quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Faces da Perseguição: Ore Para que Tenhamos Paz na Síria

Uma guerra civil truculenta arrasta-se na Síria desde 2011. O presidente é um péssimo líder. Tirano e incompetente. Daí surgiram muitos grupos e facções islâmicas que o querem foram do poder.

“Diferentes grupos islâmicos lutam, desde março de 2011 contra o governo de Assad e também entre si. Os grupos recebem apoio estrangeiro, com isso, a guerra se tornou uma guerra crescente, que envolve indiretamente outros países. Muitos lugares já foram devastados. [...] Muitos cristãos também foram atingidos. [...] Algumas áreas já estão sob controle islâmico.”  

Nesta celeuma política, quem mais sofre, naturalmente, são os civis cristãos, muçulmanos... Os traumas e resultados da guerra são os mais macabros e diversificados possíveis: depressão, estresse pós-traumático, mutilados, muita fome, desabrigados, errantes e mortes, muitas mortes.

Rana é uma seguidora de Jesus que resiste as investidas da guerra, fazendo o seu trabalho de caridade cristã. Ela diz:

“Nossas raízes cristãs na Síria remontam ao tempo de Jesus. Nós convivíamos em paz com outros grupos e outras religiões. Nunca nos sentimos isolados, de uma certa forma, vivíamos livres. Nós podíamos realizar cultos, visitar a comunidade, construir igrejas, realizar algumas festas e eventos.  Morávamos em paz juntos e cooperávamos uns com os outros; nós trabalhávamos juntos e íamos juntos à escola. Nunca nos sentimos como em outros países, onde os cristãos são chamados de infiéis que não acreditam num único Deus. Nunca nos sentimos assim na Síria. A religião não era um problema.”

Diante de dias e mais dias assustadores, com bombas, mísseis e explosões constantes, Rana teve depressão.

“Hoje, a depressão é um grande problema, especialmente para [as] mulheres. Eu mesma sofri disso por muito tempo. Por isso, eu consigo me compadecer das mulheres que chegam arrasadas e com medos em nossa igreja. Elas precisam de apoio. Eu sofri por muito tempo com isso. Mas Deus não queria que eu ficasse totalmente para baixo. Ele me recolocou na direção certa através do apoio de outras mulheres, através do meu marido e também da minha igreja.”

A igreja de Rana apoia milhares de pessoas.

“Nós apoiamos 1.500 famílias somente em Damasco e mais 2.000 na região de Homs. Falamos aos membros da nossa equipe, que eles não devem fazer distinção entre cristãos e muçulmanos. Naturalmente que mais cristãos do que muçulmanos vêm à igreja em busca de ajuda. Mas nós não negamos ajuda a nenhum muçulmano que nos peça. Nós distribuímos pacotes de alimentos às famílias, cobertores e colchões para o inverno. [...] Nós tentamos fazer o nossos melhor para ajudar.”

Ela não coloca os muçulmanos comuns no mesmo pacote dos jihadistas:

“É claro que os muçulmanos não são todos iguais. Nós temos que diferenciar os muçulmanos normais dos jihadistas. Muçulmanos normais não aceitam os jihadistas, são totalmente contra eles. Muitas famílias de refugiados nos contam como foram ameaçadas pelos radicais. Elas precisaram deixar tudo e procurar lugares mais seguros. Alguns não tiveram sorte e foram mortos. [...] Isso é a lei deles [jihadistas] e a crença deles, eles não têm problema em matar cristãos. [...] Esses jihadistas são totalmente novos em nosso país. Nós nunca tínhamos ouvido falar deles antes. [...] É claro que nenhum cristão vai morar numa área controlada por jihadistas, pois eles têm de seguir a lei islâmica, a sharia. [...] Nenhum cristão consegue viver sob o poder dos jihadistas. Eles precisam abandonar sua casa e seus pertences, e fugir para salvar sua vida.”

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Faces da Perseguição: O amor e a Dor – Permanecendo em Meio à Guerra na Síria

Toda a população da Síria tem sofrido terrivelmente desde 2011, com a guerra civil em seu país. Não somente os cristãos, mas os muçulmanos que não querem nada com os grupos jihadistas instalados no país, também têm sido duramente perseguidos e mortos.

Este episódio de Faces da Perseguição, traz o relato do que uma igreja na Síria tem feito e sofrido naquele país.   

“Eu sempre penso nos jihadistas que chegam do mundo todo, para propagar ódio e escuridão no nosso país. Eles estão prontos para morrer por isso. A maioria dos sírios, possivelmente todos, não concordam com a presença dos extremistas. Eles não são parte da nossa cultura e nunca foram, especialmente entre os cristãos. Os jihadistas não matam só cristãos, mas também outros muçulmanos, pois eles querem que todos sejam como eles. Quem não é, é tido como infiel e deve morrer. Por isso, nós os rejeitamos no nosso país.” – Pastor Edward.

Como é praxe, jihadistas atacam os cristãos e lhes dão esta horrenda e já conhecida opção: ou se convertem a causa jihadista negando o cristianismo ou serão mortos. O pastor Edward conta a história de dois cristãos que se defrontaram com esta assombrosa situação, e não negaram a sua fé. Para ele, mesmo que tenha sido muito triste e absurda a morte desses dois, ela fortaleceu a fé dos cristãos, para que eles não abram mão do cristianismo.   

O Estado Islâmico (ISIS) já domina considerável parte do território. Outras facções jihadistas lutam contra a população e contra o ISIS, visto que querem ter a proeminência no poder.

A Síria é um verdadeiro vespeiro. O seu presidente é um déspota. No entanto, os grupos que o querem tirar, não irão melhorar o país. Várias nações do Oriente e do Ocidente têm distintos e antagônicos objetivos para esse país, o que só faz atrasar quaisquer desenvolvimentos viáveis. Portanto, é difícil ver alguma solução a curto e médio prazo. Neste ínterim, a população sofre e morre.

A Lista Mundial da Perseguição tem este triste e apavorante diagnóstico:

“A contínua guerra civil na Síria tornou o país um terreno fértil para a perseguição aos cristãos. A agitação, que estava começando a diminuir, foi exacerbada pela crise econômica causada pela COVID-19. Muitos cristãos ainda estão deslocados internamente ou são refugiados em outros países como resultado de uma década de guerra e do crescente extremismo islâmico. No Norte da Síria, a invasão das forças turcas no final de 2019 causou maior instabilidade e parece ter sido usada por alguns extremistas islâmicos como disfarce para atacar os cristãos. Em áreas controladas por grupos extremistas islâmicos, as expressões públicas do cristianismo são proibidas e a maioria das igrejas foi fechada ou destruída. Em áreas controladas pelo governo essa ameaça é menor – mas ainda há sequestros de jovens cristãos por dissidentes islâmicos, incluindo militantes do Estado Islâmico ainda ativos.” P. 32.

Apesar dos pesares, a igreja do pastor Edward tem um hospital onde atende várias pessoas, ajudando-as a enfrentarem o calamitoso momento de guerra, mortes e mutilações. Desta forma, a sociedade civil vai notando o quanto os cristãos são importantes, prestativos, pacíficos e determinados a reconstruir a nação, para o bem não somente deles próprios, mas de todos, inclusive dos muçulmanos. 

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Faces da Perseguição: Perdão Incondicional de Uma Viúva no Quênia

Quênia, país africano de maioria cristã, mas isto não impede que muçulmanos extremistas ataquem e assassinem os cristãos.

“Extremistas religiosos de países vizinhos encontram cada vez mais adeptos entre a população islâmica e pobre do Quênia. A fé cristã é equiparada a um grande mal vindo do Ocidente rico, uma imagem que não condiz com a realidade e é construída com o objetivo consciente de se criar inimizade entre os povos. Cada vez mais ataques mortais acontecem contra estudantes cristãos, igrejas e pastores.”

Gladis, teve o seu marido brutalmente assassinado por muçulmanos extremistas, por pregar o cristianismo. Ele era um médico dedicado a comunidade, que a todos ajudavam, independente de religião.

Sua esposa perdoo os assassinos do seu marido, pois crê, que por mais terrível e absurda que tenha sido a morte do seu amado esposo, ela estava debaixo da soberania divina, que nada deixa escapar, e que sempre redunda em um bem maior, mesmo que ela não possa vislumbrar num primeiro momento. Os seus filhos, obviamente, sofreram bastante.

Ela relata que a animosidade entre cristãos e muçulmanos não existia antes, mas que nos últimos anos, elas foram alimentadas pelo extremismo. Antes fieis de ambas as religiões frequentavam os mesmos lugares, tinham uma cordial convivência.

Após a morte do seu parceiro...

“Infelizmente, pouco depois, o nível de violência em nosso país aumentou muito, e os pastores começaram serem mortos em suas igrejas. Cristãos que viajavam nos ônibus eram arrastadas pra fora, e assassinados por causa da sua fé. Em certa região as pessoas batiam na porta, e quando alguém abria, era assassinado, só pelo fato de ser cristão. Esses atos violentos são praticados na frente das crianças. Diante das esposas. Isso é realmente assustador.”

Gladis dedica-se a ajudar outras viúvas na superação da perda. O seu coração não guarda ódio nem rancor contra os agressores. Ela sabe por experiência que o perdão e a fé em Deus curaram a sua alma.  

Num país pobre e corrupto como o Quênia, a realidade presente e futura mostram-se sombrias. O extremismo islâmico com vários grupos terroristas tem se espalhado como fogo em boa parte do continente africano.

Segundo a Lista Mundial da Perseguição 2021:

“No Quênia, o cristianismo é a religião majoritária, mas isso não im­pediu a propagação da perseguição. Particularmente, cristãos de origem muçulmana nas regiões nordeste e costeira vivem sob constante ameaça de ataque – mesmo dos familiares mais próximos. Cristãos foram ataca­dos e forçados a fugir das aldeias, e o grupo extremista islâmico Al-Sha­baab se infiltrou na população local para monitorar as atividades dos cristãos nessas áreas.

No entanto, o crime organizado também é um problema sério. Fun­cionários corruptos muitas vezes não tomam medidas contra os persegui­dores – aumentando o potencial de novos incidentes contra os cristãos.

Para os cristãos no Quênia, a vida diária é cheia de pressão. E em algumas regiões como o Nordeste, onde o Al-Shabaab é uma ameaça constante, a vida da igreja e da comunidade é muito difícil e também pode incluir a ameaça de violência.” P. 106.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Faces da Perseguição: A Face da Perseguição na República Centro-Africana

Até mesmo em alguns países onde os cristãos são maioria (90%), eles são atacados por grupos muçulmanos extremistas.

Já ouviu falar no grupo islâmico Seleka? Este grupo com a ajuda de muçulmanos das nações vizinhas, tem arrasado a República Centro-Africana. Pastores, padres e os cristãos em geral, têm sofrido grandemente com as investidas violentas dessa horda de sangrentos soldados que querem islamizar toda a região, pois não suportam a realidade de que a maioria ali, não seguem os ditames do islamismo.

Assim começa o relato do pastor Jean Marc neste, sobre um dos ataques sofridos:

“O que aconteceu foi muito ruim. Há igrejas que foram totalmente queimadas. Centenas de igrejas queimadas. Os bens da igreja foram roubados. E, então, eles foram usados como carros de guerra. Os itens da igreja, os instrumentos, tudo foi roubado, até os bancos onde os membros se sentavam para celebrar os cultos. Eles foram usados como madeira para fazer fogo e esquentar comida. Além disso, houve crimes, abusos de mulheres e meninas. E eles mataram pastores e padres. Essa é a primeira vez que as pessoas atacam autoridades religiosas na República Centro-Africana.”

A coisa começou a ficar feia para os cristãos, a partir de 2012. O documentário relata:

“Os cristãos, que na população são a maioria, nunca antes tinham vivenciado perseguição. Isso mudou em dezembro de 2012, quando muçulmanos do Seleka começaram a atacar o governo. Desde então, os cristãos têm sido perseguidos.”

Muçulmanos da República, numa coalisão com os muçulmanos do Chade, Sudão e Darfur, em sua tomada de poder “mataram os pastores e padres, e roubaram os cristãos. Também roubaram todas as lojas dos cristãos e queimaram os campos dos cristãos. Eles destruíram tudo. Mas nenhuma loja muçulmana foi tocada. As propriedades dos muçulmanos ficaram intactas. Para nós, havia um fundo religioso escondido por trás desses atos. Eles queriam islamizar o país. Nós, cristãos, sabemos disso e sabemos que essa é uma guerra religiosa. Eles querem colocar nosso país, sob domínio muçulmano’, relata o pastor.

Esses ataques causaram um caos sem precedentes no país, fazendo com que 150 mil pessoas se tornassem refugiadas. Não houve ajuda do governo, que tinha poucos soldados. A Cruz Vermelha não dispunha de alimentos para os refugiados. O sofrimento era atroz. Some-se a essa confluência de coisas ruins, as estradas ainda estavam bloqueadas pelos muçulmanos do Seleka, visto que “eles queriam que os cristãos ficassem onde estivessem, sem poder se descolar”.

A violência perdura até hoje. Outros grupos extremistas surgiram, o Seleka se dividiu. Os cristãos vivem numa apreensão intensa, temendo novos ataques e chacinas, pois não sabem o que acontecerá no dia de amanhã. Falta de moradia, de roupas, de comida, tudo isso faz parte do pacote deixado pelo Seleka. A anarquia tem reinado, com bombas sendo jogadas, pessoas queimadas, extorsões e pouca assistência das autoridades.

Um imã muçulmano acusou o Seleka de ser criminoso. Este líder muçulmano teve que se se esconder, pois o Seleka mata qualquer um que não concorde com as duas diretrizes. A igreja o ajudou a fugir.

De acordo com o pastor: “Durante esses acontecimentos, os cristãos oraram e ajudaram os muçulmanos [que nada tinham a ver com o Seleka] quando os Anti-Balaka [grupo inimigo do Seleka] começaram a atacá-los. Eles protegeram e esconderam os muçulmanos. Nossos irmãos alimentaram os muçulmanos e ajudaram a enterrar os que foram mortos, pois os muçulmanos não podiam mais sair de casa.”

A realidade é que os muçulmanos pacíficos e ordeiros também acabaram sofrendo nas mãos desses grupos extremistas, assim como muitos muçulmanos têm sido mortos pelo Estado Islâmico no Oriente Médio. 

sábado, 23 de outubro de 2021

Faces da Perseguição: Helen Berhane Continua Louvando ao Senhor

A cada dia se avoluma o número de pessoas, sendo cristãs ou não, que são vítimas de violações dos seus direitos inalienáveis de consciência, religião e também irreligião. Os ataques as pessoas que não querem comungar com o islamismo não param, são constantes.

A Eritreia é mais país africano e de maioria muçulmana, em que os cristãos sofrem estúpidas perseguições. Divulgar a fé cristã ou qualquer outra cosmovisão religiosa que não seja o islamismo, é bastante temerário e perigoso.

De acordo com a Lista Mundial da Perseguição 2021:

“Cristãos de denominações não tradicionais enfrentam perseguição mais dura na Eritreia, tanto do governo como da Igreja Ortodoxa Eritreia, que é a única denominação cristã reconhecida pelo governo e rigidamente controlada pelas autoridades.

As forças de segurança do governo monitoram ligações, examinam atividades e conduzem incontáveis ataques que visam cristãos, apreendem materiais cristãos e desfazem igrejas domésticas. Os cristãos podem ser presos e encarcerados sem julgamento. Muitos cristãos são mantidos em prisões desumanas por causa da fé, e os familiares ficam sem saber onde estão ou se ainda estão vivos.

Havia esperança de que um acordo de paz com a Etiópia melhoraria a observação dos direitos humanos na Eritreia, mas há poucos indícios disso – e os distúrbios na fronteira entre os dois países no outono de 2020 ameaçam a estabilidade. A violência continua a piorar na Eritreia.” P. 20.


No presente documentário, Helen Berhane vem provar a implacável intolerância perpetrada pelas autoridades da Eritréia para com os seus cidadãos cristãos.

“Helen, de Eritréia, é cantora. Ela foi capturada na sua terra natal, foi interrogada muitas vezes e, finalmente, torturada, e ficou presa por anos. A razão: Helen cantava para as pessoas nas ruas e contava sobre sua esperança em Jesus Cristo.

De acordo com a organização interdenominacional Portas Abertas, a Eritréia faz parte dos 10 países em que os cristãos são mais reprimidos e perseguidos.

Há mais de 20 anos, o país leste africano comemorava sua independência do vizinho Etiópia. Desde então, os direitos dos eritreus têm sido cada vez mais limitados: eles não podem praticar sua fé, nem visitar a igreja que desejam. Apesar de muitos cristãos orarem pelo país e se preocuparem com os outros, as autoridades têm medo deles e os vigiam o tempo todo.

Helen também queria encorajar seus vizinhos. Ela nunca pensou que o seu amor por eles lhe traria perseguição.”

Ela passou quase três anos presa (num contêiner), sendo duramente torturada. Muitas vezes espancada, ao ponto do seu corpo começar a tremer sem parar. Mas ela não cedeu. Foi mandada para morrer no hospital, mas surpreendentemente sobreviveu. O seu relato é chocante:

“Quando nós, os presos, chegamos ali [na prisão], eu vi 23 contêineres marítimos. Esse contêiner estava tão sujo. Imediatamente, nós todos começamos a nos coçar. Nós perguntamos: ‘Onde está o banheiro?’ Disseram: ‘Aqui não tem banheiro.’ Vieram com uma lata para que pudéssemos usar como banheiro. Nós pedimos luz, pois estava totalmente escuro. Falaram: ‘Não tem luz’. Então, quando anoiteceu, ficou extremamente frio. Realmente, muito frio. Durante o dia era muito quente. Você não podia se apoiar em lugar nenhum. Todos ficavam no meio. Uma menina começou a ter um colapso no chão. Ver aqueles jovens daquela forma era simplesmente horrível. Eles me perguntaram: ‘Helen, o que devemos fazer?’ Mas eu estava tão chocada quanto eles, pois eu nunca tinha vivenciado algo assim.”

Ela escreveu um livro, onde conta detalhadamente a sua história, lançado no Brasil, com o título de Canção da Liberdade, pela Editora Vida.

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Faces da Perseguição: O Nome Sobre Todo Nome - Pastor Atacado na Indonésia


Ainda há quem acredite que a Indonésia é um grande exemplo de tolerância religiosa que deve ser copiado pelos outros países muçulmanos. Apesar de sua constituição garantir liberdade de culto e de religião, a realidade do dia a dia dos cristãos por lá, é bem outra. Como dizem: papel aceita tudo. Na teoria tudo é bonito e bem amarrado, e segue os ditames dos direitos humanos.

Este pequeno documentário que traz o relato de um pastor indonésio, mostra uma realidade que os meios de comunicação mainstream não tem a mínima vontade de expor, a despeito de saberem o que se passa por lá.

Eis um pouco da realidade nua e crua pela qual passam os cristãos:

“Propagar o cristianismo nesse país de maioria muçulmana. Oficialmente, no país independente asiático existe a liberdade religiosa. Mas apesar disso, os cristãos ainda são, em diversos lugares discriminados e perseguidos. A situação é difícil, especialmente para os muçulmanos que se tornam cristãos. Eles são frequentemente expulsos e deserdados de suas famílias. Além disso, nos últimos anos o fundamentalismo islâmico se tornou ainda mais forte. Na província de Aceh, por exemplo, desde 2001 a sharia é aplicada como lei. A situação também agravou-se contra os cristãos em outras regiões. Em 2021, pelo menos 50 igrejas foram fechadas pelas autoridades. Algumas foram destruídas. E não é só isso. Os cristãos também são cada vez mais, vítimas de ataques. Em 2013, mais de 200 pessoas foram mortas.”

Pastor Michael era animista e se tornou cristão. Daí começaram as perseguições, ao ponto dele ter sido cortado com um facão. Ele sobreviveu. E continua a divulgar a sua fé.

“Os irmãos da fé, que antes eram muçulmanos e que se converteram ao ouvir meu testemunho, agora são agredidos. Na Indonésia isso não é divulgado. É feito secretamente. Quando eu visito um muçulmano, ou ele vem me visitar, é perigoso para ambos. [...] Quando um deles decide aceitar Jesus é consciente que pode até ser expulso de sua família. Às vezes as igrejas que começam a frequentar são atacadas por extremistas muçulmanos e os pastores, perseguidos. A reação dos indonésios quando eu proclamo as boas-novas da salvação em Jesus é muito violenta. [...] Para eles, tudo é válido e permitido para pressionar aqueles que apresentam Jesus a seus companheiros. E que tem essa coragem enfrenta perigos. Pedras são jogadas nas igrejas e casas onde acontecem cultos e reuniões de oração. Usualmente esses lugares são destruídos.”

Mesmo sendo gravemente ferido, perdendo litros de sangue e ter ido parar no hospital, o pastor Michael perdoo os seus agressores, pois afirma não ter raiva, ódio ou qualquer animosidade contra os muçulmanos radicais que o atacaram. O seu pacifismo até rendeu algumas conversões. Ele quer apenas ter a liberdade de viver a sua fé em paz, e anunciar o porquê de crer no crê. O difícil são muçulmanos indonésios entenderem isso, que para nós, é algo tão natural e simples. Eu divulgo a minha fé ou ceticismo, e os outros também, e, assim, vamos para o campo de batalha – batalha verbal, das ideias, do intelecto, sem nunca partir para as agressões físicas. Este é o verdadeiro ideal a ser buscado e defendido sempre. E outro ponto não menos importante: não recorrer as brechas da lei, para processar quem contestar a sua religião. 

domingo, 17 de outubro de 2021

Faces da Perseguição: Jesus, a Esperança das Viúvas na Nigéria

Pequeno documentário sobre a brutal perseguição que os cristãos sofrem na Nigéria.

Tabitha, uma viúva cristã, teve o seu marido torturado e morto por muçulmanos em 2001. Ela conta que até esse ano, os cristãos e muçulmanos viviam em paz, frequentando os mesmos lugares, sem animosidades. Porém, tudo mudou. Os muçulmanos resolveram acabar com os cristãos no país.

O documentário inicia com estas tristes palavras dela:

"Os radicais islâmicos na Nigéria, nunca atacam de manhã ou à tarde. Não, eles vêm à noite, às duas ou três horas. Esse é o tempo certo pra eles. Eles sabem que nesse horário, não temos como nos defender, e quando eles atacam uma aldeia, eles matam pai, mãe, filhos. Então [a] você só resta chorar. Acabou, tudo acabou. Alguns deles matam tudo que encontram pela frente. Matam duas ou três crianças, queimam casas, queimam todo o alimento que está na casa, tudo é queimado. Se você consegue se salvar, você só tem a roupa que está no corpo, e isso é tudo.”

A Nigéria está entre os vinte primeiros países onde a perseguição aos cristãos é intensa, por causa das cruéis e costumeiras chacinas promovidas por grupos islâmicos radicais.

“Nesse país do Oeste africano, a milícia radical Boko Haram luta, há muito tempo, contra o Estado e contra os cristãos. Há muitos mortos e feridos. O nome dele significa ‘a educação ocidental é proibida’. Eles querem que a Nigéria se torne um Estado islâmico. A lei islâmica, a sharia, já domina no norte da Nigéria desde a virada do milênio, enquanto o sul do país é dominado por cristãos. Através dos ataques do Boko Haram e de outros grupos extremistas que se encontram no norte, centenas de igrejas já foram queimadas e milhares de cristãos foram assassinados.”

Tabitha expõe a diferença crucial entre a sua fé cristã e a fé muçulmana:

“Na região que eu moro a doutrina cristã e a doutrina muçulmana são diferentes. A doutrina deles diz: ‘Você só deve amar um irmão muçulmano, ame apenas os seus irmãos muçulmanos. Mas você não deve amar nenhum infiel, ele é seu inimigo. Mas a minha Bíblia não diz isso. Eu não sei de onde eles tiram esses ensinamentos, eles dizem que nós, cristãos, somos seus inimigos. Por isso eles querem nos matar, e acreditam que se eles matarem cristãos, então, irão para o céu. Além disso, acreditam que quando eles lutam, estão ajudando Deus a lutar contra os seus inimigos. Eu não conheço esse tipo de religião e esses ensinamentos religiosos, mas a minha fé não me diz isso. Até mesmo Deus diz: ‘Ame os seus inimigos, ame seus inimigos’. E então eu tomo coragem para dizer pra mim mesma: ‘Você deve amar os muçulmanos, pois se você não os amar, não pode contar a eles o que Jesus fez na cruz por você...’”

É com tristeza que frequentemente vemos informações vindas da Nigéria, que noticiam a destruição de igrejas e massacres horrendos de cristãos pelo Boko Haram. Foi-se o tempo em que os cristãos podiam viver com alguma tranquilidade nesse país. Os grupos terroristas estão exterminando não somente os cristãos, mas também toda a religiosidade fetichista nigeriana, da qual a religiosidade brasileira tanto bebeu.