quinta-feira, 27 de maio de 2021

Sam Harris e o Islã

Sam Harris, Ph.D em Neurociência na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, é um ateu conhecido por seus escritos inflamados contra a religião em geral. Apesar dele ter grande apreço pela meditação budista, e tê-la praticado por muitos anos, já sendo um cético. Sua jornada pelas entranhas da meditação oriental foi o que ele chama de uma “abordagem racional da espiritualidade”.

Mas estamos aqui, para recortar algumas partes do seu texto, sobre o islã. “Minhas opiniões sobre o Islã” é um texto contundente e brilhantemente escrito, uma verdadeira tapa na cara dessa mídia e docência mainstream, que têm tratado a religião de Maomé com uma condescendência irracional e politiqueira, desconsiderando os fatos que trazem à baila as crueldades e intolerâncias desse sistema totalitário criado no século VII.

Sam Harris escreve:

“Por considerar o Islã especialmente beligerante e hostil às normas do discurso civil, minhas opiniões são frequentemente descritas como ‘racistas’ por meus críticos. Dizem que estou sofrendo um terrível caso de ‘Islamofobia’. Pior ainda, estou espalhando essa doença aos outros e usando uma camada de ateísmo filosófico e ceticismo para justificar opressão política, tortura, e o assassinato de muçulmanos inocentes ao redor do mundo. Eu sou um ‘tonto da neocon,’ um ‘traficante de guerra,’ e um amigo de ‘fascistas.’ Em outras palavras, tenho sangue em minhas mãos.

[...]

Então, imagine: Uma cópia do Alcorão é queimada amanhã – ou simplesmente surge um rumor de ter sido queimado. O que vai acontecer se esse ato de sacrilégio for amplamente noticiado? Bem, nós podemos ter certeza que muçulmanos aos milhares, ou mesmo às dezenas de milhares, vão se insurgir – talvez numa dúzia de países. Vintenas de pessoas podem morrer como resultado. Com quem podemos contar para defender a liberdade de expressão em face da loucura religiosa? A página editorial do The New York Times vai lembrar ao mundo que pessoas livres deveriam ser livres para queimar o Alcorão ou qualquer outro livro sem ter medo de ser assassinado? Provavelmente não. Mas a Esquerda secular com certeza denunciará o intolerante que queimou o livro por sua ‘insensibilidade religiosa’ e o considerará amplamente (se não completamente) responsável pelo caos resultante e as pelas vidas perdidas. Será o trabalho de pastores cabeças-de-vento, supremacistas brancos, e outros conservadores da extrema Direita – e, claro, ‘Islamófobos’ como eu – nos lembrar de que a Primeira Emenda existe, de que livros não sentem dor, e de que as sensibilidades de todas as outras  religiões são regularmente importunadas sem que hajam similares rebeliões.

[...]

O termo ‘Islamofobia’ está sendo utilizado como um tipo de difamação intelectual  de sangue para proteger de crítica ideias intrinsecamente hostis.

[...]

Infelizmente, no caso do Islã, a má conduta dos piores indivíduos – os jihadistas, os assassinos de apóstatas, e os homens que tratam suas esposas e filhas como escravas — são os melhores exemplos da doutrina em prática aqueles que aderem mais estritamente aos verdadeiros ensinamentos do Islã.

[...]

Qual, por exemplo, é a pena por apostasia? Interessantemente, não está lá no Alcorão – lá, aos apóstatas é meramente prometido que eles pertencem ao inferno – mas fica dolorosamente claro nos haddiths, e na opinião de juristas muçulmanos e turbas islâmicas em todo lugar. O ano é 2013, e a pena para apostasia é a morte. [...] Desnecessário dizer que recebo e-mails de ex-mulçulmanos que estão bem cientes do que significa ser um ex-muçulmano. Dependendo de onde vivem, essas pessoas correm um risco real de serem assassinadas, talvez mesmo por membros de suas próprias famílias, por terem perdido sua fé.

Como o muito criticado Samuel Huntington disse uma vez: ‘O Islã tem fronteiras sangrentas.’ Sempre teve. Mas muitas pessoas parecem determinados a negar isso.

[...]

Neste momento da história, há apenas uma única religião que sistematicamente esgana a livre expressão com ameaças críveis de violência. A verdade é que nós já perdemos os direitos provenientes da Primeira Emenda no que diz respeito ao Islã.

[...]

“Considere o que de fato está acontecendo: Uma porcentagem dos muçulmanos do mundo – 5%? 15%? 50%? Ainda não está claro – estão exigindo que todos os não muçulmanos se adequem às escrituras da lei islâmica. E onde eles não imediatamente apelam para a violência, eles ameaçam. Carregar um sinal que diz “Decapitem aqueles que insultam o profeta” pode ainda contar como um exemplo de protesto pacífico, mas ainda é uma garantia de que sangue infiel seria derramado se o imbecil que segura a placa tivesse mais poder. Essa promessa grotesca é, com certeza, cumprida em quase toda sociedade islâmica.

[...]

A cegueira geral de acadêmicos seculares diante das raízes religiosas da violência islâmica é facilmente explicada. Como disse meu amigo Jerry Coynce certa vez, quando confrontado com o um motivo translucidamente religioso (por exemplo, 'Vou me explodir para alcançar o paraíso'), intelectuais seculares se recusam a considerar o óbvio; eles sempre buscam razões mais profundas – econômicas, políticas, ou pessoais – por trás dela. Entretanto, quando motivos econômicos, políticos ou pessoas são dados (por exemplo, 'Eu fiz porque ele roubou as terras da minha família, e me senti totalmente desamparado'), esses pesquisadores sempre levam tudo ao pé da letra. Eles nunca investigam motivos religiosos por trás de preocupações aparentemente terrenas. As regras do jogo são essas. É assim que um antropólogo como Scott Atran consegue entrevistar dúzias de jihadistas – cada qual falando sem parar sobre Deus e o paraíso – e concluir que a doutrina do Islã nada tem a ver com terrorismo.

[...]

Onde estão os terroristas suicidas entre os budistas tibetanos? Os tibetanos sofreram uma ocupação em todos os aspectos tão opressiva quanto qualquer uma já imposta a uma país islâmico. Como resultado, ao menos 1 milhão de tibetanos morreram, e sua cultura tem sido sistematicamente erradicada.  Mesmo sua linguagem tem sido tomada deles. Recentemente, eles começaram a praticar autoimolação como protesto. A diferença entre autoimolação e se explodir em meio a uma multidão de crianças, ou na entrada de um hospital, é impossível de ser exagerada, e revela uma grande diferença na atitude moral entre o Budismo Vajrayana e o Islã.

[...]

Finalmente, como eu regularmente enfatizo ao discutir o Islã, ninguém está sofrendo sob sua doutrina mais do que os próprios muçulmanos: muçulmanos jihadistas matam primariamente outros muçulmanos. E as leis contra apostasia, blasfêmia, idolatria, e outras formas de expressão pacífica diminuem as liberdades de muçulmanos muito mais do que as de não-muçulmanos que vivem no Ocidente. [...] Neste momento, milhões de mulheres e garotas foram abandonadas ao analfabetismo, casamento compulsório, e à vida de escravidão e abuso sob a guisa do ‘multiculturalismo’ e da ‘sensibilidade religiosa’.

O texto completo pode ser visto neste link abaixo.

quarta-feira, 26 de maio de 2021

O Islã é uma Religião da Paz? Muçulmanos Mostram Que Não

Na primeira parte, foi mostrado que nem todos os estudiosos e acadêmicos são patifes e mentirosos, que repetem o mantra de que o islã é de paz, e nada tem a ver com a violência. Agora, vamos as lideranças muçulmanas, que não escondem a verdade do que a sua religião realmente é.

Shadi Hamid, muçulmano, membro sênior da Brookings Institution, é autor de Excepcionalismo islâmico: Como a luta contra o Islã está remodelando o mundo e co-editor de Rethinking Political Islam.

“Uma esmagadora maioria de muçulmanos se opõe ao ISIS e sua ideologia. Mas isso não é exatamente o mesmo que dizer que o ISIS não tem nada a ver com o Islã, quando muito claramente tem algo a ver com isso.

Se você realmente olhar para a abordagem do ISIS para governança, seria difícil - impossível, na verdade - concluir que ele está apenas inventando as coisas à medida que avança e então dando a ele um brilho islâmico somente após o fato.

[...]

No final das contas, porém, não é meu trabalho fazer o Islã parecer bom ou argumentar que o Islã ‘é uma religião de paz’, quando a realidade é mais complicada. Temos que ser fiéis às nossas descobertas e conclusões, mesmo que - ou talvez especialmente quando - elas nos deixem mais desconfortáveis.”

Abdallah ‘Azzām, muçulmano, Ph.D em Estudos Islâmicos na Universidade islâmica de Al-Azhar, no Egito.

“A história só escreve suas linhas com sangue. A glória não ergue seu alto edifício exceto com crânios; honra e respeito não podem ser estabelecidos exceto numa fundação de aleijados e cadáveres. Os grandes impérios, povos, Estados e sociedades não podem ser estabelecidos senão com exemplos. De fato, os que pensam poder mudar a realidade ou a sociedade sem sangue, sacrifícios e inválidos, sem almas puras e inocentes, então não entendem a essência dessa religião [do islã].” P. 178-179.

CHEREM, Youssef Alvarenga. Jihad: Interpretações de um Conceito Polissêmico. In: CIÊNCIAS DA RELIGIÃO – HISTÓRIA E SOCIEDADE - v. 11 • n. 2 • 2013.

O Imame Yassin Elforkani, residente na Holanda, reconhece que o terrorismo tem raízes na própria teologia islâmica:

“Nós [muçulmanos] não podemos nos permitir desviar o olhar, temos de pensar criticamente a respeito de nós mesmos. […] Esses jovens partiram [para os atos terroristas] com ideais que não caíram do céu. Esses ideais coincidem com teorias elaboradas, com conceitos da teologia islâmica que são ensinados há décadas”. P. 200.

O clérigo muçulmano Ayad Jamal al-Din admite que o islã não é uma religião de paz, e que o ISIS, de certa forma, segue a jurisprudência islâmica:

“Eu digo que, ou seguimos o fiqh (direito religioso islâmico), caso em que o Isis está mais ou menos certo, ou então seguimos o direito civil humano esclarecido, segundo o qual os yazidis são tão cidadãos quanto os muçulmanos xiitas e sunitas. Temos de nos decidir entre seguir o direito civil humano, legislado pelo parlamento iraquiano, e seguir as fatwas emitidas pela jurisprudência islâmica. Não devemos dourar a pílula e dizer que o islã é uma religião de compaixão, paz e água de rosas, e que está tudo bem.” P. 201.

ALI, Ayaan Hirsi. Herege: Por Que o Islã Precisa de Uma Reforma Imediata. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. (PDF).

Documentário OBSESSÃO: A Guerra do Islã Radical Contra o Ocidente.

“A morte mais honrada é aquela que se mata [os não muçulmanos]. E a morte mais honrada e o martírio mais glorioso são aqueles em que um homem é morto em nome de Alá” - Hassan Nasrallah, Hizbolah Secretary Geral.

“Quem pode dizer uma verdadeira palavra contra o jihad contra esses colonialistas? Casais jovens devem ser sacrificados. Gargantas devem ser cortadas e crânios esmagados. Esse é o caminho para a vitória.” – Saudi Cleric, Aed Al-Qami.

“Americanos são bestas na forma humana.” - Mamoun al-Timimi, Political Commentator.

“O que deixa Alá feliz? Alá fica feliz quando não-muçulmanos são mortos.” - Abu Hamza Al-Masri.

O texto abaixo é de um site muçulmano:

"Sem dúvida, tomar a iniciativa de lutar tem um grande efeito em espalhar o Islã e trazer as pessoas à religião de Allah em multidões. Conseqüentemente, os corações dos inimigos do Islã estão cheios de medo da jihad."

"A evidência indica claramente que a espada é um dos meios mais importantes que levaram à disseminação do Islã."

"Se o Islã só fosse espalhado por meios pacíficos, do que o kuffaar teria que temer? De meras palavras faladas na língua?"

O acadêmico islâmico Mohamed Ould Khattari fala por MILHÕES de muçulmanos, neste seu ÓDIO visceral contra os judeus:

"O Alcorão nos educou para sermos inimigos dos judeus. Ele revelou suas características para nós. Ele nos mostrou que eles são as criaturas mais malignas, os inimigos jurados desta nação [islâmica]. [...] Eles são aqueles que lutaram contra o Islã em seu início, quando tentaram matar o Profeta Muhammad. Eles são ingratos e pessoas opressoras. Isso é o que Allah nos mostrou no Alcorão.

[...] Quando um muçulmano ouve falar de um judeu, ele fica enojado, porque evoca uma história de traição e opressão. É a lei de Alá que os judeus são ameaçadores e trazem má sorte. Ninguém jamais fez amizade com eles sem se arrepender."

Nasr Hamid Abu Zayd, Ph.D em Estudos Islâmicos e Árabes na Universidade do Cairo, Egito.

“Se seguirmos as regras de interpretação desenvolvidas a partir da ciência clássica da interpretação do Alcorão, não é possível condenar o terrorismo em termos religiosos. Ele permanece completamente fiel às regras clássicas em sua evolução da santidade para sua própria justificação. É aqui que reside o segredo de sua força teológica.”

Sheikh Issam Amira, líder da mesquita de Al-Aqsa no Monte do templo em Jerusalém, elogiou o assassinato do professor francês Samuel Paty, por um muçulmano.

"Quanto ao que as pessoas chamam de 'terrorismo' ... Quando um muçulmano de origem chechena decapitou um infiel que caluniou o profeta Maomé, as pessoas chamaram isso de 'terrorismo' ... Bem, é uma grande honra para ele e todos os muçulmanos que lá era um jovem para defender o Profeta Muhammad. Ele é como os homens e mulheres que, ao longo da história, defenderam o Profeta Muhammad, sua santidade e sua honra. Todos esses termos serão reprojetados, assim que a palavra de Allah reinar supremo sobre a palavra dos infiéis."

O que dizer dos versos do alcorão que falam sobre paz, amor e perdão? Xeque Omar Abdel Rahman, mentor dos ataques ao World Trade Center em 1993, e também foi professor de Interpretação Corânica na Universidade de Al-Azhar, o mais aclamado centro de ensino islâmico do mundo, responde:

“Meu irmão, [...] há uma sura [capítulo do Alcorão] completa chamada ‘Despojos da Guerra’. Não há nenhuma sura chamada ‘Paz’. A Jihad e a morte estão à cabeça do Islão. Se as tirares, cortas a cabeça do Islão.” P. 7.

GABRIEL, Mark A. Jesus e Maomé: Diferenças Profundas e Semelhanças Surpreendentes.  Editora em Sua Palavra, 2006.

Líderes proeminentes mostram o seu ódio aos judeus:

Sheikh Muhammad Ahsur, vice-diretor da Universidade Al-Azhar.

"[...] a jihad se tornou uma obrigação individual que incumbe a cada um de nós porque nossos inimigos se tornaram arrogantes e continuam avançando em sua grande tirania (...) eles apoiam os opressores injustos, os descendentes de porcos e macacos [judeus]”.

Sheikh Eid Abdel Hamid Youssef, clérigo egípcio.

"Deus infligiu à nação muçulmana um povo com o qual Deus se zangou (Alcorão 1:7) e que amaldiçoou (5:78) e os transformou em macacos e porcos [judeus] (5:60). Mataram profetas e mensageiros (2:61, 3:112) e semearam corrupção na terra. Eles são os ímpios na terra (5:62, 63).”

Sheikh Yusuf al-Qaradawi, chefe do Conselho Europeu de Fatwa e Pesquisa (ECFR) e Presidente da União Internacional para Estudiosos Muçulmanos (IUMS).

"Ao longo da história, Alá impôs ao povo (judeu) [vários sofrimentos, etc.] para puni-los por sua corrupção. A última punição foi executada por Hitler. Usando todas as coisas que ele fez contra eles - mesmo que eles exagerassem este problema - ele conseguiu colocá-los no lugar. Este foi um castigo divino para eles. Com a vontade de Alá, isso acontecerá nas mãos dos crentes ".

Documentário A Terceira Jihad: Visão do Islã Radical para a América.

“O principal objetivo da nossa jihad e nossa resistência é implementar a lei de Alá, lutar contra os infiéis por todo o mundo e implementar uma religião global.” – Mansur Dadullah.

“Jihad é a política externa para expandir a autoridade do Islã por todo o mundo.” - Omar Bakri Muhammad.

“De acordo com nossa crença, o mundo inteiro deve estar sob o domínio do Islã, sem exceção, até mesmo um único grão de terra.” – Abu Yahya al-Libi.

“Nós vamos conquistar o mundo, pela vitória [do Islã] dizendo ‘Não há outro deus senão Alá e Maomé é seu mensageiro’, sobre os domos de Moscou, Washington e Paris.” – Ayatollar Ahmad Husseini.

“Jihad Ofensiva, que significa atacar o mundo, a fim de espalhar a palavra do [Islã].” – Ayatollah Ahmad Hussein.

“[A] América irá desaparecer e o Islã prevalecerá.” – Ahmad Bahr.

Infelizmente, líderes muçulmanos proeminentes apoiaram os ataques do 11 de setembro. As declarações abaixo foram ditas em solo americano, e não em algum lugar remoto do Oriente Médio.

“Parem... de chamá-los de homens-bomba!” - Abdul Malik Ali.

“Eles não são homens-bomba, eles são heróis.” - Abdul Ali Musa.

“E já é hora de termos uma intifada neste país, que mude fundamentalmente a dinâmica política aqui.” - Professor Hatem Bazian.

O Islã é uma Religião da Paz? Pesquisadores Dizem Que Não

O islã é uma religião da paz? NÃO, e NUNCA foi! Ele é exatamente o contrário disto desde a época do seu fundador, Maomé. Porém, não é difícil encontrar acadêmicos que discordem, sendo especialistas ou não em islã, asseverando que essa religião é de paz, sim. Muitos deles fazem parte dos departamentos de estudos islâmicos das universidades, adivinha só, patrocinados pelos petrodólares. Existe, no entanto, um time que não têm medo de serem colocados no paredão do fuzilamento politicamente correto, o qual protege o islã puramente por ideologia do que pela verdade dos fatos passados e presentes que batem na nossa cara: a violência e intolerância que pulsa intensamente nos ensinos do islamismo. Eles escancaram o óbvio. 

Tina Magaard, Ph.D em Análise de Texto e Comunicação Intercultural, na Universidade de Sorbonne, em Paris.

“O que é surpreendente não é em si mesmo que se possa encontrar passagens assassinas nos textos islâmicos, como essas passagens também podem ser encontradas em outras religiões. Mas é impressionante quanto espaço essas passagens ocupam nos textos islâmicos, e quanto elas se concentram em uma lógica nós-e-eles em que os infiéis e apóstatas são caracterizados como sujos, podres, criminosos, hipócritas e perigosos. Também é impressionante o quanto esses textos exigem que o leitor lute contra os infiéis, tanto com palavras quanto com a espada. Em muitas passagens, Muhammad desempenha um papel central como aquele que incentiva o uso da violência, seja em apedrejamentos, decapitações, atos de guerra ou execução de críticos e poetas.”

O Historiador Paul Johnson, premiado com a Medalha Presidencial da Liberdade e nomeado Comandante da Ordem do Império Britânico, disse em entrevista: 

"Sim, há ensinamentos de paz no islamismo, mas eles não compõem o coração da doutrina. A palavra 'Islã' não significa paz, mas 'submissão'. Basta ler o Corão. A sura 9, versículo 5, decreta: 'Matai os idólatras onde quer que os encontreis, e capturai-os, e cercai-os e usai de emboscadas contra eles'. E mais adiante o livro insiste que nações, não importa quão poderosas, deverão ser combatidas 'até que abracem o Islã'. Essa é a vertente central, ortodoxa do islamismo. Paz não é uma palavra que se possa encaixar facilmente nessa forma de pensamento. Estamos falando de uma religião imperialista, que parte da premissa de que deve espalhar-se pela força, se necessário. Na Indonésia, por exemplo, muitos não-muçulmanos são confrontados hoje com uma escolha absurda: converter-se ou morrer. Como contraste, gostaria de citar o exemplo dos Estados Unidos." 

Patrick Sookhdeo, Ph.D em Estudos Orientais e Africanos na Universidade de Londres.

“O mito freqüentemente repetido de que o Islã já é uma religião de paz e tolerância deve ser exposto como uma ilusão, pois quanto mais se repete, mais as linhas entre a verdade e a ficção se tornam confusas. Onde o Islã é minoria, ele favorece a tolerância (no sentido ocidental) e a paz, mas sempre que se torna maioria, ele se move para uma posição de dominação, poder e desigualdade.”

Robert Spencer, Mestre em Estudos Religiosos na Universidade da Carolina do Norte, e um dos mais destacados pesquisadores do islã.

“Você encontra muitos porta-vozes muçulmanos moderados e defensores dos muçulmanos americanos neste país, que citam versos pacíficos e tolerantes para você, e nenhuma referência aos versos violentos... Quando você lê os próprios teólogos islâmicos... você descobrirá que eles realmente enfrentam esse problema diretamente... Alguns dos pensadores mais respeitados da história islâmica dizem que quando você se depara com esses tipos de desacordo - onde você vê paz em um lugar e violência em outro - você tem que ir com o que foi revelado por último, que cancela o que foi revelado antes. Infelizmente, para os moderados, os versos violentos foram revelados mais tarde e cancelaram os pacíficos - mas você não ouvirá isso dos grupos americanos de defesa dos muçulmanos.”

“O Islã é único entre as religiões por ter uma teologia de doutrina desenvolvida na lei que exige violência contra os não-crentes.”

“Quando as pessoas dizem que a jihad é uma luta pacífica - significa ‘luta’, literalmente - significa alinhar a alma com os ensinamentos do Alcorão e a vontade da lei, isso é verdade. Mas não é o único significado da jihad, ou mesmo o significado principal. Ao longo da história islâmica, e da teologia e da lei islâmicas, você tem a jihad violenta sendo a compreensão primária do que significa - esta responsabilidade coletiva da comunidade islâmica de travar guerra contra os não muçulmanos até que eles se convertam ou se submetam como cidadãos de segunda classe sob a Regra islâmica.”

Orlando Tambosi, Doutor em Filosofia na Unicamp.

"O ressentimento islâmico em relação aos valores ocidentais não se manifesta somente nos hediondos ataques terroristas perpetrados em diversos países, notadamente os da Europa. Esses atos não são algo marginal em relação à cultura islâmica, que supostamente seria pacífica, diplomática e negociadora. Não, o mundo ocidental é o mundo dos infiéis, que precisam ser submetido à lei divina, a única que conta entre os fiéis islâmicos. O Islamismo não separa – eis o problema fundamental – a esfera pública da esfera privada: Estado e religião são uma só coisa. Alcorão acima de tudo."

Mark Durie, Ph.D em Linguística na Australian National University e membro da Academia Australiana de Humanidades.

"É chegada a hora de os líderes políticos ocidentais pararem de responder ao terrorismo chamando o Islã de "a religião da paz". É hora de ter uma conversa difícil sobre o Islã.

O Ocidente está passando por uma aguda dissonância cognitiva sobre o Islã, cujas marcas estão em guerra umas com as outras. Por um lado, somos informados de que o Islã é a religião da paz. Por outro lado, somos confrontados com uma sequência interminável de atos de terror cometidos em nome da fé.

Há uma conexão deprimente entre as duas marcas: quanto mais alto uma marca se torna, mais o volume é aumentado na outra.

[...]

De acordo com Al-Buti, a alegação de que o Islã é uma religião pacífica foi uma 'falsidade' imposta aos muçulmanos pelos ocidentais para enfraquecer o Islã. Ele argumentou em A Jurisprudência da Biografia Profética que quando os não-muçulmanos temem a jihad islâmica, sua inclinação inicial é acusar a religião de ser violenta. No entanto, eles mudam de rumo e astuciosamente alimentam os muçulmanos com a ideia de que o Islã é pacífico, para que assim seja."

Christine Schirmacher, Ph.D e Mestre em Estudos Islâmicos, História e Religião Comparada, na Universidade de Bonn, Alemanha. Professora de Estudos Islâmicos nas Universidades de Bonn e Erfurt.

O fato é que mesmo em sua forma primitiva o islã não trouxe paz nem para muçulmanos nem para não muçulmanos, bem como não representou um estado de paz. 

[...]

Nas disputas com os 'infiéis', a parte muçulmana deve entrar em acordo se a outra parte também estiver 'inclinada à paz' (8.61; 4.90). O combate aos infiéis deve cessar se os ímpios se submeterem ao islã. 'E combatei, no caminho de Allá os que vos combatem, e não cometais agressão. Por certo, Allá não ama os agressores. E matai-os, onde quer que os acheis, e fazei-os sair de onde quer que vos façam sair. E a sedição pela idolatria é pior que o morticínio. E não os combatais nas imediações da Mesquita Sagrada, até que eles vos combatam nela. Então, se eles vos combaterem, matai-os. Assim é a recompensa dos renegadores da Fé. E, se eles se abstiverem, por certo, Allá é Perdoador, Misericordiador' (2.190-192).

Para avaliar a afirmação de que o islã significa paz, deve-se primeiramente, a exemplo do caso paralelo dos direitos humanos para homens e mulheres, definir o que se quer dizer com paz. O islã não conduz à paz no sentido de muçulmanos e não muçulmanos desfrutarem dos mesmos direitos nas sociedades islâmicas, ou de comunidades religiosas se reunirem em termos iguais, sem discriminação. O islã conduz à “paz” no sentido de uma ordem que determina a discriminação legal e a subjugação dos não muçulmanos, de acordo com a lei islâmica.

[...]

Portanto, paz está relacionada a subjugação, com a submissão muçulmana a Deus, subjugação de não muçulmanos a muçulmanos, até que finalmente a liberdade (submissão de toda a humanidade) chegue no fim dos tempos.

Para as comunidades 'toleradas' de minorias cristãs e judias em áreas islâmicas, 'paz' significa ser classificado como 'facções' de status social, político e, com frequência, econômico inferiores na comunidade muçulmana predominante. Mesmo que ao longo da história posterior os indivíduos, por vezes, tenham galgado posições influentes, ainda assim conservaram um status legal inferior, foram submetidos a uma pressão incessante para se converterem e, por vezes, sofreram ameaças ou perseguição. A proclamada 'tolerância' islâmica para com não muçulmanos significa que cristãos e judeus em regra não têm de abandonar sua fé, enquanto o pagamento de um imposto por cabeça os desobriga da participação obrigatória na jihad. Portanto, “paz” nesse caso não implica um relacionamento de igual para igual, e sim uma hierarquização de privilegiados e subprivilegiados, como se fossem cidadãos de segunda classe, que coexistem lado a lado em uma área islâmica."

Dallas M. Roark, Professor de Filosofia na Emporia State University, EUA.

"O mundo muçulmano é governado pela influência de Maomé, conforme expresso no Alcorão, nos hadiths e na lei sharia.

Onde a razão se encaixa [nesse] sistema? Alguém pode questionar a pregação de Maomé? Pode-se dizer que uma prática aceita no Islã está errada? O fato de que a reforma no Islã não ocorreu por 14 séculos é evidente na era moderna. É mais provável que os reformadores sejam mortos por blasfêmia contra Maomé. Obedeça a Mohammed, não o questione. A racionalidade não é tão importante quanto a obediência. Razões contra as práticas islâmicas não são permitidas. O mundo muçulmano tem a shariah, uma abrangente lei ligada ao 7º século e é imutável. Não há desafios para isso. Não há questões racionais a respeito. O que é necessário é obediência, não questionar."

Niall Ferguson, Professor de História em Harvard.

“Não, o que me preocupa hoje é a resposta totalmente familiar que vemos a uma ameaça diferente [comunismo], mas, para mim, igualmente perigosa. Pergunte-se como efetivamente nós, no Ocidente, temos respondido à ascensão do Islã militante desde que a Revolução Iraniana desencadeou sua variante xiita e desde 11 de setembro revelou o caráter ainda mais agressivo do islamismo sunita. Temo que não fizemos melhor do que nossos avôs.

Intervenção estrangeira - os milhões de dólares que encontraram seu caminho do Golfo para mesquitas radicais e centros islâmicos no Ocidente.

Liberais incompetentes — os defensores do multiculturalismo que marcam qualquer oponente da jihad como 'islamofóbico'. Banqueiros sem noção - do tipo que caem sobre si mesmos para oferecer empréstimos e títulos ‘compatíveis com a sharia’. Companheiros viajantes - os esquerdistas que se alinham com a Irmandade Muçulmana para castigar Israel em todas as oportunidades. E os fracos de coração - aqueles que foram tão rápidos em sair do Iraque em 2009 que permitiram que o traseiro da Al-Qaeda se transformasse em Isis.

Um século atrás, foi um grande erro do Ocidente pensar que não importaria se Lênin e seus confederados assumissem o Império Russo, apesar de sua intenção declarada de traçar a revolução mundial e derrubar a democracia e o capitalismo. Por incrível que pareça, acredito que somos capazes de repetir esse erro catastrófico. Temo que, um dia, acordaremos com um começo para descobrir que os islâmicos repetiram a conquista bolchevique, que era adquirir os recursos e a capacidade de ameaçar nossa existência.”

Samir Khalil Samir, Professor de História da Cultura Árabe e Islamologia da Université Saint-Joseph de Beirute, que dispara:

“Mas é preciso dizer a verdade: no Alcorão, há elementos de guerra e de violência. Entre os políticos ocidentais, ignorância e perda do senso moral [por não perceberam isso]. [...] Infelizmente, o Islã custa a se integrar, porque tem uma cultura, em muitos pontos, oposta à atual do Ocidente. Do ponto de vista religioso, social, das relações homem-mulher, em relação ao comer... é um sistema completo. Que religião seja diferente, isso não é um problema. Mas o fato é que, no Islã, a religião está ligada a um sistema político, social, cultural, histórico, de costume, que influencia tudo: o vestir, o dar a mão a um ou a outra, as relações sociais...

[...]

Também deve-se ter a coragem de dizer que o Islã tem elementos de violência no Alcorão e na vida de Maomé. Se, em vez disso, continuarmos dizendo que ‘o Islã é uma religião de paz’, só criaremos confusão e mistificação."

Mark A. Gabriel, ex-muçulmao e ex-Professor de História Islâmica na Universidade Al-Azhar do Cairo, Egito, o mais prestigiado centro de ensino islâmico do mundo.

"Sem exagero de qualquer tipo, posso dizer que a história islâmica é uma história de violência e de derramamento de sangue desde os tempos de Maomé aos nossos dias. Quando analisava os ensinos do Alcorão e de Maomé, podia ver a razão de a história islâmica ter seguido o rumo que tomou. E interrogava-me: Que Deus concordaria com tal destruição da vida humana?" P. 8.

GABRIEL, Mark A. Jesus e Maomé: Diferenças Profundas e Semelhanças Surpreendentes.  Editora em Sua Palavra, 2006.

David Cashin, Ph.D em Estudos Asiáticos pela Universidade de Estocolmo, na Suécia, acerta no alvo:

“O Islã é baseado na violência coercitiva?

Se alguém perguntasse a um muçulmano: ‘O Islã é um código de vida completo?’, sua resposta imediata teria de ser um ‘Sim’ inequívoco. A declaração é um princípio fundamental da fé muçulmana. Se alguém perguntasse mais: ‘O Islã é um sistema político?’, a grande maioria teria que dizer novamente ‘Sim!’. Quando dizemos que o Islã é um sistema político, isso significa automaticamente que o Islã é baseado na violência coercitiva. Todos os sistemas políticos, incluindo a democracia, são baseados na violência coercitiva.

[...]

Eu respeitosamente alegaria que o grande problema do Islã é o Islã. Uma religião que se define como um sistema político no centro sempre lutará com a violência coercitiva, e essa tem sido a história do Islã desde o início. A grande tragédia do Islã é o Profeta que leva a espada. O Islã, de acordo com o exemplo do Profeta, levou a espada não apenas contra não-muçulmanos, mas também contra muçulmanos que não são ortodoxos o suficiente. A reforma de que o Islã precisa é muito mais profunda do que qualquer outra religião, porque implicará a rejeição de elementos-chave dos ensinamentos islâmicos que remontam ao próprio Profeta."

Ayaan Hirsi Ali é Professora da Universidade de Harvard e ex-muçulmana nascida na Somália.

"Faz mais de treze anos que venho defendendo um argumento simples em resposta a atos terroristas. [...] Afirmo que é tolice insistir, como fazem habitualmente nossos líderes, que os atos violentos dos islamitas radicais podem ser dissociados dos ideais religiosos que os inspiram. Temos de reconhecer que eles são movidos por uma ideologia política, uma ideologia com raízes no próprio islã, no livro santo do Alcorão e na vida e ensinamentos do profeta Maomé. [...] Deixo claro o meu ponto de vista nos termos mais simples possíveis: o islamismo não é uma religião pacífica." P. 10.

ALI, Ayaan Hirsi. Herege: Por que o islã precisa de uma reforma imediata. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

David Wood, Ph.D em Filosofia na Fordham University, EUA.

"O Islã tem a violência criada em seu núcleo. A pena por abandonar o Islã é a morte! A pena por blasfêmia é a morte! A pena por hipocrisia é a morte!"

Jacques Ellul, ex-professor de História e Sociologia na Universidade de Bordeaux, na França.

"[...] a guerra é um dever de todos os muçulmanos [...] A guerra é inerente ao islamismo. Está inscrita em seus ensinos.” P. 197.

GOHEEN, Michael; BARTHOLOMEW, Craig G. Introdução à Cosmovisão Cristã. São Paulo: Vida Nova, 2016.

Mario Guerreiro, Doutor em Filosofia pela UFRJ.

“Eis algumas evidências desta religião intolerante e beligerante:

‘Tu podes escravizar com finalidades de trabalho ou sexo’. Corão, 4.3. 4.24, 33.50, 70, 29-30.3. [Creio que isto é aplicável somente aos não-muçulmanos].

‘Tu podes bater na sua mulher’. Corão, 4.34. [Lá não existe Lei Maria da Penha]

‘Mates judeus e cristãos, se eles não se converterem, nem pagarem a jizya’. Corão, 9.29. ( A jizya é uma taxa cobrada de não-muçulmanos) [ou seja: conversão, pagamento da jyzia ou morte dos infiéis].

‘Crucifique e faça amputações nos não-muçulmanos’. Corão, 8.12, 47.4. [Estão portanto justificadas pelo Corão, as práticas do Daesh e/ou Estado Islâmico].

Matarás não-muçulmanos e receberás 72 virgens no Jardim de Allah. 9.111. [Jardim de Allah é o nome do Jardim do Édem muçulmano].

‘Tu deves matar qualquer um que renunciar ao islamismo.’ Corão. 2.217, 4. 89. [Lembremos que o Ayatolá Khomeini lançou uma Fatwa (condenação à morte) ao escritor Salmon Rushdie, um ex-muçulmano, autor de Versos Satânicos. O Ayatolah podia excomungá-lo, mas pediu aos fiéis sua morte!].

‘Tu degolarás não-muçulmanos’. Corão, 8.12, 47.4. [Como vimos, O Daesh cumpre à risca O Corão].

‘Tu matarás e morrerás por Allah’. Corão, 9.5 [Os unabombers são, portanto, mártires do Islã e têm direito a 72 virgens no Jardim de Allah].

‘Tu praticarás atos de terrorismo contra não-muçulmanos’. Corão, 8.12. 8.60.

‘Minta, se for para favorecer o Islã’. Corão, 3.54, 9.3. [Com isto, O Corão antecipou a máxima sintetizadora do maquiavelismo: ‘Os fins justificam os meios’].

Lendo com atenção as passagens corânicas acima, podemos inferir que há ao menos dois tipos de muçulmano:

O Muçulmano de família que, a exemplo do ‘católico de família’, é muçulmano, porque seus pais e avós eram muçulmanos, mas não segue à risca os mandamentos do Corão.

O muçulmano fundamentalista, que segue à risca os mandamentos do Corão e que, por isto mesmo, mata, rouba e mente em nome de Allah. O primeiro tipo de muçulmano pode ser pacífico, mas o segundo não pode ser, para que ele não contradiga o Corão.”

quinta-feira, 20 de maio de 2021

O Mito da Idade de Ouro do Mundo Islâmico

Muçulmanos são constantemente acusados de intolerância (e com razão), por serem tão hostis as religiões não islâmicas como o budismo, cristianismo, judaísmo, espiritismo; fora serem bastante agressivos com homossexuais, ateus etc., nas sociedades onde são maioria. Se prezam por uma certa tolerância e diálogo, isto se dá em sociedades não islâmicas, onde são minoria, estando alijados do poder de mando, para perseguir e até matar qualquer um que falar algo negativo contra o seu profeta e religião.

Para contestar e refutar a pecha de intolerantes, não é incomum, apelarem para uma suposta e mitológica “era de ouro do islã”, ou “era de ouro da civilização islâmica”, que prezava pela tolerância e convivência pacíficas entre o islã, religião dos dominantes, e o cristianismo e outros credos, religião dos vencidos, em que estes viviam a plenitude de suas religiões e credos, sem serem importunados pelo poder estatal islâmico.

Eles também apelam para os poucos e duvidosos casos de tolerância muçulmana no mundo atual, fazendo dessas exceções à regra.

O presente texto focará no mito da idade de ouro, trazendo à baila as conclusões de historiadores que discordam da propaganda ideológica muçulmana de que no medievo, os muçulmanos eram exemplos de muita tolerância. Alguns desses historiadores também falará do mito de que os muçulmanos viveram uma era de ouro nas várias áreas do conhecimento. As citações finais atestarão o medíocre estado em que se encontram atualmente os países árabes nas ciências e educação. 

Para Mohamad Ballan, Ph.D em História Medieval e Islâmica na Universidade de Chicago, as coisas não foram bem assim. Ele escreve:

“[...] a ideia de uma ‘Idade de Ouro muçulmana’ é uma construção historiográfica. [...] Existem muitos problemas com essa perspectiva. [...] seu principal argumento de que o período entre o século VIII e o século XIII pode ser caracterizado principalmente pela tolerância, eflorescência cultural, unidade política e harmonia religiosa é contrário a muitos dos fatos que encontramos ao ler a história das várias civilizações que são incluída na categoria de ‘civilização islâmica’, uma frase que esconde a diversidade linguística, cultural, intelectual, teológica e política das terras em que os muçulmanos residiram durante os períodos medieval e início da modernidade. Isso para não falar do fato de que as narrativas promovidas por essas perspectivas da ‘Idade de Ouro’ costumam ser um retrabalho de histórias oficiais que não levam em consideração as realidades de grupos marginalizados durante o mesmo período. A perspectiva da ‘Idade de Ouro’ também é problemática porque é em muitos aspectos reacionária e uma resposta aos muitos desafios políticos, religiosos e intelectuais enfrentados pelo mundo muçulmano no período moderno.”

O historiador diz que a “idade de ouro islâmica” é pura ideologia, que não tem respaldo nos fatos históricos.

“A ênfase em uma ‘Idade de Ouro muçulmana’ é portanto, normalmente não com base em qualquer envolvimento abrangente com fontes históricas ou um desejo de descobrir a realidade real da história muçulmana medieval e do início da modernidade. Em sua essência, o projeto é puramente reacionário e busca fornecer aos muçulmanos a armadura ideológica de que precisam para resistir às críticas modernistas contra sua civilização. Infelizmente, no entanto, ao fazê-lo, o paradigma da ‘Idade de Ouro’ tende a submeter os fatos históricos a seus estreitos interesses ideológicos. Em outras palavras, as nuances da história e da civilização muçulmana são completamente obscurecidas em face de declarações amplas e abrangentes voltadas para enfatizar não apenas a retidão, mas até mesmo a supremacia absoluta da civilização muçulmana, como se acreditava ter se manifestado entre o século IX e o século XVIII. É nesse ponto que a história deixa de ser um esforço intelectual crítico e se torna polêmica e apologética.”

Discordo de algumas conclusões do autor no parágrafo final (não estou falando desses excertos postados). No entanto, o texto dele é muitíssimo bom. Vale dá uma conferida.

Muitos apologetas muçulmanos adoram dizer, que no reino de Andaluz, na Espanha, a tolerância religiosa para com os judeus e, também, cristãos, era política de estado. Uma idade de ouro da alteridade!

Mas a realidade se impõe sobre declarações fundadas mais em ideologia, e na ânsia de nos mostrar um islã do passado amigável, atraente e tolerante, do que na documentação existente, que desmente esse mito de que os judeus e cristãos viviam numa espécie de paraíso multirreligioso. O discurso muçulmano é exagerado e, infelizmente, muitas vezes, mentiroso.

Darío Fernández-Morera, Ph.D em Literatura Comparada na Universidade de Harvard, e autor do livro O Mito do Paraíso Andaluz: Muçulmanos, Cristãos e Judeus Sob o Domínio Islâmico na Espanha Medieval, contradiz todo esse discurso de tolerância islâmica fundado em um desejo de livrar o islã e os muçulmanos da pecha de intolerantes.

“Por quaisquer padrões objetivos, então, e apesar de suas realizações artísticas, literárias e científicas inegáveis e do pensamento moderno e desejoso de 'vamos todos nos dar bem' que tenta encobrir as evidências em contrário, a Espanha islâmica foi não é um modelo de harmonia multicultural. A Andaluzia foi assolada por conflitos religiosos, políticos e raciais controlados nos melhores tempos apenas pela aplicação de força tirânica. Suas conquistas são inseparáveis de sua turbulência.”

Richard Fletcher, Professor de História na Universidade de York, é categórico:

“O testemunho daqueles que viveram os horrores da conquista berbere, da fitnah [provação] andaluza no início do século XI, da invasão dos almorávidas - para citar apenas alguns episódios perturbadores - deve dar isto [isto é: a visão rosada de Espanha muçulmana] a mentira.

A verdade histórica simples e verificável é que a Espanha mourisca foi mais frequentemente uma terra de turbulência do que de tranquilidade. … Tolerância? Pergunte aos judeus de Granada que foram massacrados em 1066 ou aos cristãos que foram deportados pelos almorávidas para o Marrocos em 1126 (como os mouriscos cinco séculos depois). … Na segunda metade do século XX, surge um novo agente de ofuscamento: a culpa da consciência liberal, que vê os males do colonialismo - mais presumidos do que demonstrados - prenunciados na conquista cristã de al-Andalus e na perseguição de os mouriscos (mas não, estranhamente, na conquista e colonização mourisca). Misture bem a mistura e distribua-a gratuitamente para acadêmicos crédulos e pessoas da mídia em todo o mundo ocidental. Em seguida, derrame-o generosamente sobre a verdade ... nas condições culturais que prevalecem no Ocidente hoje, o passado deve ser comercializado e, para ser comercializado com sucesso, deve ser embalado de forma atraente. A Espanha medieval em estado natural carece de grande apelo. Fantasias auto-indulgentes de glamour ... fazem maravilhas para aguçar sua imagem. Mas a Espanha mourisca não foi uma sociedade tolerante e esclarecida, mesmo em sua época mais cultivada.”

A historiadora Gisèle Littman, conhecida por Bat Ye'or, faz coro, elencando um exército de fatos na Andaluzia, que faz evaporar a narrativa de uma sociedade exemplar quando o assunto é convivência pacífica e exemplar:

“Em 730, a Cerdagne (na Septimania, perto de Barcelona) foi devastada e um bispo foi queimado vivo. Nas regiões sob controle islâmico estável, judeus e cristãos eram tolerados como dhimmis - como em outros lugares em outras terras islâmicas - e não podiam construir novas igrejas ou sinagogas nem restaurar as antigas. Segregados em quartos especiais, eles tiveram que usar roupas discriminatórias. Sujeito a pesados impostos, o campesinato cristão formou uma classe servil ligada aos domínios árabes; muitos abandonaram suas terras e fugiram para as cidades. As duras represálias com mutilações e crucificações sancionariam os pedidos de ajuda dos reis cristãos aos moçárabes (dhimmis cristãos). Além disso, se um dhimmi prejudicasse um muçulmano, toda a comunidade perderia seu status de proteção, deixando-a aberta à pilhagem, escravidão e assassinato arbitrário.

[...]

A condição humilhante imposta aos dhimmis e o confisco de suas terras provocaram muitas revoltas, punidas com massacres, como em Toledo (761, 784-86, 797). Depois de outra revolta toledana em 806, setecentos habitantes foram executados. As insurreições eclodiram em Saragoça de 781 a 881, Córdoba (805), Mérida (805-813, 828 e no ano seguinte, e mais tarde em 868), e novamente em Toledo (811-819); os insurgentes foram crucificados, conforme prescrito no Alcorão 5: 33.

A revolta em Córdoba de 818 foi esmagada por três dias de massacres e pilhagem, com 300 notáveis crucificados e 20 000 famílias expulsas. O feuding era endêmico nas cidades andaluzas entre os diferentes setores da população: colonizadores árabes e berberes, convertidos muçulmanos ibéricos (Muwalladun) e dhimmis cristãos (moçárabes). Raramente houve períodos de paz no Amirato de Córdoba (756-912), nem depois.

Al-Andalus representou a terra da jihad por excelência. Todos os anos, às vezes duas vezes por ano, expedições de invasão eram enviadas para devastar os reinos cristãos espanhóis ao norte, as regiões bascas ou a França e o vale do Ródano, trazendo despojos e escravos. Os corsários andaluzes atacaram e invadiram ao longo das costas da Sicília e da Itália, até mesmo nas ilhas do Egeu, saqueando e queimando pelo caminho. Milhares de pessoas foram deportadas para a escravidão na Andaluzia, onde o califa mantinha uma milícia de dezenas de milhares de escravos cristãos trazidos de todas as partes da Europa cristã (os Saqaliba) e um harém cheio de mulheres cristãs capturadas. A sociedade foi fortemente dividida em linhas étnicas e religiosas, com as tribos árabes no topo da hierarquia, seguidas pelos berberes que nunca foram reconhecidos como iguais, apesar de sua islamização; mais abaixo na escala vinham os convertidos mullawadun e, na parte inferior, os cristãos e judeus dhimmi.

[...]

[...] bibliotecas inteiras de judeus e cristãos foram saqueados e destruídos. Outro proeminente jurista andaluz, Ibn Hazm de Córdoba (falecido em 1064), escreveu que Alá estabeleceu a propriedade dos infiéis de suas propriedades apenas para fornecer butim aos muçulmanos.

Em Granada, os vizires judeus Samuel Ibn Naghrela e seu filho Joseph, que protegiam a comunidade judaica, foram assassinados entre 1056 e 1066, seguidos pela aniquilação da população judaica pelos muçulmanos locais. Estima-se que cerca de cinco mil judeus morreram no pogrom de muçulmanos que acompanhou o assassinato de 1.066. Esse número é igual ou superior ao número de judeus supostamente mortos pelos cruzados durante a pilhagem da Renânia, cerca de trinta anos depois, no início da Primeira Cruzada.

O pogrom de Granada provavelmente foi incitado, em parte, pela amarga ode antijudaica de Abu Ishaq, um conhecido jurista e poeta muçulmano da época, que escreveu: 'Coloque-os de volta onde pertencem e reduza-os ao mais baixo dos mais baixos ... volte seus olhos para outros países [muçulmanos] e você descobrirá que os judeus são cães proscritos ... Não considere uma violação da fé matá-los ... Eles violaram nosso pacto com eles, então como você pode ser considerado culpado contra os violadores?'

Os muçulmanos berberes almóadas na Espanha e no norte da África (1130-1232) causaram enorme destruição tanto na população judaica quanto na cristã. Essa devastação - massacre, cativeiro e conversão forçada - foi descrita pelo cronista judeu Abraham Ibn Daud e pelo poeta Abraham Ibn Ezra. Suspeitando da sinceridade dos judeus convertidos ao islamismo, os “inquisidores” muçulmanos (isto é, anteriores a seus colegas cristãos espanhóis em três séculos) removeram as crianças dessas famílias, colocando-as aos cuidados de educadores muçulmanos. Maimônides, o renomado filósofo e médico, experimentou as perseguições almóada e teve que fugir de Córdoba com toda a família em 1148.

De fato, embora Maimônides seja freqüentemente referido como um modelo de realização judaica facilitado pelo governo esclarecido da Andaluzia, suas próprias palavras desmentem essa visão utópica do tratamento islâmico dos judeus: ‘... os árabes nos perseguiram severamente e passaram a ser nocivos e legislação discriminatória contra nós ... Nunca uma nação nos molestou, degradou, rebaixou e nos odiou tanto quanto...’.

[...]

A história sócio-política da Andaluzia foi caracterizada por uma dhimmitude particularmente opressiva que é completamente incompatível com as noções modernas de igualdade entre os indivíduos, independentemente da fé religiosa. No alvorecer do século 21, devemos insistir que os muçulmanos no Ocidente adotem padrões sociais pós-iluministas de igualdade, não ‘tolerância, abandonando para sempre sua hagiografia dos padrões brutais e discriminatórios praticados pelos juristas clássicos de Maliki dos ‘iluminados’ Andaluzia.”

Para se ufanarem ainda mais, os muçulmanos metidos a apologistas não se restringem a questão da tolerância, mas também, nas questões do intelecto e da ciência.

Em 2009, o então presidente Barack Obama, em um discurso falou sobre a dita “idade de ouro”, afirmando que o islã levou a luz do conhecimento para todo o mundo. Victor Davis Hanson, Ph.D em História Clássica na Universidade de Stanford, não subscreve as falas entusiasmadas dele:

“Em seu discurso na semana passada no Cairo, o presidente Obama proclamou que era um 'estudante de história'. Mas, apesar da imagem de Obama como intelectual formado pela Ivy League, ele carece de competência histórica tanto em fatos quanto em interpretação. … Obama… afirmou que 'o Islã... Carregou a luz do aprendizado por tantos séculos, abrindo caminho para o Renascimento e o Iluminismo da Europa'. [Na verdade] a cultura islâmica medieval ... teve pouco a ver com a redescoberta europeia dos valores clássicos gregos e latinos. Europeus, chineses e hindus, não muçulmanos, inventaram a maioria das descobertas que Obama atribuiu à inovação islâmica. ... Grande parte da Renascença, na verdade, foi mais baseada na fuga de séculos de estudiosos bizantinos de língua grega de Constantinopla para a Europa Ocidental para escapar da agressão dos turcos islâmicos.”

De acordo com Serge Trifkovic, Ph.D em História Moderna na Universidade de Southampton, Reino Unido, esse papo de “idade de ouro do islã” na área do conhecimento é um exagero.

“Para ser justo, o mito da idade de ouro do Islã tem um ponto de partida parcialmente válido: houve momentos no passado em que as sociedades muçulmanas atingiram níveis mais altos de civilização e cultura do que em outros momentos. Houve momentos em que algumas terras muçulmanas eram adequadas para um homem cultivado morar. Bagdá sob Harun ar-Rashid (apesar de suas bem documentadas probabilidades de matar cristãos e odiar judeus), ou Cordova muito brevemente sob Abd ar-Rahman no século X. Esses episódios isolados, nem longos nem típicos, são infinitamente invocados pelos apologistas e admiradores ocidentais do Islã.

[...]

Essa era foi marcada por, entre outras coisas, conquistas intelectuais. Vários pensadores e cientistas medievais que vivem sob o domínio islâmico, de modo algum todos eles ‘muçulmanos’ nominalmente ou substancialmente, desempenharam um papel útil de transmitir aos ocidentais frutos gregos, hindus e outros frutos do conhecimento pré-islâmico. Eles contribuíram para tornar Aristóteles conhecido na Europa cristã. Mas, ao fazer isso, estavam transmitindo o que eles mesmos haviam recebido de fontes não muçulmanas.

[...] o padrão que vemos repetidas vezes: os melhores muçulmanos, julgados por realizações intelectuais ou políticas, são geralmente os menos muçulmanos.

[...] Mas quando os pensadores foram longe demais em sua livre investigação sobre os segredos da natureza, prestando pouca atenção à autoridade do Alcorão, despertaram suspeitas dos governantes no norte da África e na Espanha, bem como no Oriente. Perseguição, exílio.

[...]  Do outro lado do Império, na Espanha, Averroës exerceu muita influência sobre pensadores judeus e cristãos com suas interpretações de Aristóteles. Embora fielmente fiel ao método de Aristóteles, ele encontrou o ‘principal motor’ aristotélico em Allah, a Primeira Causa universal. Seus escritos o levaram a desfavor político, e ele foi banido até pouco antes de sua morte, enquanto muitas de suas obras em lógica e metafísica haviam sido entregues às chamas.

[...] O problema de transformar essa lista de realizações intelectuais em uma era de ouro ‘islâmica’ convincente é que, o que quer que tenha florescido, o fez não por causa do Islã, mas apesar do Islã. Os muçulmanos invadiram as sociedades (persas, gregas, egípcias, bizantinas, sírias e judias) que possuíam sofisticação intelectual por direito próprio e falharam em destruir completamente suas culturas. Dar o crédito pelo que os remanescentes dessas culturas alcançaram é como creditar o Exército Vermelho pela sobrevivência de Chopin em Varsóvia em 1970! O Islã em si nunca encorajou a ciência, no sentido de uma investigação desinteressada, porque o único conhecimento que ele aceita é o conhecimento religioso.

Como Bernard Lewis explica em seu livro O que deu errado? o império muçulmano herdou ‘o conhecimento e as habilidades do antigo Oriente Médio, da Grécia e da Pérsia; acrescentou-lhes inovações novas e importantes de fora, como a fabricação de papel da China e a numeração posicional decimal da Índia’. Os números decimais foram assim transmitidos para o Ocidente, onde ainda são erroneamente conhecidos como números 'árabes', honrando não seus inventores, mas seus transmissores.

Além disso, as realizações intelectuais da ‘era de ouro’ do Islã eram de valor limitado. Havia muita especulação e pouca aplicação, seja em tecnologia ou política.”

Régine Pernoud, Historiadora e Ph.D em Letras na Ècole Nationale des Chartes, que trabalhou durante décadas como arquivista, chafurdando antigos documentos empoeirados da idade medieval, atesta o seguinte:

“Esquecemos frequentemente estes pormenores quando se trata das traduções de Aristóteles, que os filósofos árabes fizeram, em seguida, na Espanha; jamais teriam podido empreender semelhante empreendimento em Sevilha, como houvessem encontrado aí as bibliotecas que haviam conservado as obras de Aristóteles, e isto bem antes da invasão, ou seja, para a Espanha, antes do século VIII. A ciência e o pensamento árabes não fizeram mais do que aprofundar-se nas fontes preexistentes, a dos manuscritos que permitiram este conhecimento de Aristóteles e de outros escritores antigos. Seria um verdadeiro absurdo supor o contrário, como, aliás, se fez. A culpa é dos nossos livros escolares que mencionam Avicena e Averróis, mas passam completamente por cima de Isidoro de Sevilha. Jacques Fontaine chamou atenção sobre o fato de que, em arquitetura, o arco otomano, que se atribui geralmente aos árabes, existia há mais de cem anos antes de sua eclosão nesta Espanha ‘visigótica’, que ele tão bem estudou.” P. 50.

PERNOUD, Régine. Idade Média: O Que Não Nos Ensinaram. São Paulo: Linotipo Digital, 2016. (PDF).

Houve realizações importantes de fato, nas antigas cidades islâmicas do medievo, mas elas ficaram para trás. Os países muçulmanos atuais estão em péssimas condições no quesito educação, tecnologia e ciência. Os países ricos e modernos dos Emirados Árabes e a própria Arábia Saudita dependem quase que exclusivamente da importação de tecnologia e ciência do “satânico” ocidente judaico-cristão.

Asad Q. Ahmed, Ph.D em História Islâmica na Universidade de Princeton, nos revela a seguinte situação:

“[...] o estado da ciência e das disciplinas racionalistas no mundo muçulmano contemporâneo é geralmente lamentável e que é um desiderato da máxima urgência que a situação seja remediada.”

Bernard Lewis, Professor de História na Universidade de Princeton, diz que:

“Na Arábia Saudita, as universidades surgiram mais tarde, e em pequeno número. Atualmente, para uma população estimada em 21 milhões, há oito universidades – uma a mais que as sete instituições de ensino superior criadas pelos palestinos desde a ocupação dos territórios por Israel em 1967. ” P. 67.

"Segundo todos os indicadores das Nações Unidas, do Banco Mundial e de outras autoridades, os países árabes – em questões como geração de empregos, educação, tecnologia e produtividade – estão ficando cada vez mais para trás do Ocidente." P. 110.

Na página 112, Lewis traz estes dados:


LEWIS, Bernard. A Crise do Islã: Guerra Santa e Terror Profano. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.

Paul Balta, que dirigente do Centro de Estudos Orientais Contemporâneos na Universidade de Sorbonne, na França, reconhece: 

"Um dos mais graves problemas que continuam a se impor em grande parte dos países muçulmanos é o do ensino inspirado pelo método corânico e fundamentado em sua aprendizagem decorada. Unicamente nos países árabes, em 2005, cerca de 50% das mulheres e 30% dos homens eram analfabetos. Um relatório da Organização da Liga Árabe para a Educação, Cultura e Ciências (ALECSO), estabelecida no final da década de 1990, afirma que ‘os programas educacionais, em vários casos, não correspondem nem às necessidades da sociedade árabe, nem às exigências de seu desenvolvimento. De maneira semelhante, não conduzem à formação do espírito crítico, científico e democrático’.

A partir de então, a situação não melhorou em nada. O segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) sobre o mundo árabe toca as trombetas de alarme. Redigido por intelectuais árabes e publicado em 2004, ele salienta a existência de ‘grandes deficiências’ e apresenta uma longa lista de atrasos, principalmente os seguintes: acumulação de conhecimentos medíocres, fraqueza da capacidade de análise, falta de espírito criativo e de abertura para o mundo, ausência de pesquisas fundamentais. Recomenda, portanto, que se restabeleçam os liames com o espírito da ‘idade de ouro’ [que não existiu] do islamismo para se reencontrar a modernidade perdida.” P. 31-32.

BALTA, Paul. Islã: Uma Breve Introdução. Porto Alegre/RS: L&PM Editores, 2010. (PDF).

Gottfried Brakemeier, Ph.D em Teologia na Universidade de Gotinga, Alemanha, que devota grande reconhecimento ao legado islâmico, escreve que:

"[...] a ciência muçulmana estagnou. Atualmente, a relação entre ciência e religião islâmica parece carecer de nova definição. Há quem diga que ‘o islã e a ciência continuam a ser zonas de discursos separados e não sobrepostos para a maioria dos muçulmanos, mesmo para os cientistas muçulmanos”. P. 14.

BRAKEMEIER, Gottfried. Ciência ou Religião: Quem Vai Conduzir a História? São Leopoldo: Sinodal, 2006.

Muçulmanos mais sofisticados dizem que o mito é criação dos orientalistas do século 18-19, para justificar o imperialismo europeu, e que muitos muçulmanos compraram essa ideia errônea, visto que nunca houve declínio algum da civilização islâmica.

Entretanto, há de convirmos que as sociedades islâmicas dos últimos séculos estão muito longe do que elas foram na idade medieval, que produziu escritos importantes e relevantes, mesmo que os seus avanços tenham sido apesar do islã, e não por causa dele. E que tais avanços por mais interessantes e pertinentes que fossem, passam longe de evidenciar uma “idade de ouro”.

Não preciso nem falar da questão da tolerância religiosa, que no máximo aceitava a existência do outro, mas não a sua legitimidade, descambando muitas vezes em cruéis atos de perseguição e mortes. O que não era nada fora do padrão estabelecido por Maomé e seus primeiros seguidores.