O racismo norte-americano é PERVESO, NOCIVO, GROTESCO, NOJENTO, uma VERGONHA para aquele país. Entretanto, nesse macabro time, muitos outros países não
escapam de terem em suas fileiras um histórico grotesco de racismo que perdura
até hoje.
O Brasil é um exemplo clássico. O documentário da BBC, Racismo: Uma História, chega à seguinte
conclusão:
"Os
chefes militares brasileiros são completamente brancos. A elite política
brasileira foi, até recentemente, completamente branca. [...] o Brasil manteve
a democracia racial, significando que o homem branco deita com mulheres negras
sem sentir culpado, gerando crianças mestiças de grande beleza. Mas o sistema
permanece perversamente desigual. O Brasil é a sociedade mais desigual do mundo
ocidental. E os negros estão completamente no fundo da base. É um sistema
pernicioso. É um Apartheid, sem as leis do Apartheid. E no topo é absolutamente
racista".
Na Rússia, ex país líder da maior experiência comunista já feita, a
coisa é muito feia para os negros lá. Theodore Dalrymple, Psiquiatra que tem
uma substancial literatura que trata de temas culturais contemporâneos,
escreve:
"Os
negros não podem andar com segurança pelas ruas de Moscou." P. 16.
"Negros
em Moscou correm o risco de sofrer agressão, especialmente se estiverem na
companhia de mulheres russas." P.
65.
---------------------------------
DALRYMPLE, Theodore. Em Defesa do Preconceito. São Paulo: É Realizações, 2015. (PDF).
Na África, a vida que os negros levam, de um modo geral, é
indiscutivelmente pior que a dos negros nos EUA. Nem preciso citar fonte alguma
para tal asserção.
Num episódio do documentário O Mundo Segundo os Brasileiros: Porto, uma brasileira negra que mora nessa cidade, conta
essa história lamentável:
"[A
cidade do] Porto não tem tantos negros, tem muito mais em Lisboa, porque é mais
miscigenado. Então tem até umas histórias ‘engraçadas’. Um dia eu tava na ribeira
com uma amiga, e a gente estava conversando e vieram dois rapazes falar com a
gente; e aí um deles ficou conversando comigo, perguntou: ‘De onde você é? O
que você faz?”. Aí o assunto acabou, e ele falou assim: ‘Olha, mas você é meio
negra, né?’ Aí eu: ‘Não, sou inteira!’ Aí ele: ‘Não, não fica assustada não!
Não foi isso que eu quis dizer. Eu só quis dizer que tem piores’. Eu tava ali
do lado rio; joguei ele do rio. Mentalmente. Mas eu queria ter jogado. Mas
assim, eu levo na boa, não me preocupo muito.”
A experiência pessoal dessa garota, talvez seja um indicativo de uma
sociedade que ainda não superou o racismo. Claro que não estou equiparando o
racismo norte-americano ao que porventura ocorre em Portugal. Todavia, serve para
evidenciar um racismo generalizado, que não está preso apenas na região norte
da América, mesmo que seja num grau muito menor.
O país de Trump é apenas o mais visado nessa cruel realidade, e é até
compreensível isso. Mas talvez as palavras de Karnal e cia, sejam uma voz de
equilíbrio nessa temática:
"Quando
criticamos os EUA como um país que apenas pensa em si e apenas conhece o mundo
dentro de suas fronteiras, expressamos um sentimento de pesar por não sermos
conhecidos/reconhecidos por eles". P.
11.
"Os
EUA não são a única fonte dos problemas do mundo. P. 14.
"Tornou-se
hábito reclamar da arrogância do governo de Washington, como se algum governo
imperial do passado tivesse sido humilde, filantrópico ou expandido seu poder
em busca da melhoria coletiva da humanidade. Para piorar nossa angústia, a
alternativa é difícil: os governantes mais antiamericanos na Ásia ou América
Latina não parecem garantir a possibilidade de um mundo mais confiável ou
justo." P. 233-234.
--------------------------------
FERNANDES; Luiz Estevam; KARNAL, Leandro; MORAIS, Marcus Vinícius;
PURDY, Sean. História dos Estados Unidos: Das Origens ao Século XXI. São Paulo: Contexto, 2007. (PDF).
Nenhum comentário:
Postar um comentário