“De certo modo, não é fácil imaginar os deuses sob as luzes das ruas iluminadas pela eletricidade, gerada por energia nuclear. Nas cidades iluminadas não enxergamos as estrelas. O mistério e o poder divino são mais difíceis de encontrar no mundo moderno que iluminou a noite, viajou até a lua e curou as principais doenças”.
Essa realidade constitui-se numa grande ironia, pois, se hoje conseguimos grandes avanços tecnológicos, científicos e médicos, não seria pelo fato de que a nossa capacidade e inteligência de descobrir, aprender, apreender e manipular a realidade material nos foi dada por algo externo a esse mundo sensível?!
Como confiar nos sentidos, se os mesmos foram gerados por algo sem propósito, direção e significado?! Se assim fosse, nem estaríamos questionando e debatendo sobre isso há séculos. Mas até mesmo o nosso questionamento e espanto sobre tais questões acabam sendo uma evidência poderosa de que “o mistério e o poder divinos” ainda continuam presentes.
Porém, não quero dizer que almejo uma sociedade tão supersticiosa e tola como a nossa, que acredita em tantas bobagens, sem reflexão nenhuma. Apenas porque nasceram na religiosidade dos pais, ou, porque se sentem bem por frequentarem um templo religioso, entoando canções e orações para tentar agradar ou manipular o seu suposto deus.
Uma sociedade secularizada que não negue o aspecto transcendental, me parece ser o melhor caminho. E sem querer me eximir, admito minhas tolices também.
Esse é mais um documentário muito bom da série História das Religiões.
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