Até mesmo em alguns países onde os cristãos são maioria (90%), eles são
atacados por grupos muçulmanos extremistas.
Já ouviu falar no grupo islâmico Seleka? Este grupo com a ajuda de muçulmanos
das nações vizinhas, tem arrasado a República Centro-Africana. Pastores, padres
e os cristãos em geral, têm sofrido grandemente com as investidas violentas
dessa horda de sangrentos soldados que querem islamizar toda a região, pois não
suportam a realidade de que a maioria ali, não seguem os ditames do islamismo.
Assim começa o relato do pastor Jean Marc neste, sobre um dos ataques sofridos:
“O que aconteceu foi muito ruim. Há igrejas que foram
totalmente queimadas. Centenas de igrejas queimadas. Os bens da igreja foram
roubados. E, então, eles foram usados como carros de guerra. Os itens da
igreja, os instrumentos, tudo foi roubado, até os bancos onde os membros se
sentavam para celebrar os cultos. Eles foram usados como madeira para fazer
fogo e esquentar comida. Além disso, houve crimes, abusos de mulheres e
meninas. E eles mataram pastores e padres. Essa é a primeira vez que as pessoas
atacam autoridades religiosas na República Centro-Africana.”
A coisa começou a ficar feia para os cristãos, a partir de 2012. O
documentário relata:
“Os cristãos, que na população são a maioria, nunca antes
tinham vivenciado perseguição. Isso mudou em dezembro de 2012, quando muçulmanos
do Seleka começaram a atacar o governo. Desde então, os cristãos têm sido
perseguidos.”
Muçulmanos da República, numa coalisão com os muçulmanos do Chade, Sudão
e Darfur, em sua tomada de poder “mataram os pastores e
padres, e roubaram os cristãos. Também roubaram todas as lojas dos cristãos e
queimaram os campos dos cristãos. Eles destruíram tudo. Mas nenhuma loja muçulmana
foi tocada. As propriedades dos muçulmanos ficaram intactas. Para nós, havia um
fundo religioso escondido por trás desses atos. Eles queriam islamizar o país. Nós,
cristãos, sabemos disso e sabemos que essa é uma guerra religiosa. Eles querem
colocar nosso país, sob domínio muçulmano’, relata o pastor.
Esses ataques causaram um caos sem precedentes no país, fazendo com que
150 mil pessoas se tornassem refugiadas. Não houve ajuda do governo, que tinha
poucos soldados. A Cruz Vermelha não dispunha de alimentos para os refugiados. O
sofrimento era atroz. Some-se a essa confluência de coisas ruins, as estradas
ainda estavam bloqueadas pelos muçulmanos do Seleka, visto que “eles queriam que os cristãos ficassem onde estivessem, sem
poder se descolar”.
A violência perdura até hoje. Outros grupos extremistas surgiram, o
Seleka se dividiu. Os cristãos vivem numa apreensão intensa, temendo novos
ataques e chacinas, pois não sabem o que acontecerá no dia de amanhã. Falta de
moradia, de roupas, de comida, tudo isso faz parte do pacote deixado pelo
Seleka. A anarquia tem reinado, com bombas sendo jogadas, pessoas queimadas,
extorsões e pouca assistência das autoridades.
Um imã muçulmano acusou o Seleka de ser criminoso. Este líder muçulmano
teve que se se esconder, pois o Seleka mata qualquer um que não concorde com as
duas diretrizes. A igreja o ajudou a fugir.
De acordo com o pastor: “Durante esses
acontecimentos, os cristãos oraram e ajudaram os muçulmanos [que nada tinham a
ver com o Seleka] quando os Anti-Balaka [grupo inimigo do Seleka] começaram a atacá-los.
Eles protegeram e esconderam os muçulmanos. Nossos irmãos alimentaram os
muçulmanos e ajudaram a enterrar os que foram mortos, pois os muçulmanos não
podiam mais sair de casa.”
A realidade é que os muçulmanos pacíficos e ordeiros também acabaram sofrendo nas mãos desses grupos extremistas, assim como muitos muçulmanos têm sido mortos pelo Estado Islâmico no Oriente Médio.
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