quinta-feira, 8 de junho de 2017

Tempo de Glória



Os Estados Unidos foi mais um país que vergonhosamente fez uso do trabalho dos negros vindos da África, escravizando-os e desumanizando-os. Grande parte de sua riqueza foi adquirida sob o manto de sangue e muito sofrimento de um povo retirado de suas terras, num outro continente, para trabalharem coagidos nas plantações do novo mundo. Todavia, chegou um momento em que a escravidão estava se tornando inviável a nação. Sem concordância entre os Estados do norte e do sul, instala-se a Guerra Civil Americana, ou Guerra de Secessão, iniciada em 1861 até 1865.

Soldados da União contra soldados confederados. Norte livre e industrializado, contra o sul escravocrata e rural. Dois polos divergentes lutando pelos seus interesses econômicos. Uma nação dividida. O chefe do executivo, o Presidente Abraham Lincoln era a favor do fim do sistema escravocrata. Os grandes senhores sulistas, aflitos, não queriam perder a mão de obra escrava, que lhes davam grandes somas de dinheiro anuais.

Os negros, que sempre foram maltratados e humilhados naquela sociedade racista, agora tinham a chance de mostrarem o seu valor na guerra, não sem sofrerem os velhos e costumeiros preconceitos, discriminações, piadas desonrosas e adjetivos ultrajantes, como macacos, crioulos, bichos...

Tempo de Glória é a história real de um regimento formado por combatentes negros, em 1862. Inicialmente, eles foram convocados não para lutar na frente de batalha, mas para fazerem trabalhos secundários e sem muita importância na guerra. Não tinham o fardamento, não tinham sapatos, não tinham a atenção que lhes eram devidas. Eram extremamente disciplinados e organizados, aprendiam as táticas e técnicas das batalhas rapidamente. Estavam prontos para defender a União, o lado norte.

O filme nos mostra a convocação, o treinamento, as disputas internas, a convivência tensa entre brancos e negros e as duas batalhas importantes travadas por esse regimento. Traz atores consagrados como Morgam Freeman e Denzel Washington. Este, um preto briguento, chato e petulante, que não abaixava a cabeça para ninguém, sendo até brutalmente castigado pela sua rebeldia.

Uma ótima película para entender um pouco do que foi a única guerra que ocorreu em solo norte-americano, travada por eles mesmos, tendo como enfoque principal, o papel dos negros no campo de batalha.

O fato é que os Estados da União venceram a guerra, mas os negros do sul, agora livres, não tiveram suas vidas tão mudadas, apesar de estarem pelo menos em teoria libertos do chicote dos feitores. Praticamente nada mudou em suas vidas, que ainda continuavam miseráveis, e agora amargavam todo o veneno e ressentimento do racismo dos brancos sulistas inconformados com o fim da escravidão.

Logo em seguida ao fim da guerra, surge a Ku Klux klan, organização racista que tocou terror no sul, matando, torturando e infernizando a vida dos recém libertos negros. Até hoje o espírito nojento da KKK contamina milhões de norte-americanos, que se acham superiores por terem um tom de pele claro. Várias seitas estão presentes, alegando a superioridade branca, convencendo e doutrinando a muitos jovens, de que os problemas sociais que afligem a nação, é culpa exclusivamente dos negros, asiáticos, mexicanos, imigrantes...

Ok, muita enrolação já. O filme não menciona nada disso.

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