Era o ano de 1936. Dois países: Estados Unidos e Alemanha.
Algo em comum entre eles: racismo, preconceito e discriminação aprovados,
incentivados e legalizados pelo Estado. Duas etnias vitimizadas e humilhadas: negros
e judeus. Na América: os de “cor” segregados. No Terceiro Reich: os descendentes
de Abraão despojados de quaisquer direitos. Um evento: Olimpíadas na Alemanha
de Hitler. Impasse: negros e judeus disputando medalhas no maior evento
esportivo do planeta, em território nazista.
Apenas essas “bobagens” que Raça traz para o cinema.
Jesse Owens é um jovem negro americano, que vive na cidade
de Ohio, que corre muito. Não, não, me enganei - ele não corre muito. Ele corre
MUITO. Um atleta de alto padrão, extremamente veloz, que não dá chance para os
seus adversários. Ele consegue uma vaga para a Universidade Estadual de Ohio,
onde terá a oportunidade de ouro de mostrar o quanto ele é rápido e capaz no
atletismo. O Professor esportivo Snyder
percebe logo de cara, a potencialidade que Owens tem para competir e ganhar
corridas. Não demora muito, não sem esforço e vencendo o costumeiro racismo
daquela sociedade, para que Owen seja chamado para competir nas Olimpíadas de
Berlin que se aproximam.
Um grande problema é que o regime nazista não quer que
negros e judeus venham competir nos jogos olímpicos. O que fazer diante de uma arbitrariedade
tão absurda? O Comitê Olímpico Americano está dividido. Um de seus representantes,
Sr. Brundage, vai ter com Josef Goeebels, líder nazista e grande responsável
pelas Olimpíadas que estão para acontecer. Ele pergunta a Goeebels:
“Querem ser lembrados como aqueles que sediaram os jogos sem
os EUA? [...] Ouçam, não estou aqui para dizer como devem governar seu país. Se
entro na casa de alguém, não vou urinar no tapete. Mas não espero que sirvam estrume
e digam que é foei gras. Querem usar esses jogos para vender suas ideias torpes
ao mundo. E estou aqui para dizer que ninguém vai aceitar isso. Precisam mudar
esse comportamento! [...] E quero a palavra de vocês, hoje, de que não excluirão
judeus e negros dos Jogos. Sendo cidadãos americanos, traremos marcianos se
quisermos!”
Ele tem a palavra do fantoche de Hitler de que os Estados
Unidos poderão levar seus atletas negros e judeus para competirem em solo
alemão.
Uma organização negra pede para que Owens não vá para
Berlin, argumentando que ir competir nesses jogos é de certa forma apoiar o
regime racista do nazismo. Owens fica pensativo e até diz dias depois ao seu
treinador que não irá aos jogos. Porém, volta atrás e decide viajar para a
Alemanha e ganhar daqueles alemães FDP.
Quando ganha sua primeira medalha de ouro, Hitler não o
recebe. Um nazista diz que o Führer precisou sair mais cedo. Mera desculpa para
não receber um negro, que se mostrou melhor atleta que os seus adversários
anfitriões. Goebeels, que está presente solta o seu veneno:
“Acha mesmo que ele [Hitler] vai concordar em ser fotografado
apertando a mão dessa coisa [Owens]?”
Não importa. Owens estabelece novos recordes olímpicos e
acaba ganhando quatro medalhas de ouro, humilhando o regime nazista em seu
próprio território. Foi o grande atleta daquelas Olimpíadas dos anos 1930.
O restante nós já sabemos a história: os nazistas invadem a
Polônia em 1939, e a Segunda Grande Guerra Mundial se inicia, deixando um rastro
de mortes e horror.
Filme muito bom.
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