terça-feira, 13 de junho de 2017

Raça


Era o ano de 1936. Dois países: Estados Unidos e Alemanha. Algo em comum entre eles: racismo, preconceito e discriminação aprovados, incentivados e legalizados pelo Estado. Duas etnias vitimizadas e humilhadas: negros e judeus. Na América: os de “cor” segregados. No Terceiro Reich: os descendentes de Abraão despojados de quaisquer direitos. Um evento: Olimpíadas na Alemanha de Hitler. Impasse: negros e judeus disputando medalhas no maior evento esportivo do planeta, em território nazista.

Apenas essas “bobagens” que Raça traz para o cinema.

Jesse Owens é um jovem negro americano, que vive na cidade de Ohio, que corre muito. Não, não, me enganei - ele não corre muito. Ele corre MUITO. Um atleta de alto padrão, extremamente veloz, que não dá chance para os seus adversários. Ele consegue uma vaga para a Universidade Estadual de Ohio, onde terá a oportunidade de ouro de mostrar o quanto ele é rápido e capaz no atletismo.  O Professor esportivo Snyder percebe logo de cara, a potencialidade que Owens tem para competir e ganhar corridas. Não demora muito, não sem esforço e vencendo o costumeiro racismo daquela sociedade, para que Owen seja chamado para competir nas Olimpíadas de Berlin que se aproximam.

Um grande problema é que o regime nazista não quer que negros e judeus venham competir nos jogos olímpicos. O que fazer diante de uma arbitrariedade tão absurda? O Comitê Olímpico Americano está dividido. Um de seus representantes, Sr. Brundage, vai ter com Josef Goeebels, líder nazista e grande responsável pelas Olimpíadas que estão para acontecer. Ele pergunta a Goeebels:

“Querem ser lembrados como aqueles que sediaram os jogos sem os EUA? [...] Ouçam, não estou aqui para dizer como devem governar seu país. Se entro na casa de alguém, não vou urinar no tapete. Mas não espero que sirvam estrume e digam que é foei gras. Querem usar esses jogos para vender suas ideias torpes ao mundo. E estou aqui para dizer que ninguém vai aceitar isso. Precisam mudar esse comportamento! [...] E quero a palavra de vocês, hoje, de que não excluirão judeus e negros dos Jogos. Sendo cidadãos americanos, traremos marcianos se quisermos!”

Ele tem a palavra do fantoche de Hitler de que os Estados Unidos poderão levar seus atletas negros e judeus para competirem em solo alemão.

Uma organização negra pede para que Owens não vá para Berlin, argumentando que ir competir nesses jogos é de certa forma apoiar o regime racista do nazismo. Owens fica pensativo e até diz dias depois ao seu treinador que não irá aos jogos. Porém, volta atrás e decide viajar para a Alemanha e ganhar daqueles alemães FDP.

Quando ganha sua primeira medalha de ouro, Hitler não o recebe. Um nazista diz que o Führer precisou sair mais cedo. Mera desculpa para não receber um negro, que se mostrou melhor atleta que os seus adversários anfitriões. Goebeels, que está presente solta o seu veneno:

“Acha mesmo que ele [Hitler] vai concordar em ser fotografado apertando a mão dessa coisa [Owens]?”

Não importa. Owens estabelece novos recordes olímpicos e acaba ganhando quatro medalhas de ouro, humilhando o regime nazista em seu próprio território. Foi o grande atleta daquelas Olimpíadas dos anos 1930.

O restante nós já sabemos a história: os nazistas invadem a Polônia em 1939, e a Segunda Grande Guerra Mundial se inicia, deixando um rastro de mortes e horror.

Filme muito bom.  

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