quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Reavivamento da Rua Azusa: A História Nunca Antes Contada


Esse é um documentário de máxima importância para quem estuda o movimento pentecostal e seus vários ramos eclesiásticos e teológicos espalhados pelos EUA (lugar de sua origem), América Latina, Brasil, África e finalmente a Coréia do Sul, país que concentra um grande número de adeptos dessa vertente do protestantismo. A riqueza documental com fotos, jornais, vídeos e artefatos daquele tempo são bem trabalhadas. Mostrando a repercussão que as reuniões religiosas na rua Azusa causaram na cidade de Los Angeles.

É um documentário totalmente PARCIAL e confessional. Os seus apresentadores e entrevistados acreditam piamente que o suposto falar em “línguas estranhas” é um fenômeno concedido pelo próprio Deus aos que aderem ao movimento e frequentam as suas reuniões. Gostando ou não, uma coisa não pode ser negada: O Pentecostalismo é um marco na história mundial do Cristianismo. Não é à toa, que inúmeras monografias, dissertações, teses, artigos científicos, livros, conferências e simpósios já foram e continuam sendo feitos para tentar entender o furdunço que os “faladores de línguas” causaram e causam.

O vídeo do começo ao fim aponta a questão racial tão presente na sociedade americana no começo do século XX, que separava negros e brancos. De modo surpreendente, as reuniões do movimento parecem ter quebrado um pouco as correntes da segregação racial, muito antes dos direitos civis na década de 1960. O documentário tem a ombridade de enfatizar que essa “união” não durou muito tempo, e logo, a separação racial mais uma vez entrou em vigor, e assim, a exemplo das demais igrejas estadunidenses, as comunidades pentecostais também passaram a se dividir em igrejas só para brancos e igrejas só para negros. Quando só houve uma reconsideração formal desse câncer chamado racismo, em 1994.

Quanto às críticas ao vídeo, apenas digo que não acredito nesse fenômeno como algo vindo de uma fonte espiritual externa (no caso, o Espírito Santo). Nem na igreja evangélica e muito menos na igreja católica, que pegou carona no movimento pentecostal e criou a Renovação Carismática Católica. Não sei das duas, qual é a pior. É hilário os católicos se rebaixarem a esse ponto de tentar imitar os cultos pentecostais. Evidência máxima de que sua tradicional liturgia é um marasmo chato, enfadonho e sem vida. 

Lembro-me de uma entrevista que o Gutiérrez Siqueira fez com o renomado erudito pentecostal, Amos Yong, sobre a quantidade de estudos linguísticos que indicam que as glossolalias das reuniões pentecas, não são um idioma. A resposta do Yong foi:

“Embora a maior parte das glossolalias não sejam línguas [como indicam os estudos], isso não significa que, pela fé, se possa negar que tal linguagem seja entendida no sentido paulino como ‘línguas dos anjos’ (1 Co 13. 2).” [1]

E bote fé nisso! O comprometimento chega a tal ponto, que aparentemente nada pode dissuadi-lo do contrário. Se é assim com ele, que é um acadêmico, imagine com toda uma legião de “faladores de línguas”, mundo a fora?!  

REFERÊNCIAS



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