De Adolf a Hitler: Redescobrindo a Segunda Guerra
Esse extraordinário
documentário traz imagens e fotos raras e coloridas da Alemanha durante os anos
que antecederam a chegada de Hitler ao poder. As nuanças políticas, econômicas
e sociais são trabalhadas para tentar entender o contexto pelo qual a Alemanha
estava passando naqueles turbulentos anos após a primeira guerra mundial, que
deixou a Alemanha endividada e passando por inúmeros problemas estruturais.
A ironia que o vídeo revela é a possibilidade de
Hitler ter sido um judeu.
“A grande dúvida é: Hitler teria sangue judeu? Um
dos segredos mais bem guardados do regime nazista, é que Hitler não tinha como
provar o contrário. Ele não sabia quem era um dos avós. A identidade de seu avô
paterno é desconhecida. [...] Segundo a lei nazista, Hitler não corresponderia
ao chamado critério de proteção do sangue imposto pelos alemães. Para alguém
não ser perseguido, deveria provar que nenhum dos quatro avós era judeu. Hitler
não podia comprovar que não era judeu, segundo os termos nazistas”.
O documentário mostra imagens de um discurso de
Hitler, em que ele diz:
“O jovem alemão deve ser magro, ter pernas longas,
e ser rápido como uma lebre, forte como um touro e resistente como um aço!”
Esse FDP nem correspondia a esses critérios. Ele
mesmo quando jovem estaria EXCLUÍDO dessas características que ele impõe aos
jovens alemães. Mas é claro, era uma declaração que não tinha validade
retroativa, pelo menos para ele. Usando uma expressão que eu aprendi quando
criança:
Esse Hitler era um GALADO mesmo.
O Fuhrer: A Ascensão de Hitler
Me pergunto como os alemães se deixaram ludibriar pelos discursos inflamados do Sr. Adolf. É preciso situar os eventos em seu devido contexto histórico (as condições de ordem econômico-social-ideológicas) para entender o mínimo que seja, o porquê do partido nazista depois de tantas tentativas, como bem mostra o vídeo, ter conseguido dominar praticamente toda uma nação.
Isso me lembra o texto A Segunda Guerra Mundial,
do historiador Adhemar Martins Marques, que escreve: “[...] as contradições
econômicas, sociais e ideológicas” foram fatores determinantes para os pequenos
conflitos entre as duas grandes guerras mundiais P. 167. E fala brevemente
sobre a “diplomacia nazista” e suas conquistas territoriais P. 168.
A situação da Alemanha era de alto desemprego;
injustiça social; inflação alta; consciência nacional; nacionalismo extremado,
entre outras características. O terreno estava muito fértil para que fosse
instalada a ditadura nazista. Hitler era a figura modelo que instilava no povo
alemão um senso de segurança e futuro promissor para uma nação tão castigada
após a primeira guerra mundial.
De acordo com o historiador Mark Mazower, no texto
“A Nova Ordem de Hitler, 1938”, citando a observação do estudioso Luciolli:
“Ao encerrar-se a década de 1930 muitos europeus
estavam dispostos a abandonar a ordem liberal, democrática, criada a partir de
1918 pela Inglaterra, pela França e pelos Estados Unidos, para abraçar um
futuro mais autoritário”. P. 147.
Mazower, também escreve:
“Ao encerrar-se a década de 1930, a opinião pública
européia não se opunha de modo algum à idéia de uma reconstrução autoritária do
continente sob a liderança dos alemães”. P. 147.
Terreno bastante preparado para aceitar a visão de
mundo do partido nazista. Não é toa que: “Na Alemanha o clima era de euforia. A
Nova Ordem prevalecera contra os ‘protetores de uma era agonizante’. Mais que
nunca, os alemães sentiam-se vivendo numa época ‘histórica’”. (MAZOWER).
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