domingo, 11 de dezembro de 2016

Minha Breve História


HAWKING, Stephen. Minha Breve História. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013. (Versão em PDF).

Stephen Hawking o Cientista mais famoso do mundo. Aquele homem preso a uma cadeira de rodas cheia de apetrechos tecnológicos que o ajudam a se comunicar, devido as suas sérias deficiências físico-motoras e impossibilidade de falar qualquer coisa que possamos compreender. Por incrível que pareça, ele se tornou uma das figuras mais icônicas e pitorescas das últimas décadas. Virou um ídolo da cultura pop, exatamente pelas suas limitações tão aparentes não terem limitado o seu gigante e assustador intelecto. Talvez se ele não tivesse adquirido essa doença degenerativa, não teria alcançado o que alcançou em suas abstrações teóricas no mundo da Física/Astronomia! Ou pode ser também, que caso ele não tivesse a Esclerose Lateral Amiotrófica, ele poderia ter ido muito mais além, e brindado o mundo da Ciência, com mais insights fabulosos sobre buracos negros, viagens no tempo, Big Bang e etc (algo que ele nega, e mostrarei o porquê).  


Pois bem, como o título já diz, é uma breve biografia sobre esse ilustre acadêmico da Física. Hawking relata brevemente a história de sua infância, família, vida estudantil, vida acadêmica, sua doença, seus casamentos (sim, ele casou duas vezes), seus filhos (sim, ele teve filhos), descobertas científicas, seus livros...


“Minha deficiência não foi um obstáculo sério no meu trabalho científico. Inclusive, acho que de certa forma foi uma vantagem: não tive de dar palestras ou aulas a estudantes de graduação, nem precisei participar de tediosos comitês que consomem muito tempo. Dessa forma, pude me dedicar por completo à pesquisa.” P. 87

Pensando por esse lado, ele tem toda a razão. Para muitos Professores universitários é um saco, um tédio, uma bosta, na verdade, ter que dar aulas para alunos de graduação. Ter que se dá ao trabalho de corrigir provas, organizar seminários de temas triviais, explicar e (re)explicar assuntos que eles nem tem mais paciência, passar por procedimentos burocráticos e se estressar com alunos metidos, ao invés de estar em campo, fazendo pesquisas relevantes, descobrindo as nuances da natureza, é com certeza uma tortura, ao qual muitos têm que se submeter.


“Para os meus colegas de trabalho, sou apenas mais um físico, mas para o público em geral, me tornei possivelmente o cientista mais famoso do mundo. Isso se deve em parte ao fato de que, com a exceção de Einstein, cientistas não são astros de rock conhecidos por todos, e em parte porque me encaixo no estereótipo do gênio deficiente. Não posso me disfarçar com uma peruca e óculos escuros — a cadeira de rodas me denuncia.” P. 87.

Mesmo sendo inegavelmente reconhecido e aplaudido pelos seus pares e estudiosos de outras áreas, Hawking não está isento de críticas. Fez declarações nos últimos anos em sua área, que foram amplamente rejeitadas pelos Físicos. Assim como fez declarações em livro recente, afirmando que a Filosofia está morta, daí nem preciso dizer, que houve uma enxurrada de críticas.


“Ser famoso e facilmente reconhecível tem seus prós e contras. Os contras são o fato de que pode ser difícil fazer coisas comuns, como ir às compras sem ser importunado por pessoas querendo tirar fotos, e de que no passado a imprensa se interessou de maneira pouco saudável pela minha vida pessoal. Mas os contras são mais do que compensados pelos prós. As pessoas parecem genuinamente felizes em me ver”. P. 87.


Agora uma das afirmações mais curiosas vem a seguir:

“Tive e tenho uma vida completa e prazerosa. Acredito que pessoas com deficiências devem se concentrar nas coisas que a desvantagem não as impede de fazer, e não lamentar as que são incapazes de realizar. No meu caso, consegui fazer quase tudo o que queria. Viajei bastante. Visitei a União Soviética sete vezes. Da primeira vez, fui com um grêmio estudantil em que um dos membros, um batista, queria distribuir Bíblias em russo e nos pediu para entrar com elas clandestinamente. Conseguimos fazer isso sem sermos pegos, mas, quando chegou a hora de irmos embora, as autoridades já tinham nos descoberto e nos detiveram por um tempo. Porém, nos acusar de contrabandear Bíblias teria causado um incidente internacional, além de publicidade desfavorável, de forma que nos liberaram após algumas horas.” P. 88.

Aposto que a maioria não sabia dessa peripécia do Hawking. Ele, ateu, levando Bíblias para URSS! Eu contando, ninguém acredita!

Nenhum comentário:

Postar um comentário