Assistindo mais uma palestra do I Congresso Brasileiro de Design Inteligente, o palestrante Marcos Romano (Psiquiatra pela UNICAMP, ex-Professor da PUC-Campinas,
Especialista em Dependência Clínica pela UNIFESP e Especialista em Transtorno
do Déficit de Atenção), de maneira pouco atraente e até mesmo atrapalhada, nos
apresenta suas “pesquisas” sobre a dualidade Mente-Cérebro, como um empecilho
ao materialismo rígido proposto pelos Neurocientistas.
Parecia uma apresentação de aluno no curso universitário de graduação,
que se atém apenas aos slides. Percebe-se claramente que o conhecimento dele
sobre o assunto é bastante superficial. Mesmo sendo Médico-Psiquiatra e
palestrar com tanta empolgação, se reservou a comentar algumas obras que tratam
do assunto, e não muito mais que isso. Aposto que o descontentamento foi geral na plateia.
Mas dá para extrair algumas coisas do que ele disse. A última obra do
Thomas Nagel (Ph.D em Filosofia na Universidade de Harvard), Mente e Cosmos, é
mencionada como uma bomba na visão reducionista materialista da Academia. É do
conhecimento de todos, que Nagel é um ateu, mas surpreende a todos, reconhecendo nesse livro as
deficiências epistemológicas e metafísicas do materialismo darwinista. Nagel diz:
Nós e
outras criaturas com vida mental somos organismos, e nossa capacidade mental
depende aparentemente de nossa constituição física. Portanto, aquilo que
explicar a existência de organismos como nós deve explicar também a existência
da mente. Mas, se o mental não é em si mesmo somente físico, não pode, então,
ser plenamente explicado pela ciência física. E então, como vou argumentar mais
adiante, é difícil evitar a conclusão que aqueles aspectos de nossa
constituição física que trazem o mental consigo também não podem ser explicados
pela ciência física. Se a biologia evolutiva é uma teoria física – como
geralmente é considerada – então não pode explicar o aparecimento da
consciência e de outros fenômenos que não podem ser reduzidos ao aspecto físico
meramente. [...] Uma alternativa genuína ao programa reducionista [do
darwinismo] irá requerer uma explicação de como a mente e tudo o que a acompanha
é inerente ao universo. [1]
Romano complementa:
[...] Como
pode a ideia de que a mente a humana ser produto da evolução ser um fato
inquestionável? Não é. Não tem como. Nós não possuímos uma teoria científica
séria que possa explicar os poderes e propriedades da mente humana.
Uma interessante questão que ele coloca, vem da sua área de atuação, a
Psiquiatria, que vê a Esquizofrenia e a Bipolaridade como doenças do cérebro,
mas se não existe a dualidade mente-cérebro, como pode, por exemplo, o esquizofrênico
detectar o seu próprio delírio? Seria isso uma evidência de que a mente é
distinta do cérebro?
[...] Mas
se o cérebro e a mente são a mesma, que é o que eles [materialistas] alegam,
como seria possível que o indivíduo pudesse perceber o seu delírio como delírio
e não se deixar influenciar por ele?
REFERÊNCIAS:
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