quarta-feira, 7 de junho de 2017

O Homem Que Viu o Infinito


Se não existe nada de bom que podemos extrair da estrutura sócio-política-cultural da Índia, um país altamente desigual e sombrio, pelo menos, temos belos exemplos de alguns de seus cidadãos, que deram uma grande contribuição positiva a sociedade global. Nesse caso, realizações extraordinárias na Matemática.

Ramunajan foi uma dessas pessoas. Figura brilhante, diga-se de passagem, que intuía de modo assombroso intricadas fórmulas matemáticas até então impossíveis, que o fez se tornar, não sem muito esforço e força de vontade, membro da Sociedade Real da Trinity, na Universidade de Cambridge, Inglaterra.

Na Índia no início do século XX, na iminência da primeira guerra mundial (1914), Ramunajan cria do “nada” equações e fórmulas matemáticas, que ele urgentemente precisava mostrar ao mundo. Resolve enigmas matemáticos complexos que eram considerados impossíveis de serem solucionados.

Consegue entrar na Trinity, quando Hardy, um Professor, vê nele uma potencialidade enorme, que mudará os rumos da Matemática. Mas há um problema: Ramunajan sempre apresenta suas conclusões (fim). Hardy insiste durante todo o filme para que ele apresente as provas (meios), pois se não proceder assim, não será aceito e nem ouvido pela comunidade de Matemáticos.

Ramunajan tem intuições poderosas para formular equações extremamente complexas, sem ter passado por nenhuma escola especializada em números. Todavia, não sabe apresentar as provas exigidas por Hardy. Para ele, suas equações estão matematicamente corretas e ponto final. Hardy sabe que ele provavelmente esteja certo; acredita piamente que está diante de um gênio comparado a Newton. Mas precisa das malditas provas.

Não demora muito para que o preto indiano provoque invejas grosseiras dos próprios acadêmicos velhotes, que passaram a vida inteira estudando, e que agora, estão diante de um moleque saído do fundo do poço de um país atrasado e incivilizado, que sabe lidar com proeza e façanha o universo dos números. Sem argumentos, acusam-no de embusteiro e impostor, e ainda querem puxar o tapete de Hardy, seu protetor na Universidade.

Ramunajan finalmente apresenta as malditas provas solicitadas, e adivinhem: o indiano estava correto. Possuía as intuições certas, revolucionando para sempre o mundo abstrato da Matemática. Acaba sendo aceito na Sociedade Real.

Hardy, seu incentivador, em discurso para os Professores do Trinity, disse o seguinte:

“Bem, agora vemos o trabalho [de Ramunajan] com petições e o enorme avanço que foi obtido. Tudo isso, entendam, por um homem cujos limites do conhecimento quando o conheci eram impressionantes quanto profundos. As opiniões podem diferir quanto à importância do trabalho de Ramunajan e a influência que pode ou não ter na Matemática do futuro. Mas um dom que ele apresenta é sua profunda e invencível originalidade. [...] Ele me disse, que para ele, uma equação não tinha significado a não ser que expressasse o pensamento de Deus. Bem, apesar de tudo em mim indicar o contrário, talvez ele esteja certo. Pois esta não é exatamente a justificativa para a Matemática pura? Somos meros exploradores do infinito em busca da perfeição absoluta. Nós NÃO INVENTAMOS essas fórmulas, elas já EXISTEM e, adormecidas, esperam que mentes mais brilhantes como as de Ramunajan as encontrem e as comprovem.” (Ênfase acrescentada).

Poderosa história real, de um verdadeiro gênio e intelecto poderoso. Filme fantástico. 

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