Documentário antigo, lançado em 1977, sobre o maior fisiculturista
da época ou de todos os tempos, Arnold Schwarzenegger. Os protagonistas, além
do Arnold, são o seu amigo Franco Columbu e o jovem Louis Ferrigno. Este último
é o lendário Incrível Hulk, o monstro verde daquela série meio trash dos anos 70
e 80.
Os três disputam o Mr. Olympia de 1975, na África do Sul. Nessa
época, o Arnold já tinha vencido 5 Mr. Olympia consecutivos. Seria o último campeonato
disputado por ele no fisiculturismo profissional. E não deu outra, ele se sagra
hexa campeão.
Durante todo o filme, percebe-se em suas falas, um Arnold
feliz, de bem com vida, extrovertido, e por vezes irônico. E também é fácil ver
uma certa arrogância em seus discursos. Mas para quem já tinha ganhado 5 vezes
o maior e mais prestigiado torneio dos homens mais fortes e mais bem esculpidos,
realmente fica difícil não deixar transparecer um certo orgulho e vaidade de
si.
Arnold fala de sua paixão pela musculação:
“A melhor sensação que existe numa academia, o mais
satisfatório é o esforço do músculo. Digamos que você exercita o bíceps. Os músculos
se enchem de sangue, e você sente isso. Os músculos ficam enormes, como se a
pele fosse arrebentar de imediato. Ficam enormes, como se alguém os estivessem
inflando com ar. Eles inflam e você fica diferente. É fantástico. Para mim é
tão satisfatório como um orgasmo. Como ter relações com uma mulher e ejacular. É
como tocar os Céus com as próprias mãos. Tenho essa sensação de orgasmo na academia,
na minha casa, nos bastidores, quando exercito, e quando poso diante de 5.000
pessoas. Tenho orgasmos o dia todo. É genial, não? Estou no paraíso.”
Diz qual é o caminho para ser um campeão:
“O corpo não está acostumado a levantar nove, dez, onze ou
doze vezes o mesmo peso. Atravessar essa barreira da dor faz com que os
músculos cresçam. Uns sentem dor nos músculos e continuam sem parar. E as
últimas das três ou quatro repetições fazem com que os músculos cresçam. É o
que separa o campeão de alguém que não é. Se atravessar a barreira da dor, pode
ser um campeão. Se não atravessar, esqueça. É isso que falta na grande maioria,
garra. Garra para dizer: vou chegar até o final custe o que custar.”
Um atleta tão focado em ser o melhor, que nem ao enterro de
seu pai, ele foi, para que isso não atrapalhasse a sua concentração nos treinos
e no campeonato que se aproximava:
“Se quer se campeão, não pode deixar que nenhuma força
negativa o afete. Se antes de um concurso me envolvo com uma garota, isso pode
ter um efeito negativo em minha cabeça e anular meus esforços. Assim devo
reprimir as emoções e permanecer frio, de certo modo, antes de cada concurso. E
com as outras coisas é feita a mesma coisa. Se alguém me rouba o carro nesse
momento, não me importaria. Não posso deixar que me afete. Eu iria rir e diria
para me avisar a seguradora. Não posso deixar que isso me afete. Eu me
preparei pra isso. Para ficar frio e não permitir que as coisas me afetem. De certo
modo, foi triste quando meu pai morreu. Porque minha mãe me avisou por telefone
e me disse, seu pai morreu. E faltavam dois meses para um concurso. Ela perguntou
se eu ia ao enterro e eu disse que não. É tarde demais. Não posso fazer mais
nada. Sinto muito, mas não posso ir.”
Ele fez o certo? Acho que sim. Ir ao enterro do pai, não o traria
de volta e ainda poderia lhe custar à derrota na competição dois meses à
frente.
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