quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O QUE NOS FAZ HUMANOS? Desafios Atuais na Compreensão da Mente Humana e suas Implicações para o Debate Evolução Versus DI


Assistindo mais uma palestra do I Congresso Brasileiro de Design Inteligente, o palestrante Marcos Romano (Psiquiatra pela UNICAMP, ex-Professor da PUC-Campinas, Especialista em Dependência Clínica pela UNIFESP e Especialista em Transtorno do Déficit de Atenção), de maneira pouco atraente e até mesmo atrapalhada, nos apresenta suas “pesquisas” sobre a dualidade Mente-Cérebro, como um empecilho ao materialismo rígido proposto pelos Neurocientistas.

Parecia uma apresentação de aluno no curso universitário de graduação, que se atém apenas aos slides. Percebe-se claramente que o conhecimento dele sobre o assunto é bastante superficial. Mesmo sendo Médico-Psiquiatra e palestrar com tanta empolgação, se reservou a comentar algumas obras que tratam do assunto, e não muito mais que isso. Aposto que o descontentamento foi geral na plateia.

Mas dá para extrair algumas coisas do que ele disse. A última obra do Thomas Nagel (Ph.D em Filosofia na Universidade de Harvard), Mente e Cosmos, é mencionada como uma bomba na visão reducionista materialista da Academia. É do conhecimento de todos, que Nagel é um ateu, mas surpreende a todos, reconhecendo nesse livro as deficiências epistemológicas e metafísicas do materialismo darwinista. Nagel diz:

Nós e outras criaturas com vida mental somos organismos, e nossa capacidade mental depende aparentemente de nossa constituição física. Portanto, aquilo que explicar a existência de organismos como nós deve explicar também a existência da mente. Mas, se o mental não é em si mesmo somente físico, não pode, então, ser plenamente explicado pela ciência física. E então, como vou argumentar mais adiante, é difícil evitar a conclusão que aqueles aspectos de nossa constituição física que trazem o mental consigo também não podem ser explicados pela ciência física. Se a biologia evolutiva é uma teoria física – como geralmente é considerada – então não pode explicar o aparecimento da consciência e de outros fenômenos que não podem ser reduzidos ao aspecto físico meramente. [...] Uma alternativa genuína ao programa reducionista [do darwinismo] irá requerer uma explicação de como a mente e tudo o que a acompanha é inerente ao universo. [1]

Romano complementa:

[...] Como pode a ideia de que a mente a humana ser produto da evolução ser um fato inquestionável? Não é. Não tem como. Nós não possuímos uma teoria científica séria que possa explicar os poderes e propriedades da mente humana.

Uma interessante questão que ele coloca, vem da sua área de atuação, a Psiquiatria, que vê a Esquizofrenia e a Bipolaridade como doenças do cérebro, mas se não existe a dualidade mente-cérebro, como pode, por exemplo, o esquizofrênico detectar o seu próprio delírio? Seria isso uma evidência de que a mente é distinta do cérebro?

[...] Mas se o cérebro e a mente são a mesma, que é o que eles [materialistas] alegam, como seria possível que o indivíduo pudesse perceber o seu delírio como delírio e não se deixar influenciar por ele?

REFERÊNCIAS:

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