Sidney Poitier em mais uma
maravilhosa performance, num maravilhoso filme.
Tenho um certo interesse em obras do cinema, que tragam a temática do racismo. E essa é mais uma das inúmeras películas, que trazem para o centro de seus roteiros, a vergonha da discriminação e preconceito em solo norte-americano.
Tenho um certo interesse em obras do cinema, que tragam a temática do racismo. E essa é mais uma das inúmeras películas, que trazem para o centro de seus roteiros, a vergonha da discriminação e preconceito em solo norte-americano.
Na cidade pacata de Sparta,
interior do Mississipi (tinha que ser nesse Estado mesmo), acontece um
assassinato misterioso de um empresário (Sr. Colbert), que iria investir pesado
na região, na construção de uma fábrica, gerando desenvolvimento e empregos
para a população local, o que incluía centenas de afrodescendentes. Um policial
fazendo sua ronda noturna se depara com o Sr. Colbert, morto na calada da
noite, em uma rua.
Como bode expiatório, esse mesmo
policial, devido a sua incompetência, prende Virgil, um negro que estava de
passagem pela cidade. Virgil então é levado para delegacia. Apenas baseado no
puro preconceito, racismo e incapacidade, o delegado o acusa de assassinato,
para logo ser surpreendido, com a notícia dada pelo próprio Virgil, de que este
é policial, e ainda é especialista em homicídios.
Ele então fica na cidade, para
ajudar a encontrar quem de fato assassinou o empresário. É de vital importância
que o caso seja solucionado, pois o Sr. Colbert levaria a cidade a se
desenvolver economicamente. Seguindo várias pistas e evidências, aos poucos Virgil
vai montando o quebra-cabeça, para chegar ao verdadeiro assassino.
Por causa da intolerância, truculência
e racismo reinante do delegado, policiais e moradores, Virgil, num certo
momento resolve ir embora desse antro de caipiras burros e atrasados (olha o meu
“preconceito”). Mas é convencido a ficar e resolver o caso. A partir daí, ele
não desanima e não esmorece, até resolver de vez o caso. Mesmo sendo vítima de
agressões físicas e tentativas mal sucedidas dos moradores em querer matá-lo.
Torna-se uma missão de extrema
importância jogar na cara da cidade de Sparta, que um negro pode sim, prestar
um grande serviço a sociedade, tanto quanto qualquer pessoa que tenha menos
melanina na pele. As investigações só evoluem graças aos conhecimentos de
Virgil, o negro tão odiado.
O final, de certa forma, é
previsível. Virgil consegue desatar os nós, que envolve a morte do Sr. Colbert e,
finalmente, chegar à pessoa que o matou. Logicamente que todo o mistério da
trama, estava em quem tinha praticado o ato.
Outros filmes do Poitier (Adivinhe
quem vem para jantar, Ao mestre com carinho I e II), me chamaram bem mais
atenção, ao ponto de me emocionar, porém, No calor da noite, não deixa a
desejar. Até ganhou vários Oscars, em 1968. Não sei com que outros filmes, ele concorreu,
mas mesmo assim, digo que foi bem merecido e justo ter ganho as estatuetas. Rsrs.
Um filme provocativo, produzido
nos turbulentos anos 60, quando pipocava a luta pelos direitos civis, com muita
efervescência e tumultos no sul dos EUA.
Para mim, o recado do filme foi
claro: Negros podem ser tão ou mais competentes que os brancos. Pois competência,
perspicácia e inteligência, não dependem da cor da pele.
Ainda é um tipo de mensagem muito
válida, para o contexto do Estado do Mississipi. Visto que o racismo continua muito
forte nessa região. Principalmente no interior. Um bando de idiotas, que não
aceitam nem com um tiro na cabeça, ou faca no pescoço, que eles não são
superiores a quem tem a pele mais torradinha, pretinha, marronzinha...
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