conservadores para deporem João Goulart.

Entre os militares, um grupo defendia medidas rápidas diretas e concretas contra os chamados subversivos, ou inimigos internos, estes militares apoiavam sua permanência no poder pelo maior tempo possível; ao contrário do grupo anterior, o segundo era formado por militares que tinham por doutrina a tradição de intervenções moderadoras.

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